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A POLÍTICA DOS DIREITOS COMO HISTÓRIA

3. As paixões, os interesses, e os direitos: a linguagem dos direitos e a institucionalização da sociedade comercial

3.2 Das paixões aos interesses: o triunfo da sociedade comercial

Em As paixões e os interesses. Argumentos políticos a favor do capitalismo

antes do seu triunfo, Albert Hirschman analisou com extrema elegância os efeitos das

ideias de alguns filósofos e moralistas sobre o espírito da sociedade comercial em consolidação na Europa entre os séculos XVII e XVIII. O propósito dessa história intelectual, que na narrativa de Hirschman articulou-se como um contínuo debate entre diversos autores daquele período sobre um tema comum, era explicar como o “amor pelo dinheiro,” o “desejo por poder e glória”, a “luxúria”, passaram da condição de paixões imorais para, pouco mais de um século depois, serem louvadas na forma do “impulso aquisitivo e das atividades a ele relacionadas, como o comércio, a atividade financeira e, depois, industrial”.273 Segundo Hirschman, diferentemente do

empreendido intelectual conduzido por Weber, preocupado com a dinâmica social e os mecanismos psicológicos que levaram a uma disposição de espírito e ação capitalista dominada por uma preocupação com a salvação individual, o seu trabalho estava dirigido essencialmente a evidenciar que “a difusão das formas capitalistas deveu muito a uma busca igualmente desesperada por uma maneira de evitar a ruína

da sociedade”.274

272 Para essa interessante questão cf. HABERMAS, Jürgen. Between Facts and Norms. Contributions to a Discourse Theory of Law and Democracy, p. 250.

273 HIRSCHMAN, Albert. As paixões e os interesses. Argumentos políticos a favor do capitalismo antes do seu triunfo, p. 34.

274 HIRSCHMAN, Albert. As paixões e os interesses. Argumentos políticos a favor do capitalismo antes do seu triunfo, p. 150.

133 Segundo Hirschman, o sentimento surgido no Renascimento, e consolidado no século XVII, no sentido de que a filosofia moral e a religião não tinham mais condições para conter as paixões humanas destrutivas levou à procura de caminhos alternativos para moldar o caráter da ação humana e, assim, evitar a ruína da sociedade. Hirschman identificou três linhas de argumentos utilizados no pensamento social dos séculos XVII e XVIII para dar conta das paixões que acometiam o “homem com ele realmente é”: a repressão, o aproveitamento das paixões, e a compensação entre as paixões.275

A estratégia repressora, que cometia ao Estado o encargo de reprimir, quando necessário com o uso da força, as manifestações mais perigosas das paixões, revelou-se ineficaz, visto que não era plausível a probabilidade de institucionalização de algum poder político em condições de exercer a autoridade repressiva necessária para conter as paixões. Essa constatação levou à consideração, já agora na via da ação civilizadora do Estado ou da sociedade, da alternativa do aproveitamento das paixões, da “transformação das paixões dilaceradoras em algo construtivo”. Hirschman identifica a enunciação mais refinada dessa estratégia numa formulação de Vico, no início do século XVIII, que, a seu ver, abarcaria a “astúcia da Razão de Hegel, o conceito freudiano de sublimação e, mais uma vez, a Mão Invisível de Adam Smith” (sic):

“Devido à ferocidade, avareza e ambição, os três vícios que desencaminhavam toda a humanidade, [a sociedade] cria a defesa nacional, o comércio e a política, e dessa forma produz a força, a riqueza e a sabedoria das repúblicas; devido a esses três grandes vícios que certamente destruiriam o homem sobre a terra, a sociedade faz assim com que surja a felicidade civil. Esse princípio prova a existência da divina providência: através das suas leis inteligentes, as paixões dos homens que estão inteiramente ocupadas com a busca da sua utilidade

275 HIRSCHMAN, Albert. As paixões e os interesses. Argumentos políticos a favor do capitalismo antes do seu triunfo, pp. 34-36.

134 particular são transformadas numa ordem civil que permite aos homens vive na sociedade humana”.276

Um certo “elemento de transformação alquímica um tanto fora do tom em relação ao entusiasmo científico da época” enfraqueceu o acolhimento dessa estratégia, levando à consideração de uma terceira alternativa: “combater fogo com fogo”, ou seja, “utilizar um conjunto de paixões comparativamente inócuas para compensar outro conjunto mais perigoso e destrutivo ou, talvez, enfraquecer e domar as paixões através de combates exterminadores ao estilo divide et impera”.277 A lógica

da compensação das paixões (“princípio da paixão compensatória”), de início, como, paradigmaticamente, ilustrada pela posição de Hobbes, baseada na crença de que a natureza humana é torpe e as paixões nocivas e destrutivas, seria em seguida recepcionada num ambiente cultural no qual a natureza humana e as próprias paixões estão “largamente reabilitadas”. Segundo Hirschman, foi Helvécios quem formulou de forma mais elaborada esse novo enquadramento do princípio, e produzindo relevantes implicações ao utilizar o termo “interesse” como um termo compreensivo das paixões positivas, das paixões compensadoras: “Os moralistas poderiam ter com sucesso as suas

máximas observadas se substituíssem dessa maneira a linguagem do interesse por aquela do dano”.278 Mas a formulação dessa ideia que mais impressionou Hirschman

foi a de Montesquieu: “E é uma felicidade para os homens encontrarem-se numa

276 Citado em HIRSCHMAN, Albert. As paixões e os interesses. Argumentos políticos a favor do capitalismo antes do seu triunfo, p. 39.

277 HIRSCHMAN, Albert. As paixões e os interesses. Argumentos políticos a favor do capitalismo antes do seu triunfo, p. 42.

278 HIRSCHMAN, Albert. As paixões e os interesses. Argumentos políticos a favor do capitalismo antes do seu triunfo, pp. 49-50 (itálicos do original).

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situação em que, ao mesmo tempo em que as suas paixões inspiram-lhes a ideia de serem maus (méchants), eles têm interesse em não sê-lo”.279

Uma vez surgida, a noção de interesse revelou-se “um paradigma (à la Khun) e a maior parte da ação humana era subitamente explicada pelo interesse próprio”. Em comparação com as duas outras noções que haviam dominado, desde os gregos, o estudo da motivação humana — os antitéticos razão e paixões —, o interesse parecia uma “forma híbrida de ação humana” que “era considerada isenta tanto da destrutividade da paixão quanto da ineficácia da razão”. Além disso, acreditou-se que o interesse tinha algumas propriedades específicas que lhe conferiam maior atratividade como base para a institucionalização de uma base social viável. Ao contrário das paixões, os interesses eram previsíveis e constantes, de modo que, quando alguém perseguia os seus interesses, seja o soberano ou os indivíduos, ninguém era enganado. Havia uma vantagem para os outros na busca pelos indivíduos do seu interesse e “a possibilidade de um ganho mútuo surgia do esperado funcionamento do interesse”.280

Mas foi com a progressiva delimitação do sentido do interesse à esfera da “luxúria” (Mandeville), da “avareza” (Hume), aos interesses especificamente econômicos, que o pensamento social conseguiu apropriar-se da lógica do aproveitamento das paixões para alcançar uma condição humana mais valiosa, estruturante de uma nova ordem social. Chegado a esse ponto não causaria mais nenhuma perplexidade dizer que “existem poucas maneiras pelas quais um homem

279 HIRSCHMAN, Albert. As paixões e os interesses. Argumentos políticos a favor do capitalismo antes do seu triunfo, p. 95 (itálicos do original). Hirschman ressalta ter ficado impressionado com a formulação de

Montesquieu, levando-o a adotá-la como epígrafe, in HIRSCHMAN, Albert. As paixões e os interesses.

Argumentos políticos a favor do capitalismo antes do seu triunfo, p. 20.

280 HIRSCHMAN, Albert. As paixões e os interesses. Argumentos políticos a favor do capitalismo antes do seu triunfo, pp. 52-77.

136 pode ser mais inocentemente empregado do que em conseguir dinheiro” (Dr. Johnson) ou que o comércio “refina e suaviza (adoucit) os modos bárbaros” (Montesquieu).281

A partir dessa evolução nas mentalidades, Hirschman argumentou que, inicialmente, os pensadores do século XVIII acolheram e desenvolveram a crença de que benefícios políticos e sociais, particularmente no tocante à limitação de um governo autoritário, adviriam da livre persecução pelos indivíduos dos seus interesses aquisitivos. Autores como Montesquieu, Sir James Steuart e John Millar são por Hirschman apresentados como os principais defensores da ideia de que os interesses comerciais, que comandam o funcionamento da economia com a “delicadeza do relógio”, poderiam controlar e corrigir as tendências despóticas dos governantes.282

Todavia, segundo Hirschman, ao avançar, com a publicação de The

Wealth of Nations, dos seus anteriores argumentos baseados na filosofia moral para

uma argumentação estritamente econômica, Smith, diferentemente de Montesquieu e Steuart, construiu uma poderosa justificação econômica para a tese de que o interesse próprio, “egoístico”, levaria à obtenção de benefícios sociais. Para Hirschman, The

Wealth of Nations tem um significado paradoxal: de um lado, ela ofuscou e

contraposição entre interesses e paixão, em razão de Smith, na sua defesa da livre persecução do interesse aquisitivo particular, haver abandonado a distinção entre esses dois impulsos, para “enfatizar os benefícios que essa busca traria, em vez dos perigos e desastres econômicos que ela poderia evitar”.283. Mas, de outro lado, ela

efetivamente concebeu uma exitosa economia política baseada na crença de que a

281 HIRSCHMAN, Albert. As paixões e os interesses. Argumentos políticos a favor do capitalismo antes do seu triunfo, pp. 77-87.

282 HIRSCHMAN, Albert. As paixões e os interesses. Argumentos políticos a favor do capitalismo antes do seu triunfo, pp. 93-120.

283 HIRSCHMAN, Albert. As paixões e os interesses. Argumentos políticos a favor do capitalismo antes do seu triunfo, p. 91.

137 comunidade como um todo realmente atingiria um melhor bem-estar material quando cada indivíduo é deixado livre para perseguir os seus próprios interesses aquisitivos, sem sofrer qualquer interferência, além da operação da mão invisível do próprio mercado, que assegura a harmonia naturalmente existente entre os interesses privados e os objetivos sociais.284

Como eu destaquei anteriormente, essa persuasiva argumentação de Hirschman para explicar o surgimento de uma nova ordem social estruturada com referência à ação e interação dos indivíduos no mercado só faz sentido como uma história intelectual do triunfo do capitalismo quando se considera nesse processo a fundamentalidade da dimensão concernente à tradução especificamente jurídica desses interesses em direitos individuais. E, intrigantemente, a obra de Hirschman não faz sequer uma alusão aos inúmeros argumentos intelectuais, apresentados no período analisado por ele, que enfatizavam a função indispensável exercida pelo direito, seja no sentido objetivo (law), seja no sentido subjetivo (right), na institucionalização da sociedade de mercado. Parafraseando o que o próprio Hirschman acentuou acerca da probabilidade de êxito da estratégia repressora para conter as paixões,285 era

absolutamente nula a possibilidade de triunfo do capitalismo sem a vigência e eficácia das normas constitucionais que estabeleciam a infraestrutura jurídica indispensável ao funcionamento do mercado: as instituições (direitos de propriedade, direitos de personalidade, contratos, sistema financeiro, moeda etc.) e garantias (juízes, processo judicial, polícia etc.) que asseguravam a licitude e a proteção da conduta individual dirigida à persecução dos interesses privados.

284 HIRSCHMAN, Albert. As paixões e os interesses. Argumentos políticos a favor do capitalismo antes do seu triunfo, pp. 120-133.

285 HIRSCHMAN, Albert. As paixões e os interesses. Argumentos políticos a favor do capitalismo antes do seu triunfo, p. 38.

138 Essa crítica, embora infrequente, não é inédita. Numa das raras recepções não laudatórias da obra de Hirschman, Gianfranco Poggi apontou precisamente como uma fragilidade do seu trabalho a inexplicável omissão de uma “monumental tradição intelectual que se desenvolveu contínua e criativamente durante os séculos em que se passou a história escrita por Hirschman (tanto antes quanto depois), e que teve uma influência direta e substantiva sobre o seu tema”: “a tradição jurídica europeia (especialmente continental)”. Poggi acentuou que ao menos cinco “abordagens” jurídicas (“a recepção do Direito Romano, as codificações absolutistas, o direito natural secular, o direito público e o constitucionalismo”) foram desenvolvidas na Europa para, com apelo à coerção, superar os problemas que estavam na origem da evolução da dinâmica social que levaria ao triunfo do capitalismo: o controle das paixões e o arbítrio dos governantes.286

Além desses impropriedades substantivas, Poggi, também com acerto, a meu ver, considera que a omissão da dimensão jurídica na análise de Hirschman suscita ainda problemas metodológicos. É que a sua abordagem “endógena”, tratando cada argumento como uma resposta a uma dificuldade advinda de uma resposta anterior, ou como um refinamento dessa resposta, num grande debate entre os diversos autores, já havia sido superada na história intelectual pela abordagem “exógena” que relaciona os argumentos à posição social de quem o verbalizou ou o vincula aos contextos históricos em que haviam sido formulados. Finalmente, Poggi destaca um aspecto importante, que toca num ponto que mencionamos há pouco, ao tratar da institucionalidade compatível com a ideologia da sociedade de mercado: é que a omissão da dimensão jurídica na análise das causas do triunfo do capitalismo

139 subtraiu ao trabalho de Hirschman a possibilidade de considerar o relacionamento entre conhecimento e política, algo a que a argumentação jurídica tradicionalmente dá atenção, em face da necessária interação entre a formação do pensamento sobre a instituição e a formação da instituição.287

É provável que a ausência no trabalho de Hirschman de qualquer referência ao vocabulário dos direitos subjetivos não decorra de alguma oposição sua ao reconhecimento do papel fundamental exercido pela linguagem dos direitos no triunfo do capitalismo. A meu ver, as causas para essa, de outro modo, inexplicável omissão estão associadas a razões de outra índole. De um lado, à opção científico- disciplinar de Hirschman de escrever uma história intelectual dos argumentos

especificamente políticos que favoreceram o surgimento e o triunfo do capitalismo.288

De outro lado, e com maior relevância, aquela omissão encontra explicação no fato notável de que, ao tempo da publicação do estudo de Hirschman, ainda era dominante em alguns círculos intelectuais uma visão, digamos, “naturalista” que tinha por tão óbvio que o direito foi, é e sempre será estruturante na institucionalização de qualquer experiência política que não faria sentido algum perder tempo discutindo ou justificando esse fait accompli; enfim, uma visão que ainda não tinha sido confrontada e abalada pelos estudos históricos que demonstraram que, embora, de fato, seja um

fait accompli a relevância do direito, como ordem normativa objetiva, para a

institucionalização de qualquer experiência política, disso não decorreria que também

287 POGGI, Gianfranco. “Economy and Polity: A Chastened Reflection of Past Hopes”, p. 399. Como denuncia o

seu fraseado, a afirmação de Poggi é uma bastante óbvia referência à metodologia contextualista na linha discutida na primeira parte desta tese.

288 Cf. a Introdução do seu livro, in HIRSCHMAN, Albert. As paixões e os interesses. Argumentos políticos a favor do capitalismo antes do seu triunfo, pp. 25-27. De qualquer modo, isso não explica porque Hirschman,

discutindo autores que viviam em um período em que ainda não existia essa deletéria especialização do conhecimento que caracteriza o nosso tempo, só se preocupou com os argumentos políticos desses autores que selecionou, sem qualquer consideração aos seus inevitavelmente conexos argumentos jurídicos.

140 seja um fait accompli a articulação dessa ordem jurídica objetiva (law) em termos de um vocabulário de direitos subjetivos (rights). Essa tendência pode ter sido agravada no caso de Hirschman pela oposição que a sua argumentação sugere ter existido entre um primeiro Adam Smith filósofo moral e um segundo Adam Smith economista política, uma orientação que não dá a devida consideração ao fato de que, desde a sua maturidade, Adam Smith era um intelectual que dominava profundamente a tradição da jurisprudentia, particularmente natural, e a linguagem dos direitos (rights) presente nos discursos políticos europeus.

Daí, a meu ver, merecer consideração o fato de Hirschman lamentar não haver lido — o que, segundo ele, fez com que a sua análise não refletisse tanto quanto seria desejável a coincidência de pontos de vista — precisamente uma dessas contribuições capitais empreendidas com o propósito de superar essa visão “naturalista”, meta-histórica, da política ocidental: nas suas próprias palavras, a “monumental” obra de John Pocock.289 Uma obra que, numa perspectiva crítica e à

base dos pressupostos metódicos apresentados na primeira parte desta tese, descreve a dinâmica histórica na qual, contra as pretensões concorrentes e antagônicas, principalmente, do discurso republicano das virtudes cívicas, prevaleceu, no âmbito da sociedade comercial que triunfou no Ocidente a partir dos séculos XVII/XVIII, o vocabulário político articulado em termos de direitos subjetivos.

E precisamente no tocante ao cerne da argumentação de Hirschman — a fundamentalidade do livre curso das paixões de índole econômica para a consolidação

289 Cf. HIRSCHMAN, Albert. As paixões e os interesses. Argumentos políticos a favor do capitalismo antes do seu triunfo, pp. 23-24. Louis Schneider, em outra importante análise da obra de Hirschman, também faz

referência às contribuições que as formulações de Pocock poderiam ter aportado para enriquecer ou, mais provavelmente, impugnar os argumentos desenvolvidos em As paixões e os interesses; cf. SCHNEIDER, Louis. “On Human Nature, Economy, and Society”, p. 401.

141 da sociedade comercial —, Pocock é enfático no atribuir nesse processo um papel central à linguagem dos direitos subjetivos da tradição da jurisprudentia natural:

“Os apologistas do comércio, portanto, preferiram, a qualquer modelo histórico baseado no humanismo cívico, os modelos do direito natural e do jus gentium propostos por Grotius, Pufendorf, Locke e os juristas alemães, que enfatizavam o surgimento da jurisprudência civil a partir de um estado da natureza, visto que esse estado poderia ser prontamente equiparado ao barbarismo. Assim, a tradição da jurisprudência natural fez a sua reaparição na história (...) de mãos dadas com muitas das filosofias morais que se orientavam pela noção de paixão, e se valiam do estado da natureza para mostrar como, na história, as paixões foram moderadas pelo progresso do comércio e pela polidez”.290

Nos dois tópicos seguintes, intentaremos evidenciar a pertinência dessa leitura de Pocock, demonstrando, a partir da análise das formulações do mais importante dos economistas políticos, como a recepção do ius naturae pela linguagem da economia política (tópico 3.3), particularmente da linguagem dos direitos subjetivos cultivada no seu âmbito (tópico 3.4), foi decisiva para a institucionalização dessa visão da política comprometida com a realização dos interesses privatistas próprios à sociedade comercial.

3.3 Dos interesses aos direitos: a institucionalização da sociedade comercial