• Nenhum resultado encontrado

de junho de 1998, a IBM anunciou seus planos de incorpo-

No documento UMA BREVE HISTÓRIA DO SÉCULO XXI (páginas 102-134)

Vamos Trocar Figurinhas.' Coloque o Seu Aplicativo para Conversar com o Meu

Em 22 de junho de 1998, a IBM anunciou seus planos de incorpo-

Apache ao seu novo servidor web, o WebSphere. Dentro da organi-ão da comunidade colaborativa do Apache, roda e qualquer melhoria efetuada

no código deveria ser devolvida para toda a comunidade. Os usuários, porem, também tinham liberdade para criar produtos comerciais patenteados a partir do código do Apache, como fez a IBM, desde que

incluíssem 11 citação dos direitos autorais do Apache na sua patente. j iras

palavras, a aplicação da idéia de domínio público ao código aberto estimula a criação de produtos comerciais nele baseados; ao mes-mpo que a fundação permanece livre e aberta a todos, há um teco-nheumento

de que esta se manterá forte e vibrante se engenheiros com •i interesses

comerciais forem incentivados a participar. Hoje, D Apache é uma das

mais bem-sucedidas ferramentas de código aberto, utilizada cm dois entre cada três sites no mundo. Como pode ser baixado dc graça de

qualquer ponto do globo, é empregado em .Ia Rússia ao Vietnã,

passando pela África do Sul — e quem quiser ••( de um servidor web

com recursos adicionais pode adquirir produtos como o WebSphere,

diretamente com base no Apache.

Na época, a venda de um produto baseado num programa de código aberto foi uma aposta arriscada da IBM. Em favor da empresa, há que

se reconhecer sua confiança na sua capacidade de sustentar a produ-aplicativos diferenciados a partir do Apache básico. Desde então.

o modelo ganhou ampla aceitação, depois que todos viram como ele alçou a divisão de servidores web da IBM à liderança comercial dessa núde sofinvrc, gerando uma imensa receita.

;;:petir ad tiauseam ao longo deste livro: num mundo plano, a maior Li das empresas não terá futuro se investir em baunilha — o sabor maii iirnplei, básico. No campo do software, entre outros, a baunilha vai

(IMUNDO f PIANO

ficar a cargo das comunidades de código aberto. O futuro comercial da maioria das empresas pertence àquelas que tiverem a receita da melhor calda de chocolate, do chantili mais leve e doce e das cerejas mais sucu-loitas para colocar por cima, ou que souberem montar o melhor

íunãae 10111 todos esses ingredientes. Jack Messman, presidente do conselho da Novell — hoje uma grande distribuidora do Linux, sistema operacional de código aberto ao qual a empresa acrescenta balangandás para que cie dance conforme a música de cada cliente —, é quem melhor descreve a situação: "Se quiserem se diferenciar, os fabricantes de

softutares comerciais têm de começar a atuar nos níveis mais altos dos programas. Da infra-estrutura, quem está cuidando ê primordialmente a comunidade do código aberto" (Financial Times, 14 de junho de 2004).

O acordo com a IBM foi um verdadeiro divisor de águas. O que a

tíig Blue* fez foi asseverar sua crença no modelo de código aberto e no fato de que, no caso do Apache, aquela comunidade de engenheiros havia criado algo não só útil e valioso como também "o melhor em sua categoria". Daí o movimento do código aberto ter se cornado uma po- derosa força de nivelamento, cujos efeitos mal i;anu\.inios 3 divisar.

- Abre-se uma vasta gama de possibilidades pura qualquer indiví- duo — salienta Brian Behlendorf. — Não importa de onde a pessoa seja ou onde esteja; usando esse softwareou contribuindo para ele, um sujeito que se encontre na índia ou na América do Sul pode alcançar o mesmo grau de eficácia que alguém do Vale do Silício.

Pela mentalidade antiga, o vencedor é o único que sai ganhando: se fui eu que fiz, é meu. Esse é o modelo padrão das licenças de software.

— O único jeito de enfrentar isso — conclui Behlendorf— é cor todo mundo saindo vitorioso.

Por sua parte, Behlendorf está apostando sua carreira no fato que cada vez mais pessoas e empresas vão querer tirar vantagem da nc

plataforma do mundo plano para empreender inovações em código; to. Em 2004, ele fundou uma nova empresa, a CoIlabNet, a fim promover o uso do código aberto como ferramenta fundamental pi inovar nos softwares voltados para o segmento corporativo.

Como a mídia chama a IBM. devido ao anil prcdominanrc cm seu logotipo. (N.T.)

i ACHATARA'.'

- Partimos da premissa de que o software não c ouro, é alface: um perecível — compara. — Se não for aprimorado ao longo do tem-

i, vai acabar estragando.

A comunidade do código aberto vem se dedicando ao seu desen-ilvimento distribuído, sob coordenação global, de modo a submeter pt; de alface a uma renovação constante, para que não apodreça. ilendorf acredita que a comunidade do código aberto chegou ao lor método para a criação e constanre atualização dos programas -laCollabNet íoí criada a fim de agregar as melhores técnicas do código :rto a uma comunidade fechada, i.e., uma empresa de

software lercial.

- A CollabNet vende armas para as forcas que estão achatando o ido — exemplifica Behlendorf. — Nosso papel neste mundoécons- liras ferramentas e a infra-estrutura necessárias para que qualquer um eja ele na índia, na China ou alhures, e seja ele um consultor, um icbnário ou apenas alguém que esteja em casa) possa colaborar. Nós "ms t> kit de ferramentas para o desenvolvimento colaborativo uralizado. Ajudamos a virar as relações hierárquicas do desenvol-110 de ponta-cabeça, e não só no ciberespaço. (...) Conhecemos ides empresai que hoje estão interessadas na criação de um ambiente se escreva software de baixo para cima. O tradicional modelo de para baixo, compartimentalizado, está falido. Dentro desse sisre-a, eu desenvolvia algo e o jogava para você por cima do muro. Daí : encontrava os defeitos e me jogava de volta, para que eu consertasse i lhe vendesse uma nova versão. Programas cheios de erros são uma : contínua de frustrações, que podem ou não vir a ser sanadas. Diante >, pensamos que seria interessante pegar os benefícios do código - a rapidez das inovações, a qualidade superior, a sensação de certo enire todos os envolvidos — e conjugá-los num modelo de ne-;.ira que as empresas pudessem se tornar mais colaborativas, tan-DO âmbito interno quanto no externo.

Gosto da síntese que Irving Wladawsky-Berger, vice-presidente da (c cubano de nascimento), faz da questão do código aberto:

- l^s;i i-iapa que ora se inicia caracteriza-se pela inovação de cará- icr colaborativo, empreendida por muita gente envolvida em comuni-

dades talentosas, do mesmo modo como a inovação na era industrial caracterizou-se pelo gênio individual.

rnais notável do código aberto em seu aspecto da informação aberta é a rapidez com que ela migrou para outras esferas e deflagrou outras comunidades colaborar!vás auto-organizadas, que começam a lion/initalizar as hierarquias em suas respectivas áreas. A meu ver, esse fenômeno se manifesra de maneira mais vivida no jornalismo, em cujo âmbito os blogueiros (com seus relatos e comentários on-line publicados ao melhor estilo "bloco do eu sozinho"), em geral interligados em função de Opções ideológicas, criaram uma espécie de sala de imprensa de código aberto. Hoje, a leitura de determinados blogs {o termo é derivado da palavra tueblog. "diário na web") foi incorporada à minha rotina diária de coleta de informações. Num artigo sobre como um pequeno grupo de blogueiros relarivamcnte obscuros foi capaz de desmascarar os documentos falsos usados por Dan Raihcr, da CBS News, em sua infame reportagem sobre a atuação do presidente George W. Bush na Guarda Nacional, Howard Kurtz, do The Washington Pasí, comenta que "foi como jogar um fósforo aceso em lenha encharcada de querosene. O fogo se alastrou pela imprensa, e blogueiros até então obscuros conseguiram colocar a emissora de Murrow e Cronkite totalmente na defensiva. O segredo, segundo Charles Johnson, foi a 'coleta de inteligência em código aberto' — isto é: 'temos um batalhão de pessoas motivadíssimas que saem munidas de ferramentas para descobrir coisas. Contamos com um exército de cidadãos jornalistas lá fora'" (20 de setembro de 2004).

As armas desses soldados geralmente se resumem a um gravador, um celular com câmera e um site na web— mas, num mundo plano, a voz desse exército consegue elevar-se até a CBS ou o The New York Ti-

mes. Esses blogueiros criaram sua própria rede aberta de informas com entrada franca. Não raro correm por essa rede boatos e disparates; sem supervisão, os padrões de prática podem variar muito, e há quem chegue às raias da irresponsabilidade pura e simples. Por outro lado, supervisão, as informações também fluem com cotai liberdade — e, qi do essa comunidade resolve concenttar as suas atenções em algum fato real, como o episódio envolvendo Racher, é capaz de gerar tanta energia,

1/2

[)FZ FORÇAS QUF AaWTMW M o

burburinho e notícias concretas quanto qualquer grande emissora de TV ou jornal.

Outro veículo de colaboração intelectual a que recorri com fre- qüência na redação deste livro foi a Wikipedia, uma enciclopédia for- mada pelas contribuições dos usuários — também conhecida como "en- ciclopédia do povo". " Wikis" vem da palavra havaiana que significa "rápido". Wikissáo os í/'r«que permitem que seus usuários editem dire- tamente qualquer página na web de seu próprio computador. Numa matéria publicada em 5 de maio de 2004 na YaleGlobal on-line, Andrew Lih, prófessor-adjunto do Centro de Estudos de Mídia e Jornalismo da Universidade de Hong Kong, explica o funcionamento da Wikipedia e por que ela é tão inovadora.

— O projeto da Wikipedia rói criado por Jimmy Wales, presidente de uma empresa iniciante de Internet chamada Bomis.com, depois que se esgotaram o dinheiro e os recursos do projeto original de uma enci- clopédia livre e voluntária, mas estritamente controlada — escreve I.ih. - Apesar de haver editores com Ph.D. à frente do projeto, tudo o que se produziu foram algumas centenas de artigos. Para evitar que o conteúdo se depauperasse, Wales publicou as páginas num site uãJtiem janeiro de 2001 e convidou os visitantes a editarem ou contribuírem para a coletânea. Logo no primeiro ano o sucesso foi arrebatador, gerando uma audiência fie! e mais de 20 mil artigos, com traduções para mais de 12 idiomas. Depois de dois anos, eram 100 mil verbetes, e, em abril de 2004, o site passava dos 250 mil artigos em inglês e 600 mu em cinqüenta outras línguas — e, de acordo com números divulgados pelo Alexa.com, tornou-se mais popular que enciclopédias on-line tradicionais, como a Briiannica.com.

Como, pode-se questionar, produzir uma enciclopédia com credibilidade e equilíbrio com base num movimento localizado de código aberto e livre edição? Afinal, todos os verbetes da Wikipedia possuem um botão "Edite esta página", o que permite que qualquer um que navegue por lá acrescente ou elimine conteúdo.

Para começar, explica Lih, "como os wikis dão a possibilidade de verificar o sratus dos textos, analisar alterações individuais e encetar discussões, funcionam como um software social. Os sites wikis

l) VHIMXi C. Í'IAN(.1

monitoram e armazenam rodas as modificações sofridas por cada arti- go, de modo que nenhuma intervenção significa uma destruição irreversível. A Wikipedia funciona por consenso; os usuários vão acres- centando e alterando seu conteúdo na tentativa de chegar a um meio-termo".

- Não obstante, a tecnologia por si só não basta -- ressalva Llh. - Wales instituiu uma política editorial de manutenção de um ponto de vista neutro (neutralpoint ofview, NPOV) como princípio funda- mental. (...) De acordo com as diretrizes da Wikipedia, "o ponto de vista neutro procura apresentar idéias e ratos de maneira que tanto de- fensores quanto oponentes concordem (...)". Assim, verbetes sobre te- mas controversos como a globalização beneficiaram-se da natureza colaborativa c global da Wikipedia. Ao longo dos últimos dois anos. sou conteúdo foi editado mais de noventa vezes por parte de colaboradores da Holanda, Bélgica, Suécia, Reino Unido, Austrália, Brasil, Estados Unidos, Malásia, Japão e China, e proporciona uma visão multifacetada de questões que abrangem desde a Organização Mundial do Comércio e as corporações multinacionais até o movimento anriglobalizacão e ame- aças à diversidade cultural. Por outro lado, os mal-intencionados ficam anulados, pois é fácil reverter atos de vandalismo. Os usuários que se dedicam a combatê-lo vigiam a lista de alterações recentes e corrigem problemas em minutos, às vezes segundos. Basta o clique de um botão para restaurar facilmente um verbete desfigurado, voltando a uma versão aceitável. Essa assimetria crucial inclina a balança em favor dos membros produtivos e cooperativos da comunidade wiki, garantindo a pre- dominância de conteúdos de qualidade.

Uma reportagem da revista Newsweek sobre a Wikipedia (l- de novembro de 2004) cita Angela Beesley, colaboradora voluntária de Essex, Inglaterra, e viciada confessa no siie, que vela pela exatidão de mais de mil verbetes:

- A idéia de uma enciclopédia colaborativa pode parecer um des propósito, mas ela controla naturalmente a si própria.

Enquanto isso, Jimmy Wales está só começando. Ele contou k

Newsweek seus planos para a criação do Wikkionário (dicionário e

[hesaurus], Wikilivros (manuais e livros didáticos) e Wikifrases (um lí-

i Ht.W l) MUMIX>

vro de citações). Seu objetivo é simples: proporcionar "a todos livre acesso ao somatório de todo o conhecimento humano".

A intenção de Walcs de proporcionar a todos livre acesso a todo o J\cabedal humano de conhecimento é sincera, sem dúvida, mas tam- bém traz à tona o lado polêmico do código aberto: se cada um contribui de graça com seu capital intelectual, de onde virão os recursos para des- cobertas e inovações? Como não terminaremos enleados em interminá- veis litígios acerca de qual parte de determinada inovação foi feita de graça pela comunidade — devendo permanecer gratuita, pois — e qual parte foi acrescentada por uma empresa com fins lucrativos e deve ser paga, para que a empresa possa ganhar dinheiro para estimular mais inovações? Todas essas questões são levantadas pela outra modalidade, cada vez mais popular, de colaboração auto-organízada: o movimento do

software livre. Segundo o site openknowledge.org, "o movimento do

software livre/de código aberto teve origem na cultura 'hacker'áos labo- ratórios de ciência da computação americanas {Staníbrd, Berkeley, Carnegie Mellon e MIT) nos anos 60 e 70. A comunidade de programa- dores era pequena e unida, e o código transitava livremente entre os seus membros. Quem efetuava uma melhoria devia apresentar seu código à comunidade dç desenvolvedores. Reter código seria uma impertinència; afinal, quem sç beneficiava do trabalho dos amigos deveria retribuir o favor".

O movimento do sojhvare livre, entretanto, foi e ainda é inspirado pela idéia ética de que o sojttuaredffve ser gratuito e disponível para to- dos, a partir de uma colaboração de código aberto para produzir o me-llior software possível a ser distribuído de graça. Existe, porém, uma ligeira diferença em relação à abordagem do pessoal da informação pública, como o Apache, que encara a abertura do código como um meio tecni- camente superior de criar programas e outras inovações — de modo (jiu.-, mesmo sendo distribuído de graça, não se opõe à criação de pro- dutos comerciais nele baseados, desde que a sua contribuição seja reconhecida.

O objetivo primário do movimento do software livre, entretanto, é arregimentar o maior número possível de pessoas que escrevam, apri-

t-. 1'IANO

morem e distribuam softwares sem cobrar, com base na convicção de que assim se vai conferir poder e libertar a todos do domínio das corporações globais. Em geral, o movimento do software livre estrutura suas licenças de modo que todos os programas comerciais que nele se basearem diretamente tenham de ser gratuitos também.

Em 1984, diz a Wikipedia, Richard Stallman, pesquisador do MIT e um desses cx.-hackers, lançou o "movimento do software livre", junto com o projeto de construção de um sistema operacional gratuito, o GNU. A fim de promover o software livre e garantir sua permanente liberdade de alteração e disponibilidade, Stallman criou a Frce Software Foundation e o que denominou de GNU General Public License (GPL, Licença Pública Geral do GNU). A GPL determina que os usuários do código-fonte podem copiar, modificar ou atualizar o código, desde que dispo-nibilizem suas alterações sob a mesma licença do código original. Em 1991, um estudante da Universidade de Helsinque, Linus Torvalds, a partir da iniciativa de Stallman, lançou seu próprio sistema operacional, o Linux, para concorrer com o Microsoft Windows, e convidou outros engenheiros e aficionados para tentarem aperfeiçoá-lo— de graça. Desde a publicação origina! de Torvalds, programadores do mundo inteiro já manipularam, acrescentaram, expandiram, corrigiram e aprimoraram elementos do Linux/GNU, cuja licença permite que qualquer um possa fazer o download do código e o melhore {desde que em seguida libere a versão atualizada, sem ônus, para todos os demais). Torvalds insiste em que o Linux seja sempre gratuito. As empresas que vendem programas que incrementam o Linux ou o adaptam para determinadas funções têm de tomar muito cuidado para, em seus produtos comerciais, não tocarem nesses direitos autorais.

Assim como o Microsoft Windows, o Linux constitui uma família de sistemas operacionais que podem ser adaptados para rodar nos me- nores computadores de mesa, laptops, PalmPilots e mesmo relógios de pulso, até nos maiores supercomputadores c mainframts. Desse modo, um garoto na índia com um PC barato pode destnnchar o funciona- mento do mesmo sistema operacional executado em alguns dos maiores centros de dados empresariais dos EUA. O Linux conta com um exér- cito de desenvolvedores espalhados pelo mundo trabalhando para

i «MM II MUNDO

aperfeiçoá-lo. Enquanto trabalhava neste trecho do livro, rui certa tarde à Virgínia para um piquenique na casa de campo de Pamela e MalcoJm Baldwin, que minha esposa conheceu por integrar a diretoria da World Learning, uma ONG educacional. Durante o almoço, comentei que estava pensando em ir a M;di para ver como o aduitarnento do mundo se fazia sentir em sua última fronteira --a cidade de Timbuctu. Ora, por acaso o filho dos Baldwins, Pecer, estava em Mau, trabalhando no GeekCorps, que tem por objetivo levar tecnologia para os países em desenvolvimento. AJguns dias mais tarde, recebi um e-mail de Pamela dizendo que havia visto com Peter a possibilidade de me cíceronear em Timbuctu — e acrescentou a seguinte frase, que me revelou tudo o que eu precisava saber e poupou-me a viagem: "O Perer contou que seu projeto está criando redes sem fio via satélite, fabricando antenas com garrafas de refrigerante vazias e mesh com telas de janela! Em Mali todo mundo usa Línux (.-.)."

"Em Mali todo mundo usa Linux." Sem dúvida há aí um certo exagero, mas essa é uma frase que só se ouviria num mundo plano. movimento do software livre tornou-se um sério desafio à Microsoft e outras grandes empresas globais da área. Conforme relatou a revista

Fortune, em 23 de fevereiro de 2004, "a disponibílização desse

software simples mas poderoso, que funciona nos onipresentes microprocessadores da Intel, coincidiu com o crescimento explosivo da lnrernt.-t. O Linux não demorou a conquistar adeptos entre programa- dores e empresas do mundo inteiro (...). E a revolução vai muito além do pequeno Linux (...). Programas de praticamente todo tipo podem ser encontrados agora em código aberto. O SourceForge.net, site que é um ponto de encontro de programadores, faz uma lista com assombrosos 86 mil programas em desenvolvimento. Em sua maioria são projetos menores, feitos por e para aficionados, mas centenas deles possuem valor real. (...) Para quem detesta a idéia de desembolsar 350 dólares pelo Microsoft Office ou 600 dólares pelo Adobe Photoshop, o OpenOrfice.org e o Gimp são alternativas gratuitas e de qualidade sur- preendentemente alça". Grandes empresas como Google, E*Trade e Amazon, combinando componentes de servidor baseados em chipslntel

117

O

e o sistema operacional Linux, lograram efetuar uma drástica redução de seus gastos com tecnologia e obter mais controle sobre seu software.

Por que rama gente se dispõe a escrever programas para distribuição gratuita? Em parte, pelo mero desafio científico, o que jamais deve ser subestimado. Em parte, porque todos abominam a Microsoft pelo modo como conquistou seu amai domínio de mercado e, no entender di- muitos da área, intimidou todos os outros. Outro motivo é sua crença na possibi- lidade de manter os wfrwares de código aberto sempre atualizados e livres de erros, mais que qualquer produto comercial, graças à dedicação de seu exército de programadores não remunerados. Por fim, algumas grandes empresas de tecnologia contrataram engenheiros para trabalhar no Linux e

No documento UMA BREVE HISTÓRIA DO SÉCULO XXI (páginas 102-134)

Documentos relacionados