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O objetivo desta seção é o de apresentar os índices de análise econômica e análise de sensibilidade dos modelos de SAF analisados através da análise financeira dos modelos.

O procedimento de análise da viabilidade econômica dos SAF presentes neste estudo iniciou-se pela confecção do orçamento das cultura e o respectivo fluxo de caixa atualizado a nível de produtor.

Em um primeiro momento, levantaram-se custos e receitas praticados no município de Tomé-Açú. Os custos de produção foram compostos pela coleta dos valores dos insumos junto às casas agropecuárias locias. Os custos com mão-de-obra para o trabalho nas propriedades com o plantio, colheita e manjo das culturas, foram obtidas junto a trabalhadores rurais e aos proprietários.

No passo seguinte, com relação à composição das receitas, procedeu-se ao levantamento, também a nível de produção familiar local, da produtividade das culturas e o valor que o produtor recebe pela comercialização da sua produção. Para composição das receitas brutas de cada produto, adotaram-se os valores de comercialização que apresentaram a melhor oportunidade local que foram os valores pagos pela CAMTA. A oportunidade neste estudo referiu-se à questão da segurança de absorção pela indústria e a proximidade entre produtor e fábrica, acarretando, com isso, uma diminuição no custo do transporte, o que onera o o excedente do produtor.

Com relação aos valores pagos pela CAMTA, na Tabela 1, pode-se observar uma diferença entre produtos adquiridos de cooperados e de terceiros (não cooperados). Para os produtores cooperados, é pago um valor levemente superior ao que é repassado aos não cooperados. Há, também, a questão em particular da amêndoa seca de cacau onde a cooperativa absorve somente o cacau proveniente dos cooparados.

Devido a isso, procedeu-se a análise do fluxo de caixa do SAF cupuaçú com preços pagos aos cooperados e com valores pagos aos não cooperados, com o intuito de comparar a sensibilidade do SAF a variação nos preços de comercialização.

Primeiro, será exposto o conceito dos indíces econômicos, as variações dos preços praticados no municipio de Tomé-Açú aos cooperados e aos não cooperados e, consequentemente, a classificação dos SAF em sensível ou insensivel às variações de preço e custos de produção pela Análise de Sensibilidade.

11.1 Índices econômicos de avaliação de projetos 11.1.1 Valor Presente Líquido (VPL)

O valor presente líquido é a diferença entre as receitas e os custos atualizados, em um fluxo de caixa, no tempo zero, para uma determinada taxa de desconto (MAY, 2003; BENTES-GAMA, 2005; NISHI et al., 2005; RODRIGUES et al., 2007).

Segundo Santana (2005), o Valor Presente Líquido possibilita uma comparação entre receitas e custos atualizados dos projetos com base nos custos de oportunidade num horizonte de longo prazo, ou seja, servirá como instrumento que auxiliará nas tomada de decisão a respeito da viabilidade ou retorno de um investimento em um dado empreendimento.

VPL = -j - –j

Onde:

Cj = custo no final do ano ou do período de tempo considerado;

Rj = receita no final do ano ou do período de tempo considerado;

i = taxa de desconto;

j = período de ocorrência de análise dos custos e recitas; e n = duração do projeto, em anos.

O período de duração do projeto (n) será de acordo com as simulações para cada sistema proposto para a recomposição florestal nas comunidades.

11.1.2 Taxa Interna de Retorno (TIR)

É a taxa de juros que iguala os custos e receita do orçamento unitário de um projeto (BUARQUE, 1984). A taxa interna de retorno (TIR) é a taxa de desconto que atualiza os fluxo de fundos capaz de igualar o valor total dos custos do projeto com todas as receitas do mesmo (BUARQUE, 1984).

A taxa interna de retorno atualiza, ou traz para hoje, o total dos custos e receitas projetados para o ciclo de produção do projeto (variável tempo). A TIR é a taxa que

permite comparar os retornos intrínsecos do projeto com o melhor custo de oportunidade oferecida pelo mercado.

A TIR atualiza os custo e receitas, e, consequentemente, o fluxo de caixa do projeto (BUARQUE, 1984). A TIR dos custos são atualizados para que seja obtido o fluxo de caixa futuro, trata-se de uma taxa que financiará os resultados do VPL. Ou, ainda, é a taxa de desconto onde os custos e as receitas se igualam, ou seja, é a taxa a partir da qual o custo de oportunidade do capital é maior que a taxa mínima de juros i comparado, para o período do projeto (MAY, 2003; SANTANA, 2005; SANGUINO, 2007).

Metodologia de análise utilizada por Nishi et al. (2005), em Viçosa, onde avaliou a viabilidade de projetos florestais pela influência dos créditos de carbono. Neste tipo de análise, a Taxa Interna de Retorno, uma taxa na qual os valores atuais dos empreendimentos, custos e receita, são atualizados para que sejam obtido fluxo de caixa futuro, é uma taxa que financiaré os resultados do valor presente líquido.

TIR = -j = –j

Onde:

Cj = custo no final do ano ou do período de tempo considerado;

Rj = receita no final do ano ou do período de tempo considerado;

TIR = taxa interna de desconto;

j = período de ocorrência de análise dos custos e recitas; e n = duração do projeto, em anos.

11.1.3 Relação Benefício/Custo (Rb/c)

Finalizando a análise econômica, a Relação Beneficio-Custo é o índice obtido por esta relação e corresponderá com o número de vezes que o seu investimento terá de retorno no horizonte estimado para análise do empreendimento (SANTANA, 2005).

É um método de comparação que relaciona os benefícios presentes aos custos presentes a uma dada taxa de juros, ou seja, trata-se de um índice que indica qual o retorno monetário bruto para cada unidade de investimento na atividade produtiva (CREPALDI, 2012; FERREIRA, 2011; RODRIGUES et al., 2007; ALVARADO, VEIGA E SANTANA, 2008).

Rb/c = -j ÷ –j

Onde:

Rj = receita total ao final do ano ou período de tempo t; Cj = custo total ao final do ano ou período de tempo t; i = taxa de desconto;

t = duração do projeto, em anos ou período de tempo.

O índice benefício-custo determinará a viabilidade da recuperação das áreas. A relação B/C > 1 significa que há viabilidade no empreendimento (MAY, 2003; BENTES- GAMA, 2005; SANGUINO, 2007; ALVARADO, VEIGA E SANTANA, 2008).