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(janeiro de 2006).

As pêras e os caquis são comercializados no CEASA e nos supermercados de Presidente Prudente. As duas unidades que produzem frutas (foto 20) são de descendentes de japoneses.

No que se refere às lavouras temporárias, a batata-doce, a mandioca e a cana-de-açúcar são as culturas mais expressivas nos bairros pesquisados.

No Bairro Cedro, destacam-se as produções de mandioca, milho e cana-de- açúcar, as quais são destinadas ao autoconsumo, à venda esporádica e à alimentação do gado. Essas lavouras ocupam menos de 01 hectare (10.000 m2), sendo que a renda auferida com a venda chega a aproximadamente R$ 50,00 / mês.

Em 61,5% das propriedades pesquisadas no Bairro Aeroporto têm-se o cultivo de alguma cultura temporária, estando a mandioca presente em 12 propriedades, a cana-de-açúcar em 07 e o milho cultivado em 06 propriedades. Em 62,5% a área cultivada é inferior a 1 hectare e 37,5% abarca entre 1,1 e 5 hectares. No caso da mandioca, apenas 11,5% das propriedades visitadas no Bairro Aeroporto comercializam o produto, sendo destinado, em sua maioria, a terceiros (intermediários), mercados de pequeno porte e feirantes. Os 11,5 % que comercializam a mandioca, conseguem entre R$100,00 e R$ 200,00 com a venda, não sendo possível fazer um balanço mensal, porque a produção agrícola não gera uma renda permanente e estável, mas somente no período de colheita.

A cana-de-açúcar é destinada ao autoconsumo e à alimentação do gado; o mesmo ocorre com o milho, pois uma parcela é consumida pela família e a outra é utilizada para alimentar os animais. Apenas 7,7 % comercializam o milho entre conhecidos, vizinhos, feiras e pequenos mercados. A renda obtida com a venda do milho é tão baixa que se torna difícil contabilizar o valor.

É importante esclarecer que a cultura da batata-doce, até 2002, era expressiva no Bairro Aeroporto, como pôde ser constatado na pesquisa de IC80. A produção era comercializada no CEASA (Centrais de Abastecimentos S/A), nas feiras livres e em mercados da cidade, sendo que uma parcela considerável era levada para São Paulo e para as cidades da região.

O cultivo da batata-doce no Bairro Aeroporto e em Presidente Prudente se expandiu devido aos poucos gastos com produtos químicos, adubos e defensivos, já que o produto não necessita de irrigação, utiliza pouca mão-de-obra para a sua manutenção, requerendo maior volume de trabalhadores apenas na fase da colheita e da lavagem. Além dessas vantagens do ponto de vista produtivo, a comercialização realizada por meio de atravessadores se apresentava de forma assegurada, sendo que estes eram responsáveis pelo transporte do produto até o comprador.

A batata-doce se tornou uma alternativa sem muitos custos econômicos para o produtor, tendo ampliado tanto em quantidade produzida como de área ocupada desde o final da década de 1990 até 2002. Esse aumento levou a uma queda no valor pago, pois uma grande oferta do produto no mercado ocasionou a redução do preço pago ao produtor. A caixa de 20 quilos de batata-doce, que nos anos de 1998 a 2001 chegava a R$ 6,00, atualmente é vendida por apenas R$ 1,50. Além do preço muito baixo, é difícil encontrar compradores, o que acaba gerando prejuízos ao produtor rural e o conseqüente abandono da produção. A renda total obtida com a venda da batata-doce na safra 2005/2006 ficou entre R$ 1.000,00 e R$ 1.800,00, em média. Contudo, essa renda deve ser dividida em 6 (seis) meses, pois é o tempo que normalmente se estabelece entre uma colheita e outra. Então, a renda líquida mensal fica entre R$ 170,00 e R$ 300,00.

Um produtor de batata-doce no Aeroporto sofreu um enorme prejuízo no início de 2005, porque com o valor obtido com a venda do produto não conseguiu nem quitar o financiamento contraído no Banco do Brasil para o custeio do produto e, atualmente, trabalha como empregado temporário em outra propriedade rural.

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A partir da pesquisa de Iniciação Científica realizada entre 2002 e 2003, com apoio financeiro da FAPESP, constatou-se que a cultura temporária mais expressiva no Bairro Aeroporto em 2002 era a batata-doce.

As lavouras temporárias estão presentes em todas as propriedades visitadas no Córrego da Onça (100,0%) e Ponte Alta (90,0%), como revelam os dados da tabela 15. Nas propriedades visitadas no Córrego da Onça, 72,7% delas ocupam até 1 hectare (10.000m2) com as lavouras temporárias, enquanto que no Ponte Alta, 50,0% das propriedades pesquisadas abarcam entre 1 e 5 hectares com as lavouras temporárias.

O cultivo de mandioca está presente em todas as propriedades pesquisadas nos dois bairros, sendo comercializada com maior relevância no Córrego da Onça, em que 18,2% das propriedades pesquisadas destinam a produção às feiras livres e mercados de Presidente Prudente e do Distrito de Floresta do Sul, além do autoconsumo. O valor obtido com a venda da mandioca chega a aproximadamente R$ 150,00 / mês.

O milho também foi citado como uma das principais lavouras temporárias, sendo que uma parte é destinada ao autoconsumo da família e para a alimentação das criações, e a outra é vendida de maneira esporádica, a granel. A comercialização do milho é tão baixa que não foi possível obter um valor exato.

O cultivo do feijão de inverno é expressivo no Ponte Alta, estando presente em 50,0% das propriedades pesquisadas, sendo que em 20,0% destas é destinado ao autoconsumo e em 30,0% é direcionado para a comercialização na feira livre e nas cerealistas situadas nos Distritos de Montalvão, Floresta do Sul e de Presidente Prudente. A renda obtida com a venda do feijão é favorável ao produtor, chegando a aproximadamente R$ 3.000,00 por safra.

O cultivo da batata-doce é expressivo nos bairros da porção norte, sendo que a maior parte é destinada à comercialização no Distrito de Floresta do Sul e em feiras livres de Presidente Prudente-SP, Piedade-SP e São Paulo-SP. A batata-doce ocasionou grande descontentamento e prejuízo aos produtores na safra 2005/2006 por causa do preço muito baixo na venda, além da falta de compradores. Segundo um produtor do Bairro Córrego da Onça, foram gastos R$ 3.600,00 para o cultivo de 1 hectare de batata-doce, mas com a venda do produto ele conseguiu em torno de R$ 2.880,00, ou seja, o produtor teve um prejuízo de R$ 720, isso sem contabilizar o tempo gasto para o plantio e a colheita. O que ameniza um pouco é que a batata-doce não necessita da utilização de produtos químicos, sistema de irrigação e maquinários.

Em 02 propriedades pesquisadas no Ponte Alta, a batata-doce não foi nem colhida, sendo que em uma serviu para a alimentação do gado e, em outra, foi substituída pelo feijão.

Foto 21 – Cultivo de Feijão no Bairro Ponte Alta. Autor: Erika Moreira