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O MUNDO E 1'IANO

No documento UMA BREVE HISTÓRIA DO SÉCULO XXI (páginas 185-194)

COISA BOA DEMAIS TAMBÉM FAZ MAL

O MUNDO E 1'IANO

músicas. O Napster original alcançou tamanha popularidade tão rápido por oferecer um produto sem igual - - música gratuita, que se poderia obter praticamente sem esforço de um banco de dados gigante." Tal banco de dados era na verdade uma arquitetura de compartilhamento de arquivos, por meio da qual o Napster intermediava a comunicação entre as nossas máquinas, a fim de trocarmos arquivos de música. O Napster original foi extinto, mas a tecnologia de compartilhamento de arquivos continua em voga, e vem se tornando mais sofisticada dia a dia, incrementando em muito a colaboração.

Por fim, outro hardware que funciona como esteróide para levar coda essa tecnologia de ponta até os consumidores: a inovação constante nos equipamentos com múltiplas utilidades: laptops, celulares e agendas portáteis cada vez menores e mais potentes, capazes de registrar os seus compromissos, efetuar chamadas, enviar e-mails, tirar fotos e até mesmo servir como câmeras de vídeo.

A colaboração, com todos esses dados digitalizados, ficará ainda mais fácil e barata graças a outro esteróide em ascensão -- o serviço de transmissão de voz por protocolo de Internet (voice over Internet protocot), conhecido como VoIP, que permite fazer ligações telefônicas via Internet, por meio da conversão da voz em pacotes de dados enviados pela rede e transformados novamente em voz na outra ponta. O VoIP permite que todos os usuários do serviço contratem uma operadora privada ou com- panhia telefônica para receber, pela Internet, telefonemas locais e de longa distância em quantidade ilimitada em seu computador pesMial,

taptop ou PDA — bastando, para isso, a utilização de um pequeno mi- crofone. O processo se dá ern âmbito pessoal e no meio virtual - - e, graças às auto-estradas invisíveis da rede, sem que ninguém precise parar para pensar a respeito. Assim, todo telefonema de negócios e pessoal, para qualquer lugar do mundo, será tão barato quanto uma ligação local - isto é, sairá praticamente de graça. Se isso não ajudar a amplificar todas as formas de colaboração, não sei o que, então, ajudaria.

Considere a seguinte referência feita pela revista Business Week de lu de novembro de 2004 ao Skype, empresa pioneira da prestação de serviços de VoIP: "A Eriksen Translations Inc. é uma pequena empresa de peso. Sediada no Brooklyn (Nova York), ela conta com uma rede de

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5 mil autônomos espalhados pelo mundo para traduzir documentos de negócios em 75 idiomas para clientes americanos — o que implica contas telefônicas de cerca de 1.000 dólares todo mês. Assim, quando a gerente de desenvolvimento empresarial Claudia Waitman ouviu ralar que uma nova empresa, a Skype Technologies, estava oferecendo chamadas de voz gratuitas via Internet para outros usuários do serviço em qualquer lugar do mundo, ela deu um pulo. Seis meses depois de aderir ao serviço, os custos da Eriksen com telefonia já caíram 10% — e, melhor ,-únda, seus funcionários e freelancersse falam com mais freqüência, o que lhes permite trabalhar mais rápido c com mais eficiência. 'O Skype mudou todo o nosso jeito de trabalhar', assegura ela."

O VolP vai revolucionar a indústria das telecomunicações — que, desde o seu surgimento, baseia-se na idéia simples de as companhias cobrarem pelo tempo de duração de cada conversa e pela distância que separa os interlocutores. À medida que se ampliarem as opções de VolP à disposição dos consumidores, a concorrência será de tal ordem que as telecorns não rcrão condições de insistir muito mais em cobrar pelo tempo e pela distância. A voz vai se libertar. Será pelos extras que as telefônicas vão competir {e cobrar). A antiga plataforma de voz não se prestava bem ,1 inovações. Em contrapartida, quando se coloca a voz numa plataforma de Internet, torna-se possível todo típo de novidade em termos de opções de colaboração. Você tem uma lista de conhecidos e tudo o que precisa fazer é dar um duplo clique num dos nomes para a ligação ser completada. Se quiser uma maneira de identificar a chamada, a foto de quem liga pode aparecer na tela. As empresas vão competir por SoIP

(services over Internet protocol, serviços por protocolo de Internet): qual delas presta o melhor serviço de videoconferência pelo computador, PDA ou laptop; qual permite manter uma conversa com alguém e, paralela- mente, convidar uma terceira ou quarta pessoa para a conversa; qual

permite falar, trocar arquivos e enviar mensagens de texto ao mesmo tempo, possibilitando ao usuário falar c ocupar-se de um documento qualquer durante a conversa. Será possível deixar um recado de voz que vai ser convertido em texto, junto com um arquivo anexado em que os dois interlocutores estejam trabalhando. Nas palavras de Mike Volpi, vice-presidente sênior da Cisco para tecnologia de roteamento: "A dis-

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tância e a duração da conversa não vão mais importar; o que vai valer é a criação de valor em torno da comunicação por voz. A voz será livre; é o que as empresas permitirão aos seus clientes fazer com ela que vai diferenciá-las entre si."

Quem vive em Bangalore ou Pequim também vai poder figurar nas Páginas Amarelas de Nova York. Precisando de um contador? Basta clicar em Hang Zhou, de Pequim; ou Vladimir Tolstoi, em Moscou; ou até Ernst ôc Young, em Nova York. Pode escolher: praça da Paz Celestial, praça Vermelha ou Union Square? Para qualquer um deles será uma grande satisfação encarregar-se do seu imposto de renda.

Um outro esteróide, relacionado ao VoIP, vai potencializar esse potencializado r: os avanços na videoconferência. A HP e o estúdio Dream Works SKG colaboraram no desenvolvimento de um sistema de videoconferência (a Dream Works contribuiu com seus conhecimentos sobre filmes e som, e a HP, com sua tecnologia de computação e com-pressão) de tirar o fôlego. Cada participante senta-se a uma longa mesa, diante de um painel de TVs de tela plana e cámeras apontadas na sua direção. Os monitores mostram quem está do outro lado (o que pode ser em qualquer lugar do mundo), criando a sensação de que todos se encontram ao redor da mesma mesa -- uma experiência de qualidade aparentemente muito diversa de tudo o que já passou pelo mercado até agora. Tive a oportunidade de participar de uma demonstração, e foi tão realista que praticamente dava para sentir a respiração dos demais parti- cipantes da reunião, quando na realidade estávamos metade de nós em Santa Barbara e os demais a 800 quilômetros dali. Como a produção dos filmes e animações da Dream Works está espalhada por todo o mun- do, a empresa sentiu necessidade de uma solução de videoconferência que proporcionasse aos seus criativos profissionais a possibilidade de realmente comunicarem cada idéia, expressão facial, sentimento, ira, en- tusiasmo e erguer de sobrancelhas. O principal executivo de estratégia e tecnologia da HP, Shane Robison, disse-me que a empresa pretende colocar o sistema à venda até 2005, a um preço de no máximo 250 mil dólares — o que não é nada quando comparado ao custo das passagens aéreas e ao desgaste sofrido pelos executivos que têm de viajar com fre- qüência para Londres ou Tóquio para encontros face a face. Para pes-

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soas jurídicas, o sistema se pagaria tranqüilamente em um ano. Esse nível de videoconferência, quando se proliferar, rornará multo mais fá- ceis e eficientes os processos de desenvolvimento remoto, terceirização e

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or fim, a nata da nata, o superesteróide que tornará móvel todo o resto: a aposentadoria dos fios. A falta de fios é que nos permitirá pegar todo o material digitalizado, virtualizado e personalizado e acessá-lo de qualquer lugar.

- É da natureza da comunicação ser sem fio - - assinala Alan Cohen, vice-presidente sênior da Airespace.

Tudo começou com a voz porque as pessoas queriam poder efetuar ligações a qualquer momento, de e para qualquer lugar. É por isso que. para muitos, o celular é seu telefone mais importante. No início do século XXI, as pessoas começaram a acalentar essa mesma expectativa (e, com ela, o desejo) com relação à comunicação de dados -— a possibilidade de acessar a Internet, e-mailsou qualquer arquivo de trabalho a qualquer momento, em qualquer lugar, por meio de um celular, PalmPilot ou qualquer outro aparelho de uso pessoal. (Agora, um terceiro elemento está entrando em cena, incrementando a demanda pela tecnologia sem fio e reforçando o achatamemo do planeta: máquinas que se comunicam umas com as outras sem fio, tais como os chips RFID do Wal-Mart, pequenos dispositivos uvrv/nxque transmitem automaticamente informações aos equipamentos dos fornecedores, permitindo-lhes fazer o monitoramento dos estoques.)

Nos primórdios da computação (Globalização 2.0), as pessoas tra- balhavam em seus respectivos escritórios. Havia um mainframe enorme, e cada um literalmente ia até ele e pedia aos funcionários responsáveis que extraíssem ou inserissem os dados necessários. Funcionava como um oráculo. Depois, graças ao PC e à Internet, ao c-maiL, ao laptop, aos navegadores e à arquitetura cltente-servidor, tornou-se possível acessar, da minha própria tela, dados e informações de todo tipo armazenados na rede. Nesta era, nós nos desvinculamos do escritório e passamos a poder trabalhar em casa, na casa da praia ou num hotel. Agora qut-atlcntramos a Globalização 3.0, a digitalização, a miniaturizacão, a

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virtualização, a personalização e a extinção dos fios permitem processar, coletar ou transmitir vozes ou dados de e para quaJquer ponto do globo - quer se trate de um ser humano ou de uma máquina.

- Agora, a nossa mesa nos acompanha por toda parte —- explica Cohen. E, quanto maior for a possibilidade de levar e trazer, cada vez mais rápido, informações de e para toda parte, mais as barreiras à com- petição e à comunicação vão cair. De repente, as empresas se vêem com uma extraordinária capacidade de distribuição. Não importa se você está em Bangalore ou Bangor, eu poderei entrar em contato — e vice-versa. Cada vez mais, as pessoas querem e esperam dispor de mobilidade sem fio, do mesmo modo como se pressupõe a disponibilidade de força elé- trica. Estamos nos encaminhando a passos céleres para a era do "eu móvel", na expressão de Padmasree Warrior, principal executivo de tecnologia da Motorola. A partir do momento em que o consumidor paga por conteúdos de qualquer espécie, sejam informações, entreteni- mento, dados, jogos ou a cotação das ações, naturalmente vai querer poder acessá-los a qualquer momento e de qualquer lugar.

Neste exato instante, os consumidores estão enredados numa trama de alternativas e padrões de tecnologia sem Ho que ainda não são total- mente interoperáveis. Como todo mundo sabe, determinadas tecnologias

funcionam num certo bairro, estado ou país, mas não em outros.

A revolução do "eu móvel" estará completa quando todos pudermos nos deslocar pela cidade, país ou mundo, com o tipo de dispositivo que quisermos, sem qualquer problema. A tecnologia está chegando lá. Quando estiver plenamente desenvolvida, o "eu móvel" vai exercer todo o seu efeito achatador, libertando os indivíduos para serem de fato capazes de trabalhar e se comunicarem de e para qualquer lugar, qualquer que seja a ferramenta escolhida.

Tive um gostinho de como será isso quando passei uma manhã na sede, em Tóquio, da NTT DoCoMo, gigante japonesa da telefonia ce- lular que está na ponta desse processo -- muito à frente dos EUA em termos de proporcionar uma total interoperabilidade no Japão. DoCoMo é a abreviatura de Üo Communiattions Over the Mobile Network, "Co- municar-se pela Rede Móvel"; a palavra significa também "qualquer lugar" em japonês. Minha visita à empresa começou com um passeio

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guiado por um robô, que me cumprimentou com uma impecável mesu-r;i japonesa e me levou para dar uma volta pelo showroom da DoCoMo. A empresa já oferece "vidcocelulares", que permitem ver a pessoa com quem estamos falando.

- Os jovens estão usando os nossos aparelhos como videofones - explicou Tamon Mitsuishi, vice-presidente sênior da Unidade de Negó cios Ubíquos da DoCoMo. - - Todos sacam seus celulares, ligam uns para os outros e se vêem durante a conversa - - embora sempre haja quem prefira não ser visto nem ver a cara do outro, claro.

A tecnologia da DoCoMo permite substituir a imagem real do fa- lante que não quiser ser visto por um personagem de desenho animado qualquer, e ainda manipular o teclado para que ele não só fale como também se mostre irritado ou feliz em seu lugar.

- Assim, é um celular e uma câmera de vídeo, mas também atin giu um tal nível de evolução que apresenta funções similares às de um PC — acrescenta ele. — Como é preciso teclar rápido [com o polegar], nós nos chamamos de "a turma do dedão". Hoje em dia, as adolescentes são mais rápidas no teclado do celular que no do computador.

Por falar nisso, indaguei, o que faz uma "Unidade de Negócios Ubíquos"?

- Agora que a difusão da Internet pelo mundo já se consolidou - esclareceu-me Mitsuishi —, acreditamos que é o próximo passo que

temos de oferecer. A comunicação por meio da Internet, até hoje, se dá essencialmente emre indivíduos, por t-maiioa outras formas de troca de informações. Contudo, está começando a surgir a comunicação entre

humanos e máquinas, ou entre máquinas. É um fenômeno que vem emergindo em decorrência do desejo das pessoas por um estilo de vida mais rico, e das empresas por práticas mais eficientes. (...) Assim, os jovens ainda usam PCs no trabalho, mas na sua vida particular o pivô é o celular. Percebe-se uma tendência crescente no sentido de viabilizar os pagamentos por celular: [com] um smart cara, será possível fazer paga- mentos tanto em lojas virtuais quanto em lojas inteligentes — de modo que. junto à caixa registradora, haverá uma leitora de cartões, pela qual bastará passar o celular para que este se converta também num cartio

de crédito...

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- Acreditamos que o telefone celular vai constituit o principal mecanismo de controle dos indivíduos — acrescentou ele, sem atentar para o duplo sentido da palavra "controle". - - Por exemplo, na área médica esse será o método de autenticação: cada qual poderá examinar seu prontuário ou pagar a conta usando o celular. Ele vai se tornar indispensável, e até dentro de casa vai controlar tudo. A nosso ver, é preciso ampliar o leque de máquinas que podem ser controladas por esses aparelhos.

Há muito com que se preocupar em relação ao futuro aqui descrito, desde a possibilidade de as crianças serem seduzidas por tarados online pelo celular ou de os funcionários perderem tempo demais com joguinhos dispersivos pelo telefone, até as pessoas poderem usar as câmeras de seus telefones para toda sorte de atividades ilícitas. Houve casos de japoneses que entraram em livrarias, pegaram livros de culinária, tiraram fotos das receitas que lhes interessavam e foram embora. Felizmente, esses aparelhos agora podem emitir um ruído ao baterem uma foto, de modo que o dono da loja, ou quem estiver por perto dentro de um vestiário, saiba que está participando de alguma "pegadinha" de câmera oculta. Afinal, um telefone com câmera, conectado à Internet, não fun- ciona só como câmera: é também uma copiadora, com potencial de dis- tribuição em escala global.

Atualmente, a DoCoMo está trabalhando com outras empresas japonesas na criação do seguinte esquema: o usuário está andando pelas ruas de Tóquio e vê o cattaz de um show de Madonna na cidade. O cartaz terá um código de barras, e bastará lê-lo com o celular para comprar ingressos. Ou, se o cartaz estiver anunciando o novo CD da cantora, sua leitura poderá fornecer trechos das faixas. Se a pessoa gostar,

é só lê-lo novamente para comprar o álbum e mandar entregá-lo em sua casa. Não admira que meu colega da sucursal do New York Times no Japão, Todd Zaun, que é casado com uma japonesa, tenha comentado comigo que, hoje em dia, os celulares com Internet sem fio colocam um volume de informações tão grande ao alcance dos japoneses que, "quando estou com o lado japonês da família e alguém faz uma pergunta qualquer a primeira coisa que todos eles fazem é lançar mão dos celulares".

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ico exausto só de escrever sobre tudo isso. De qualquer forma, é inacreditável o quanto essa décima força de nivelamento (os este- róides) vai ampliar e reforçar todas as demais modalidades de colabora- ção. Os esteróides vão abrir ainda mais o código aberto, na medida em que tornarão possível que um número maior de pessoas colaborem entre si, de mais maneiras, e de mais lugares que nunca. Vão incrementar a terceirização, pois será ainda mais fácil para determinado departamento de uma empresa colaborar com outra empresa. Vão enriquecer as cadeias de fornecimento, já que a sede estará conectada em tempo real com cada funcionário seu encarregado de abastecer as prateleiras, cada pacote e cada fábrica chinesa responsável pela fabricação do seu conteúdo. Vão intensificar a internalizaçáo. permitindo a uma empresa como a UPS penetrar ainda maís fundo em uma rede de varejo e gerenciar a sua cadeia de fornecimento inteira, com motoristas capazes de interagir, por meio de PDAs, tanto com seus depósitos quanto com todos os seus clientes. E, como é mais óbvio, vão ampliar a in-formação, isto é, a capacidade de cada qual administrar sua cadeia particular de fornecimento de conhecimento.

5*rjohn Rose, principal executivo da Rolls-Royce, deu-me um

exemplo perfeito do quanto o desaparecimento dos fios e os demais esteróides estão expandindo o fluxo de trabalho e as demais opções da empresa de colaborar com seus clientes. Digamos que um Boeíng 777 da British Airways esteja cruzando o Atlântico. Em algum lugar sobre a Groenlândia, uma das suas turbinas Rolls-Royce é atingida por um raio. Talvez os passageiros e pilotos fiquem preocupados, mas é desnecessário. Estamos falando da Rolls-Royce. A turbina está conectada, por

trawponekr, a um satélite, através do qual transmite, o tempo todo, dados sobre seu estado e desempenho para um computador na sala de operações da Rolls. Muitas das suas turbinas escão funcionando nesse esquema. Graças à inteligência artificial do computador, baseada ern algoritmos complexos, a empresa pode monitorar anomalias durante a operação, reconhecer que aquela turbina provavelmente foi atingida por um raio e emitir um relatório para um engenheiro da Rolls.

- Com os dados que recebemos em tempo real via satélite, pode- mos identificar um "evento" e nossos engenheiros podem fazer diagnós-

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ticos a distância — explica Rose. -- Em circunstâncias normais, se uma turbina for atingida por um raio será preciso aterrissar, chamar um en- genheiro, efetuar uma inspeção visual, chegar a uma conclusão com re- lação à extensão dos danos e decidir se a viagem terá de ser atrasada para a realização de reparos. Entretanto, as companhias aéreas raramente dis- põem de muito tempo para os procedimentos de terra. Se o avião se atrasa, 3 tripulação tem de ser dispensada e perde-se o vôo de volta, o que sai muito caro. Podemos monitorar e analisar automaticamente, cm tempo real, o desempenho da turbina; nossos engenheiros podem resolver qual exatamente deve ser a providência a ser tomada assim que o avião pousar. Se, por todas as informações de que dispomos, chegarmos à conclusão de que não há necessidade de intervenção, ou nem mesmo de inspeção, ele poderá voltar conforme previsto, economizando o tempo e o dinheiro dos clientes.

Máquinas conversando com computadores, que falam com as pes- soas, que respondem às máquinas, enquanto outras pessoas conversam entre si — estejam esses interlocutores onde estiverem... Ê isso que acon- tece quando as várias forças de nivelamento começam a ser reforçadas pelos esteróides.

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