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Estudo de Caso

6.2 Empreendimento de Grande Porte – Mina de Capão Xavier

Reis (2005a) relata que em meados de 2004, a MBR iniciou as operações na mina de Capão Xavier, em Nova Lima. O mais recente empreendimento mineral da empresa é uma grande jazida de minério de ferro de alto teor que apresenta uma sinergia operacional rara: devido à proximidade entre as minas, todo o material extraído na mina de Capão Xavier está sendo beneficiado na mina da Mutuca, cuja extração de minério encerrou em 2001. Além disso, o estéril e o rejeito provenientes das operações da mina de Capão Xavier estão sendo utilizados para recompor topograficamente a cava exaurida da mina da Mutuca.

Com a abertura da mina de Capão Xavier e o fim da extração de minério nas minas da Mutuca e Águas Claras, a empresa finalizou a implantação de um de seus planos de desenvolvimento de longo prazo, que previa a substituição de minas paralelamente ao aumento de produção. A MBR, segunda maior exportadora de minério de ferro no Brasil e quarta do mundo, foi eleita em 2004 a melhor empresa do setor de mineração e em 2005, levou o título de Empresa do ano concedido pela Revista Exame (ESTEVES, 2005).

Foi também eleita a melhor empresa do setor de mineração em 2005 pelo Balanço Anual do jornal Gazeta Mercantil e Prêmio SESI de Qualidade no Trabalho. Considerada pela

Fundación Mediadores em Red, da Argentina, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, uma das quatro melhores organizações no quesito práticas de metodologia de relações com partes interessadas e de resoluções de conflitos, em função da oferta abundante de informações, transparência e consideração de interesses comuns (REIS, 2005a).

Na classificação das 100 maiores minas brasileiras, a mina de Capão Xavier ocupa a 23a colocação, com produção anual em toneladas (ROM) de 5.300.000 t – ano base de 2004, sendo classificada como uma mina de classe A, segundo dados do DNPM. Por substância no caso o ferro, ocupa a 12a posição e, se considerada a movimentação anual total em toneladas (estéril + ROM), desce para a 30a posição, com uma produção anual (base 2004) de 8.100.000 t. (MINÉRIOS & MINERALES, 2005).

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A mina de Capão Xavier é integrante do Grupamento Mineiro n° 100/89, Manifesto de Mina n° 3.484/59 DNPM e Decreto de Lavra / Manifesto de Mina n° 308/35. Situa-se na porção centro-oeste do Quadrilátero Ferrífero, entre as latitudes 20° 00’ 00” e 20° 15’ 00” e longitude 43° 55’ e 44° 00’ 00” (ECOLAB, 2003).

Conforme (ECOLAB, 2003), o acesso às áreas é feito, a partir de Belo Horizonte, pela rodovia BR-040, em direção ao Rio de Janeiro, alcançando, inicialmente, a mina da Mutuca, a cerca de 8 Km a partir do BH Shopping. Em seguida, a mina de Capão Xavier, cerca de 10 Km e, sucessivamente, as outras minas, até atingir a mina de Beira da Serra, localizada no extremo sul da área do Grupamento, a cerca de 42 Km. A FIG. 6.5 apresenta as unidades operacionais da MBR.

FIGURA 6.5 - Unidades Operacionais - MBR Fonte: MBR, 2005a

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A FIG. 6.6 apresenta o fluxograma de produção do minério de ferro nas unidades operacionais da MBR.

FIGURA 6.6 - Fluxograma de produção de minério de ferro - MBR Fonte: MBR, 2005a

Os produtos gerados são: lump ore ou granulado de alto forno; lump ore ou granulado de redução direta; sinter feed, para usinas de sinterização; pellet feed, para usinas de peletização; hematitinha e chapinha (MBR, 2005a).

De acordo com MBR (2005a) os percentuais de vendas de minério de ferro produzidos pela MBR são:

• finos - 68%, sendo 61% para o mercado externo e 7% para o mercado interno; • granulados - 32%, sendo 17% para o mercado externo e 15% para o mercado interno. MBR (2005a) informa que em suas operações são tomados os seguintes cuidados:

• água – recircula, durante o processamento do minério de ferro, cerca de 90% da água utilizada em suas operações. Os 10% restantes, provenientes sobretudo do rebaixamento do nível d'água nas minas, retornam clarificados à natureza;

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• solo – O material estéril é depositado em locais apropriados, mediante processo controlado de disposição de pilhas, protegidas por sistemas de drenagem superficial e sub- superficial. Para evitar a erosão nessas pilhas e o conseqüente assoreamento dos mananciais, procede-se à revegetação por hidrossemeadura;

• ar – No período de estiagem, procura-se eliminar a poeira oriunda da mineração por meio do método de aspersão de água, utilizando para esse fim, de maneira contínua, caminhões- pipa e rede fixa nas estradas internas.

Os conceitos de aproveitamento das reservas da mina de Capão Xavier evoluíram continuamente no sentido da busca justificada de uma solução que permitisse, além da obtenção de um retorno econômico compensador, a implantação de um empreendimento mineiro ambientalmente sustentável.

O projeto, idealizado para a substituição da produção mineral da mina da Mutuca, que exauriu as reservas lavráveis no final de 2001, apresenta a finalidade de reforçar o patamar produtivo e manter a competitividade empresarial da MBR. O QUADRO 6.1 apresenta o histórico da mina de Capão Xavier.

QUADRO 6.1

Histórico do Desenvolvimento da mina de Capão Xavier com as diversas etapas para implantação do empreendimento

Histórico

1956 Escritura Pública de desapropriação amigável St. John D´el Rey Mining Co.– PBH 1958 Primeiras Pesquisas geológicas na mina de Capão Xavier

1961 Início da produção na mina da Mutuca

1992 Contatos com a COPASA (Consultoria Internacional) 1993 Convênio MBR/COPASA: Início dos estudos hidrogeológicos 1997 Conclusão dos estudos hidrogeológicos

1997 Início do licenciamento ambiental da mina de Capão Xavier 1998 Termo de Compromisso MBR/COPASA

1998 Contatos com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH)

1998 a 2002 Apresentação do Projeto e discussão com a sociedade: otimização 2001 Exaustão da mina da Mutuca

ago/02 Formalização do EIA-RIMA da mina de Capão Xavier mar/03 Audiência Pública

ago/03 Licença Prévia (LP) da mina Capão Xavier

out/03 Licença de Instalação (LI) da estrada Capão Xavier – Mutuca out/03 Autorização para Exploração Florestal (IEF) estrada Capão Xavier nov/03 Termo aditivo MBR/COPASA

nov/03 Início da Construção da estrada

dez/03 Licença de Implantação (LI) da mina de Capão Xavier

dez/03 Aprovação das compensações ambientais pela Câmara de Proteção à Biodiversidade jan/04 Termo de Compromisso MBR/IEF

jan/04 Autorização para Exploração Florestal (IEF) da mina de Capão Xavier fev/04 Conclusão da estrada

16/jun/04 Início das operações da mina de Capão Xavier

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MBR (2005c) apresenta as etapas do desenvolvimento da mina de Capão Xavier: • Implantação:

− construção da estrada privativa que vai interligar as duas unidades: mina de Capão Xavier

e mina da Mutuca;

− implantação de estruturas de drenagem que evitarão o carreamento de sedimentos para a

bacia do Ribeirão Mutuca, onde existe uma captação de água;

− construção de um dique no Córrego Seco para formar uma bacia de sedimentação, como

uma pequena lagoa, onde hoje existe uma mineração de argila, próxima à BR-040. • Fase Inicial:

− construção de barreiras acústicas e visuais em locais estratégicos no entorno da mina,

que receberão cobertura vegetal apropriada e atuarão como fronteira entre a mina e a comunidade vizinha. Construídas com materiais provenientes da própria mina;

− transporte por caminhão através da estrada privativa da MBR, do minério a ser

beneficiado nas instalações da mina da Mutuca. • Consolidação:

− continuação das atividades de lavra, com o aprofundamento progressivo da cava; − transporte do minério produzido e do estéril pela estrada privativa da MBR, para

beneficiamento nas instalações da mina da Mutuca;

− em 2007, inicia-se o transporte de minério pela correia transportadora, com a

construção de um britador primário no interior da cava e longe das comunidades vizinhas;

− reabilitação de áreas mineradas.

• Desativação:

− revegetação de áreas mineradas remanescentes; − formação de um lago na cava de mina;

− aterramento e revegetação da antiga cava da mina de argila, que funcionava como

bacia de decantação do projeto. • Pós-desativação:

− reincorporação do terreno recuperado ao meio ambiente natural;

− incorporação do lago ao Sistema de Abastecimento de Água da Região Metropolitana

de Belo Horizonte;

− preservação ambiental com incorporação da antiga área minerada, já reabilitada, ao

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Para a explotação a céu aberto, haverá a necessidade do rebaixamento do nível d’água do lençol subterrâneo ao redor da cava. Neste sentido vários estudos foram desenvolvidos, entre os anos de 1992 e 1997, com o objetivo de quantificar os potenciais impactos causados nas captações a fio d’água da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA MG), localizadas na região de entorno da mina. Os estudos buscavam, além disso, propor medidas mitigadoras destes eventuais impactos. Desta forma, foram reavaliados os trabalhos hidrogeológicos anteriormente realizados, tanto na região do Projeto Capão Xavier quanto em outras regiões do Quadrilátero Ferrífero. Foi apresentado um novo modelo hidrogeológico para a região do bairro Jardim Canadá e arredores (LAZARIM, 1999).

Reis (2005a) reporta que a importância do desenvolvimento do empreendimento para o município de Nova Lima diz respeito ao bairro Jardim Canadá, localizado nas proximidades da mina e ao lado da rodovia BR-040, que liga Belo Horizonte ao Rio de Janeiro. Antes da implantação da mina de Capão Xavier naquele local, o bairro, distante do centro de Nova Lima era ocupado por uma população bastante reduzida e de baixa renda. Depois do início dos trabalhos da MBR no local, há cerca de seis anos, o bairro foi elevado à condição de distrito industrial e, em pouco mais de um ano e meio, a região já conta com 500 empresas instaladas, áreas residenciais de alto padrão e toda a infra-estrutura (composta por comércio, escolas e atendimento médico).

Todo esse desenvolvimento resulta de um esforço conjunto da empresa com a comunidade do bairro Jardim Canadá no sentido de buscar soluções para a melhoria da qualidade de vida local. A MBR já investiu cerca de R$ 12 milhões em melhorias de infra-estrutura urbana, com destaque para a recuperação de trecho da BR-040, a pavimentação de ruas e a construção de áreas voltadas aos esportes e educação, construção de uma passarela de travessia sobre a BR-040, pavimentação e iluminação de ruas e a criação de uma nova área de lazer (MBR, 2005c).

Segundo ECOLAB (2003) na formulação do Projeto Capão Xavier, foram estabelecidos premissas e conceitos visando viabilizar a inserção e convivência do emprendimento na região da APA-SUL, sendo:

• desenvolvimento de alternativas de transporte de minério e estéril por estradas e transportadores de correia, buscando evitar interferência com a infra-estrutura viária local e com áreas habitadas;

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• definição de áreas de proteção ambiental e de reserva legal que sejam de relevante interesse ecológico, que deverão ser manejadas conforme critérios técnicos adequados à conservação da natureza;

• compromisso de manutenção da disponibilidade hídrica regional para abastecimento público, garantindo a implementação imediata de medidas preventivas, corretivas e de mitigação de impactos nos sistemas hidrológico e hidrogeológicos;

• desenvolvimento de projetos geométricos de pilhas de estéril com reduzida interferência na paisagem regional, ocupando áreas estratégicas para a formação de barreiras acústicas e visuais no entorno do empreendimento;

• utilização de técnicas específicas de desmonte de rocha, reduzindo a emissão de ruído e a propagação de vibrações, bem como utilizando uma frota de equipamentos de médio porte para a operação das atividades minerárias;

• instalação do britador primário na mina de Capão Xavier somente quando a configuração da cava permitir a construção em local confinado distante de áreas residenciais, evitando a emissão de ruídos para os assentamentos humanos limítrofes à mineração;

• operação gradativa do empreendimento com pequena produção mineral no início, para a implantação das barreiras acústicas e visuais antes da plenitude do patamar de produção, aguardando a configuração de cava fechada da área de lavra.

• as atividades de reabilitação serão realizadas de maneira progressiva nas fases de implantação, operação e desativação.

Graças a proximidade da mina de Capão Xavier com a mina da Mutuca (FIG. 6.7), cuja lavra já foi encerrada, será possível utilizar o estéril e o rejeito do novo empreendimento na recomposição topográfica da cava da mina da Mutuca.

Assim, enquanto uma lavra se desenvolve, outra área, já minerada, é recuperada, possibilitando uso futuro diferenciado.

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FIGURA 6.7 - Vista Geral da mina de Capão Xavier – mina da Mutuca Fonte: MBR, 2005c

A concepção do empreendimento prevê a maximização da utilização das unidades de apoio existentes na mina da Mutuca e no Terminal Ferroviário de Olhos D'Água. Assim, as instalações a serem implantadas na mina de Capão Xavier, devido à sua proximidade com a mina da Mutuca, serão somente aquelas essencialmente necessárias às operações de lavra e de britagem primária.

Analisada sob o ponto de vista ambiental, a utilização das instalações de suporte operacional e administrativo da mina da Mutuca, em pleno uso e devidamente licenciadas junto ao COPAM e ao DNPM, evitará a necessidade de construção de outras de mesmo porte e finalidade na mina de Capão Xavier eliminando-se assim, o impacto que estas estruturas causariam.

A mina da Mutuca conta atualmente com a completa infra-estrutura necessária para a operação de um empreendimento de mineração deste porte, podendo, portanto, atender adequadamente às necessidades do empreendimento. Desta forma, a mina de Capão Xavier pode ser considerada, em termos operacionais, como uma extensão da mina da Mutuca, em que as frentes de lavra se encontram mais distantes.

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A FIG. 6.8 apresenta uma vista geral das instalações da mina da Mutuca.

FIGURA 6.8 - Vista das instalações industriais da mina da Mutuca Fonte: MBR, 2005c

ECOLAB (2002) informa as unidades existentes na mina da Mutuca para apoio às operações da mina de Capão Xavier: portaria, escritório, restaurante, vestiário, ambulatório médico, oficina de veículos pesados e leves, oficina de equipamentos fixos, almoxarifado, lavador de veículos, posto de abastecimento e lubrificação, borracharia, laboratório e balança.

Considerando o ponto de vista econômico, esta decisão é a mais indicada, uma vez que não haverá a necessidade dos investimentos preliminares de vulto que seriam aplicados nestas construções.

As unidades de apoio operacional e administrativo implantadas na mina de Capão Xavier são: • portaria para controlar o acesso e saída de veículos e pessoal, com área de 30 m2,

localizada na entrada da área da mina, junto a rodovia BR-040;

• escritório de campo para acomodar apenas o pessoal técnico que desenvolverá as operações de lavra e britagem primária do minério com área de 40 m2;

• instalações sanitárias para atendimento aos operadores dos equipamentos de lavra e da britagem primária, com área de 40 m2. Todo o esgoto será encaminhado para uma caixa coletora e transportado para tratamento na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da mina da Mutuca ou, alternativamente, tratado na ETE do Bairro Jardim Canadá, caso esta venha a ser construída e seja economicamente interessante a sua utilização.

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O cronograma de implantação da mina de Capão Xavier é apresentado no QUADRO 6.2. QUADRO 6.2

Cronograma de implantação das principais instalações industriais

ANO

Item 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Estrada Capão Xavier – Mutuca Poço para abastecimento da água Barreira visual e acústica Dique do Córrego Seco

Poços para Rebaixamento do N.A. Britagem Primária – Minério

Edificações de Apoio

Energia Elétrica Sistema TCLD Melhorias ITM Mutuca

Fonte: ECOLAB, 2003

ECOLAB (2003) apresenta as principais características geométricas da cava de exaustão da mina de Capão Xavier:

• área em superfície com forma elíptica, com dimensões aproximadas de 1,6 km x 0,9 km; • fundo da cava circular, com aproximadamente 100 m de diâmetro;

• profundidade máxima de 280 m;

• altura das bancadas com 10 m e ângulos de talude geral entre 30° e 36°; • principal acesso à cava realizado por sistema de rampa em espiral; • sistema de bombeamento (sump) instalado no fundo da cava.

A FIG. 6.9 apresenta uma vista aérea da área em fase inicial de explotação.

FIGURA 6.9 - Vista aérea da cava da mina de Capão Xavier Fonte: MINÉRIOS & MINERALES, 2005

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ECOLAB (2002) relata que o marco geral no qual se definem as propostas de reabilitação, constitui-se numa série de princípios que deve assumir a MBR, e um conjunto de critérios técnicos que constituem em conjunto, os objetivos que deve alcançar o Plano de Reabilitação, em todas as suas propostas. Os critérios e princípios de partida definidos no Plano de Reabilitação são basicamente:

• enfoca-se a reabilitação do ponto de vista de desenvolvimento sustentável, entendendo o conceito em sentido tão amplo quanto possível, de forma que se mantenham condições ambientais e socioeconômicas aceitáveis depois da desativação da atividade mineira, contribuindo ao incremento da biodiversidade, e que a paisagem final seja, ao menos, tão atrativa e ambientalmente valiosa como a prévia;

• entende-se, como objetivo básico da reabilitação, a melhora ambiental e ecológica da rede hídrica superficial e das condições hidrogeológicas do entorno, de maneira que a situação pós-mina seja melhor que a pré-mina;

• prevê-se potencializar o valor dos recursos hídricos, por seu interesse econômico e social na região.

Relata também que em cada alternativa avaliada, considerou-se a possibilidade de aplicar técnicas de intervenção inovadora, que representassem em si mesmas, valores social, ambiental ou econômico incorporado. De acordo com a MBR, o enfoque "inovador" se dá no sentido de induzir o aproveitamento das oportunidades que surgirem da singularidade do novo espaço criado. Neste tópico se incluem os principais fatores que podem limitar ou condicionar as alternativas de reabilitação, considerando os fatores que podem levar tanto a uma limitação (condicionante negativo) como a uma oportunidade (condicionante positivo). Os ditos fatores condicionantes e limitantes são os seguintes:

− proximidade a uma aglomeração urbana (Belo Horizonte), bem como a uma série de

urbanizações e condomínios (Jardim Canadá, Jardim Monte Verde, etc.);

− localização do Projeto junto ao Parque Estadual da Serra do Rola Moça;

− interesse da água como fonte de fornecimento para abastecimento da Região

Metropolitana de Belo Horizonte e outros núcleos próximos;

− utilização das águas subterrâneas na reabilitação, dada a sazonalidade dos escoamentos

que apresenta o Córrego Seco, único curso fluvial nas vizinhanças imediatas da área mineira;

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− aumento da disponibilidade hídrica dos mananciais com a utilização planejada da água

acumulada na cava, tão logo cesse o bombeamento dos poços de drenagem e se armazene um volume adequado de água na cava (de procedência majoritariamente subterrânea);

− construção de bermas, nas pilhas de estéril e na cava, para melhor gerenciar o escoamento

superficial da água;

− desenho de canaletas, nas pilhas de estéril, para interceptação da água superficial, com

adequado deságüe e o plantio de vegetação arbórea ou arbustiva nativa;

− desvio e posterior reabilitação do Córrego Seco, mantendo o percurso atual do leito em

toda sua longitude, mediante a adequada distribuição de meandros, com critérios ecológicos;

− reabilitação de todo espaço alterado, conferindo-lhe o máximo valor na reabilitação; − disponibilidade de uma paisagem singular, gerado pela topografia da cava, seu lago e as

formas arredondadas das pilhas contíguas, com o forte atrativo de uma paisagem de água, criado pela inundação final da cava;

− abertura de possibilidades mais atrativas, com um desenho que ofereça singularidade e

valores associados, sem tentar reproduzir o estado atual dos pontos de vista ecológico, paisagístico, cultural, etc.

De acordo com ECOLAB (2002) as unidades em que se dividiu o espaço afetado pela atividade mineira para fins de reabilitação são:

• pilhas constituídas por material estéril, dispostas de modo a criar anteparos em torno da cava;

• cava da mina, onde se criará um lago por ascensão natural do nível piezométrico uma vez desativada a drenagem;

• instalações auxiliares, que incluem as áreas onde se localizam a bacia de sedimentação, canais perimetrais e conduções, bem como pistas de acesso e setores de provisão de materiais, escritórios, etc.;

• Córrego Seco, dado que a operação mineira irá modificar o seu traçado;

• outras áreas internas que, em princípio, não serão afetadas diretamente pela atividade mineira, embora determinadas zonas podem ser temporalmente alteradas, pela provisão de terra vegetal ou pela circulação de veículos e equipamentos, embora conservando seu relevo original. Certos elementos – como a correia transportadora ou poços de drenagem e abastecimento, as superfícies alteradas por sua construção e, no caso, por sua desmontagem – serão convenientemente reabilitadas.

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Uma vez concluída a extração mineral, estão previstos a desativação e retirada de todas as instalações erguidas, de forma progressivo conforme vão sendo desativadas, realizando sua reciclagem tão logo isso seja viável, de forma que se desocupem, na medida do possível, os espaços afetados pela mina e suas instalações. Essa ação ocorrerá, principalmente, durante a fase de desativação do empreendimento, mesmo que comece a se desenvolver durante a fase de operação.

A etapa de desativação corresponde ao período requerido para o enchimento do lago e a efetiva recuperação dos impactos porventura ocorridos nos mananciais. Nesta etapa os poços