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Da estrutura das agências reguladoras

Art. 1º Esta lei estabelece normas acerca do processo administrativo no âmbito das agências reguladoras federais.

Art. 2º Agências reguladoras são entidades da Administração Pública indireta, submetidas a regime autárquico especial, dotadas de competências de normatização, fomento, fiscalização, resolução de controvérsias e aplicação de sanções, na forma da legislação específica.

§ 1º O regime autárquico especial das agências reguladoras

Anexo

Anteprojeto de lei

Presidência da República Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº [ ], DE [ ] DE [ ] DE [ ]

Regula o processo administrativo no âmbito das agências reguladoras federais.

se caracteriza por:

I – autonomia das decisões da Diretoria Colegiada, que não são passíveis de revisão no âmbito do Poder Executivo;

II – autonomia financeira, orçamentária e patrimonial; III – autonomia administrativa e gerencial, inclusive a de gestão de recursos humanos; e

IV – mandato fixo de seus Diretores, de seu Procurador- Geral e de seu Ouvidor-Geral, vedada a exoneração imotivada.

Seção II

Da Diretoria Colegiada

Art. 3º A agência reguladora será dirigida por uma Diretoria Colegiada.

§ 1º A Diretoria Colegiada será composta por cinco Diretores escolhidos pelo Presidente da República, entre cidadãos brasileiros de reputação ilibada, formação universitária e elevado conceito em seu campo de especialidade, e por ele nomeados após aprovação no Senado Federal, nos termos da alínea f do inciso III do art. 52 da Constituição Federal, para exercerem mandatos de quatro anos não coincidentes, vedada a recondução. § 2º O Diretor-Geral será escolhido pelos Diretores, por maioria absoluta de votos, mediante voto aberto e em sessão pública com a presença de todos os Diretores, e será nomeado pelo Presidente da República para exercer mandato de três anos, ou pelo prazo remanescente de seu mandato de Diretor, quando inferior a três anos, vedada a recondução.

§ 3º Perderá automaticamente o mandato o Diretor que faltar a 3 (três) reuniões ordinárias consecutivas, ou 20 (vinte) intercaladas, ressalvados os afastamentos temporários autorizados pela Diretoria Colegiada. § 4º Em caso de vacância no curso do mandato, a vaga de Diretor será preenchida por sucessor investido na forma prevista no § 1º deste artigo, pelo período remanescente

do mandato de seu antecessor.

§ 5º Não será admitida a nomeação de Diretores interinos ou por qualquer outra forma que não a disposta no § 1º. § 6º A Diretoria Colegiada reunir-se-á com a presença de, pelo menos, três Diretores e deliberará por maioria de votos dos presentes à sessão.

§ 7º Ressalvadas as hipóteses de sigilo estabelecidas em lei, as deliberações da Diretoria Colegiada realizar- se-ão em sessão pública, aberta e gravada, cuja pauta será publicada com antecedência mínima de quarenta e oito horas, facilitando-se o acesso da população aos locais de sessão, aos autos de processos e a quaisquer documentos que se relacionem, direta ou indiretamente, ao desempenho das atividades da agência reguladora, inclusive mediante disponibilização de andamentos processuais e de cópias digitais na Internet.

Seção III

Da Procuradoria Federal junto às Agências Reguladoras

Art. 4º Funcionará junto à agência reguladora uma Procuradoria Federal Especializada incumbida da assessoria jurídica da autarquia bem como da defesa de seus interesses em juízo ou fora dele.

§ 1º Não se aplica à Procuradoria Federal junto à agência reguladora o disposto no art. 28, II; no art. 40, parágrafos 1º e 2º; no art. 41; no art. 42; e no art. 43, da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993.

§ 2º O Procurador-Chefe será escolhido pela Diretoria Colegiada entre os membros da Procuradoria Federal junto à agência reguladora, e nomeado pelo Advogado- Geral da União para exercer mandato de quatro anos, vedada a sua exoneração imotivada, bem como a recondução ao cargo.

§ 3º Não se aplica ao Procurador-Chefe da agência reguladora o disposto no art. 49, caput e inciso I, da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993, e o disposto no art. 12, § 3º, da Lei nº 10.480, de 2 de julho

de 2002.

§ 4º O Procurador-Chefe poderá participar, sem direito a voto, das reuniões da diretoria colegiada, prestando assistência e esclarecimentos, quando requisitado pelos Diretores, na forma do regimento interno da agência reguladora.

§ 5º Nos casos de faltas, de afastamento temporário ou de impedimento do Procurador-Chefe a Diretoria indicará e o Diretor-Geral designará o substituto eventual entre os integrantes da Procuradoria Federal vinculados à agência reguladora.

Seção IV Da Ouvidoria

Art. 5º Haverá, em cada agência reguladora, um Ouvidor- Geral, que atuará junto à Diretoria Colegiada, sem subordinação hierárquica, exercendo exclusivamente a função de coordenador da Ouvidoria, vedada a acumulação com qualquer outra função no âmbito da agência reguladora.

Parágrafo único O Ouvidor-Geral será escolhido pelo Presidente da República entre os servidores estáveis da agência reguladora, e por ele nomeado após aprovação no Senado Federal, nos termos da alínea f do inciso III do art. 52 da Constituição Federal, para exercer mandato de dois anos, admitida uma recondução.

Art. 6º Compete à Ouvidoria:

I – Receber pedidos de informações, esclarecimentos, críticas, comentários e representações referentes ao setor regulado;

II – Produzir, no mínimo em periodicidade semestral, relatório circunstanciado de suas atividades e disponibilizá-lo em sítio eletrônico;

III – Promover as ações necessárias à apuração da veracidade das representações, solicitando as providências necessárias ao saneamento das irregularidades e ilegalidades constatadas;

IV – Providenciar o registro e o processamento das representações a ela apresentadas, inclusive daquelas efetuadas pelos consumidores e usuários de produtos e serviços ofertados nos setores regulados.

§ 1º O Ouvidor-Geral terá acesso a todos os assuntos, autos e documentos da respectiva agência reguladora e contará com o apoio administrativo adequado ao desempenho de suas funções, mantendo o sigilo das informações, quando for o caso.

§ 2º A Ouvidoria manterá o sigilo da fonte e a proteção do representante, se requerido.

§ 3º A Diretoria Colegiada assegurará os meios adequados ao exercício das atividades da Ouvidoria.

§ 4º O Ouvidor-Geral contará com o apoio administrativo de que necessitar, competindo-lhe produzir, ao menos semestralmente, relatório circunstanciado contendo sua apreciação acerca das denúncias e reclamações recebidas, providências tomadas, bem como sobre a atuação da agência reguladora, encaminhando-o à Diretoria Colegiada, ao Conselho Consultivo, quando houver, ao Ministério a que estiver vinculada a agência reguladora e à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal, dando-lhe ampla publicidade.

§ 5º O Ouvidor-Geral participará, sem direito a voto, das reuniões da Diretoria Colegiada.

Seção V

Disposições comuns

Art. 7º Os Diretores, inclusive o Diretor-Geral, assim como o Procurador-Chefe e o Ouvidor, somente perderão o mandato em caso de renúncia, condenação judicial transitada em julgado ou em processo administrativo disciplinar.

Parágrafo único. O afastamento cautelar ou preventivo dos Diretores, inclusive do Diretor-Geral, assim como do Procurador-Chefe e do Ouvidor-Geral, somente poderá ser determinado por decisão judicial.

Art. 8º Aplicam-se ao Procurador-Chefe e ao Ouvidor- Geral as mesmas normas de impedimento aplicáveis aos Diretores.

CAPÍTULO II

DO PROCESSO NORMATIVO