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Depois da Morte, Cristianismo e Espiritismo e O Problema do Ser e do Destino.

No documento Portal Luz Espírita (páginas 93-97)

Palingênese: preexistências e vidas sucessivas A lei das reencarnações

55 Depois da Morte, Cristianismo e Espiritismo e O Problema do Ser e do Destino.

Em suma, o esquecimento das vidas passadas deve ser considerado como um benefício para a maioria das almas humanas no ponto não muito elevado de sua evolução. A lembrança seria, frequentemente, inseparável de revelações humilhantes e de pesares dolorosos como queimaduras. Em vez de se hipnotizar sobre um passado mau, é para o futuro que convém fixar o objetivo de nossos esforços e o impulso de nossas faculdades.

O provérbio não diz que ao colocar as mãos na charrua não se deve olhar para trás? Com efeito, para traçar bem direito o sulco, isto é, para afrontar e prosseguir no combate da vida com alguma vantagem, não é preciso ser obsedado pelo cortejo de más lembranças.

É somente mais tarde, na vida do espaço, e sobretudo nos planos superiores da evolução, que a alma humana, libertando-se do jugo da carne e livre do pesado capuz da matéria que limita as suas percepções, pode abranger sem desfalecimento, sem vertigem, o vasto panorama de suas vidas planetárias. Então, ela adquiriu a maturidade necessária para discernir, por sua razão e por seu saber, o vínculo que as religa todas, os resultados recolhidos, e tirar os ensinos que eles comportam. É o que diz a Tríade 19:

19 – Há três necessidades antes de se chegar à plenitude da ciência: atravessar o “Abred”, atravessar o “Gwynfyd” e lembrar-se de toda coisa até no “Annoufn”.

Tal é o julgamento particular, o inventário de nossa alma evoluída, que no início de suas existências passa em revista a longa sequência de suas etapas através dos mundos. Com a sua sensibilidade aumentada, sua experiência, sua sabedoria, sua razão engrandecida, ela julga do alto todas as coisas. E nas suas lembranças, conforme a sua natureza, ela encontra as causas da alegria ou do sofrimento. A sua consciência purificada perscruta os menores sinais de sua memória profunda. Tornada o árbitro infalível, ela pronuncia sem apelo, aprova ou condena, e às vezes, à título de reparação e sob a inspiração divina, ela decide e impõe os renascimentos nos mundos da matéria e da dor. É o que atesta a

Tríade 18:

18 – Três calamidades primitivas do “Abred”: a necessidade, o esquecimento e a morte.

* * *

Terminado este capítulo, insistiremos ainda sobre a importância do movimento espiritualista atual, que, na realidade, é um despertar das tradições de nossa raça céltica. Para tornar plena, inteira e fecunda a sua vida, todo

homem deve compreender seu sentido profundo e discernir seu objetivo, porque, seja por reflexão, seja por uma espécie de instinto, a ideia que dela se faz é a que domina toda a sua vida, inspira seus atos e os orienta em direção de objetivos inferiores ou elevados.

Resulta que esta noção essencial deveria participar de toda educação humana, mas nem a escola, nem a Igreja nos dão, sobre este assunto capital, informações nítidas e precisas. Daí, em grande parte, a perturbação moral e a confusão de ideias que reinam em nossa sociedade.

Se nós conhecêssemos toda a regra soberana dos seres e das coisas, a lei e a consequência dos atos e sua repercussão sobre o destino; se nós soubéssemos que se colhe sempre o que se semeou, as reformas sociais seriam mais fáceis e a face do mundo seria rapidamente transformada. Mas a maioria dos homens, absorvidos por tarefas, por preocupações materiais, privados dos lazeres necessários para cultivar sua inteligência e seu coração, percorrem a vida como se passassem por uma neblina. A morte não é para seus olhos mais do que um espantalho, do qual eles afastam, com pavor, o pensamento importuno. É assim que, quando vêm os dias de provas, se o vento sopra com tempestade, eles se acham logo desamparados.

Isso é o que ocorre em nossa época. Para tirar o homem das pesadas influências que o oprimem, seriam precisos eventos importantes, crises dolorosas que, mostrando-lhe o caráter precário, instável da vida na Terra, deviam abater o seu orgulho, obrigá-lo a afastar para longe suas atenções e fixar mais alto seus objetivos. Seria lucro para a humanidade, se os tempos de prova, que a nossa civilização atravessa atualmente, esclarecessem suas taras e seus vícios e lhes ensinassem a curá-las.

Não é uma coincidência notável que, ao mesmo tempo em que as crenças religiosas se apagam cada vez mais, em que o materialismo espalha ante nossos olhos seus efeitos destruidores, uma revelação do Alto se difunde pelo globo por milhares de vozes, oferecendo uma doutrina, um ensino racional e consolador para todos os interessados de boa-fé?

O Espiritismo é o maior e mais solene movimento do pensamento que se produziu desde o aparecimento do Cristianismo. Não somente pelo conjunto de seus fenômenos, ele nos traz a prova da sobrevivência, mas, sob o ponto de vista filosófico, suas consequências são mais grandiosas. Com ele, o horizonte se aclara, o objetivo da vida torna-se preciso, a concepção do Universo e de suas leis aumenta, o pessimismo sombrio se esvaece para dar lugar à confiança, à fé em destinos melhores.

e do conhecimento. No lugar de ambientes estreitos onde se achavam confinados, ele abre grandes portas para o desconhecido e para o inexplorado. Pelo estudo do ser em seu “eu” profundo, neste mundo fechado onde se acumulam tantas impressões e lembranças, o Espiritismo cria uma Psicologia nova, muito maior e variada do que a Psicologia clássica.

Até aqui, nós somente conhecemos a parte mais grosseira, a mais superficial de nosso ser. O Espiritismo no-lo mostra como um reservatório de forças escondidas, de faculdades em estado germinativo, que cada um de nós é chamado a valorizar, a desenvolver através dos tempos. Pelos métodos hipnóticos ou magnéticos tornar-se-á possível chegar até às origens do ser, reconstituindo o encadeamento das existências e das lembranças, a série de causas e efeitos que são como a trama de nossa própria história. Aprenderemos que o próprio ser cria sua personalidade e sua consciência no decorrer de uma evolução que o conduz, vida após vida, em direção de planos melhores. E assim se afirma nossa liberdade que se engrandece com nossa elevação e fixa as causas determinantes de nosso destino, feliz ou infeliz, conforme nossos merecimentos. Desde então, não mais esses debates estéreis que assistimos há longo tempo e que provêm da insuficiência de pontos de vista e do campo muito limitado de nossas observações, nesta vida passageira e sobre este mundo mísero, parcela ínfima do Todo-poderoso.

Em outras palavras, o ser nos aparece sob aspectos mais nobres e mais belos, levando consigo todo o segredo de sua grandeza futura e de sua potência radiante. Com a cultura dessa ciência, um dia virá em que todo homem poderá ler claramente, em si mesmo, a regra soberana de sua vida e de seu futuro. E daí decorrerão as grandes consequências sociais. A noção dos deveres e das responsabilidades se tornará mais precisa. No lugar de dúvidas, de incertezas e do pessimismo atuais, a esperança se originará do conhecimento de nossa natureza imperecível e de nossos destinos infinitos.

Pode-se, então, dizer que a obra do Espiritismo é dupla: no plano terrestre ela tende a reunir e a fundir em um sistema grandioso todas as formas, até o momento discordantes e frequentemente contraditórias, do pensamento e da ciência. Num plano mais amplo, ele une o visível ao invisível, essas duas formas de vida que, na realidade, se penetram e se completam desde o princípio das coisas. Com esse objetivo ele demonstra que o nosso mundo e o Além não são separados, mas estão um no outro, constituindo assim um todo harmônico.

CAPÍTULO IX

Religião dos celtas, o culto,

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