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II – Diagnóstico de necessidades de formação

2. Apresentação do diagnóstico de necessidades de formação.

2.2. Caraterização do processo de integração de enfermeiros no Bloco Operatório Central

2.2.2. O cumprimento dos planos de integração

O Bloco Operatório Central do Hospital de Egas Moniz tem sete planos de integração (um para  cada valência cirúrgica, um para o recobro e outro para a equipa de roulement). Todos eles foram  realizados  por  enfermeiros  do  serviço,  a  grande  maioria  pelos  responsáveis  de  cada  valência  no  âmbito do curso de complemento de formação em Enfermagem (4º ano que confere equivalência a  Licenciatura).  

Ao questionar os elementos da equipa de coordenação sobre a avaliação que se faz dos atuais  planos  de  integração,  conclui‐se  que  atualmente  já  não  há  tanta  falta  de  elementos  no  BOC,  no  entanto, nem todos se encontram integrados e capazes de dar resposta positiva às necessidades do  serviço e que os planos de integração existentes não têm sido seguidos  

“nomeadamente  um  guia  de  integração.  Está  feito  mas  não  é  seguido,  e  se  calhar  precisa  de  ser  revisto, de ter ali outras melhorias. (…) Estamos a piorar essencialmente pela falta de tempo. Pela falta  de  gente  que  temos.  Neste  momento  temos  números  mas  as  pessoas  não  estão  integradas.  Temos  pessoas  que  estão  qui  há  dois,  três  anos,  e  que  têm  o  recobro  e  uma  valência  cirúrgica,  no  máximo  duas  o  que  se  torna  insuficiente  mesmo  depois  para  dar  resposta  às  necessidades  do  serviço,  nos  prolongamentos, nas urgências.” (E14),  

“Relativamente  aos  integradores,  também  é  assim,  é  verdade  que  não  estão  a  ser  entregues  os  planos de integração (…) temos que tentar melhorar essa situação” (E13). 

  Ao colocar a mesma questão aos elementos do grupo de integradores verifica‐se que os planos  existentes não se conseguem cumprir mas que têm que existir, pois servem de guias de orientação,  mas não estão a ser usados nas integrações na atualidade  

“nós  sabemos  perfeitamente  que  não  conseguimos  cumpri‐los,  porque  o  serviço  não  permite  que  as  coisas sejam assim, quase que se espera que as pessoas sejam integradas o mais rápido possível. (…)  funcionam como guias de orientação (…) e se calhar também não lho damos a conhecer para a pessoa  também não ficar presa (…) têm que existir” (E1) 

Relativamente aos planos de integração nem todos os enfermeiros do serviço conhecem a sua  existência  e  na  sua  grande  maioria  os  que  conhecem  não  lhes  foi  apresentado  o  plano  das  várias  valências  cirúrgicas.  Os  enfermeiros  entrevistados  que  fazem  parte  do  grupo  de  elementos  em  integração referem “nem sabia que havia (…) nem nunca mos mostraram” (E9), “Não, de integração  não” (E11)  “Na valência X e no recobro deram‐me a conhecer o dossier. (…) Na outra valência não houve plano,  não houve papel, não houve discussão de plano de integração nenhuma não houve nada (…) acho que  está muito errado, (…) não houve um plano do que é que vamos fazer (…) isso tem a ver com o facto de  não haver uma pessoa que ficasse comigo.” (E7),  “Deram‐me no recobro (…) eu acho que na valência Y, passado bastante tempo de lá estar, mandou‐ me  qualquer  coisa  para  o  email,  que  nunca  fizemos”  (E8),  “Das  várias  valências  confesso  que  não.  Conheço o do recobro” (E10) e “Muito especificamente não. (…) Vi o do recobro” (E12). 

No  entanto,  no  grupo  dos  enfermeiros  integradores,  quando  questionados  se  dão  a  conhecer  aos  novos  elementos  o  programa  de  integração,  as  respostas  dividem‐se  entre  a  positiva  “Sim,  normalmente sim” (E2), “Sim, sim” (E4) e “Sempre” (E6) e a negativa “Neste momento nem sempre.  Devia…!”  (E1),  “Tentei  fazê‐lo  mas  não  se  consegue  (…)  Ultimamente  não  o  tenho  feito,  porque  é  impossível, não se consegue (…) Já fiz isso, mas ultimamente não” (E3), e “Habitualmente não dou a  conhecer o plano de integração (…) não tenho controlo sobre o plano de integração. (…) Quem define  os timings não sou eu enquanto elemento (…) integrador” (E5). 

A  grande  maioria  dos  elementos  em  integração  não  foram  avaliados  de  acordo  com  a  grelha  existente  no  plano  de  integração  “inclusivamente  preenchi  um  plano  de  avaliação.  Nunca  ninguém  quis  saber  da  minha  avaliação,  as  cruzinhas,  o  que  eu  preenchi  lá  no  plano  (…)  ninguém  me  pediu  nada, ninguém me disse nada!” (E7). 

Quando  questionados  sobre  a  forma  como  os  planos  de  integração  podem  ajudar  os  novos  elementos nas suas integrações, os enfermeiros entrevistados pertencentes ao grupo dos elementos  em integração, a grande maioria referiu ser importante a sua existência 

“porque orienta um bocadinho o percurso e dá para perceber o que é que até hoje já devem ter feito e  daqui  a  um  mês  o  que  devem  ter  evoluído,  dá  para  ter  uma  noção  que  quem  não  sabe  nada  não  consegue ter (…) isso tem que ser na prática, porque dizer só para o papel e preencher um papel é a  mesma coisa que nada.” (E7), 

“Eu acho que sim. Que é muito importante (…) Até para tu veres o que é que ainda te pode faltar (…)  para teres uma noção dos conhecimentos que tens e que deves adquirir” (E8),  

“Eu  acho  que  vale  a  pena  existirem,  claro.  Mas  são  meramente  indicativos,  isso  depende  muito  das  circunstâncias,  da  pessoa  ou  do  tipo  de  cirurgias  que  surgem  (…)  a  pessoa  pode  ir  lendo  e  pode  perceber em que fase é que está e o que é que precisa ainda de desenvolver. No que é que precisa de  insistir” (E10),  

“Acho que é importante para se saber o que é que é esperado de nós (…) os objetivos” (E12). 

  Relativamente  ao  nível  de  cumprimento  do  plano  de  integração  os  elementos  da  equipa  de  integração referem de forma unânime que não conseguem cumprir “Não consigo cumprir” (E1), “A  gente nem sequer sabe quem é que está em integração… como é que eu vou seguir um plano? (…) eu  nem sequer sei que eles estão a meu cargo” (E4) e  

“Não  consigo  conciliar  isso,  (…)  o  tipo  de  doentes  que  aparecem,  trazem  novas  oportunidades,  portanto eu não consigo controlar a ordem dos passos. Por outro lado, não consigo cumprir os tempos  porque  tenho frequentemente  pessoas  que  estão  em  integração  que  se  faltar  um  elemento  às  vezes  vão para a sala para substituir um outro e, portanto, há pessoas que a integração delas foi feita em 15  dias ou 3 semanas, não sendo esses dias sequer seguidos” (E6). 

Uma  das  razões  para  o  incumprimento  dos  planos  de  integração  são  as  dinâmicas  do  serviço.  Motivada pela falta de elementos da equipa de enfermagem e com o elevado índice de absentismo,  por  vezes  há  necessidade  de  reorganizar  a  distribuição  dos  enfermeiros,  havendo  por  vezes  necessidade de alterar as posições dos elementos em integração  

“A pessoa quando vai para a sala pode estar dois dias de integração e depois é preciso ir para outro  lado…  vai,  depois  sai  (…)  não  é  só  uma  integração  que  dura  pouco  tempo,  como  também  é  uma  integração intercalada. (…) é interrompida várias vezes” (E1) 

A  opinião  geral  dos  entrevistados  sobre  os  timings  dos  planos  de  integração  é  que  não  são  exequíveis,  não  estando  adaptados  às  atuais  realidades  do  Bloco  Operatório  Central  e  às 

necessidades  dos  enfermeiros  em  período  de  integração,  face  ao  tipo  de  cirurgias  efetuados  diariamente  seja  em  período  de  urgência  ou  em  cirurgias  eletivas.  Como  se  pode  verificar  pelas  respostas dos enfermeiros integradores “mesmo que nós tentássemos seguir nós não conseguíamos  (…)  os  timings  lá  pedidos  não  são  exequíveis.  Nós  não  temos  os  programas  operatórios  de  acordo  com os timings da integração, não é?” (E1), “Não sigo (…) há passos e timings que a pessoa já passou  à frente e há outros que precisam de mais tempo (…) não tem que haver um plano rígido (…) cada  pessoa  é  uma  pessoa  que  tem  que  se  adequar”  (E2),  “têm  que  ser  planos  de  fácil  execução,  com  objetivos  que  sejam  atingíveis,  na  prática  isso  é  muito  complicado  (…)  esse  plano  de  integração  é  muito taxativo (…) fazer aqueles timings é extraordinariamente difícil” (E3),   “integração numa especialidade que só tem dois ou três dias por semana, querer fazer em três meses,  implica (…) 36 dias se formos para os três meses (…) noutra especialidade que tenha cirurgias todos os  dias e eventualmente até prolongamento, nos três meses vai ter muito mais oportunidades. Esta baliza  de um mês pode ser discutível” (E5)  Os enfermeiros em integração referem “Eu acho que esse timing não está bem” (E8) e “Compreendo  que se é preciso mais tempo também facilitam” (E12).  

  É  atribuída  especial  importância  aos  objetivos  em  detrimentos  dos  timings  nos  planos  de  integração, tal como referem os elementos em integração  

“Acho que em objetivos a atingir e não tanto focado no tempo” (E7) e  

“Deve ser por objetivos adquiridos até porque eu posso adquirir mais rápido ou mais devagar do que  um colega meu. (…) Cada um tem o seu timing. Eu acho que é errado e aconteceu isso comigo foi o  timing  proposto.  São  três  meses  e  eu  estive  três  meses  na  valência  nem  mais  um  bocadinho.  E  não  atingi os objetivos. Não tive acesso ao plano de integração, mas para mim, daquilo que eu sabia, os  objetivos  não  estavam  cumpridos.  Saí  com  a  sensação  de  faltar  ainda  muita  coisa  (…)  estava  tudo  muito vago” (E8)  Os elementos entrevistados referem sentir que existe uma grande pressão nas integrações no  sentido de ser tudo muito rápido. Os elementos integradores referem “É uma integração à pressão.  (…) Nós não conseguimos dar um ambiente tranquilo (…) a pressão em cima de nós também é muita”  (E1),   “Existe essa pressão para que as coisas sejam feitas mais rapidamente em termos de integração. E eu  não  considero  isso  só  por  si  negativo.  Aquilo  que  eu  acho  é  que  deviam  existir  esses  objetivos  a  cumprir, essas metas para atingir, para determinada pessoa ser considerada integrada fosse por mim,  pela pessoa B, ou pela pessoa C.” (E5).  

A  equipa  de  coordenação  refere  “queremos  sempre  que  andem  mais  depressa,  “despachem‐se  lá  com isso que estou a precisar de vocês já ali”, não é?” (E13) 

Ao  questionar  os  enfermeiros  sobre  a  existência  de  um  plano  de  integração  único,  se  seria  benéfico  ou  não,  as  respostas  foram  positivas,  referindo  que  “Sim,  com  uns  anexos  ou  algumas  especificidades” (E4), “Tem que haver uma que seja transversal (…) a pessoa quando muda não volta  à  estaca  zero”  (E6),  “começa  pelos  princípios  básicos  e  depois  se  está  naquela  especialidade  são  aqueles objetivos daquela especialidade” (E7), “Sim, faz‐me mais sentido (…) um mais geral com as  diversas especificidades de cada valência (…) para ser posto em prática ou depois ninguém o usa que  é o que acontece” (E8), “Como eu não conheço bem os planos (…) não consigo avaliar (…) se calhar  faz  sentido  existir  um  tronco  comum  e  depois  as  especificidades  para  cada  especialidade”  (E10)  e  “Penso que seria a melhor opção” (E13). 

Relativamente  às  reuniões  periódicas  entre  enfermeiro  Chefe,  integrador  e  elemento  em  integração,  todos  os  elementos  referiram  que  eram  reuniões  muito  importantes  mas  que  não  se  fazem, verbalizando os integradores que   “Eu acho que era fundamental ver como é que a pessoa se sente no fim de cada etapa. Não é: “tens  um mês para te integrares”. Pronto… estejas ou não estejas. Haver reunião periódica para as pessoas  dizerem as dificuldades que estão a ter, o que é que se deve insistir mais. (…) Esse diálogo não existe”  (E2),   “auscultar verdadeiramente as pessoas que estão no terreno, e ouvir o que as pessoas dizem que isso  é muito importante (…) se não levamos a sério o que as pessoas nos transmitem, acabam por desistir  de verbalizar” (E3). Os elementos em integração referem que “Comigo nunca (…) se houve alguma  entre a integradora e a chefe foi sempre sem mim.” (E7), “Nunca fiz nenhuma (…) mas fazia‐me muita  falta dizerem‐me (…) “se calhar aqui devias estar mais atenta”… porque tu não sabes” (E8), “Só no  recobro fiz uma avaliação com a enfermeira C (…) não tive uma reunião” (E9) e “nunca tive nenhuma  reunião dessas” (E11). Os elementos da equipa de coordenação são da opinião que as reuniões são  importantes, referindo ainda que  

“O  ser  com  o  chefe  é  mais  aquela  presença  da  responsabilização,  (…)  mas  o  importante  mesmo é com o integrador. O próprio fazer a sua auto‐avaliação  (…) há este ou aquele posto  que tem que ser melhorado, temos que investir mais aqui ou além. Relativamente ao chefe, é  importante o chefe saber (…) em que timings é que estamos, até porque há uma expectativa  em relação aos elementos e dada a grande necessidades que temos deles” (E13), 

“Nós  aqui  acabamos  por  ter  algum  feedback  das  pessoas  que  estão  a  acompanhar  as  integrações,  mas torna‐se insuficiente e mesmo para quem está a ser integrado acho que a pessoa se sente mais  acompanhada com estas reuniões por parte da chefia” (E14).    Relativamente à dúvida de quem decide se o elemento em integração está apto para avançar na  valência cirúrgica ou mudar de valência, os elementos integradores referem “Eu nem percebo quem é  que estabelece se eles estão integrados, se não estão… Não faço ideia (…) às vezes as pessoas dizem  “Ah, já acabei a integração! Ai já acabaste? Uhmm…! Está bem”” (E2),   “Nem nos foi perguntado se a pessoa (…) ela está integrada? Não. Há pessoas que passaram lá meia  dúzia de vezes e que não estão integradas. (…) E eu disse que essa pessoa não sabe fazer a cirurgia  mais básica que entra cá de urgência. E disseram‐me “Ah não, mas está integrada!”  (…) e nem sequer  voltaram a pôr lá” (E4)  “Se o serviço considerar que é tempo da pessoa saltar fora e ir para outra valência, o que se sobrepõe é  a decisão da chefia (…) alguém decidiu que ele está integrado, alguém que nunca viu o percurso nem  pediu  o  feedback  da  avaliação…  e  essa  pessoa  desaparece  dali  e  vai  ser  integrada  noutro  sítio  (…)  independentemente da pessoa cumprir ou não minimamente os objetivos” (E6)  Já os elementos da equipa de integração referiram que “Foi a enfermeira integradora (…) passaram  os três meses estipulados pela chefe” (E7),   “A mim não me perguntaram nada nunca (…) nem me informaram, vi que estava lá (…) vais ao plano e  vês amanhã afinal estou a circular. Já não estou de anestesia, mas ninguém te perguntou se te sentias  à vontade para. (…) Quando passas para a valência Z e vês que estás acompanhada percebes que se  calhar começaste a integração” (E8),   “Assumiram no gabinete que eu tinha integração na valência Z (…) o que vai acontecer? (…) ou tenho  a sorte da circulante saber o meu percurso (…) ou começa alguém a gritar a dizer que eu não quero  instrumentar. (…) Isso leva a mais baixas” (E9).   Por outro lado relativamente à dúvida se o integrador foi informado que o enfermeiro vai iniciar  a  integração  na  valência,  os  integradores  referem  que  “Nem  sequer  é  dito  nada.  Aparece  lá  o  elemento (…) vou integrando porque a pessoa está ali para ser integrada (…) não sei como é que a  chefe chega à conclusão que estão integrados” (E2), “Nem sequer é feito no início (…) “Este elemento  vai ficar agora na valência, vai ficar contigo”, nem isso é feito. (…) nem que vai ser integrado, nem  que vai ser retirado (…) é o próprio elemento que diz “Agora acho que venho fazer a integração aqui”  (E3),  

“Eu nem sequer sei que elas vão para integração (…) e nem sequer nos perguntam se já está integrado,  nunca nos perguntam nada, nas últimas pessoas que por lá passaram. (…) Eu pergunto à pessoa “Olá  vieste para aqui? Vais começar a integração?” Acho que sim, já ontem estive aqui… amanhã também  vou estar, portanto acho que estou a fazer integração”” (E4) 

“Não  há  essa  distinção,  ou  pelo  menos  eu  não  sinto  que  haja,  embora  depois  as  pessoas  se  identifiquem mais com uma pessoa ou com outra e satisfaçam dúvidas mais com essa, mas não existe  essa definição de que aquele é alguém que deves usar como referência para a integração” (E5) 

Um  dos  elementos  da  equipa  de  coordenação  refere  “se  calhar  não  se  está  a  dizer  concretamente  “Está aqui fulano para ser integrado” mas a verdade é que na distribuição estão sempre distribuídos“  (E13). 

Por  fim,  no  que  diz  respeito  às  sugestões  de  melhoramento  dos  planos  de  integração,  os  elementos da equipa de integradores sugerem: 

‐  apresentação  do  integrador  ao  elemento  em  integração  “sugerir  precisamente  que  nos  vão  entregar a pessoa e nos digam o que é que pretendem (…) que depois haja reunião para saber se a  pessoa (…) pode passar (…) diga as dificuldades que está a sentir, para o outro conseguir ajudar” (E2) 

‐  tempo  extra  para  as  integrações  “ou  é  dado  um  tempo  extra  de  meia  hora    ou  uma  hora  para  o  integrador  e  quem  está  em  integração  ficarem  juntos,  para  mostrar  o  plano  de  integração  e  para  falar ou então não se consegue” (E3) 

‐  execução  de  um  plano  único  baseado  em  objetivos  “um  plano  único  (…)  uma  pessoa  não  pode  avançar para outra especialidade sem ter cumprido os objetivos da anterior” (E4) 

‐  aumentar  o  número  de  enfermeiros  no  serviço  “Para  haver  um  plano  de  integração  e  ele  ser  exequível, tem que haver pessoas, para que as pessoas possam se integradas. (…) A nível do recobro  existe um plano (…) muito bem traçado e não há elementos para fazer cumprir esse plano” (E6). 

As sugestões de melhoria dos planos de integração dos elementos em integração passa por:  

‐  disponibilidade  para  integrar  “as  pessoas  estarem  mais  disponíveis  para  integrar  os  outros  (…)  sugiro que sejam escolhidas as pessoas com mais perfil para isso. E avaliar a pessoa” (E7) 

‐ existência de reuniões periódicas “avaliações entre o chefe, a pessoa que está responsável por essa  pessoa,  e  que  deve  estar  com  essa  pessoa  realmente  e  que  está  em  integração  (…)  antes  de  se  fazerem as distribuições tem que se olhar para os planos” (E9) 

‐  importância  do  horário  “As  cirurgias  eletivas  (…)  de  manhã  (…)  era  muito  importante  termos  um  colega mais velho, com mais experiência que estivesse mais afeto a nós” (E11) 

‐  equipa  de  enfermagem  com  mais  elementos  “Existir  o  número  de  elementos  necessário  para  permitir que as integrações sejam feitas de modo contínuo” (E12) 

Relativamente  aos  elementos  da  equipa  de  enfermagem  estarem  integrados  em  todas  as  valências cirúrgicas e recobro, dúvida que frequentemente se coloca no serviço, ou se pelo contrário  deviam  estar  mais  afetos  a  uma  ou  outra  valência,  sendo  peritos  nessas  áreas  onde  ficam  distribuídos mais vezes, a opinião dos elementos da equipa de coordenação é que os responsáveis de  valência  deverão  permanecer  afetos  à  valência  cirúrgica  que  coordenam,  mas  os  restantes  elementos  da  equipa  de  enfermagem  devem  ter  integração  em  todas  as  restantes  valências  cirúrgicas existentes no BOC  

“Nós temos pessoas específicas, nomeadamente as responsáveis e as corresponsáveis ou as segundas  responsáveis,  essas  sim  devem  ficar  mais  direcionadas,  as  restantes  pessoas  não  dá…  não  é  viável,  porque com as integrações que nós temos e com a necessidade que nós temos nos prolongamentos e  mesmo  nas  situações  de  urgência,  não  dá  para  tu  teres  uma  terceira  pessoa  ou  uma  quarta  pessoa  também  só  fechada,  afeta  aquela  sala,  não  é?  Porque  acaba  também  por  te  limitar  só  ali  àquela  especialidade  e  eu  acho  que  isso  deve  acontecer  só  com  os  responsáveis.  Os  outros  elementos  não.  Acho  que  devem  ter  uma  experiência  das  outras  valências  todas.  (…)  De  manhã  sim,  faz‐me  sentido  estar uma responsável mais afeta, uma ou duas responsáveis, mesmo para algumas dinâmicas que o  serviço exige em termos de material, agora o resto das pessoas, acho que elas têm que circular pelas  outras valências e pelo recobro” (E13)    2.2.3. A importância dos manuais na integração dos enfermeiros Relativamente à importância que os manuais representam na integração dos novos elementos  no bloco operatório central e ao questionar se conhecem o manual de procedimentos existente no  serviço  e  se  costumam  consultá‐lo,  a  opinião  geral  é  que  conhecem.  O  grupo  de  enfermeiros  integradores refere consultar esporadicamente “Eu acho que é essencial. Acho que se calhar eles até  utilizam  menos  do  que  aquilo  que  deviam  utilizar”  (E1),  “Conheço,  por  vezes  uso,  até  mesmo  para  colocar  material  nos  carros  de  circulante,  quando  tenho  alguma  dúvida  sobre  os  materiais”  (E5).  O  grupo  de  elementos  em  integração  é  da  mesma  opinião  “Já  consultei  algumas  vezes  (…)  e  muitas  vezes  ajuda,  tens  dúvidas,  não  sabes  como  é  que  é  que  se  faz,  não  sabes  o  material  todo,  vais  ao  procedimento  e  acho  que  ajuda  bastante  (…)  ajudou‐me  porque  o  consulto  algumas  vezes”  (E8).  A 

opinião da equipa de coordenação é que já foi mais utilizado, mas que é útil “Acho que se calhar já  foi mais consultado, apesar de haver pessoas ainda a consultarem o manual e eu própria também já  lá fui buscar procedimentos para ver determinada especialidade” (E14). 

As  circunstâncias  em  que  o  manual  de  procedimentos  é  consultado  são  essencialmente  na  véspera “No planeamento da cirurgia no dia anterior” (E10), quando surgem dúvidas na preparação  do material necessário para a cirurgia que se vai efetuar “Nas valências que estou menos. Cada vez  que  é necessário fazer uma cirurgia  menos usual… maioritariamente para ver o material que usam  mais, porque o material está sempre em evolução” (E2), quando há dúvidas na técnica cirúrgica “Sim,  mais  para  fazer  o  carro  e  para  a  técnica,  as  duas  coisas.”  (E8)  e  na  prestação  de  cuidados  pós  operatórios  no  recobro  “também  alguns  cuidados  quando  estava  no  recobro,  dos  cuidados  pós  operatórios” (E12).  No que diz respeito às principais dificuldades encontradas na sua consulta, o facto de levarem os  procedimentos após a sua consulta “já me aconteceu várias vezes, quando vou à procura dessa folha  (…) não está lá a folha (…) alguém foi consultar e ficou com isso” (E3), saber em qual dos dossiers se  encontra o procedimento pretendido “É saber em que dossier está… São três” (E4), “Às vezes quero  determinado procedimento cirúrgico, sei que ele foi feito e às vezes não o encontro” (E5), o facto de  não estarem feitos uniformemente, segundo determinada ordem   “Nem sempre os procedimentos estão uniformes, apesar de já haver uma base, os procedimentos não  são transversais (…) o que torna difícil às vezes a leitura e a interpretação dos mesmos (…) a leitura não  é fácil e quando a pessoa vai à procura, habitualmente em situações que precisa: para agora, dificulta  um bocadinho a consulta” (E6).    Outro dos pontos referidos é o facto de haver poucos procedimentos e por vezes não estarem  atualizados "Acho que não há muitos procedimentos (…) não está focado exatamente aquilo que eles  vão fazer na cirurgia (…) tem que ser o mais adequado com o que se faz aqui. (…) Ou desapareceram  ou então não estão impressos, não sei” (E7), “Alguns estão um bocado desatualizados, há cirurgias  que faltam” (E9). 

Quanto  aos  problemas  referidos  na  execução  dos  procedimentos,  a  equipa  de  enfermeiros  integradores refere essencialmente que os procedimentos são feitos pelo livro e não de acordo com  a realidade do bloco operatório “Os procedimentos são feitos pelo livro, não quer dizer que seja o que  se  passa  cá  no  Egas”  (E2),  por  vezes  são  feitos  por  pessoas  que  nunca  viram  a  cirurgia,  apenas  porque faz parte dos objetivos traçados pela equipa coordenadora  

“faz parte do objetivo da chefe do serviço e, portanto, a pessoa que está a fazer o procedimento nem  sequer  viu  aquela  cirurgia  à  frente,  mas  faz  o  procedimento.  Que  não  é  procedimento  daqui…  É  um