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Vamos Trocar Figurinhas.' Coloque o Seu Aplicativo para Conversar com o Meu

1) MUNDO f PUNO

para o desenvolvimento de ambos, que posteriormente foram rati!ÍLa-dos e se popularizaram como padrões da Internet, O XML e o SOAP constituíram o fundamento técnico para a interação entre os diversos programas, a qual por sua vez seria a pedra angular do fluxo de trabalho via weh— viabilizando não só o intercâmbio de dados, textos, músicas e fotos digitalizados entre os diferentes softwarestcomo também

seu projeto, planejamento, manipulação, edição, reedição, armazenamento. publicação e transporte, fosse qual fosse a localização física dos envolvidos ou o equipamento por eles utilizado.

Uma vez instaladas tais bases técnicas, um número crescente de pessoas passou a escrever programas de fluxo de trabalho para uma quan- tidade cada vez maior de tarefas, A Wild Brain precisava de programas para criar filmes de animação com uma equipe de produção espalhada por todo o mundo. Para a Boeing, era imprescindível que os sistemas computadorizados de pedidos de suas fábricas de aeronaves nos EUA mantivessem um fluxo constante de reabastecimento de peças para as companhias aéreas suas clientes, fosse qual fosse o pais de origem de cada pedido. Do mesmo modo, os médicos necessitavam de programas que permitissem a leitura de uma radiografia tirada em Bangor por al- guém que estivesse em Bangalore, sem que o médico do Maíne tivesse de parar para se preocupar com o tipo de máquina existente no hospital indiano. E a mamãe e o papai queriam que o software do site do seu banco, o da sua corretora, o servidor de e-maildo escritório e o progra-

t *\

ma de planilha eletrônica funcionassem todos no laptop de casa e comunicassem sem problemas com o computador de rnesa do trabalho. Quando os aplicativos de todo mundo começaram a conversar uns cor os outros (o que levou muitos anos e custou muita tecnologia e neurônic queimados para acontecer), o trabalho passou não só a fluir como nunc antes, mas também a poder ser desmembrado, desagregado e espalhac pelos quatro cantos do mundo de uma maneira inédita. Agora, o tr lho podia ir para onde bem entendesse, e foi a possibilidade de aplicativos se comunicarem, assim como as pessoas já faziam, que lo£ viabilizaria a terceirização. Graças aos vários tipos de serviços relacior dos ao fluxo de trabalho na web, comenta Craig Mundie, o princ pai executivo de tecnologia da Microsoft, "a indústria engendrou

plataforma global para uma força de trabalho global de pessoas e

iputadores",

O vasto "encanamento" subterrâneo da rede que possibilitou o fiu-dc tanto trabalho é, hoje, muito extenso, e compreende todos os proiocolos de Internet da era anterior (tais como o TCP/IP e outros, que possibilitaram a navegação, o e-mail e os sites da web), ferramentas urgimenro mais recente, como o XML e o SOAP (que possibiTua-a comunicação irrestrita entre aplicativos da web), e agentes de

mftware conhecidos como niidáleware, que intermedeiam aplicativos os mais diversos. O encadeamento de todas essas tecnologias tem sido uma dádiva para a inovação e um grande redutor de conflitos entre empresas c aplicativos. Em vez de todos tentarem controlar o bico do hidrante, a unificação dos bicos e mangueiras gerou um mercado muito mais am-'jue abarca todos os bairros do mundo, de modo que a concorrência entre as empresas se desse, isso sim, no âmbito da qualidade da man- gueira, da bomba e do caminhão. Quer dizer: em termos de quem criaria ns aplicativos mais úteis e inteligentes. Nas palavras de Joel Cawley, diretor da unidade de planejamento estratégico da IBM, "os padrões significam o fim das inovações, apenas lhes proporcionam um

dc-rerminado loco — um foco onde se encontra o verdadeiro valor, que é, em geral, em tudo o que se pode acrescentar sobre e em torno desses padrões",

Foi exatamente essa a minha constatação ao escrever o meu último Uma vez estabelecido o Microsoft Word como padrão global, o trabalho passou a fluir com muito mais facilidade entre pessoas de todos ninemos, visto que todas usavam a mesma barra de ferramentas e ;na tela para redigir seus textos. Durante a elaboração do meu pri-livro. De Beirute

a Jerusalém, em 1988, passei pane da minha licença anual no Oriente Médio e tinha de fazer anotações com caneta e já que ainda estávamos na era anterior ao laptop c ao Microsoft Word. Ao escrever meu segundo livro, O Lexus e a Oliveira, em 1998, c efetuar algumas das alterações de última hora no computador da recepção de um hotel suíço, em Davos, usando uma versão germânica do Microsoft Word. Ru não entendia patavina, nem um único coman-;uer, da barra de ferramentas do programa em alemão; no entanto,

OMUNIKi f.

àquela altura eu já conhecia tão bem esse editor de textos e a localização de

cada ícone na tela que fui apontando e clicando e assim pude efecuar minhas correções com os caracteres ingleses do teclado. O compar- tilhamento de padrões constitui um colossal nivelador, na medida em que ao mesmo tempo obriga e possibilita que um número cada vez maior de usuários se comunique e promova inovações em plataformas muito mais amplas.

Outro dos meus exemplos favoritos desse fenômeno é o PayPal, um dos fatores decisivos para que o bazar de comércio eletrônico eBay se tor- nasse o que é hoje. O PayPal é um sistema de transferência de fundos criado em 1998 a fim de facilitar transações C2C (cttstonier-to-customer, cliente a cliente} — tais como uma operação de compra e venda efetuada por meio do eBay. Segundo o «Wecommerce-guide.com, com o PayPal qualquer um que possua um endereço de e-rnailpo<ie enviar dinheiro para qualquer um que também tenha e-mail, quer este seja signatário do PayPal ou não. Para o sistema, não importa sequer se a transação em questão é comercial. Se alguém do escritório está organizando uma festa para um colega e todo mundo deve contribuir, podem usar o serviço. O organizador pode até enviar, por e-rnuiL lembretes padronizados do PayPal para cada um, com instruções minuciosas a respeito de como ereruar o pagamento. O sistema oferece três opções para receber o dinheiro do comprador, informa o ecommerce-guide.com: cobrança no cartão de crédito, débito na conta bancária ou dedução da quantia de uma conta do PayPal com saJdo fornecido por depósito. O destinatário do pagamento pode usar seu saldo para outras compras ou pagamentos on-line, receber o pagamento do ser- viço por cheque ou determinar que seja feito um depósito direto em sua conca corrente. O procedimento de abertura da conta no PayPal é muito simples; tudo o que o pagante tem a fazer é fornecer seu nome, e-maile os dados e endereço de cobrança do cartão de crédito.

Todas essas operações bancárias e comerciais eletrônicas promove- ram um achatamemo tão drástico do mercado na Internet que até o próprio eBay foi pego de surpresa, conforme relata sua principal exe- cutiva, Meg Whítman:

- Se eu fechasse um negócio no eBay em 1999 |antes do advento do PayPalj, a única forma que o comprador tinha de pagar era por che-

que ou ordem de pagamento, um sistema baseado em papel. Não havia um meiii eletrônico de remessa de valores, e a maioria dos usuários era composta por vendedores demasiado pequenos para serem aceitos pelas operadoras de cartão de crédito. O PayPal veio criar a possibilidade de

• ;thnh L^eicarem cartões. No eBay, eu poderia lhe pagar como ven-

ir individual com o meu cartão de crédito. Essa foi uma contribui- fundamental para o nivelamento do terreno e a redução dos obstá culos nas transações comerciais.

De fato, o efeito foi tão positivo que o eBay comprou o PayPal, mas por recomendação não de seus bancos de investimento em Wall [, e sim de seus usuário;.!

- Um belo dia, acordamos e nos demos conta de que o PayPal era o meio de pagamento aceito e preferido por 20% dos nossos usuários - di/ Whitman. — Ficamos curiosos para saber quem eram aqueles caras,

c o que df. pensavam que estavam fazendo. Nossa primeira reação foi combatê-los; então, lançamos nosso próprio serviço, o Billpoint. Até que, na [convenção] eBay Live de julho de 2002, o clamor foi ensurde- tedor. A nossa comunidade exigia que paríssemos de resistir: "A gente í um padrão, e, caso vocês não tenham percebido, já escolhemos um, o PayPal; sabemos que vocês do eBay queriam que fosse o de vocês, i'do deles que nos decidimos." Foi aí que percebemos que íamos [M de comprar a empresa, porque o padrão escolhido foi o deles, não o

..) E foi a melhor aquisição que já fizemos.

•mo escrevi o trecho anterior? Transferi do meu laptop para o dtsktof> — ambos Dell - - as minhas anotações da entrevista que fiz por telefone com Me.g Whitman; em seguida, acionei minha conexão M i. Jei um duplo dique em AOL, onde busquei no Google um site nu wróquc pudesse me explicar o modus operariado PayPal. Foi assim

que iul parar no ecommerce-guide.com; de lá, copiei a definição (escrita numa fonte de Internei LOTIIO arquivo de texto) e a colei no Microsoft

!.<|iiea transformou automaticamente num documento — o qual, por sua vev, uiili/ei para escrever essa passagem no meu computador. • também e íluxo de trabalho! E o mais importante nem é o fato de eu •••uir essas ferramentas de fluxo de trabalho, mas sim que tanta gente índia. Rússia. China, Brasil e Timbuctu também tenha acesso a elas

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- bem como a todas as "estradas" e protocolos de transmissão, que tornam possível que qualquer um use a rede, em qualquer tempo e lugar.

No que isso tudo vai dar? Uma parcela crescente do fluxo de trabalho será automatizada. Na próxima etapa do fluxo de trabalho baseado em serviços da web, eis como você vai marcar uma hora no dentista: você vai dar um comando de voz para que o seu computador marque uma consulta. O computador, então, automaticamente, vai converter a voz numa instrução digital, comparar a sua agenda com as datas dispo-nívi-is na do dentista e oferecer-lhe três opções, e você clica na data e hora mais convenientes. Urna semana antes da data escolhida, a agenda do dentista vai enviar um e-mail automático para lembrá-lo da consulta e, na noite anterior, você receberá, na caixa postal do seu celular, uma mensagem de voz gerada por computador, também para lembrá-lo do compromisso.

Para que o fluxo de trabalho adentre esse próximo estágio e obtenha o aumento de produtividade assim viabilizado, "vamos precisar cada vez mais de padrões comuns", constata Cawley, o planejador estratégico da IBM:

- A primeira leva de padrões a surgir com a Internet dizia respeito a dados básicos: como representar números, como organizar arquivos, como exibir e armazenar conteúdo, como compartilhar e trocar infor- mações. Foi a fase do Netscape. Agora, está vindo à tona uma nova série de padrões, cujo objetivo é viabilizar o fluxo de ttabalho. São padrões relacionados a como as empresas podem trabalhar juntas. Por exemplo, quando nos candidatamos a um financiamento, assinamos um contrato ou compramos uma casa, ocorrem literalmente dezenas de processos e fluxos de dados entre inúmeras empresas diferentes. Um banco pode garantir a sua aprovação, verificar o seu crédito, definir a taxa de juros e cuidar de todos os detalhes, mas o empréstimo pode ser vendido para outro banco quase que imediatamente depois.

No próximo nível de padrões, acrescenta Cawley, todos esses pro- cessos serão automatizados, de modo a fluírem de forma ainda mais integrada e estimularem o desenvolvimento de uma quantidade ainda maior de padrões. Já estamos assistindo à emergência de padrões para folhas de pagamentos, pagamentos em comércio eletrônico e elaboração

• .1 n MI'SÍHi

de perfis de risco; para a edição digital de músicas e fotos; e, acima de tudo. para .i interconexão de cadeias de fornecimento. Todos esses pa- lmados aos softwaresds fluxo de trabalho, vão facilitar a desagregação e

reintegração do trabalho, bem como seu fluxo, sem atritos, entrf naís eficientes. O limite imposto à diversidade de aplica-çôcs automaticamente capazes de interagir umas com as outras será dado |u>r nossas próprias imaginações. Os ganhos de produtividade orremes podem ser maiores que qualquer coisa que já vimos antes. -As plataformas de fluxo de trabalho estão nos ajudando a fazer pela indústria de serviços o que Henry Ford fez pela produção — com-vrry Rao, o empreendedor que, da fndia, presta serviços de conta-•• ide para

americanos. — Estamos separando cada tarefa e enviando-.' quem puder realizá-la melhor; como isso se dá num ambiente , (h participantes não precisam estar fisicamente próximos uns dos uiiims. Depois, é só voltar a juntar os pedaços na sede [ou qualquer lugar j. ti uma revolução que não tem nada de trivial. É grande. se que o chere esteja num lugar, e seus subordinados, em outro, plataformas de software de fluxo de trabalho) possibilitam a cria-riifirios virtuais globais -- que não ficarão circunscritos nem a de uma sala, nem às fronteiras de um país — e dão acesso a talentos situados em diferentes partes do mundo, que poderão desin-de tarefas que precisem ser levadas a cabo em tempo real. estávamos trabalhando 24 horas por dia, sete dias por :t:i. 365 dias por ano — e tudo isso aconteceu num piscar de olhos, LS;O dos últimos dois

ou ttês anos.

Gênese: Surge a plataforma do mundo plano

A •:.,• precisamos parar para fazer uni balanço, porque a esta altura -J.

\meadas da década de 1990 — // plataforma para o achatamento ao i"

já começa a emergir. Primeiro, a queda dos muros, a abertura elas (o nascimento do Windows), a digttalizíição do conteúdo e a difusão ^ navegador da Internet geraram um grau inaudito df conexão irrestrita •asfessoas. Depois, os softwares de fluxo de trabalho geraram um grau

O MUNllO E. PUNO

inaudito de conexão irrestrita entre aplicativos, permitindo aos usuários ma- nipularem todo o seu conteúdo digitalizado, por meio dos computadores e da Internet.

Juntando esse grau inédito de comunicação interpessoal com todos esses programas fieflttxo de trabalho entre aplicativos baseados na web, o resultado

é uma plataforma global inteiramente nova para as mais variadas formas de colaboração. Esse foi o momento genesiaco da aplainamento do mundo, quando este começou a tomar forma. Ainda demoraria mais para que a convergência dos diversos elementos se consolidasse e a Terra efetivamente se achatasse, mas foi nesse momento que as pessoas começaram a perceber que algo estava mudando. De repente, mais gente, de mais lugares diferentes, se deu conta de que podia colaborar mais com outras pessoas, nos mais diversos trabalhos e compartilhando mais tipos diferentes de conhecimento, numa escala sem precedentes.

- Foi a criação dessa plataforma, com todas essas peculiaridades, que constituiu a inovação crucial e verdadeiramente sustentável que veio possi- bilitar esse chamado "achatamento " do mundo —• conclui Craig Mundic,

da Microsoft.

Com efeito, graças à tal plataforma decorrente da ação das três primei- ras forças niveladonu pudemos não só conversar mais uns com os outros, como também fazer mais coisas juntos. Essa, no entender de Joel Cawley, o estrategista da IBM, é a questão cruciai

— Não só passamos a nos comunicar entre nós numa escala sem prece-

dentes, como agora podemos colaborar: criar coalizões, projetos e produtos juntos, como nunca antes.

As seis próximas forças representam as novas modalidades de colabo- ração engendradas peta nova plataforma. Como procuro mostrar, algumas pessoas vão utilizá-la para compartilhar códigos abertos, outras para terceirizar, e outras ainda para iniciativas <& offshoring; umas para fins

de cadeia de fornecimento, algumas para internalização, outras para in- formação, Todas essas formas de colaboração foram ou possibilitadas ptl nova plataforma, ou pelo menos ganharam dela um impulso significativo. Assim, à medida que mais e mais de nós aprenderem a colaborar dessas diversas formas, mais estaremos contribuindo, nós mesmos, para o achata-mento do mundo.

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CÓDIGO ABERTO

Comunidades de Colaboração que se Auto-Organizam

lan Cohen lembra ainda hoje a primeira vez que ouviu a palavra L"A[)iKht'", |á adulto - - e não foi em nenhum bangue-bangue de caubois e índios. Foi na década de 1990. no auge do mercado pomo-i, e cie tira um alto gerente da IBM, responsável pela supervisão dos icrgentes empreendimentos de comércio eletrônico da empresa:

- Eu tinha uma equipe inteira e um orçamento de 8 milhões de alares sob meu comando - - recorda. - - L rã um páreo duro com

•.oft. Netscape, Oracle, Sun, todas as grandes. E as nossas aposus no comércio eletrônico não estavam para brincadeira. A IBM contava com uma força de vendas gigantesca para vender o seu software de e~

,rcf. Um dia, pedi ao meu diretor de desenvolvimento, JcfF, que me explicasse o processo de desenvolvimento desses sistemas de comér-

irónico. Qual era o servidor web por trás de tudo? Apache, foi a ;;i. A primeira imagem que me veio à cabeça Foi a do John Wayne.

• que era cvse tal de Apache? Eta um shareware para tecnologia

odores iffl>, disse-me Jeff, produzido de graça por um bando de ilos por computadores que trabalhavam on-line nalguma espécie de s:ila de bate-papo sobre código aberto. Fiquei boquiaberto.

- Mas como se compra isso? — eu quis saber. - Você faz o download az graça de um site.

- Mas quem faz a assistência técnica se alguma coisa der errado? - insisti.

E de:

- Sei lá, mas funciona!

Foi o meu primeiro contato com o Apache. Cohen prossegue:

- Níto se esqueça de que, naquela época, Microsoft, IBM, Oracle,

••pé. todas estavam tentando construir servidores web comerciais.

Eram corporações imensas — e de repente o meu diretor de desenvolvi-i estava me dizendo que o nosso vinha da Internet, e de graça! Era se todos aqueles executivos de grandes empresas estivessem lá ar-

mando as suas estratégias e, quando fossem ver, os caras responsáveis pela distribuição da correspondência houvessem assumido o controle. Fiquei obcecado: quem é que cuida do Apache? Quer dizer, quem são esses caras?

Sim, os geeks da correspondência estão resolvendo que software vão usar — e o que eu e você vamos usar também. É o chamado movimento do código aberto, que envolve milhares de pessoas de todo o mundo que se reúnem 0n-£nf pata escrever de tudo juntos, desde seu próprio softuwre e seus próprios sistemas operacionais até seus próprios dicionários e for- mulas de refrigerante — sempre criando tudo da estaca zero, em vez de aceitarem formatos ou conteúdos impostos de cima para baixo pelas hierarquias corporativas. A expressão "código aberto" traduz a intenção de empresas ou grupos específicos de disponibilizarem on-line o código-rbnte (isto é, as instruções e comandos que fazem funcionar determinado programa) e permitirem que todos os que tiverem alguma contribuição a dar o aprimorem e deixem que milhões de outros simplesmente o baixem, de graça, para seu uso pessoal. Enquanto os programas comerciais são protegidos por direitos autorais e vendidos, e seus fabricantes mantêm seu código-fonte guardado a sete chaves, a fim de poderem cobrar de quem quiser utilizá-lo e assim gerarem receita para desenvolver novas versões, os software; de código aberto são compartilhados, submetidos ao constante aperfeiçoamento por parte dos usuários e disponibilizados gratuitamente para todos. Em troca, todo usuário que eferuar um aprimoramento — qualquer detalhe que taça os programas funcionarem melhor — deve liberar o acesso para os demais.

Como não sou particularmente apaixonado por computadores, nunca prestei muita atenção ao movimento do código aberto. Bastou-me experimentar, porém, para constatar que se trata de um universo fascinante, com suas comunidades on-line e voluntários espontâneos que discutem suas idéias entre si e as oferecem depois para o público por nada. O que eles querem o mercado não lhes pode proporcionar: o arre-batamento de se criar um produto coletivo capaz de bater os de gigantes como a Microsoft e a IBM e, sobretudo, o respeito de seus pares intelectuais. Com efeito, esses caras representam uma das mais interessantes c polêmicas novas modalidades de colaboração que o mundo plano veio propiciar e que, por sua vez, teve o efeito de aplainá-lo ainda mais.

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Paia explicar como funciona esse tipo de colaboração e por que ela institui urna força niveiadora — além de por que provoca tanta con-

No documento UMA BREVE HISTÓRIA DO SÉCULO XXI (páginas 85-102)

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