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Critérios e procedimentos de avaliação

Do documento formal do PPC

3. Dimensão 1 – Organização Didático-Pedagógica

3.16 Critérios e procedimentos de avaliação

Neste item, o PPC deve apresentar a concepção, os critérios e mecanismos de avaliação, considerando as dimensões: avaliação da aprendizagem, inclusive no Ambiente Virtual de Aprendizagem, quando se tratar de curso na modali- dade de Educação a Distância, a avaliação do curso e avaliação institucional. Na avaliação da aprendizagem, é importante que o PPC indique a concep- ção de avaliação adotada, guardando a necessária coerência com os princí- pios epistemológicos que subsidiam sua concepção de aprendizagem e de educação, e que dão sustentação ao projeto de formação.

Com base nessa concepção, deve detalhar os critérios utilizados para ava- liar o processo de construção dos saberes e competências necessários ao exercício profissional, indicando, também, os processos e instrumentos de avaliação das atividades curriculares vivenciadas, inclusive as formas de registro e critérios de aprovação. Além disso, é preciso considerar que a avaliação da aprendizagem na perspectiva processual, diagnóstica, inclu- siva e formativa deve fornecer informações que possibilitem a confirma- ção dos saberes construídos e a identificação de eventuais dificuldades de aprendizagem dos estudantes, o que pressupõe a existência de mecanis- mos que visem à superação das dificuldades detectadas durante o processo de formação. Pode contemplar, inclusive, processos de autoavaliação. É fundamental, no processo ensino-aprendizagem a distância, o Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem (AVEA), é também importante para a apli- cação de avaliações. Desta forma, apesar da legislação priorizar a realiza- ção de avaliações presenciais, inclusive aulas práticas, com o objetivo de legitimar seus resultados, a realização de avaliações complementares de forma virtual é também recomendável, apontando envolvidos (tutor e pro- fessor), a forma (AVEA, chat, fóruns videoconferência, entre outros) e crité- rios, aspectos que devem ser previstos no PPC.

É importante também a avaliação do curso por parte dos estudantes, sem- pre visando seu aperfeiçoamento. Desta forma, devem ser descritas nos PPC as formas como a Instituição procederá à avaliação da infraestrutura disponível, bem como do trabalho dos docentes e tutores e do material didático utilizado, quando houver, com o objetivo de promover a capacita- ção dos mesmos, tendo em vista a constante melhoria do curso.

Cabe aqui destacar que, do ponto de vista da obrigatoriedade, a legislação só prevê a abordagem, no PPC, de item referente à dimensão da avaliação da aprendizagem. Todavia, requerimentos atuais apontam para a neces- sidade de investigação das demais dimensões da avaliação. Isto porque a legislação já sinaliza para processos de avaliação de cursos no âmbito dos Sistemas de Ensino, tanto na Educação Básica, particularmente do Ensino Médio, como na Educação Profissional Técnica de Nível Médio, como pre- vista desde a Resolução CNE/CEB nº 06/2012.

Nessa direção, é importante que as Instituições de Ensino busquem estabe- lecer formas de avaliação interna do curso, em articulação com processos de avaliação institucional, numa dimensão que compreenda não somente a avaliação dos cursos superiores, mas da instituição como um todo. Sendo assim, é vital que o projeto de formação previsto no PPC seja sistemática e periodicamente avaliado, fornecendo subsídios para sua atualização e eventuais correções de rumo, conforme está previsto no Art. 22, Inciso X da Resolução CNE/CEB nº 06/2012, segundo o qual o último passo a ser obser- vado no planejamento da organização curricular dos cursos técnicos é “ava- liação da execução do respectivo plano de curso”.

Muito embora não se tenha ainda uma ideia precisa dos caminhos que a avaliação dos Cursos Técnicos venha a percorrer, parece pertinente pen- sar uma avaliação institucional, mediante pesquisa qualitativa e quantita- tiva como forma de acompanhamento e avaliação do curso que assegure o monitoramento da qualidade de um curso, independentemente da moda-

lidade em que seja ofertado. Isso pode ser concebido no âmbito institucio- nal de forma similar aos processos desenvolvidos pela Comissão Própria de Avaliação (CPA) existente no âmbito do SINAES.

Uma avaliação nesses moldes pode respaldar e subsidiar os processos de reestruturação do Projeto, além de contribuir para a reflexão coletiva sobre o desenvolvimento da prática pedagógica, realizada ao término de cada com- ponente curricular, e uma avaliação periódica dos módulos/períodos ou séries, mediante aplicação de instrumentos que viabilizem uma análise do trabalho pedagógico dos docentes, dos tutores e do AVEA, quando se tratar de EaD, da infraestrutura e do processo de ensino-aprendizagem, entre outros, de modo a identificar, ainda no percurso, os problemas surgidos, tendo em vista resol- vê-los em tempo hábil. Pode, ainda, vincular a avaliação à política de forma- ção continuada de docentes, tutores e equipe técnico-administrativa. Tendo em vista estas considerações, recomenda-se que o documento do PPC contemple os seguintes subitens.

3.16.1 Avaliação da aprendizagem

Trata-se da apresentação da concepção, processos e instrumentos, consi- derando a avaliação processual diagnóstica, inclusiva, formativa, com recu- peração no próprio processo de formação; dos critérios de avaliação e de aprovação, considerando as normas internas da Instituição; da sistemática de avaliação que dará corpo ao processo avaliativo e as formas de registro final. Avaliação da aprendizagem no Ambiente Virtual de Ensino-Aprendi- zagem (quando os cursos presenciais tiverem previsão de 20% de ativida- des não presenciais ou em cursos a distância).

Sobre os cursos a distância, é preciso considerar o sistema de avaliação do estudante que deve prever avaliações presenciais e avaliações a distância nos termos do disposto no Decreto 5.622, de 19 de dezembro de 2005, que regulamenta o Art. 80 da LDB:

Art. 4º A avaliação do desempenho do estudante para fins de promoção, con- clusão de estudos e obtenção de diplomas ou certificados dar-se-á no pro- cesso, mediante:

I - cumprimento das atividades programadas; e II - realização de exames presenciais.

§ 1º Os exames citados no inciso II serão elaborados pela própria instituição de ensino credenciada, segundo procedimentos e critérios definidos no projeto pedagógico do curso ou programa.

§ 2º Os resultados dos exames citados no inciso II deverão prevalecer sobre os demais resultados obtidos em quaisquer outras formas de avaliação a distância. (BRASIL, 2013)

Os Referenciais de Qualidade para a Educação Superior a Distância pro- põem a consideração de dois tipos de avaliação: a avaliação de apren- dizagem e a Avaliação Institucional. A avaliação da aprendizagem é o mecanismo em que se avalia o desenvolvimento das competências e das habilidades dos estudantes. Deve ser contínua, e realizada através de mecanismos à distância e presenciais. Ainda segundo os referenciais, o Decreto nº 5.622/2005 estabelece a obrigatoriedade da prevalência de avaliações presenciais, como forma de garantir a credibilidade dos resul- tados. Já a Avaliação Institucional deve ser feita visando um contínuo aper- feiçoamento do processo e melhoria da qualidade do curso. Os Referen- ciais determinam a avaliação da organização didático-pedagógica, da equipe envolvida, e da infraestrutura existente. Neste Item, os parâmetros sugeridos para a aplicação nos cursos superiores podem ser aplicados sem alterações significativas na organização dos Cursos Técnicos a Distância.

3.16.2 Avaliação do PPC

O Art. 22 da Resolução CNE/CEB nº 06/2012, Inciso X, estabelece, no âmbito dos Cursos Técnicos de Nível Médio, a avaliação da execução do plano de curso. Não se trata aqui, obviamente, apenas da avaliação do documento do PPC, mas da qualidade da formação proposta, tendo como parâmetro o confronto entre objetivos e formação proposta e sua operacionalização na prática. Nessa perspectiva, o próprio PPC deve sinalizar para uma avaliação sistemá- tica e periódica do curso que privilegie as dimensões basilares na estrutura- ção do PPC: organização didático-pedagógica, corpo docente e técnico-ad- ministrativo e infraestrutura, considerando, em cada dimensão, os aspectos mais relevantes. Pode também incluir a análise de indicadores educacionais de desempenho dos estudantes do curso, em termo de aprovação, reprova- ção, retenção, desistência, evasão, transferência, entre outros, que se julgar necessário dentre as práticas avaliativas já existentes na Instituição de Ensino. Para tanto, é importante que sejam previstos processos e instrumentos ade- quados, bem como formas de documentação e de registro pertinentes. É imprescindível que, sobretudo, o PPC aponte para a utilização dos resulta- dos da avaliação do curso para a melhoria de sua qualidade, mediante a defi- nição de ações e encaminhamentos pedagógicos, administrativos e geren- ciais que solucionem ou minimizem os problemas identificados nos processos avaliativos. Perspectiva igualmente válida para todo e qualquer processo de avaliação do curso, inclusive a avaliação externa, quando houver.

3.16.2.1 Avaliação externa do curso

Este subitem pode descrever processos de avaliação externa, quando for o caso, mediante apresentação e análise dos resultados, propondo ações acadêmico-administrativas e prevendo estratégias de utilização dos resul- tados de avaliação, tendo em vista a melhoria da qualidade do curso.

3.16.3 Avaliação do corpo docente e tutorial

3.16.3.1 Avaliação dos docentes

Este subitem apresentará mecanismos e procedimentos de avaliação dos docentes, bem como ações decorrentes dos resultados obtidos, prevendo instrumentos e formas de registro.

3.16.3.2 Avaliação do sistema de tutoria

Nos casos de cursos a distância, é importante que o Projeto apresente meca- nismos e procedimentos de avaliação dos tutores, considerando as especi- ficidades da atuação desse profissional, prevendo, também, instrumentos e formas de documentação e de registro. O mesmo também é recomendável nos cursos presenciais, quando previstos 20% de atividades não presenciais. Em ambos os casos, é importante que, com base nos resultados, sejam pla- nejadas ações que visem o aperfeiçoamento do processo tutoria.

3.16.4 Acompanhamento de egressos

Sempre que possível e dentro das possibilidades da Instituição e do curso, recomenda-se que o PPC contemple formas de realização do acompanha- mento de egressos, apresentando ações possíveis decorrentes do processo de acompanhamento dos egressos.

3.17 Certificados e diplomas

Este item do PPC registra aspectos referentes aos documentos a serem emitidos pelas Instituições de Ensino que atestam a Conclusão do Curso.

Deverá também identificar o diploma de técnico a que o estudante terá direito quando da conclusão do curso, explicitando a habilitação da titula- ção concedida.

No caso do Projeto Pedagógico de Curso prevê, no seu itinerário Fforma- tivo, saídas intermediárias, também devem ser relacionados os certificados de conclusão da Qualificação Profissional, identificando o(s) título(s) ocu- pacional(is) obtido(s).

É vital que explicite também os critérios para concessão de certificados e diplomas a que o estudante faz jus ao concluir o curso ou alguma das etapas previstas no Itinerário Formativo.

4. Dimensão 2 – Corpo Docente,