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organização produtiva regional

Os sistemas agroflorestais (SAF’s) analisados foram selecionados segundo três fatores principais:

1. a utilização dos sistemas agroflorestais como recuperação de áreas degradadas,

segundo as diretrizes do CF/2012 e as IN nº4 de 2006 e nº5 de 2006 do CONAMA;

2. o enquadramento do SAF na recuperação das Áreas de Reserva Legal e Áreas de

Preservação Permanente, segundo as diretrizes do CF/2012 e as IN nº4 de 2006 e nº5 de 2006 do CONAMA, e;

3. as culturas que iriam compor os SAF’s foram selecionadas segundo os Arranjos

Produtivos Locais (APL) praticados ou demandados pela microrregião do nordeste do estado do Pará, no caso deste estudo o município de Tomé-Açú, que pudesse

enquadrar esse SAF no Pronaf floresta.

Segundo Santana et al., 2010, os arranjos produtivos locais são cadeias produtivas sistêmicas de insumo-produto, consolidadas, pertencentes a um determinado espaço geográfico onde influencia e são influenciadas pelo mercado, onde a especificidade e a especialização destas atividades caracterizam o espaço e o mercado, onde as empresas, a jusante e a montante estão interligadas no processo de verticalização da produção, combinando para que a presença destes arranjos em uma determinada região, além de

especializada, garanta competitividade em outros mercado através da economia da aglomeração. O mesmo autor cita como a aglomeração de empresas em um mesmo local, desempenhando atividades similares, refletindo na diminuição dos custos de produção e impactando o processo produtivo como um todo.

Ainda, segundo Santana et al. (2010) e Santana e Amin (2002), o Estado do Pará não apresenta APL’s consolidados na sua plenitude teórica, nem na fase de desenvolvimento das atividades, porém ressalta que algumas atividades como APL de olerícolas ou APL de produtos madeireiros, ainda que insipientes, começam a se desenhar no Pará.

A importância deste tipo de caracterização do espaço pode ser observada através de políticas públicas na esfera estadual e federal de incentivo à produção, organização, operacionalização das atividades pertencentes nestes com base em potencialidades locais.

Na esfera federal, observam-se através do Plano de Agricultura e Pecuária (PAP), lançado a cada biênio, frentes de ação propostas com intuito de fomentar o desenvolvimento rural e a consolidação de APL’s.

Na esfera estadual, têm-se, através do Plano Safra e o Projeto Campo Cidadão, desenvolvidos pela SAGRI, instrumentos institucionais de incentivo à produção e fortalecimento da cadeia produtiva, ou seja, a execução a nível estadual das políticas desenvolvidas no PAP.

O desenvolvimento rural baseado nos APL’s, segue a lógica do Ótimo de Paretto, onde a alocação eficiente e racional de recursos escassos visa a otimização do eficiente produtivo, e, tem no Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) a principal fonte de recursos estáveis de crédito para o fomento de atividades de baixo impacto ambiental, cujo o princípio básico é o desenvolvimento sustentável da Região Norte.

O FNO foi criado pela Lei nº 7.827, de 27.09.89, alterada pela Lei nº 9.126, de 10.11.95, e traz entre as suas diretrizes básicas as seguintes afirmações:

- apoio à criação de novos centros, atividades e polos dinâmicos, notadamente em áreas interioranas, que estimulem a redução das disparidades intra-regionais de renda;

- tratamento preferencial às atividades produtivas de mini/pequenos produtores rurais e micro/pequenas empresas;

- prioridade para produção de alimentos básicos destinados ao consumo da população, bem como aos projetos de irrigação, quando pertencentes a produtores rurais, suas associações e cooperativas;

- uso intensivo de matérias-primas e mão-de-obra locais;

- uso de tecnologia compatível com a preservação do meio ambiente;

- uso criterioso dos recursos e adequada política de garantias, com limitação das responsabilidades de crédito por cliente e grupo econômico, de forma a atender a um universo maior de beneficiários e assegurar racionalidade, eficiência, eficácia e retorno às aplicações;

- adoção de prazos e carências, limites de financiamento, juros e outros encargos diferenciados ou favorecidos, em função dos aspectos sociais, econômicos, tecnológicos e espaciais dos empreendimentos. (BRASIL, 1989).

Várias são as modalidades e finalidades de crédito rural, há créditos voltados para a produção de alimentos, para a área de agroenergia, interação lavoura-pecuária-floresta, dentre outras linhas de atuação na agropecuária. No referido trabalho, abordaremos o crédito ou programa rural de fomento voltado à agricultura familiar, Pronaf.

O Pronaf, Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, destina-se ao apoio financeiro das atividades agropecuárias e não agropecuárias exploradas mediante emprego direto da força de trabalho do produtor rural e de sua família.

O Decreto 1.946 de 1996 criou o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com a seguinte finalidade e objetivos, respectivamente;

promover o desenvolvimento sustentável do segmento rural constituído pelos agricultores familiares, de modo a propiciar-lhes o aumento da capacidade produtiva, a geração de empregos e a melhoria de renda, e - atender de forma diferenciada os mini e pequenos produtores rurais; - possibilitar a elevação de sua capacidade produtiva;

- gerar emprego e renda;

- contribuir para a redução das desigualdades sociais. (BRASIL, 1996).

O programa objetiva beneficiar os produtores que explorem parcela de terra na condição de proprietário, posseiro, arrendatário, comodatário, parceiro, concessionário do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA), ou permissionário de áreas públicas; (Res 4.228 art. 2º).

A normatização de acesso as linhas de credito rural foi regulamentado pela Portaria nº 75 de 08 Setembro de 2008, No seu Art. 1º, que comenta as formas de exploração

de vegetação, o qual estabelece o regulamento e as condições para as operações de crédito de custeio e de investimento no âmbito do Pronaf, em especial sobre a linha de crédito de investimento para sistemas agroflorestais.

Os beneficiários de acesso ao crédito rural, em especial o Pronaf floresta constam no Art. 1º e 2º, do Manual de Crédito Rural (MCR) 10-2, sobre o crédito rural, no capitulo 10, seção 2, referente aos produtores que podem acessar a linha de credito do Pronaf. Em consonância com o capitulo 10-2 do MCR, está o capitulo 10. Seção 7 (MCR 10-7), que discute os créditos de investimento para Sistemas Agroflorestais.

O capítulo 10, em sua seção 7, determina dentre os beneficiários que podem ter acesso ao Pronaf floresta, segundo MRC 10-2, as categorias de uso e exploração dos SAF, os limites de crédito por beneficiário, a taxa efetiva de juros aplicas a este tipo de linha de crédito, bem como o prazo de reembolso, o prazo de carência dos SAF, segundo as condições de maturação da vegetação e a obtenção da renda da atividade.

Com base nisso, o referido estudo utilizou as normatizações, taxas de juros, prazo de carência e horizonte de planejamento especificado pela Portaria nº 75/2008, MCR 10-7 e MCR 10-2, em consonância com o CFB/2012 e IN nº 4 e IN nº 5, que regulamenta, classifica e explicita as forma de uso, exploração e manejo dos SAF como instrumento de uso e recuperação de áreas de Reservas Legais (RL) e Áreas de Preservação Permanente (APP).