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2 A EXPERIÊNCIA EVOLUTIVA DA DEMOCRACIA: CULTURA POLÍTICA E

2.4 A Democracia Deliberativa e a Autodeterminação Política em Tempos de

2.4.1 Democracia Deliberativa e Autodeterminação

O resultado natural da equação entre a liberdade plena e a autocontenção na democracia deliberativa é a autodeterminação. Mas o que seria autodeterminação? Refere-se autodeterminação a decisão do povo ou do indivíduo191? Deve ela ser definida como o direito de uma comunidade escolher seu destino192, ou como o processo cultural de aquisição da “personalidade” de um povo, com certo grau de consciência nacional193?

O termo autodeterminação é também uma expressão que pode adquirir muitos significados.

Ele pode estar associado, por exemplo, à noção de soberania (autodeterminação dos povos) e, neste caso, possuir raízes profundas em teorias do direito internacional. A liberdade política de as comunidades definirem como irão se comportar soberanamente tende a ser objeto de questionamento apenas diplomático e pressupõe por vezes, a aceitação de decisões que violam direitos humanos em

191 A ideia de autodeterminação a partir do indivíduo o liga à motivação intrínseca que promove satisfação

pessoal, embora possa estar relacionada a forças heterônomas, há algo de satisfatório e regozijante que egocentricamente o impulsiona, e que permite considerar a ação auto-determinante (ou determinada por interesse próprio). "One of the more influential models dealing with human motivation lies in self-determination theory (SDT, Deci & Ryan, 1991, 2000; Ryan & Deci, 2000, 2006). In this theory, intrinsic motivation refers to engagement in an activity because it is inherently interesting or enjoyable, whereas extrinsic motivation refers to engagement in an activity for instrumental reasons, e.g., with regard to social pressures or rewards (Ryan & Deci, 2000). SDT takes its starting point in young people's early intrinsic motivation. The theory suggests that young people freely explore the things they are interested in. For example, if they are curious about and interested in politics, they will be motivated to pursue and develop their interest further if the conditions and other people's reactions to them facilitate the fulfillment of their basic psychological needs for autonomy, relatedness, and competence (Deci & Ryan, 2000). In the theory, intrinsic motivation acts as a driving force. Youth will try to satisfy their basic psychological needs in the fields where they are intrinsically motivated. When they feel their basic needs are satisfied, their interest will grow further in an iterative process of mutual reinforcement". RUSSO, Sylvia; STATTIN, Hákan. Self determination theory and the role of political interest in adolescents sociopolitical development. Journal of Applied Developmental Psychology, [S.l.], v. 50, p. 71-78, 2017.

192 Neste sentido, veja-se a enciclopédia de Princeton. DANSPECKGRUBER, Wolfgang; GARDNER,

Anne-Marie. Self-determination. In: THE PRINCETON Encyclopedia of Self-Determination. [S.l.], 2017. Disponível em: <https://pesd.princeton.edu/?q=node/266>. Acesso em: 30 set. 2017. "At its most basic, the principle of self-determination can be defined as a community's right to choose its political destiny. […] Contemporary understanding of the principle defines self-determination as the right to choose for all peoples, but with flexibility as to the application of that right in the context of particular claims".

193 Neste sentido, a Enciclopédia Britânica. SELF-determination. In: ENCYCLOPÆDIA Britannica.

Chicago, 2017. Disponível em: <https://www.britannica.com/topic/self-determination>. Acesso em: 30 set. 2017. "Self-determination, the process by which a group of people, usually possessing a certain degree of national consciousness, form their own state and choose their own government. As a political principle, the idea of self-determination evolved at first as a by-product of the doctrine of nationalism, to which early expression was given by the French and American revolutions."

nome da independência da sua “personalidade cultural”194.

Notadamente, a vinculação do conceito de autodeterminação à ideia de soberania tem criado constrangimentos históricos à comunidade internacional, incapaz de lidar com regimes despóticos que, a toda evidência, não traduzem em ações políticas a verdadeira vontade do povo que representa.

As dificuldades e constrangimentos ainda se agravam quando se trata de um processo político de secessão (que invocam o direito de resistência), no sentido de que o povo, ao rebelar-se, revoltar-se, buscar liberar-se de algo, o faz sem, todavia poder ostentar a legitimidade do poder político constituído. Situações tais são um grande desafio para a comunidade internacional, cabendo indagar se se deve ser tolerante e cauteloso na reação (críticas retóricas e punições diplomáticas) ou se, em casos extremados, se justificaria uma intervenção externa.

A ideia de autodeterminação dos povos nesta acepção de soberania legitima, portanto, constitui-se numa ficção de que as decisões políticas adotadas pela organização estatal são legítimas e se constituem em matéria interna corporis. A vontade expressa pelo regime político, ainda que despótico, deve ser respeitada porque soberana.

Uma outra acepção de autodeterminação pode ser encontrada na teoria contratualista e estar associada àquela parcela de soberania política consensual, resultante do contrato que vincula cada indivíduo à totalidade195 que o inclui.

Esse é o modelo previsto no contrato social de Rousseau, em que a participação direta do indivíduo é idealidade, e a liberdade é definida como a obediência às regras que cada um prescreve para si mesmo, unificada pela vontade geral, decorrente da passagem do sujeito do estado natural para o estado civil196.

194 Sobre autodeterminação e sua vinculação ao direito internacional, veja-se NAWAZ, M. K. The

meaning and range of the self-determination. DUKE law Journal, [S.l.], v. 82, p. 82-101, 1965. "One of the main points that emerges from the present study is that self-determination constitutes one of the modem principles of international law. It derives its validity principally from the Charter of the United Nations. The Charter does not, however, define the concept any more than it does aggression or domestic jurisdiction. One has to look to the various resolutions of the organs of the United Nations to ascertain its meaning and content". Ibid., p. 99.

195 A ideia de teoria consensual da vontade num contrato social é parte do pensamento político de

Rousseau. ROUSSEAU, Jean-Jacques. O contrato social e outros escritos. Tradução: Antônio de Pádua Danesi. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

196 "A passagem do estado de natureza ao estado civil produz no homem uma mudança considerável,

substituindo em sua conduta o instinto pela justiça e conferindo às suas ações a moralidade que antes lhe faltava. Só então, assumindo a voz do dever o lugar do impulso físico, e o direito o do apetite, o homem, que até então não levará em conta senão a s i mesmo, se viu obrigado a agir com base em outros princípios e a consultar sua razão antes de ouvir seus pendores". ROUSSEAU, Jean-Jacques. O contrato social e outros escritos. Tradução: Antônio de Pádua

O contratualismo, de forma geral, descarta a possibilidade de uma vontade livre de paixões e pressões políticas. Uma tal vontade seria possível apenas em estado de natureza. Em sociedade, premido por necessidades próprias da associação civil do qual é parte, a racionalidade perseguida pelo indivíduo é instrumental, servil à realização dos fins dessa agregação societária, muito mais do que um terreno da liberdade individual que possa ser incondicionalmente valorizado. Comentando o modelo de democracia de Rousseau, refere Barzotto que o estado de sociedade está ligado à perda da liberdade, pela dependência de uns aos outros, e a perda da igualdade, na medida em que uns se apossam dos bens da natureza de modo a excluir a fruição dos demais197.

A forma como se concebe a autodeterminação vai modificar-se segundo as peculiaridades de cada modelo de democracia.

Na democracia direta do modelo marxista, por exemplo, a autodeterminação é fruto de um processo dialético histórico. Nele, os indivíduos só existem na interação com outros, e sua natureza só pode ser entendida como um produto social e histórico. Não é o indivíduo único e isolado o sujeito ativo do processo histórico e político, mas seres humanos vivendo em relações definidas com os outros e cuja natureza é estabelecida através dessas relações. Um indivíduo, uma atividade social ou uma instituição só pode ser devidamente explicado em termos de sua interação historicamente evolutiva com outros fenômenos sociais198. Indivíduos estão

Danesi. São Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 25-26. Trata-se de um conceito de liberdade, todavia, distinto daquele projetado por Kant, pois a liberdade não é necessariamente incompatível com as inclinações, com ela misturando-se. Veja-se, também, KAUFMAN, A. Reason, self-legislation and legitimacy: conceptions of freedom in the political thought of Rousseau and Kant. The Review of

Politics, [S.l.], v. 59, n. 1, p. 34, 1997.

197 BARZOTTO, Luiz Fernando. A democracia na Constituição. São Leopoldo: Ed. Unisinos, 2003. p.

96. Com efeito, diferentemente de Hobbes, Locke e Kant, a racionalidade não acompanharia o ser em estado de natureza. Por consequência, estes seria um estado de paz e harmonia, portanto, não belicoso. A condição de maldade do homem, seu egoísmo e defesa do amor-próprio, que o conduziram ao estado de guerra, surge justamente no estado social, quando o indivíduo necessita conviver em comunidade. "[...] esta absoluta solidão marca a originalidade do pensamento de Rousseau face a outros jusnaturalistas, como Hobbes e Locke, que admitem certo grau de socialização o estado de natureza, contaminando a este, segundo Rousseau, com ideias extraídas da observação do estado de sociedade. Ao contrário de Hobbes, que imagina o estado de natureza como um estado de guerra, no qual prevalece a lei do mais forte, Rousseau retruca que um estado em que o ser humano não precisa de outrem para satisfazer suas necessidades é fatalmente um estado de paz. E contra Locke, que defende a idéia de que a propriedade privada já existia no estado de natureza, Rousseau afirma que a propriedade, constituída pela relação social entre proprietário e não- proprietário, também demanda uma coexistência que não ocorre no estado de natureza". Ibid., p. 91.

198 "Individuals only exist in interaction with and in relation to others; their nature can only be grasped

as a social and historical product. It is not the single, isolated individual who is active in historical and political processes, but rather human beings who live in definite relations with others and whose nature is defined through these relations. An individual, or a social activity, or an institution (in

separados em estruturas de classes199, em competição uns com outros, e a política (cujas decisões são legitimadas na democracia) é a arena da proteção dos mais fracos para evitar a exploração dos mais fortes.

Já na democracia concebida pelo elitismo competitivo, as classes sociais consistem em agregados de indivíduos que compartilham conjuntos semelhantes de "chances de vida". Como explica Held, as classes não são grupos, embora ações em grupo possam ser tomadas com base em interesses de classe comuns; isto é, com base em interesses econômicos formados por uma posição de mercado compartilhada200.

O elitismo competitivo parte de bases liberais, por ser marcadamente individualista e, ao considerar-se que nenhum valor pode ser imposto a outrem numa instância competitiva, uma política liberal somente pode ser mantida em termos procedimentais e burocráticos201. Em Schumpeter, essa visão converte a democracia num método político, um arranjo institucional de tomada de decisões político-legislativas e administrativas. A vida democrática é marcada pela luta entre líderes políticos rivais, partidos e grupos de poder, disputando espaço de comando na forma da lei. A essência da democracia seria marcada pela prerrogativa normativa dos cidadãos substituírem um governo por outro e portanto, protegerem-se do risco de eternização de governos202.

fact, any aspect of human life) can only be properly explained in terms of its historically evolving interaction with other social phenomena, a dynamic and changing process of inextricably related elements". HELD, David. Models of democracy. Cambridge: Polity Press, 2006. p. 97.

199 "The key to understanding the relations between people is, according to Marx and Engels, class

structure […] Class divisions arise only when a surplus is generated, such that it becomes possible for a class of non-producers to live off the productive activity of others. Those who are able to gain control of the means of production form a dominant or ruling class both economically and politically. Class relations for Marx and Engels are thus necessarily exploitative and imply divisions of interest between ruling and subordinate classes”. Ibid., p. 97.

200 "According to Weber, classes consist of aggregates of individuals who share similar sets of ‘life

chances’ in labour and commodity markets. Classes are not groups, although group action may be taken on the basis of common class interests; that is, on the basis of economic interests formed by a shared market position”. Ibid., p. 127.

201 Os mecanismos democráticos ocidentais, na visão weberiana, são eletivos e partidariamente

representativos, e envolvem o controle dos apoiadores, estratégias demagógicas, etc... "For in an age of competing values, where none can be regarded as objectively valid, the idea that political life is founded upon a given or agreed morality cannot be maintained. In these circumstances, the liberal polity can only be defended, Weber held, on procedural grounds - grounds which emphasize its importance as a mechanism for promoting the ‘competition of values and ‘freedom of choice in a rationalized world”. Ibid., p. 128.

202 "The essence of democracy was, as the protective theorists of liberal democracy rightly emphasized,

the ability of citizens to replace one government by another and, hence, to protect themselves from the risk of political decision makers transforming themselves into an immovable force." A democracia, assim, seria um mecanismo de seleção política de representantes, julgados com base na sua capacidade de transpor com maior fidelidade o desejo das pessoas comuns em decisão política, aperfeiçoando esse processo de formação de políticos profissionais de forma progressiva. p. 142.

A visão realista e cética da democracia no elitismo competitivo, quase se confunde com um ataque à própria ideia de autodeterminação do agente humano individual e livre, se considerado como aquele indivíduo impotente diante do poder da ordem política, onde prevalecem partidos e elites dirigentes hierarquicamente protegidas por regimes jurídicos. A “industrialização” de uma vontade popular, que seria "fabricada" no processo político é a marca do enfoque já que, dada a vulnerabilidade dos indivíduos eles ficam relegados apenas à faculdade do raciocínio por meio de escolhas eletivas recorrentes (o que, ainda assim, não retira da democracia a qualidade de melhor regime político, se comparada à tirania203).

Tal qual o elitismo competitivo, o pluralismo político terá a sua concepção própria do que se compreende por autodeterminação. Diversamente do que aponta o elitismo como sendo sinais de fraqueza da autodeterminação, para o pluralismo político se revelam como a realização da própria liberdade do indivíduo.

A existência de diversos interesses competindo - formando uma espécie de um mercado livre de ideias e pensamentos políticos - é a base de uma pluralidade que tende a gerar equilíbrio, estimulando a cooptação do interesse de minorias, pela necessidade de formação de coalizões e maiorias.

As muitas desigualdades sociais demonstram ao contrário do que possa parecer, vigor democrático204, assim como o é também a própria dificuldade que os grupos menores necessitam enfrentar para compor de forma estratégica seus interesses no processo político competitivo.

A autodeterminação, por outro lado, também seria objeto de reflexão ideológica, nos modelos de democracia defendidos pela nova esquerda e a nova direita. Para a última, a democracia não seria um fim em si mesma, e sim o indivíduo. Garantir sua plena liberdade é o seu motivo e sua razão de existir, numa

203 "[...] if it were merely a choice between tyranny and competitive elitism (monopoly or oligopoly in

politics), the latter would of course be desirable. But the rich tradition of democratic thought indicates that these are far from the only avenues open”. HELD, David. Models of democracy. Cambridge: Polity Press, 2006. p. 157.

204 "At the minimum, according to Dahl, ‘democratic theory is concerned with processes by which

ordinary citizens exert a relatively high degree of control over leaders’ (Dahl, 1956, p. 3). In his view, empirical study shows that such control can be sustained if politicians’ scope for action is constrained by two key mechanisms: regular elections and political competition among parties, groups and individuals. He emphasized that while elections and political competition do not make for government by majorities in any very significant way, ‘they vastly increase the size, number, and variety of minorities whose preferences must be taken into account by leaders in making policy choices’ (Dahl, 1956, p. 132). Moreover, he contended, if the full implications of this are grasped, then the essential differences between tyranny and democracy, the preoccupation of much political theory, can finally be unravelled". Ibid., p. 163.

democracia enquanto regime político de autogoverno. Por isso a autodeterminação deve partir das garantias dadas à sua existência livre, o que conduz à defesa do Estado de Direito, e ao respeito à força da lei, estruturas no interior das quais ele adquire espaço para se autodeterminar.

Seria ilusório, todavia, dizer que no modelo de democracia procedimental e representativa defendido pela nova direita, a vontade expressa pelo indivíduo e pela coletividade sempre será boa ou sábia. Como diria Hayek, "[por vezes] tem havido muito mais liberdade cultural e espiritual em autocracias do que em algumas democracias"205. Segundo o autor, no entanto, é "onde termina a lei que a tirania começa".

Já para o modelo de democracia procedimental e representativa defendida pela nova esquerda, a autodeterminação se revigora se a democracia significar mais do que um regime de leis e direito, mas um estilo de vida participativo. De acordo com essa visão, as desigualdades promovidas pelo livre mercado e o fato de que os indivíduos em uma sociedade de mercado estão impossibilitados de desfrutar de iguais oportunidades, contamina e limita sua capacidade de participar do processo político.

Neste modelo, nenhuma garantia legal é suficiente para assegurar livre autodeterminação para todos os membros da sociedade. A igualdade possível só pode ser concebida sob um aspecto meramente formal, do que resulta que a liberdade para participar e decidir resume-se à participação em processos políticos igualmente limitados porque formais. Daí a razão para a opção na democracia participatória, promovendo uma combinação entre agregação de interesses e democracia direta206, em que a participação alcançaria a periferia social do núcleo

205 " [...] there has often been much more cultural and spiritual freedom under an autocratic rule than

under some democracies - and it is at least conceivable that under the government of a very homogeneous and doctrinaire majority democratic government might be as oppressive as the worst dictatorship’ (1976, p. 52). It is the case that ‘democratic control may prevent power from becoming arbitrary, but it does not do so by its mere existence’ (1976, p. 53). It is only by distinguishing between ‘limitations on power’ and ‘sources of power’ that political arbitrariness can begin to be prevented". HELD, David. Models of democracy. Cambridge: Polity Press, 2006. p. 204.

206 Macpherson argued for transformation based upon a system combining competitive parties and

organizations of direct democracy. There will, for as far as one can see, always be n.s and major differences of interest around which parties might form, and only competition between political parties guarantees a minimum responsiveness of those in government to people at all levels below. The party system itself should, however, be reorganized on less hierarchical principles, making political administrators and managers more accountable to the personnel of the organizations they represent. A substantial basis would be created for participatory democracy if parties were democratized according to the principles and procedures of direct democracy, and if these ‘genuinely participatory parties’ operated within a parliamentary or congressional structure

decisório, teoricamente garantindo um ligação direta dos anseios sociais com as resoluções políticas.

Segundo Held, na democracia deliberativa, a autodeterminação decorre de um refinamento das preferências individuais e de grupo, acerca de políticas racionais e esclarecidas, daí porque a subdivide em três critérios por ele entabulados a um só tempo:

a) não ser dogmática, no sentido de estar relacionada a fatos;

b) não ser autocentrada, no sentido de pensar nas suas consequências; e c) não ser egoísta, no sentido de permitir-se pensar no futuro207.

A autodeterminação decorre, assim, não de um processo de racionalidade pré-determinada ou dogmática, mas da influência promovida pelo fluxo das