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Ver meus livros Cristianismo e Espiritismo e O Problema do Ser e do Destino Segundo o Bagavad-Gita (tradução de Emile Burnouf, C Schlegel e Wilkins, Krishna assim se exprime: “Eu e vós temos tido vários nascimentos Os

No documento Portal Luz Espírita (páginas 71-74)

Palingênese: preexistências e vidas sucessivas A lei das reencarnações

49 Ver meus livros Cristianismo e Espiritismo e O Problema do Ser e do Destino Segundo o Bagavad-Gita (tradução de Emile Burnouf, C Schlegel e Wilkins, Krishna assim se exprime: “Eu e vós temos tido vários nascimentos Os

meus são conhecidos apenas por mim, mas vós não conheceis os vossos. Ainda que eu não seja mais, por minha natureza, sujeito a nascer ou a morrer, todas as vezes que a virtude declina no mundo, e que o vício e a injustiça vencem, então eu me torno visível, e assim eu me apresento, de tempo em tempo, para a salvação do justo, o castigo do mau e o restabelecimento da virtude.”

gregos a professaram muito, e no século IV, São Jerônimo, secretário do Papa Dâmaso e autor da Vulgata, na sua controvérsia com Vigilentius, o gaulês, devia ainda reconhecer que ela era a crença da maioria dos cristãos do seu tempo.

Mas o véu lançado depois, pelas Igrejas, sobre essa grande luz tornou-se uma obscuridade para tudo que se relaciona com o problema do destino humano. Limitando, no círculo estreito de uma vida única, a passagem da alma sobre a Terra, será que Roma desejaria somente adaptar seu ensino à compreensão medieval, isto é, ao grau de cultura dos povos ainda bárbaros? Ou teria ela, então, sonhado em assegurar seu império, pela concepção de uma vida que terminasse num paraíso ou inferno eternos, dos quais ela afirmava deter as chaves? Os dois pontos de vista parecem admissíveis.

Tais concepções geraram consequências funestas tanto para o gênio civilizador como para o espírito religioso dos ocidentais, que elas deformaram no seu princípio e na sua própria existência. Como o fim verdadeiro da vida, isto é, o aperfeiçoamento da alma, sua educação, sua preparação para os graus mais altos da escala de ascensão, tenha ficado quase nulo na maioria dos casos, o plano geral da vida tornou-se alterado.

Entre os crentes, a preocupação constante da salvação pessoal, o temor dos castigos sem-fim, paralisaram a iniciativa, extinguiram toda independência do espírito, enfraqueceram o seu livre-arbítrio. Entre os outros, a impossibilidade de conciliar, no círculo de uma vida única, a variedade infinita das condições, das atitudes e dos caracteres humanos com a justiça de Deus, deu origem ao cepticismo, ao materialismo e à negação de todo ideal elevado. Desse estado de coisas nós podemos, no momento, constatar em nosso redor os frutos amargos.

Como ficar surpreendido, após tantos séculos de erro e de esquecimento, que a noite se tenha feito nos cérebros mais dotados! Não temos visto filósofos eminentes, cujas obras, os sistemas maravilhosamente combinados, se tornaram estéreis, porque lhes faltava a noção essencial, a chave de ouro de todos os problemas: a lei da evolução pelos renascimentos?

* * *

O ser, diziam os druidas, se eleva do abismo da vida e sobe por etapas inumeráveis para a perfeição. Ele se encarna no seio das humanidades, nos mundos da matéria, que são muitas estações de sua longa peregrinação. Essa doutrina é confirmada, em muitos pontos, por todas as grandes religiões e pelas mais importantes filosofias antigas. Lê-se nas Tríades, segundo tradução de Ed.

Williams, do original gaulês:

19 – Três condições indispensáveis para se chegar à plenitude da ciência: transmigrar no “Abred” (a Terra), transmigrar no “Gwynfyd” (o Céu) e relembrar-se de todas as coisas passadas até no “Annoufn” (o Abismo).

25 – Por três coisas o homem cai sob a necessidade do “Abred” (ou da transmigração): por ausência do esforço em direção ao conhecimento, pelo desinteresse do bem e pela afeição ao mal. Em consequência dessas coisas ele desce ao “Abred” até o seu análogo e recomeça o curso de suas transmigrações.

26 – As três forças (fundamentos) da ciência: a transmigração completa para todas as situações dos seres; a lembrança de cada transmigração e de seus incidentes; o poder de passar de novo, quando se quiser, por um estado qualquer em vista da experiência e do julgamento. E isso será obtido no círculo de “Gwynfyd”.

Os cantos bárdicos não são menos afirmativos. Nós citaremos somente o mais célebre, o de Taliésin, que data do século IV da nossa era, segundo a tradução gaélica do Barddas, cad. Goddeu:

Existindo desde remota Antiguidade no seio de vastos oceanos, não sou nascido de um pai e de uma mãe, mas de formas elementares da natureza, dos ramos da bétula, do fruto dos frutos, das flores da montanha. Toquei a noite, adormeci na aurora; fui peixe no lago, águia nos cumes, lince na floresta. Depois, escolhido pelo “Gwyon” (espírito divino), pelo sábio dos sábios, adquiri a imortalidade. Passou-se muito tempo desde que fui pastor. Por muito tempo andei na terra antes de ser hábil na ciência. Enfim, brilhei entre os chefes superiores; vestido de hábitos sagrados, segurei a taça dos sacrifícios. Vivi em cem mundos, agitei-me em cem círculos.

Sublinhamos, de passagem, a analogia notável que aparece entre esse documento vindo de priscas eras e as descobertas recentes da ciência sobre as propriedades vitais da água do mar. O texto nos diz: “Existindo no seio de vastos oceanos, nasci de formas elementares da natureza”. Deve-se ler sobre esse assunto, na Revue de Biologie Appliquée [Revista de Biologia Aplicada], de 1926, as experiências realizadas no laboratório do Colégio de França, pelos Drs. L. Hallion e Carrion, estabelecendo que a vida animal surgiu no mar e seus primeiros representantes tiveram a forma de células isoladas. Consultar igualmente a recente obra do Dr. Quinton intitulada L’eau de la Mer, Milieu

Organique (Água do Mar, Meio Orgânico) que diz: “O reino animal é inteiramente

de origem aquática, provavelmente de origem marítima.”

Não há, no documento acima, uma série de testemunhos que concluem em favor da alta inspiração e do valor das doutrinas célticas, já que ensinavam, há

1500 anos ou mais, o que nossos sábios somente agora acabam de descobrir? A literatura céltica relata numerosos casos de reencarnação. D’Arbois de Jubainville, que por longo tempo ocupou a cadeira de Celtismo, no Colégio de França, pôde escrever a propósito das tradições irlandesas:50

É a fé nessa metamorfose universal dos homens que inspirou a crença nas metamorfoses de Tüan Mac Cairill e de Taliésin. Estes não são os únicos personagens cuja alma tenha, na Irlanda, revestido sucessivamente dois corpos de homem e que tenham nascido muitas vezes. Mongân, o rei de Ulster, no início do século VI, era idêntico ao célebre Find, morto dois séculos antes do nascimento de Mongân: a alma do ilustre falecido tinha voltado do país dos mortos para animar, neste mundo, um novo corpo.

Assim, a sobrevivência da alma ao corpo e a possibilidade de a alma de um morto ter, de novo, um corpo neste mundo são crenças célticas.

* * *

Há algum tempo os Espíritos dos antepassados, julgando que a hora das grandes renovações é chegada, projetam com mais intensidade radiações de seus pensamentos para o solo da França. Eis o que nos ditou o Espírito Allan Kardec, em 25 de novembro de 1925, por incorporação:

“Desejaríamos inspirar nossos homens políticos com o espírito da tradição céltica, de honestidade, a fim de que os homens novos possam chegar a regenerar nosso país. Vemos claramente os pensamentos entrelaçados, como que formando uma mescla de cores múltiplas. As paixões dificultam a formação de pensamentos elevados. O materialismo é inerente a uma geração que não gozou, em sua vida pregressa, a não ser vis prazeres e que, no astral, permaneceu nas esferas de densidade muito grosseira. Ela voltou para a vida com os apetites mal-satisfeitos.

“Pensei que devia haurir, na minha consciência profunda, a centelha da fé ardente, de luz pura, que me foi legada por minha existência céltica, para tentar lançar sobre certos homens um raio de luz inspiradora.

“Como temos a facilidade, no espaço, de rememorar nossas vidas, quando estamos em uma esfera de densidade média, nos agrupamos espiritualmente, do mesmo modo que, em nossa vida terrestre, as paixões e as aspirações se agrupam conforme suas afinidades. Os grandes filósofos da Antiguidade, os iniciados das velhas religiões nos ajudam, quando estão de volta ao espaço. Os ascetas, os budistas, são agentes poderosos para auxiliar a desagregar a matéria que pesa sobre os seres carnais de vossas regiões. Vós sabeis que alguns entre eles tinham um poder de irradiação muito grande.

50 Segundo Le Cycle Mythologique Irlandais et la Mythologie Celtique. Ver também Annales de Tigernach, de

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