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CONT. CURRIC. ESTÁGIO PeCC ACC CH TOTAL

Licenciatura em Ciências Biológicas 2304 400 400 200 3304

Licenciatura em Computação 2268 400 400 200 3268

Licenciatura em Educação do Campo – Ciências da Natureza

2232 400 400 200 3232

Licenciatura em Educação do Campo – Ciências Agrárias

2232 400 400 200 3232

Licenciatura em Física 2304 400 400 200 3304

Licenciatura em Matemática 2376 400 400 200 3376

Licenciatura em Química 2304 400 400 200 3304

Fonte: Direção Geral de Graduação/IF Farroupilha

De acordo com a duração dos cursos, para atender um quinto dessa carga horária voltada às dimensões pedagógicas, conforme previsto na Resolução CNE/CP nº 02/2015, seria necessário destinar entre 646 (seiscentas e quarenta e seis) e 675 (seiscentas e setenta e cinco) horas a essas dimensões, de acordo com a menor e maior carga horária dos cursos, respectivamente. No entanto, no IF Farroupilha todos os Cursos de Licenciatura têm em seus currículos 684 (seiscentas e oitenta e quatro) horas destinadas às dimensões pedagógicas, uma vez que os cursos são organizados a partir de um currículo referência (DE CONTO, et. al. 2016), com disciplinas comuns a todos os núcleos e uma parte diversificada.

Uma das principais motivações para a criação do GT Licenciatura se deve ao fato de que o IF Farroupilha, até o ano de 2012, possuía apenas a Resolução CONSUP nº 004/2010 (IF FARROUPILHA, 2010) que aprovava 7 (sete) Regulamentos das Atividades Acadêmicas do Instituto Federal Farroupilha, dentre eles o Regulamento da Organização Didática dos Cursos Superiores. Outra motivação era a existência de um mesmo curso na instituição com componentes curriculares, conteúdos, carga horária e tempo de duração totalmente diferenciados, de acordo com o local da oferta. Ou seja, cada curso tinha um currículo próprio. Portanto, ainda não havia Diretrizes Curriculares Institucionais da Organização Didático-Pedagógica para os Cursos Superiores de Graduação e se tornava necessária, e urgente, a consolidação de uma identidade institucional dos cursos, sendo essa uma necessidade já apontada na Carta de Natal, em 2010.

Além disso, a oferta de cursos na Instituição estava se expandindo e, cada vez mais, sentia-se a necessidade da elaboração de um documento orientador que estabelecesse diretrizes institucionais para organização didático-pedagógica, com o objetivo de qualificar

esses cursos, a partir da construção coletiva. Essas motivações iniciais serviram de base para a criação de um Grupo de Trabalho que (re)pensasse e construísse coletivamente essas diretrizes, de forma democrática e participativa, de modo a não apenas realizar um mapeamento da realidade dos Cursos de Licenciaturas no IF Farroupilha, como também contribuir para o planejamento e avaliação da oferta para novos cursos, com perfil e “[...] identidade própria e com a integração da teoria à prática desde seu início” (DE CONTO; DRABACH, 2016, p. 17).

Em atendimento à Resolução CNE/CP nº 02/2002 vigente na época da elaboração das Diretrizes Institucionais, que estabelecia a duração e carga horária dos Cursos de Licenciatura de 2.800 (duas mil e oitocentas horas) horas, já previa que 400 horas fossem dedicadas à prática como componente curricular, vivenciadas ao longo do curso (BRASIL, 2002, art. 1º, inciso I). Essa exigência legal não foi alterada com a aprovação da Resolução CNE nº 02/2015, que amplia a carga horária dos Cursos de Licenciatura para 3.200 (três mil e duzentas) horas, mantendo as 400 horas dedicadas à prática como componente curricular, distribuídas ao longo do processo formativo (BRASIL, 2015, art. 13, parágrafo 1º, inciso I).

Cabe mencionar que a obrigatoriedade trazida no artigo 65 da LDB nº 9394/96 é de 300 (trezentas) horas mínimas destinadas às práticas de ensino; no entanto, no Parecer CNE/CP nº 28/2001 é mencionado que, dada a importância dessas práticas para formação profissional de docentes, “[...] percebe-se que este mínimo estabelecido em lei não será suficiente para dar conta de todas estas exigências, em especial a associação entre teoria e prática tal como posto no Art. 61 da LDB” (BRASIL, 2001b, p. 08). Partindo dessa concepção e após aprovação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena (Resolução CNE/CP nº 01/2002), aprovou-se também a Resolução CNE/CP nº 02/2002, que instituiu a duração e a carga horária dos cursos de licenciatura, fixando 400 horas à prática como componente curricular.

O fato de serem contempladas 400 (quatrocentas) horas destinadas às práticas de ensino e mais 400 (quatrocentas) ao estágio supervisionado na área de formação e atuação na educação básica ratifica a intencionalidade de que as práticas de ensino não se restrinjam ao estágio, desarticuladas do restante do curso, mas que sejam desenvolvidas ao longo da formação, superando a ideia “[...] de que o estágio é o espaço reservado à prática, enquanto, na sala de aula se dá conta da teoria” (BRASIL, 2001a, p. 23). A prática enquanto componente curricular tem o intuito de romper com essa concepção, devendo acontecer intrinsecamente articulada ao estágio e demais atividades acadêmicas que compõem o curso,

tendo uma vertente teórico-prática, mas que se produz no âmbito do ensino. Assim,

A prática como componente curricular [grifos do relator] é, pois, uma prática que

produz algo no âmbito do ensino. [...] Assim, ela deve ser planejada quando da elaboração do projeto pedagógico e seu acontecer deve se dar desde o início da duração do processo formativo e se estender ao longo de todo o seu processo. Em articulação intrínseca com o estágio supervisionado e com as atividades de trabalho acadêmico, ela concorre conjuntamente para a formação da identidade do professor como educador. Esta correlação teoria e prática é um movimento contínuo entre saber e fazer na busca de significados na gestão, administração e resolução de situações próprias do ambiente da educação escolar (BRASIL, 2001b, p. 9).

Essa correlação entre saber e fazer transcende o espaço dos bancos acadêmicos, onde se ensina e se aprende teorias e os conhecimentos técnico-científicos voltados à área específica de formação. Ela vai além, mas, ao mesmo tempo, não se limita a observação e inserção direta nas escolas, centrando-se também nas análises e compreensões das diferentes situações pedagógicas observadas no espaço escolar e nos sistemas de ensino, como um todo. A prática como componente curricular parte de uma perspectiva mais abrangente que articula teoria e prática no decorrer dos processos formativos. Ou seja,

Uma concepção de prática mais como componente curricular implica vê-la como uma dimensão do conhecimento, que tanto está presente nos cursos de formação nos momentos em que se trabalha na reflexão sobre a atividade profissional, como durante o estágio nos momentos em que se exercita a atividade profissional (BRASIL, 2001a, p. 23).

Além do atendimento a uma prerrogativa legal, a indissociabilidade entre os conhecimentos teórico-práticos e a vivência da prática (no caso das Licenciaturas, a formação pedagógica) são princípios importantes da educação profissional nos Institutos Federais. Na organização curricular dos cursos (técnicos e superiores de graduação) do IF Farroupilha em todas as formas e modalidades de ensino está contemplada a Prática Profissional Integrada (PPI), para além da carga horária destinada ao estágio curricular supervisionado, quando for o caso. Tanto os estágios quanto as PPIs são consideradas práticas profissionais, dentre outras que ainda podem ser previstas no Projeto Pedagógico do Curso (PPC). Cada curso tem autonomia para incluir, ou não, o estágio na matriz curricular, de acordo com o perfil do(a) egresso(a) e o itinerário formativo. No entanto, a PPI é uma metodologia obrigatória a ser contemplada no currículo, podendo variar entre 5 e 10% da carga horária total do Cursos do IF Farroupilha, e deve ocorrer ao longo dos processos formativos.

Anterior à aprovação das Diretrizes Curriculares Institucionais dos Cursos Superiores de Graduação (Resolução CONSUP nº 13/2014), a prática profissional nos Cursos de Licenciatura era desenvolvida em forma de PPI e de estágios supervisionados. A PPI se constituía em práticas que deveriam ser realizadas de forma integrada entre algumas disciplinas, com um percentual dentro da própria carga horária. O registro da PPI se dava na forma de um projeto que deveria ser anexado ao Plano de Ensino de cada disciplina que tivesse carga horária destinada à PPI, conforme Projeto Pedagógico do Curso (IF FARROUPILHA, 2010).

Posterior à aprovação da Resolução CONSUP nº 13/2014, dada a especificidade dos Cursos de Licenciatura, após muitos diálogos, estudos e (re)(des)construções, o GT Licenciatura entendeu que a organização curricular dos cursos precisava ser alterada, bem como a proposta de Prática Profissional Integrada, passando a ser denominada Prática enquanto Componente Curricular (PeCC). Embora com outra nomenclatura e com espaço diferenciado no currículo, a metodologia de desenvolvimento das PeCCs manteve a mesma intencionalidade da PPI, ou seja, desenvolver práticas integradoras entre duas ou mais disciplinas. Entretanto, a forma de organização da PPI não assegurava o atendimento a carga horária destinada para esse fim e, por vezes, nem a intencionalidade para a qual a PPI foi criada.

Atento às legislações educacionais nacionais, o IF Farroupilha ao elaborar as Diretrizes Curriculares Institucionais dos Cursos Superiores, bem como o Currículo Referência dos Cursos de Licenciatura, contemplou nos artigos 120 (cento e vinte) ao 124 (cento e vinte e quatro) a concepção institucional sobre a PeCC e a forma de organização dessa prática de ensino, bem como sua organização nos Cursos de Licenciatura. Como definição, o artigo 120 da Resolução traz que:

A Prática enquanto Componente Curricular (PeCC) nos cursos de Licenciatura tem o objetivo de proporcionar experiências de articulação de conhecimentos construídos ao longo do curso em situações de prática docente; oportunizar o reconhecimento e reflexão sobre o campo de atuação docente; proporcionar o desenvolvimento de projetos, metodologias e materiais didáticos próprios do exercício da docência, entre outros, integrando novos espaços educacionais como

locus da formação dos licenciandos (IF FARROUPILHA, 2014).

Complementando a especificidade da PeCC, a Resolução CONSUP nº 13/2014 estabelece a diferença entre a PeCC e demais atividades práticas de ensino desenvolvidas nos Cursos de Licenciatura, uma vez que ela “[...] não se restringe à aplicação dos conhecimentos

científicos, mas constitui um espaço de criação e reflexão acerca do trabalho docente e do contexto social em que se insere, com vistas à integração entre a formação e o exercício do trabalho docente” (IF FARROUPILHA, artigo 120, § 1º).

Ou seja, a PeCC mantém a perspectiva da articulação entre teoria-prática e da integração entre os componentes curriculares do curso no decorrer de todo itinerário formativo, no entanto, aparece organizada de maneira diferente na matriz curricular dos Cursos de Licenciatura. A PeCC continua atendendo a especificidade da prática profissional, não mais diluída em um percentual dentro da carga horária de algumas disciplinas. Essa prática passou a se constituir em um componente curricular próprio, com espaço-tempo na matriz do curso, com carga horária de 50 horas distribuídas igualmente ao longo dos 8 (oito) semestres, conforme disposto no Projeto Pedagógico dos Cursos. Desde que distribuídas gradativamente ao longo dos semestres, 40% (quarenta por cento) dessa carga horária pode ser prevista no contraturno do curso e 60% no mesmo turno de oferta, a fim de oportunizar que os(as) licenciandos(as) trabalhadores(as) tenham oportunidades de realização dessas práticas.

A PeCC deve ser desenvolvida de forma interdisciplinar, por meio de Componentes Curriculares Articuladores, devendo integrar conhecimentos de, no mínimo, 2 (duas) disciplinas do semestre, preferencialmente, de núcleos distintos. Essas disciplinas não são pré- estabelecidas, mas definidas no âmbito do Colegiado do Curso que, por sua vez, deverá elaborar um Projeto Interdisciplinar, a partir das temáticas voltadas à prática pedagógica do futuro professor definidas na matriz curricular dos cursos, bem como indicar um docente para coordenar seu desenvolvimento, com a participação dos(as) demais professores(as) das disciplinas envolvidas.

Conforme previsto na Resolução CONSUP nº 13/2014, o componente curricular articulador possui uma ementa com as temáticas a serem trabalhadas em cada PeCC, bem como as bibliografias correspondentes, e ainda um Diário de Classe para fins de registro das atividades desenvolvidas, frequência e aproveitamento discente. O Plano de Ensino do componente curricular articulador se constitui no Projeto Interdisciplinar. A PeCC pode assumir nomenclaturas distintas em cada curso de Licenciatura, conforme definidas na matriz curricular prevista no PPC, independente de serem Cursos de mesma oferta. Para mapear as diferentes nomenclaturas atribuídas ao componente curricular articulador da PeCC em cada semestre dos Cursos de Licenciatura, organizamos a tabela 4.

Tabela 4 – Temáticas da Prática enquanto Componente Curricular (PeCC) dos Cursos de Licenciatura do IF Farroupilha

Temáticas da Prática enquanto Componente Curricular (PeCC) dos 18 Cursos de Licenciatura do IF Farroupilha (2008 – 2017)

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS (6 ofertas) Campus

ofertante 1º semestre

50h

PeCC I - Processos Investigativos em Educação: Origem da

vida AL

Prática de Ensino de Biologia I – PeCC - Origem da Vida JC Prática de Ensino de Biologia I – PeCC PB SR SA

PeCC I - Prática Pedagógica I SVS

2º semestre 50h

PeCC II - Processos Investigativos em Educação: Formação socio-cultural da juventude com enfoque na prática docente

AL Prática de Ensino de Biologia II – PeCC - Educação Sexual JC Prática de Ensino de Biologia II – PeCC PB SR SA PeCC II - Prática Pedagógica II SVS

3º semestre 50h

PeCC III - Processos Investigativos em Educação: Técnicas

laboratoriais para o ensino AL

Prática de Ensino de Biologia III – PeCC - Técnicas

Laboratoriais para o Ensino de Biologia JC Prática de Ensino de Biologia III – PeCC PB SR SA PeCC III - Prática Pedagógica III SVS

4º semestre

50h PeCC IV - Processos Investigativos em Educação: Mostra de ciências – da organização à realização AL Prática de Ensino de Biologia IV – PeCC - Feira de Ciências JC Prática de Ensino de Biologia IV – PeCC PB SR SA PeCC IV - Prática Pedagógica IV SVS

5º semestre 50h

PeCC V - Processos Investigativos em Educação: Bio -

diversidade – integrando moléculas e organismos AL Prática de Ensino de Biologia V – PeCC - Comportamento

Animal JC

Prática de Ensino de Biologia V – PeCC PB SR SA

PeCC V - Prática Pedagógica V SVS

6º semestre 50h

PeCC VI - Processos Investigativos em Educação: Modelos

didáticos como procedimentos de ensino AL Prática de Ensino de Biologia VI – PeCC - Modelos didáticos

para o público alvo da Educação Especial

JC Prática de Ensino de Biologia VI – PeCC PB SR SA PeCC VI - Prática Pedagógica VI SVS

7º semestre

50h PeCC VII – Processos Investigativos em Educação: Educação ambiental com foco no bioma Pampa AL Prática de Ensino de Biologia VII – PeCC - Educação

Ambiental

JC Prática de Ensino de Biologia VII – PeCC PB SR

SA PeCC VII - Prática Pedagógica VII SVS

8º semestre 50h

TOTAL: 400h

PeCC VIII – Processos Investigativos em Educação: Efeitos

das ações antrópicas na evolução da vida na Terra AL Prática de Ensino de Biologia VIII – PeCC - Evolução

Humana JC

Prática de Ensino de Biologia VIII – PeCC PB SR SA PeCC VIII - Prática Pedagógica VIII SVS

LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO (2 ofertas) Campus

Ofertante 1º semestre

50h Prática de Ensino de Computação I SAN SA

2º semestre 50h

Prática de Ensino de Computação II SAN SA

3º semestre 50h

Prática de Ensino de Computação III SAN SA

4º semestre 50h

Prática de Ensino de Computação IV SAN SA

5º semestre

50h Prática de Ensino de Computação V SAN SA

6º semestre

50h Prática de Ensino de Computação VI SAN SA

7º semestre 50h

Prática de Ensino de Computação VII SAN SA

8º semestre 50h TOTAL: 400h

Prática de Ensino de Computação VIII SAN SA