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RECURSO

2007 324 R$ 9.600,00 R$ 6.400,00 R$ 16.000,00 2009 830 R$ 23.800,00 R$ 10.200,00 R$ 34.000,00 VALOR

TOTAL 1.154 R$ 33.400,00 R$ 16.600,00 R$ 50.000,00 Fonte: Elaboração própria, 2019.

Em 2007, a escola possuía 324 alunos matriculados, recebendo um investimento no valor de R$ 16.000,00 reais, sendo R$ 9.600,00 reais para Custeio e R$ 6.400,00 para Capital. Em 2009, a escola possuía 830 alunos matriculados, recebendo um investimento no segundo ano no valor de R$ 34.000,00 reais, sendo R$ 23.800,00 para Custeio e R$ 16.600,00 para Capital.

O que chama atenção no caso dessa escola, é que ela possuiu menos alunos do que a escola C e recebeu mais investimentos sendo uma das escolas que recebeu mais recursos do PDE–Escola.

Algumas perguntas não foram sanadas, tanto pela gestão escolar, como pelo MEC/FNDE, pois de acordo com o Plano de Ações Financiáveis e o PDDE – Interativo, os valores de repasses estavam de acordo com o quantitativo de alunos matriculados na unidade escolar.

Seguindo a mesma linha de raciocínio, serão apresentados dados gerais da escola nos anos de implementação e execução do PDE–Escola. O quadro abaixo, discorrerá sobre a taxa de distorção idade-série.

Quadro 22 - Taxa de Distorção Idade – Série (Ensino Fundamental I) na

Escola D entre 2007 e 2010. ANO 1º SÉRIE/2º ANO 2º SÉRIE/3º ANO 3º SÉRIE/4º ANO 4º SÉRIE/5º ANO 5º SÉRIE/6º ANO 2007 3,8 2,1 8,9 26,1 33,6 2009 6,1 6,0 5,9 24,6 44,8 2010 - 14,0 15,5 34,4 52,5

Fonte: Censo Escolar 2007, 2009 e 2010

Diferente da escola A, B e C a escola D possui turmas no 1º, 2º, 3º, 4º e 5º ano do ensino fundamental. Em 2007, nota-se que a distorção idade – série no 4º ano e 5º ano foram maiores, quando se compara a 2009, e em 2010 essa

taxa continuou crescendo. Nota-se que na 2º série, essa taxa aumentou mais que 600%, dando um pulo de 2,1 em 2007 e 14,0 em 2010, um ano após a implementação do PDE – Escola. Também podemos visualizar que no 3º ano, essa taxa aumentou mais que 600% novamente entre 2007 e 2010. O que se constata, é que houve o planejamento do PP para o PDE–Escola em 2007, no entanto, está visível que a unidade escolar não conseguiu manter e/ou reduzir essa taxa de distorção.

O quadro a seguir, irá tratar acerca da taxa de rendimento escolar.

Quadro 23 – Taxa de aprovação na escola D entre 2007 e 2010.

ANO 1º SÉRIE/2º

ANO 2º SÉRIE/3ºANO 3º SÉRIE/4ºANO 4º SÉRIE/5ºANO 5º SÉRIE/6ºANO

2007 - - - - -

2009 100 100 86,5 47,1 56,4

2010 100 96,2 71,4 51,6 40,2

Fonte: Censo escolar, 2007, 2009 e 2010.

Não há dados da escola disponíveis na Taxa de rendimento escolar de 2007 para que haja a mensuração deste item no período do Programa. No entanto, ao compararmos o último ano do PDE–Escola com o ano seguinte, nota-se que a taxa de aprovação do 3º ano reduziu 3,8 pontos percentuais. No 4º e 6º ano, também houve uma redução da taxa de rendimento quanto a aprovação, sendo um número expressivo de 15,1 pontos percentuais no 4º ano e 16,2 pontos percentuais no 6º ano. O único ano que vemos que essa taxa elevou foi o 5º ano, sendo 4,5 pontos percentuais.

Com isso, verifica-se que a escola está localizada num bairro de classe média, conseguiu reduzir a distorção idade-série em alguns anos, porém não em todos. Conseguiu elevar a taxa de rendimento apenas no 5º ano, sendo esse índice não suficiente para elevar o IDEB, fazendo com que houvesse uma redução, ao invés de uma melhora no índice. Neste caso, se faz necessário investigar cada item que compõe o IDEB separadamente, para definir se a taxa de distorção idade – série e taxa de rendimento teve impacto diretamente no índice.

A entrevista foi realizada no dia 22 de maio de 2019, às 14:00 horas. A entrevistada foi a Vice-Diretora da atual gestão escolar. A gestão participou do

grupo de sistematização, possuía conhecimento acerca do que é o PDE– Escola, bem como ele se estruturava. No entanto, não soube responder em profundidade as ações, objetivos e metas planejados e implementados em decorrência do tempo desde o momento em que a escola implementou o PDE– Escola, até período em que foi realizada a entrevista. Informou também, que não obtiveram apoio/capacitação para a elaboração do PDE–Escola por parte do Comitê estratégico como previsto no manual do PDE–Escola, tornando-se apenas uma ferramenta para cadastrar o plano de trabalho e receber recursos.

Nota-se que a escola não utilizou para os demais anos o Planejamento Pedagógico, bem como atividades desenvolvidas no período de vigência do PDE–Escola. Mesmo sabendo do desenho do programa e os seus benefícios, ficou evidenciado na entrevista que as ações previstas não obtiveram êxito, e que não foram replicadas durante os anos subsequentes.

Como não se obteve acesso a elaboração do PP, fica inviável identificar se os objetivos traçados, bem como as metas foram alcançadas ou não, acarretando o sucesso ou insucesso do PDE–Escola, nessa unidade escolar. Não há como apontar e mensurar as falhas ocorridas na implementação do PDE–Escola, pois o documento original que continha informações pertinentes ao Programa não foi localizado. Abaixo segue quadro síntese da entrevista realizada.

Quadro 24 – Síntese da Entrevista realizada na Escola D.

Pergunta Resposta

Pergunta 01 - O(a) senhor(a) participou na elaboração do PDE–Escola, ou conhece

alguém que participou?

Sim, participou do processo de elaboração do PDE–Escola.

Pergunta 02 - Como o senhor (a) ficou sabendo que existia o PDE–ESCOLA; foi uma

exigência da secretaria de educação ou foi uma iniciativa da própria escola?

Foi uma exigência da Secretaria de Educação e a escola não teve opção de recusar ou não. Houve entrega de uma lista de escolas em uma reunião onde indicava quais escolas iriam participar do PDE – Escola.

Pergunta 03 - Porque a escola se interessou

pelo PDE? Foi uma exigência da Secretaria deEducação e a escola não teve opção de recusar ou não

Pergunta 04 - Vocês conhecem o manual e

seguiram o manual? Conhece superficialmente. Foi entregue omanual para a escola seguir o passo a passo, no entanto, a escola possuía muitas dificuldades para executar as atividades. Pergunta 05 - Após o PDE, houve uma Não. Após o PDE–Escola não houve um

melhora no plano pedagógico da escola? repasse de informações para os novos PP e essas informações acabam perdendo-se ao longo dos anos.

Pergunta 06 - Foi realizado alguma

autoavaliação após o PDE? Não. Por parte da escola, não houve. Pergunta 07 - Existe alguma outra pessoa que

participou do PDE–Escola que ainda permanece/atua aqui?

Sim, no entanto, a vice-diretora foi a pessoa que mais contribuiu com a entrevista.

Pergunta 08 - O(a) senhor(a) tem algum registro da elaboração do plano pedagógico

realizado, contendo os objetivos, metas, ações, entre outros?

Não localizaram nenhum documento que pudesse aprofundar a entrevista, bem como o estudo acerca da Análise situacional, diagnóstico, implementação e autoavaliação.

Fonte: Elaboração própria, 2019.

Em suma, no caso desta escola observa-se que seguiu uma tendência em relação a implementação do PDE–Escola com as demais, pois essas características estão diretamente ligadas à continuidade do plano de ação proposto pelo Programa nos anos seguintes. Com isso há uma fragilidade do histórico ou memória das ações pensadas e implementadas.

CONCLUSÃO

Este estudo se propôs a investigar a implementação do PDE–Escola na cidade de Natal/RN e as Implicações da Autonomia na Gestão escolar, desenvolvendo um estudo de caso em quatro escolas do município. A partir de

um Banco de dados disponibilizados pelo FNDE/MEC, foi observado características das unidades escolares a fim de entender melhor a realidade onde estão inseridas, bem como suas dificuldades de enfrentamento para elevar o IDEB. Com isso, foi feito uma análise das escolas que receberam o Programa no período de 2007 a 2015, inseridas no Rio Grande do Norte, para então desenvolver o estudo de caso no município de Natal.

Pode-se concluir que no Rio Grande do Norte, o número de benefícios que o programa disponibilizou foi de 2.654 vezes às escolas do estado, já que a escola recebia o Programa por dois anos. No município de Natal, esses recursos foram 1.507 para a rede de ensino municipal e 1.159 para a rede de ensino estadual. A partir da caracterização, foram escolhidas duas escolas da rede municipal e duas da rede estadual de ensino.

As quatro escolas analisadas apresentaram dificuldades quanto a implementação do plano de ação, bem como outras características específicas do Programa. Todas foram unânimes ao relatarem que esses obstáculos foram desencadeados por falta de orientação e acompanhamento das Secretarias de Educação, tanto na questão da preparação, análise situacional, definição da visão estratégica, execução e autoavaliação.

Um reflexo importante desta falta de acompanhamento, pôde ser constatado pela ausência de participação da equipe de sistematização composta pela gestão escolar e representantes do colegiado escolar composto por pais, professores e alunos, juntamente com o comitê de análise, para que se desenvolvessem a autoavaliação do plano de ação implementado.

O comitê de análise e aprovação não cumpriu com as suas atribuições e responsabilidades, considerando que o manual do PDDE–Interativo atribui tarefas de prestar assistência técnica, tanto na elaboração como na execução do PDE–Escola, sendo parte fundamental para o sucesso do Programa. A assistência do comitê poderia evitar que as escolas agissem equivocadamente por falta de informação e apoio.

A escola A não soube desenvolver um bom planejamento das ações a serem cumpridas no PDE–Escola, fato este que foi demonstrado nas

considerações feitas durante a discussão. Um exemplo que foi citado, foi a reprovação e abandono e distorção idade-série, onde a escola não identificou alguns possíveis problemas relevantes para o tema e propôs algumas ações que não estão de acordo com a CF/88, LDB e ECA. Diante do exposto, a escola não alcançou algumas metas previstas no plano de ação, o que prejudicou o desempenho da escola e inviabilizou a realização da autoavaliação.

Em relação às escolas B, C e D não foi possível identificar se os objetivos, metas e estratégias traçadas foram alcançadas ou não, devido não possuírem nenhum registro que possibilitasse desenvolver um estudo mais aprofundado como ocorreu na escola A. Foi observado que alguns gestores não possuem conhecimento do que foi o PDE–Escola, sendo interpretado muitas vezes , de forma errônea como o PDDE–Interativo e ou PDE.

Conclui-se, portanto, que as quatro escolas estudadas possuíram dificuldades na implementação do Programa, ainda que tenham sido as mesmas, as autoras dos respectivos planos de ação. Durante a ação da implementação ocorreram alguns entraves, os quais implicaram diretamente no sucesso do PDE–Escola e, consequentemente, no IDEB.

REFERÊNCIAS

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GADOTTI, Moacir & ROMÃO, José Eustáquio., (ed.). Autonomia da Escola

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GOMES, Sandra Cristina. Sobre a viabilidade de uma agenda de pesquisa

coletiva sobre implementação de políticas e desigualdades. Natal: 2018

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