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5. DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

5.1. PERFIL DO USUÁRIO

5.1.1. DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS

Da amostra coletada, cinco participantes foram do sexo feminino e três do sexo masculino. Apenas uma participante era servidora do IFB, os outros eram alunos. Os cursos desses participantes foram o curso Técnico em Artesanato (Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica – Proeja), Técnico em

Controle Ambiental, Técnico em Panificação, Tecnólogo em Gestão Pública, Licenciatura em Letras Língua Portuguesa, Licenciatura em Matemática.

Para a descrição desta pesquisa serão utilizados nomes fictícios para as oito pessoas que participaram das entrevistas, da realização da tarefa e contribuíram com os dados para esta dissertação. Os nomes fictícios têm o intuito apenas de dar uma caracterização mais pessoal, ou mais humana, aos dados que serão trabalhados, para que não sejam tratadas as pessoas com apenas números, visto que esta pesquisa se trata de um estudo de usuários. No entanto, o sigilo das informações pessoais e da identidade de cada participante foi preservado conforme exigências e orientações do Comitê de Ética em Pesquisa.

Os alunos estavam cursando entre o segundo e o oitavo semestre, portanto, com ingresso de 2014 a 2017. A forma de ingresso no IFB varia de acordo com o curso, para os cursos técnicos a forma de ingresso é por meio de sorteio eletrônico e para os cursos superiores é por meio do Sistema de Seleção Unificada – SISU ou pela nota do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM. Três alunos ingressaram por meio de sorteio e três por meio do SISU, a outra forma de ingresso entre os participantes foi como portador de diploma, ou seja, segunda graduação.

Quanto aos dados sociodemográficos, os participantes tinham idade de 20, 22, 31, 32 e 56 anos. O nível de escolaridade deles variou entre o Ensino Fundamental, Ensino Médio e Pós-Graduação. Cinco dos participantes eram solteiros, os outros estados civis variaram entre casado, em uma união estável e viúva. As Regiões Administrativas em que eles moravam foram Águas Claras, Ceilândia, Jardim Botânico, Samambaia, São Sebastião e Taguatinga.

Quanto à sua condição visual, sete participantes tinham baixa visão e uma com cegueira. Dentre eles, seis foram de natureza adquirida e duas congênita. As causas da deficiência visual foram relatadas como sendo congênitas por duas participantes: uma devido a paralisia cerebral provocada pelo vírus da rubéola; e a outra devido à toxoplasmose, mas que só foi identificada a deficiência visual na infância.

Os outros participantes afirmaram ser a causa da deficiência visual de natureza adquirida. Um relatou ter tido uma parada cardiorrespiratória ao terceiro dia de vida e que isso afetou a sua visão. Outra informou que foram as sequelas da Síndrome de West que causara a deficiência visual aos seis meses de vida. Um participante não soube informar a causa da sua deficiência visual, mas relatou ter sido algum acontecimento no parto, durante o seu nascimento. Mais ou menos 30 anos depois, este participante veio a

ter um descolamento de retina o que agravou ainda mais a sua condição visual e afetou a sua vida. Ele já fez várias cirurgias para tentar reverter o caso, mas não obteve muito sucesso.

Outra participante informou que a causa da sua deficiência visual se deu devido a uma doença chamada Ceratocone que afetou a sua visão entre os 14 e 16 anos de vida. Segundo ela, chegou até a fazer transplante, mas não adiantou muito. Outro participante contou que teve um descolamento de retina e cegueira em um olho aos 31 anos. Não soube informar o porquê, de acordo com ele, os médicos disseram que isso pode acontecer em qualquer fase da vida e com qualquer pessoa, não existe uma causa. A outra participante perdeu a visão aos 44 anos devido a uma doença que se apresenta durante a menopausa e que afeta a visão, ela não soube indicar o nome dessa doença.

Das pessoas entrevistadas, cinco convivem com a deficiência visual desde a infância, uma adquiriu na adolescência e dois passaram a ter deficiência visual depois dos 30 anos.

Quatro participantes trabalhavam durante a coleta dos dados e quatro não estavam trabalhando. Dentre estes últimos, dois se declararam apenas como estudantes, um estava afastado pelo INSS e o outro desempregado. Dentre as profissões e atividades laborais declaradas estavam artesã, servidora pública, artista plástica, pedagogo, massoterapeuta, revendedora de cosméticos, serviços gerais, brigadista. Os locais aonde trabalhavam eram em casa, na Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal e no próprio IFB.

Cinco participantes informaram que utilizam o transporte público, mais precisamente o ônibus, para se deslocar para o IFB ou para o trabalho. Dois se utilizam do carro ou carona. E uma informou se dirigir a pé por morar próximo ao IFB.

Dois participantes informaram não morar com a família. Uma é viúva e mora sozinha. O outro é casado, mas sua família mora no Estado do Piauí e ele mora aqui no Distrito Federal há pouco mais de um ano porque veio para estudar no IFB, por isso está morando sozinho. Outro participante também veio de outro estado, Minas Gerais, para estudar no IFB, mas mora com a tia. Os outros cinco participantes moram com a família. O Quadro 5, a seguir, ilustra a relação entre os participantes e a quantidade de pessoas com quem residem.

Quadro 5. Quantidade de pessoas com quem reside

NOME FICTÍCIO QUANTIDADE DE PESSOAS COM QUEM RESIDE

Maria 6 Vera 3 João 2 Antônio 0 Sandra 2 Pedro 1 Carla 4 Núbia 0

Fonte: Elaborado pela autora.

Os dados sobre a sua renda mensal e a renda familiar serão mostrados no Quadro 6 a seguir, utilizando-se os nomes fictícios conforme explicitado anteriormente.

Quadro 6. Renda dos participantes NOME FICTÍCIO RENDA MENSAL (Salários mínimos) RENDA FAMILIAR (Salários mínimos) Maria 5 Mais de 7

Vera 1 1 (com Bolsa Escola)

João 1 3 Antônio 0 2 Sandra 0 1 Pedro 0 Mais de 7 Carla 3 6 Núbia 1 0

Fonte: Elaborado pela autora.

Estes foram os dados sociodemográficos coletados. A seguir, serão apresentados os dados referentes às necessidades de informação dos participantes que junto com aqueles primeiros irão atender ao OE1 elaborado para identificar o perfil dos usuários.