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FASES DO CICLO DE VIDA DE UMA MINA

3.4 A decisão do investimento

A tomada de decisão, por parte do investidor, tem como base: utilização de técnicas de avaliação capazes de lidar com incertezas, adaptação às condições regulamentadas e capacitações de exposição ao risco. Além do conhecimento geológico e da existência de tecnologia adequada, um determinado depósito mineral somente poderá ser considerado um recurso disponível em função de sua viabilidade econômica.

Se os custos forem superiores aos valores que possa alcançar no mercado, esse recurso mineral dificilmente pode ser classificado como uma jazida, a menos que existam subsídios governamentais ou distorções no mercado por interesses de outra ordem. Depende também do preço de mercado que, por sua vez, depende da demanda mundial para esse bem. Quando a escassez se aproxima ou o preço é aumentado artificialmente e se desfaz o equilíbrio dinâmico entre oferta e demanda, surge campo para a substituição por outros materiais e a necessidade de se “criarem” novos recursos (IBRAM, 1992).

De acordo com Souza (1995) na ótica privada o objetivo da empresa é a maximização da riqueza de seus proprietários. Essa expectativa futura é que dá atratividade aos pretensos acionistas; logo, a decisão de investir repercutirá em vantagens e desvantagens futuras, pois o ocorrido no passado não poderá ser modificado pela decisão ou melhor, fatos ocorridos no passado podem ajudar antever os resultados futuros, porém não são condicionante da decisão presente. Nessa ótica, a avaliação é baseada nos preços de mercado dos fatores de produção e dos custos finais, que são os reais custos e benefícios do projeto.

Os elementos para a tomada de decisão num sistema econômico alicerçado no princípio de livre iniciativa são o setor de produção, ou seja, as empresas públicas e a iniciativa privada, bem como o setor de consumo que são as famílias. As decisões de consumir e produzir são orientadas, teoricamente, pelas forças de mercado, e o preço dos bens e serviços apresenta-se como uma variável importante para a definição da alocação dos recursos.

Quando se fala em planejamento econômico e meio ambiente, o objetivo é propor critérios ambientais que orientem as decisões de produção e de consumo de uma sociedade, buscando a redução das externalidades negativas e, com isto, minorando as falhas de alocação do livre mercado.

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Admite-se, portanto, que os benefícios e custos de uma decisão de investimentos, em termos privados, não representem a variação do bem estar sob o ponto de vista da sociedade como um todo. O ótimo privado pode não ser o ótimo social, haja vista que os ganhos e perdas de bem estar social não são totalmente captados sob a ótica privada.

Uma análise da alocação dos recursos privados e públicos (como um resultado das ações do setor público para incorporar custos externos) é necessária. A análise econômica deve ser feita também sob a ótica social, incorporando uma valoração e mensuração dos efeitos externos deste projeto, principalmente se este investimento envolver financiamento através de recursos públicos. Assim, podem-se definir os investimentos selecionando os projetos de acordo com critérios de eficiência ambiental.

No entanto, deve-se salientar que o controle ambiental, pela análise de custos e benefícios sociais (do ponto das externalidades), envolve valorações subjetivas e tem sido uma tarefa extremamente difícil pela ausência de informações e instrumentos adequados de medição, de análise e de avaliação. Além disso, a análise vem sendo questionada por converter tudo numa unidade de medida monetária. Mesmo assim, se a eficácia da análise de projetos através dos custos e benefícios sociais pudesse realmente priorizar e selecionar apenas aqueles que trouxessem externalidades líquidas positivas, o método já seria um enorme avanço, fato ainda longe de ser alcançado.

Na verdade, no Brasil, além das questões que exigem maior competitividade para o setor privado, o planejamento econômico deverá se inserir num novo modelo capaz de superar os grandes desafios relacionados com o compromisso de erradicar a pobreza extrema e distribuir os frutos do desenvolvimento. Deve, também, ser capaz de promover mudanças no relacionamento entre o homem e a natureza, de tal sorte que os recursos ambientais e naturais sejam utilizados com parcimônia e bom senso, com vistas a evitar prejuízos para as populações presentes e futuras (IBRAM,1992).

A FIG. 3.4 apresenta o processo para o empreendimento de mineração. É indicada uma troca positiva no mercado, aumentando a demanda por produtos gerados pela exploração mineral. Em resposta às novas demandas, são aplicados recursos financeiros na pesquisa mineral, resultando em novas descobertas de novas áreas. Também é possível que, através do aumento dos seus valores de mercado, os recursos minerais podem se tornar atrativos, passando a ser economicamente viáveis.

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FIGURA 3.4 - Processo de Suprimento Mineral Fonte: LOPES PINTO, 2003

O valor do dinheiro no tempo e o fluxo de caixa são os conceitos básicos usados na maioria das técnicas de avaliação de projetos. A demonstração de fluxo de caixa, indica a origem de todo dinheiro que entrou no caixa, bem como a aplicação de todo o dinheiro que saiu do caixa em determinado período (usualmente, durante um ano) e, ainda, o resultado do fluxo financeiro. Portanto, o fluxo de caixa mede o fluxo real monetário que está entrando ou saindo de um projeto específico. Ele mede o excesso do fluxo de caixa por unidade de tempo das entradas sobre as saídas provenientes de custos operacionais e de investimentos, sendo importante o esforço a ser feito para estimar os dados utilizados nos cálculos de uma avaliação econômica. Os principais componentes envolvem elementos de estimativas sobre custos de investimentos, custos operacionais, reservas minerais, produção anual e receitas (BARBOZA, 2005).

Nas várias etapas da cadeia produtiva da mineração, os custos crescem à medida que se passa de uma etapa precedente para a posterior e, na medida que o projeto avança, tem-se um aumento das informações e uma diminuição dos riscos associados.

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