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O MUNDO Ê PUNO

No documento UMA BREVE HISTÓRIA DO SÉCULO XXI (páginas 173-185)

COISA BOA DEMAIS TAMBÉM FAZ MAL

O MUNDO Ê PUNO

profundidade e da in-fbrmação recursos de destaque em seus respectivos

sites, mostra o quanto as pessoas estão famintas por essa modalidade de colaboração. Hoje, o Google processa cerca de um bilhão de pesquisas por dia, contra 150 milhões há apenas três anos.

Quanto mais fáceis e precisas as buscas se tornam, acrescenta Larry Page, o outro co-fundador da empresa, mais global se torna a base de usuários do site e maior se torna a sua capacidade de nivelamento. A cada dia, mais e mais pessoas rêm a possibilidade de in-rormar-se em seu próprio idioma. Hoje, constata Page, "apenas um terço das buscas parte dos EUA, e menos da metade é em inglês". Ademais, acrescenta, "à medida que os usuários buscam coisas cada vez mais obscuras, coisas mais obscuras são publicadas", o que acentua ainda mais o efeito nivelador da in-formação. Recentemente, todos os grandes buscadores passaram a oferecer a possibilidade de buscar não só na web, mas também no disco rígido do próprio computador do usuário, palavras, dados ou e-mails que ele sabe que estão em algum lugar, mas não consegue lembrar de onde. Poder pesquisar a nossa própria memória de maneira mais efi- ciente — isso é que é in-formar de verdade. Em fins de 2004, o Google anunciou planos de digitalizar o conteúdo das bibliotecas das universi- dades de Michigan e Stanford, disponibilizando para pesquisa dezenas de milhares de livros on-line.

Nos primórdios dos mecanismos de busca, as pessoas ficavam im- pressionadas e espantadas ao encontrarem as informações que procura- vam; as grandes descobertas eram surpresas inesperadas, comenta o co-fundador do Yahoo!, Jerry Yang.

- Hoje o usuário tende a partir do princípio de que é claro que a informação desejada está disponível; é meramente uma questão de os tecnólogos facilitarem o acesso a ela, pressionando menos teclas. A de- mocratização da informação está exercendo um profundo impacto na sociedade. Os consumidores de hoje são muito mais eficientes -- podem encontrar informações, produtos e serviços mais rápido [através dos buscadores] que pelos meios tradicionais. Estão melhor informados acerca de questões relacionadas a trabalho, saúde, lazer etc. As cidades pequenas não ficam mais em desvantagem em relação àquelas com melhor acesso à informação. E as pessoas têm a possibilidade de se co-

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nectarem melhor àquilo que lhes interessa, de se tornarem, com rapidez e facilidade, especialistas ern determinados assuntos e de se conectarem com outros que compartilham seus interesses.

Os fundadores do Google compreenderam que, no finaJ da década de 1990. centenas de milhares de páginas na web estavam sendo acres- centadas à Internet todos os dias, e que os mecanismos de busca existentes, que realizavam suas pesquisas por palavras-chave, não tinham condições de acompanhar. Brin e Page, que se conheceram na pós-graduação em ciência da computação da Universidade de Stanford em 1995, de- senvolveram uma fórmula matemática para classificar as páginas da wcb conforme o número de outras páginas com links para cada uma — par- tindo do pressuposto de que, quanto mais gente fizesse link para uma determinada página, mais importante esta seria. A grande novidade, que permitiu ao Google tomar-se o mais importante mecanismo de busca, foi a possibilidade de combinar sua tecnologia PageRank com uma aná- lise do conteúdo de cada página, o que determina que páginas são mais relevantes para cada pesquisa específica. Mesmo tendo entrado no mercado depois de outros grandes buscadores, os usuários acharam as suas respostas mais precisas e pertinentes para os seus interesses. O fato de um motor de busca ser ligeiramente melhor que os demais levou uma massa cada vez maior de pessoas a adotá-lo. (Hoje, o Google emprega um sem-número de matemáticos, que trabalham em seus algoritmos de busca, com o objetivo de manter-se sempre, em termos de relevância, um passo à frente da concorrência.)

Por algum motivo, diz Brín, "a importância de se encontrarem in- formações, em contraposição a outras coisas que se poderiam fazer on-

line, foi subestimada. Quem faz uma busca a respeito de uma questão de Saúde está realmente querendo saber; em alguns casos, pode ser uma questão de vida ou morte. Temos gente que pesquisa sobre sintomas de • i>LU fardíaco no Google e em seguida manda chamar uma ambulância".

Noutros casos, porém, a pessoa precisa in-formar-se sobre algo muito mais simples.

Numa viagem a Pequim, em junho de 2004, uma manhã eu estava descendo de elevador com a minha esposa, Ann, e nossa filha de 16 anos, Natalie, que tinha nas mãos um maço de cartões-postais escritos

"MUNITO t PLANO

para as amigas. Quando Ann perguntou se ela havia trazido seus endere- ços, Natalíe a encarou como quem olha uma peça de museu e retrucou (com aquele tom de voz do ripo "ai, mãe, como você está por fora!"): "Não... procurei no Google pelo número de telefone delas, e descobri o endereço."

Agenda? Se liga, mãe.

O que Natalie fez foi in-formar-se, usando o Google de urna ma- neira que eu nem sabia que era possível. Por outro lado. ela também havia levado consigo o seu ÍPod, que lhe permitia in-formar-se num outro sentido — com entretenimento, em vez de conhecimento. Assu- mindo a sua própria programação musical, transferiu as suas músicas preferidas todas para o iPod, a fim de levá-las para a China. Pense bem: durante décadas o rádio e a televisão basearam-se na idéia de veicular anúncios e torcer para alguém estar ouvindo ou assistindo. Graças às tecnologias niveladoras de entretenimento, esse modelo está seriamente ameaçado de extinção. Agora, com a TÍVo, cada um pode montar sua própria grade de programação televisiva. O Telespectador pode gravar seus programas preferidos e pular os comerciais, exceto aqueles que qui-ser ver. A gente assiste ao que quiser, quando quiser. Não é preciso marcar um compromisso com determinada emissora na hora e local escolhidos por terceiros e ver os comerciais que nos são impingidos. Com a TiVo, podemos assistir só aos programas e anúncios que quisermos, dos produtos em que tenhamos interesse.

Entretanto, assim como o Google pode monitorar as nossas bus-cas, a TiVo também sabe que programas e comerciais você congela, guarda e vê de novo na sua própria TV. Uma curiosidade: sabe qual foi o momento mais visto e revisto da história da televisão? A exposição do seio de Janet Jackson - - ou, para usar o eufemismo em voga na época, sua "falha de figurino" - no Super Bowl de 2004. Esiá aí a TiVo que náo me deixa mentir. Num comunicado à imprensa emitido cm 2 de fevereiro de 2004, a TiVo informou que "Justin Timberlake e Janet Jackson roubaram a cena no Super Bowl de domingo, atraindo quase duas vezes mais espectadores que as jogadas mais empolgantes em campo, segundo a medição anual, segundo a segundo, da audiência dos clientes da empresa. A cena protagonizada pelos dois provocou o maior pico de púhli-

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co já registrado pela TiVo: 180%. Centenas de milhares de usuários valcram-se dos seus recursos exclusivos de pausa e replay de rransmissóes ao vivo para ver e rever o incidente à exaustão".

Se rodo mundo pode, cada vez mais, assistir ao que bem entender e quantas vezes desejar, a própria idéia de broadcasting - - ou seja, nós transmitimos cada programa uma única vez, junro com seus comerciais, e tentamos elaborar um perfil de quem está assistindo -- fará cada vez menos sentido. É melhor apostar nas empresas que, como o Google, o Yahoo! ou a TiVo, aprenderem a colaborar com seus clientes e lhes pro- porcionarem programas e propagandas sob medida. Não está longe o dia em que os anunciantes pagarão por isso apenas.

Empresas como o Google, o Yahoo!, a Amazon.com e a TiVo flo- resceram não seguindo o modelo de empurrar produtos e serviços para seus clientes, mas criando sistemas colaborativos que lhes permitam optar pelos que interessam e responder, num átimo, àquilo que escolheram -o que é infinitamente mais eficaz.

- Buscar algo por conta própria é um ato tão pessoal que não há nada que confira maior autonomia ao ser humano — afirma o principal executivo do Google, Eric Schmidt, — É a antítese de nos dizerem ou ensinarem alguma coisa. E uma questão de obtenção de poder por cada indivíduo, o poder de cada um fazer das informações desejadas aquilo que lhe parecer melhor, o que é muito diferente de tudo o que veio antes. O rádio era um canal de mão única, de um para muitos. A TV também. O telefone já era de mão dupla, mas um a um. A utilização dos mecanismos de busca é a expressão máxima do poder do indivíduo que, usando um computador, olha para o mundo e encontra exatamente o que queria; e, nesse sentido, não há duas pessoas iguais.

Claro que o que fez do Google mais que um mero buscador, mas uma empresa imensamente rentável, foi a percepção, pelos seus funda- dores, de que seria possível criar um modelo de publicidade direcionada (capa/ de exibir anúncios relevantes para o usuário quando este procu- rasse determinado tópico) e cobrar dos anunciantes pelo número de cliques nesses links. Enquanto a CBS transmite um filme e tem uma idéia mais vaga de quem está assistindo a ele ou aos comerciais, o Google sabe exatamente no que você está interessado — afinal, é o que você está

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procurando — e pode- lhe sugerir anunciantes direta ou indiretamente relacionados à sua busca. No final de 2004, o Google inaugurou um serviço por meio do quaj, se você se encontra em Bcthcsda, Maryland, e está a fim de comida japonesa, basta enviar para o Google, do seu celular, uma mensagem SMS dizendo "Sushi 20817" (o CEP da cidade) -c de vai responder com uma lista de alternativas. Só Deus sabe onde isso cudo vai parar.

 in-rormação, no entanto, também envolve a busca de amigos, aliados e colaboradores, viabilizando a constituição de comunidades glo- bais que independem de fronteiras internacionais e culturais -- outra função niveladora que tem uma importância crítica. Hoje, as pessoas podem encontrar colaboradores para qualquer projeto, assunto ou tema. sobretudo por meio de portais como o Yahoo! Groups. O Yahoo! conta com mais de 300 milhões de usuários e 4 milhões de grupos ativos, acessados todos os meses por 13 milhões de indivíduos únicos do mundo inteiro.

- A Internet vem crescendo na área do auto-atendimento, e o Yahoo! Groups é um exemplo dessa tendência -- diz Jerry Yang, -Ela proporciona um fórum, uma plataforma, um conjunto de ferramentas para a promoção de encontros privados, semiprívados ou pii-blicos, independentemente de fatores geográficos ou temporais; permite aos consumidores se reunirem ao redor de questões que consideram significativas de maneiras que seriam impraticáveis ou impossíveis fora da rede. Os grupos podem servir de grupos de apoio para pessoas que não se conhecem, mas estão mobilizadas por um problema em co- mum (portadores de doenças raras, pais de primeira viagem, cônjuges de militares na ativa) ou procuram outras que compartilhem interesses similares (esoterismo, trenós puxados por cães, vinte-e-um e bronzea-mento artificial são temas com grande número de interessados). As comunidades já existentes podem migrar para o meio

on-line e florescer num ambiente interativo (a liga infantil de futebol de determinada região, o grupo de jovens da igreja, organizações estudantis), proporcionando um lar virtual para grupos que desejem compartilhar, organizar e comunicar informações valiosas para o cultivo de comunidades vibrantes. Certos grupos existem apenas

on-line t jamais seriam tão

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bem-sucedidos fora do ambiente virtual, ao passo que outros refletem comunidades fortes no mundo real. Ademais, os grupos podem ser criados e dissolvidos instantaneamente; os tópicos podem mudar ou permanecer constantes. Essa tendência só fará crescer à medida que os consumidores cada vez mais assumirem a responsabilidade pela publi- cação e puderem buscar afinidades e comunidades da sua escolha -onde, quando e como quiserem.

A in-formação tem ainda um outro lado com que teremos de nos habituar: a possibilidade de in-formar-se desde muito cedo. Os buscadores promovem o achatamento do mundo na medida em que eliminam os vales e picos, as paredes e pedras atras (ou sobre, ou sob, ou dentro) dos unais as pessoas costumavam ocultar sua reputação ou as manchas negras do seu passado. Num mundo plano, não há para onde fugir, não há onde se esconder, e mesmo as menores pedras podem ser reviradas. E melhor ser honesto, porque tudo o que você fizer, todos os erros que cometer, um dia poderão ser encontrados. Quanto mais plano o mundo, mais transparente - - e dispon/vel — se torna o sujeiro comum. Antes de a minha filha Orly partir para a faculdade, no segundo semestre de 2003. ela me falou das suas colegas de quarto. Perguntei como ela sabia certas coisas: havia conversado ou trocado e-matls com elas? Não, nada disso. Tinha procurado os nomes das colegas no Google, encontrando dados de jornaizirthos de colégio, jornais locais, coisas do gênero; felizmente, nenhum registro policial. E são adolescentes!

- Neste mundo, é melhor andar na linha; não dá para simples- mente pegar as suas coisas e mudar de cidade — adverte Dov Seidman, diretor de uma firma de consultoria de conformidade legal e ética em- presarial, a LRN. -- No mundo do Google, a sua reputação vai atrás de você e chegará à sua frente na sua próxima parada. (...) Hoje em dia, a reputação é precoce. Não dá para passar quatro anos se embebedando, porque o seu nome começa a se fazer muito cedo. "E melhor sempre dizer a verdade", como dizia Mark Twain, "para não precisar ficar se lembrando do que foi que você falou."

Muito mais gente pode bancar o detetive particular e investigar a sua vida --e, pior, pode divulgar suas descobertas para um número muito maior de pessoas.

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Na era dos buscadores superpotentes, todo mundo é uma celebri- dade. O Google nivela as informações; ignora divisões de escolaridade ou de classe:

- Se você puder usar o Google, pode encontrar qualquer coisa -garante Alan Cohen, vice-presidente da Airespace, que vende tecnologia sem fio. — O Google é igual a Deus: onipresente, onisciente e sem fio. Pode perguntar qualquer coisa, que ele terá a resposta.

Alguns meses depois de Cohen ter me feito a afirmação anterior, deparei-me com a seguinte nota na CNET News.com: "O gigante das buscas Google divulgou, na quarta-feira, a aquisição da Keyhole, empresa especializada em programas baseados na web que permitem visualizar fotos de satélite de todo o planeta. (...) O sofovare possibilita ampliar a imagem desde o espaço; em certos casos, permite a aproximação até o nível da rua. Embora não disponha de fotos de alta resolução de todo o globo, o site fornece uma lista das cidades disponíveis para uma observa- ção mais minuciosa. O foco vinha sendo a cobertura de grandes áreas metropolitanas dos EUA, e a empresa está empenhada na expansão da sua cobertura."

FORÇA NS

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ESTERÓIDES

Digital, Móvel, Pessoal e Virtual

Mas o que realmente diferencia o iPaq são seus recursos sem fio. Esse é o primeiro palmtop capaz de se conectar à Internet e outras bugigangas de quatro maneiras sem fio diferentes. Para distâncias de até 75 centímetros, ele pode trocar dados {tais como um cartão de visitas eletrônico) com outro palmtop por meio de um transmissor infravermelho. Para distâncias de até 10 metros, possui circuitos Bluetooth integrados. (...) Até 45 metros, conta com uma antena Wi-Fi. E, para transmissões para todo o planeta, o iPaq tem mais uma carta na manga: também rimciona como telefone celular. Se o pessoal do

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escritório não conseguir falar com você nem assim, só se você estiver na Estação Espacial Internacional.

- Extraído de uma matéria do New York Times sobre o novo

PocketPCda HP, 29 da julho de 2004

u esrava no trem-bala rumo a sudoeste, de Tóquio para Mishima. A paisagem era espetacular; aldeias de pescadores à esquerda e o monte Fuji, coberto de neve, à direita. Meu colega Jim Brooke, chefe da sucursal do New York Times na. capiral nipônica, estava sentado do outro lado do corredor, sem dar a mínima atenção para a vista, absorto pelo seu computador. Para falar a verdade, eu também; a diferença era que ele esrava on-line (graças a uma conexão sem fio), enquanto eu me limirava a digitar uma coluna no meu lapwp desconectado. Desde o dia em que dividimos um táxi no centro de Tóquio e Jim, no banco de trás, sacou seu

laptop com conexão wirelesse me enviou um e-mailpelo Yahoo!, eu não parava de me espantar com o incrível grau de penetração da conectividade e dos recursos sem fio no Japão. Com exceção de algumas ilhas remotas e aldeias nas montanhas, qualquer um que tenha um cartão sem fio no computador ou um celular no país pode acessar a rede de qualquer lugar -- desde as profundezas do metrô até os trens-bala que cortam os campos. Jim estava ciente da minha leve obsessão com o fato de que o Japão, para não falar na maior parre do resto do mundo, conta com uma qualidade de conexão sem fio muiro superior à dos Estados Unidos. E gostava de me lembrar disso o tempo todo.

- Sabe, Tom, eu estou on-line — ele me provocou, enquanto a paisagem passava zuníndo à nossa volta- -- Um amigo meu, correspon dente do Times em Alma Ata, acabou de ter bebê, e estou dando os parabéns para ele. E uma menina, nasceu ontem à noite. — E foi me dando notícias frescas. — Agora estou lendn as manchetes de hoje do

New York TimeA — Por fim, pedi-lhe que, como era fluente em japonês, chamasse o condutor do trem. Quando este se aproximou, pedi a Jim para perguntar a nossa velocidade. Depois de uma rápida troca de frases, ele traduziu: — 240 quilômetros por hora.

Sacudi a cabeça. Estávamos num trem-bala, viajando a 240 quilô- metros horários, meu colega respondia a e-wailsâo Cazaquistão — e eu

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não conseguia ir de casa, na periferia de Washington, ao centro da cidade sem que o sinal do meu celular fosse interrompido pelo menos duas vezes. Na véspera, em Tóquio, eu escava esperando por uma entrevista com Todd Zaun, colega de Jim, que estava às voltas com o seu celular japonês, que se conecta facilmente à Internet de qualquer lugar.

- Eu gosto de surfar — explicou-me ele, digitando no teclado do aparelho. — Pago 3 dólares por mês pela assinatura de um site f japonês] que me informa, toda manha, a altura das ondas nas praias perto de onde eu moro. Eu dou uma olhada para resolver onde é o melhor lugar para surfar naquele dia.

(Quanto mais eu pensava a respeito, mais vontade sentia de me candidatar à presidência batendo numa única tecla: "Prometo, se eleito, que em quatro anos os EUA terão uma cobertura de celular tão boa quanto a de Gana e, em oito anos, tão boa quanto a do Japão — desde que os japoneses se comprometam a não inovar durante esses oito anos, para podermos alcançá-los." Meu slogan de campanha seria muito sim- ples: "Está me ouvindo agora?")

Sim, eu sei que, mais cedo ou mais tarde, os Estados Unidos vão acabar alcançando o resto do mundo em termos de tecnologia sem fio. Estamos quase lá. No entanto, esta seção, sobre a décima força de nivelamento, não fala só do minhas. Fala de algumas novas tecnologias que costumo chamar de "esteróides", por estarem amplificando e potencializando todos os demais niveladores, assumindo todas as formas de colaboração supracitadas (terceirização, offihoring, código aberto, cadeia de fornecimento, intemalização e in-formação) e possibilitando a sua realização de modo "digital, móvel, virtual e pessoal", como a ex-principal executiva da HP, Carly Fiorina, gostava de dizer nos seus pronunciamentos - - incrementando, assim, todas elas e tornando o mundo mais e mais plano a cada dia.

Por "digital", Fiorina quer dizer que, graças às revoluções do PC, Windows, Netscape e fluxo de trabalho, todos os conteúdos e processos analógicos — tudo, desde a fotografia, o entretenimento e comunicação ao processamento de textos, à elaboração de projetos arquitetônicos e ao controle do sistema de irrigação do jardim da sua casa -- estão sendo digitalizados, o que permitirá que sejam moldados, manipulados e trans-

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