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5. DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

5.3. PERCEPÇÃO DO USUÁRIO

Para o levantamento dos dados da percepção dos usuários quanto ao OPAC foram utilizadas entrevistas e observação para o alcance dos OE3, OE4 e OE5.

5.3.1. ACESSO À BIBLIOTECA E AOS SEUS RECURSOS

Dos participantes com baixa visão, todos já utilizaram a biblioteca de seu campus, três utilizam diariamente, dois utilizam duas vezes ao mês, um participante uma vez por semestre e o outro uma vez por ano. Dentre eles, dois informaram que usaram a biblioteca para pegar livros emprestados, um para fazer pesquisas, outro para fazer trabalho em grupo e outro utiliza o espaço para estudar. A participante com perda total da visão afirmou não utilizar a biblioteca porque não a considera um espaço acessível.

Dos participantes que já utilizaram a biblioteca, duas conhecem o acervo e os serviços da biblioteca do campus e os consideram muito bons ou ótimos. Outra conhece mais ou menos o acervo, “não muito, porque, normalmente, quando ia procurar um livro específico os colegas já tinham pegado, não sobravam exemplares”. E outras quatro participantes que utilizam a biblioteca não conhecem seu acervo e nem os serviços oferecidos. Dessas quatro, uma participante afirmou não conhecer o acervo e os serviços da biblioteca por conta do horário do setor, ela estuda no turno noturno, então, na hora do intervalo ela tentava ir visitar a biblioteca, mas sempre que ela ia ou estava fechada ou estava fechando e ela não consegue ir em outro horário.

Entre os participantes que já utilizaram a biblioteca, três usaram o computador para fazer pesquisas acadêmicas, os outros quatro nunca utilizaram os computadores da biblioteca do seu campus. E quanto ao empréstimo de livros, quatro já pegaram livros emprestado e três não. Como já relatado anteriormente, uma das participantes não consegue pegar livros porque os exemplares já estão emprestados para outras pessoas quando ela vai buscar, e a outra é por conta do horário da biblioteca. Um dos entrevistados afirmou que a sua irmã fazia o mesmo curso que ele e, portanto, ela pegava os livros para ele.

Um dos participantes que já pegaram livros emprestados na biblioteca do seu campus afirmou que, hoje, não faz mais empréstimos por conta da burocracia para o pagamento da multa. Segundo ele, devido a sua condição visual, ele demora muito tempo para ler um livro, já que não tem livro ampliado, e que acaba perdendo o prazo para renovar ou devolver, o que gera multa na biblioteca. Isso para ele é um problema, porque o processo para pagamento da multa é trabalhoso e isso o impede de utilizar o acervo da biblioteca.

Apenas duas participantes já visitaram outras bibliotecas do IFB.

Durante a realização da pesquisa foi indagado aos participantes se eles se consideravam com prática em bibliotecas e catálogos em linha. Seis pessoas afirmaram ter prática com biblioteca e duas não. Quatro participantes afirmaram ter facilidade para acessar bibliotecas e quatro informaram que têm dificuldades para isso. Quanto à prática com catálogos em linha, apenas duas participantes afirmaram ter prática e informaram já ter acessado os catálogos da Biblioteca Nacional, da UnB e de universidades de São Paulo. Porém, os outros seis participantes não chegaram a utilizar catálogos em linha de outras bibliotecas.

5.3.2. PERCEPÇÃO DO USUÁRIO QUANTO AO OPAC

Quanto ao OPAC do SIBIFB, três participantes afirmaram já ter usado, uma declarou ser fácil. Outra participante teve um pouco de dificuldade, mas foram mais voltadas para as estratégias de busca, como as expressões a serem utilizadas. E a outra participante também achou difícil, mas considera que tenha sido pelo fato dela não ter prática, mas, segundo ela, outro dia conseguiu até renovar um livro.

Sete participantes indicaram, antes da realização da tarefa, que acessariam o catálogo das bibliotecas do IFB, ou da própria biblioteca, ou de casa, ou mesmo de outro lugar.

Todos os respondentes da pesquisa consideraram a biblioteca um setor importante dentro do IFB. Para a Maria, a biblioteca é importante porque “normalmente, é o lugar mais próximo para os alunos acharem os materiais que estão procurando”. Já para o João, ela é importante “pelo fato de ter o conhecimento, de dar direção ao conhecimento”. A Sandra afirmou que a biblioteca é importante “porque, imagina se eu não tivesse a biblioteca aonde eu iria acessar um livro e como eu iria fazer um trabalho? Não tenho dinheiro para comprar livros, então, a biblioteca me ajuda bastante”. E o Pedro a considera importante porque “garante mais acesso à informação”. A Núbia, acha a biblioteca um setor importante dentro do IFB, mas que deveria oferecer mais recurso às pessoas com deficiência visual. Segundo ela,

“se tivesse biblioteca com cabines exclusivas para alunos com deficiência visual, com acústica, para que a gente possa estudar juntamente com o ledor seria bom, porque a gente que não tem a visão precisa conversar em voz alta para aprender o conteúdo das aulas”. Dessa forma, para ela seria imprescindível que as bibliotecas oferecessem computadores com tecnologia assistiva exclusivos para uso dos alunos com deficiência visual, que oferecessem salas de estudos exclusivas para eles estudarem com os ledores, além de todos os recursos que garantissem a acessibilidade.

Os participantes relataram que gostariam que as bibliotecas oferecessem livros ampliados (até mesmo os da bibliografia básica e complementar), materiais em áudio e audiovisuais; informações sobre música, pois um deles é músico e se interessa por este assunto; mais livros e exemplares na área de cálculo; uma quantidade maior de exemplares nas áreas dos cursos; mais livros disponíveis em outras bibliotecas, além da biblioteca do seu campus; e mais livros digitais.