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DA COOPERAÇÃO ENTRE AS AGÊNCIAS REGULADORAS E OUTROS ÓRGÃOS DA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Seção I

Disposições Preliminares

Art. 69 A cooperação entre agências reguladoras e outros entes e órgãos da administração pública federal, estaduais, municipais e do Distrito Federal será realizada de modo permanente, preferencialmente mediante a celebração de convênios, acordos de cooperação técnica e ajustes congêneres, com o objetivo de melhoria da ação fiscalizadora, simplificação de procedimentos e promoção da clareza das normas e das decisões regulatórias.

Parágrafo único. Para implementação do disposto no caput, a Diretoria Colegiada poderá contar com o assessoramento de um comitê interno especializado formado por servidores da agência reguladora para essa finalidade específica.

Seção II

Da Interação entre as Agências Reguladoras e o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência

eficácia na implementação da legislação de defesa da concorrência nos mercados regulados, o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência e as agências reguladoras atuarão de forma coordenada.

Art. 71 No exercício de suas atribuições, incumbe às agências reguladoras monitorar e acompanhar as práticas de mercado dos agentes dos setores regulados, de forma a cooperar com o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência no cumprimento da Lei nº 12.529, de 30 de novembro de 2011.

Art. 72 A interação com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica-CADE terá como objetivo a facilitação do exercício das competências do Tribunal Administrativo de Defesa Econômica e da Superintendência-Geral, especialmente nos procedimentos administrativos previstos no art. 48, da Lei nº 12.529, de 30 de novembro de 2011, mediante a troca de informações, respeitando e mantendo o sigilo legal quando for o caso.

§ 1º Na análise e instrução de atos de concentração e processos administrativos, os órgãos de defesa da concorrência poderão solicitar às agências reguladoras pareceres técnicos relacionados aos seus setores de atuação, os quais serão utilizados como subsídio à instrução.

§ 2º Os pareceres de que trata o §1º serão encaminhados pelas agências reguladoras no prazo máximo de trinta dias contados do recebimento do pedido.

Art. 73 As agências reguladoras solicitarão à Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda parecer prévio sobre minutas de normas, regulamentos e editais de licitação em processos de desestatização antes da sua disponibilização para consulta pública, a fim de colher manifestação acerca dos seus eventuais potenciais impactos nas condições de concorrência nos mercados. Art. 74 Quando, no exercício das suas atribuições, as agências reguladoras tomarem conhecimento da ocorrência de ato de concentração nos termos dos arts. 88 e seguintes da Lei 12.529, de 30 de novembro de 2011, ou de fato que possa configurar infração à ordem

econômica, deverão comunicá-lo aos órgãos competentes do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência para que esses adotem as providências previstas em lei específica. Art. 75 Sem prejuízo das suas competências legais, o CADE notificará as agências reguladoras do teor da decisão sobre condutas potencialmente anticompetitivas cometidas no exercício das atividades reguladas, bem como das decisões relativas aos atos de concentração por ele julgados, no prazo máximo de quarenta e oito horas após a publicação do respectivo acórdão.

Seção III

Da Interação entre as Agências Reguladoras e o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor

Art. 76 As agências reguladoras articularão sua atuação com a do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, visando à eficácia da proteção e defesa do consumidor e do usuário dos serviços regulados, quando for o caso, observado o disposto na Lei nº. 8.078, de 11 de setembro de 1990 e na legislação específica que organizar o setor regulado.

Art. 77 As agências reguladoras poderão formalizar convênios, acordos de cooperação técnica ou ajustes congêneres com a Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor e órgãos de proteção e defesa do consumidor criados pelos Estados, Distrito Federal e Municípios para a atuação coordenada no tocante à fiscalização de infrações no âmbito das relações de consumo, nos termos da Lei nº. 8.078, de 11 de setembro de 1990 e da legislação específica que organizar o setor regulado.

Art. 78 Será promovida, pelas agências reguladoras, mediante convênio, acordo de cooperação técnica ou ajuste congênere firmado com o Ministério da Justiça a integração dos dados de suas ouvidorias com os do Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor, com o objetivo de:

I - obter diagnósticos precisos acerca das demandas de consumo;

II - criar uma estrutura institucional para a elaboração de políticas públicas de promoção e defesa dos direitos do consumidor.

Art. 79 As agências reguladoras convidarão a Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor para participar de consultas e audiências públicas realizadas em processos normativos ou decisórios que potencialmente afetem direitos e interesses dos consumidores ou usuários dos serviços regulados.

Seção IV

Da Interação entre as Agências Reguladoras e o Sistema Nacional do Meio Ambiente

Art. 80 As agências reguladoras articularão sua atuação com a do Sistema Nacional do Meio Ambiente, visando à implementação das políticas públicas setoriais.

Art. 81 As agências reguladoras poderão formalizar convênios, acordos de cooperação técnica ou ajustes congêneres com o Conselho Nacional do Meio Ambiente e demais órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente, para atuação coordenada, especialmente com a finalidade de: I – viabilizar a participação das agências reguladoras no processo de elaboração de normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, de competência do Conselho Nacional do Meio Ambiente;

II – viabilizar a participação dos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente nas consultas públicas realizadas no âmbito do processo normativo das agências reguladoras;

III – viabilizar a participação das agências reguladoras no processo de elaboração de normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente, com vistas ao uso racional dos recursos ambientais;

IV- realizar a troca de informações necessárias à elaboração de estudos das alternativas e das possíveis consequências ambientais de projetos públicos no caso

de obras ou atividades de significativa degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional;

V – promover a simplificação dos procedimentos de licenciamento ambiental em licitações que tenham como objetivo a construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental.

Seção V

Da cooperação entre as Agências Reguladoras e os

órgãos de regulação estaduais, do Distrito Federal e municipais Art. 82 As agências reguladoras de que trata esta lei promoverão, a seu critério, a descentralização de suas atividades complementares de regulação, controle e fiscalização, mediante convênios, acordos de cooperação técnica e ajustes congêneres firmados com as das agências reguladoras dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

§ 1º A cooperação de que trata o caput será instituída desde que as agências reguladoras dos demais entes federativos possuam serviços técnicos e administrativos competentes, devidamente organizados e aparelhados para execução das respectivas atividades, conforme condições estabelecidas em regulamento da agência reguladora federal.

§ 2º A execução pelos Estados, Distrito Federal e pelos municípios das atividades delegadas não dispensa o acompanhamento e a avaliação pela agência reguladora federal.

§ 3º Na execução das atividades de fiscalização objeto de delegação, o ente regulador estadual, do Distrito Federal ou municipal que receber a delegação atuará no estrito limite da competência delegada, conforme discriminado no convênio, acordo de cooperação técnica ou ajuste congênere.

§ 4º Não será objeto de delegação a edição de atos de caráter normativo, a decisão de recursos administrativos ou as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

§ 5º Para o estrito fim de viabilizar a cooperação ajustada, os atos de caráter normativo editados pelo órgão regulador estadual ou municipal que receber a delegação deverão se harmonizar com as normas expedidas pela agência reguladora federal.

CAPÍTULO VI

DOS MECANISMOS DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL