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segundo as Práticas Contábeis adotadas no Brasil (PCAB) são mais suscetíveis à prática de gerenciamento de resultados dos que as demonstrações em Generally Accepted Accouting Principles (US GAAP)

Não foi observada diferença nos níveis de gerenciamento de resultados entre as demonstrações conforme as Práticas Contábeis Adotadas no Brasil (PCAB) e as demonstrações em US GAAP das companhias abertas emissoras de ADRs.

Fonte: TUKAMOTO (2004)

3.3. Incentivos para a prática de gerenciamento de resultados com base no Accouting Choice

As definições de gerenciamento de resultados tratadas pelos autores em item 3.2 Gerenciamento de Resultados serão tratadas como uma das formas da administração (agente) desviar os objetivos propostos pelo principal (acionistas), conforme discutido por Jensen e Meckling (1976). Para que ocorram estes desvios a pesquisa utilizará os incentivos baseados em escolhas contábeis pesquisadas por Fields, Lys e Vincente (2001), sendo estes: (a) incentivos contratuais; (b) precificação de ativos (c) influencia de partes externas.

3.3.1. Incentivos relacionados à precificação de ativos

Os trabalhos realizados sobre accouting choice na literatura contábil estão relacionados com as associações entre preços das ações e retornos sobre ações com as escolhas contábeis pela administração. Segundo por Fields, Lys e Vincente (2001) as motivações da administração estão relacionadas com o objectivo de influenciar os preços das ações e podem assumir várias formas; (i) maximizar ganhos em um determinado período para suavizar ganhos ao longo do tempo (ii) evitar perdas ou evitar quedas de salário (entre outras estratégias).

Segundo Fields, Lys e Vincente (2001) o mecanismo para influenciar os preços em geral, não, é bem articulado, mas esses estudos têm suas raízes na associação entre ganhos e os preços das ações em IPOs, Brown (1968) apud em Fields, Lys e Vincente (2001) .

Uma parte significativa da pesquisa de Brown (1968) apud em Fields, Lys e Vincente (2001) avalia também a eficiência do mercado, se na escolhas de contábeis têm implicações diretas de fluxo de caixa e estão associadas à alterações nos preços das ações.

Os resultados identificados por Fields, Lys e Vincente (2001) estão aparentemente incompatíveis com a eficiência do mercado e são explicadas de várias maneiras. Os resultados incluem a irracionalidade dos investidores, por exemplo, os investidores respondem mecanicamente a níveis ou alterações nos ganhos independentemente da fonte. Com base nas possibilidades dos investidores responderem a irracionalidade por ganhos e perdas os investidores observam os indicadores contábeis e econômicos para sua tomada de decisão. Dentro deste contexto o gerenciamento de resultados demonstra uma aparente justificativa para que os administradores obtenham melhorias nas performances de seus resultados por meio da valorização de seus ativos. A pesquisa sobre o gerenciamento e revisão da vida útil, adota como parâmetros de análises destes ganhos de desempenho de alguns indicadores de mercado como return on assets e CAPEX.

Os administradores com o intuito de obterem vantagens pessoais ou mesmo tentar alinhar os objetivos dos acionistas (principal) poderiam tomar medidas, dentre elas alterarem as taxas de depreciação dos ativos com o objetivo de aumentar lucros contábeis, ceteris paribus aumentaria o preço da ação no longo prazo, ou mesmo manter as taxas de depreciação para reduzir o efeito da tributação nos livros fiscais.

3.3.2. Incentivos Contratuais

Os incentivos contratuais são uma das maneiras encontradas pelo mercado de reduzir as imperfeições na relação entre principal e agente. Os incentivos contratuais foram criados como uma das maneiras de alinhar os objetivos da administração com os objetivos dos acionistas. Seja por programas de stock options, direito de compra de títulos de dívida, ou mesmo incentivos salarias. Recentes estudos no mercado de capitais (Healy, Wahlen 1999) envolvendo incentivos contratuais focaram na distância entre as expectativas de crescimento das empresas no mercado e a percepção de crescimento dos acionistas e stakeholders, isto é no ano anterior observou-se uma elevada compra de ações por parte de membros da administração em períodos em que o lucro não estava elevado e no ano seguinte quando estes administradores mantinham as ações, as empresas geraram lucros (TEOH, WELCH and WONG, 1998b).

Alguns autores, (Teoh, Welch and Wong 1998b) estudaram o crescimento dos lucros em período pré IPO, e a relação do crescimento dos lucros em períodos de lançamentos de planos de stock options. Todos estes estudos estão baseados em contratos entre agente e principal, aos quais os aspectos de gerenciamento de resultados distorceram os contratos, e consequementemente, ao invés de reduzirem as imperfeições na relação entre agente e principal, criaram mais ruídos na relação e consequentemente “expropriação do capital” destas empresas por meio de pagamento de bônus, salários variáveis ou mesmo pagamentos baseados em ações.

Teoh et al (1998) estudou o gerenciamento de resultados por meio da reversão prévia de significativas estimativas contábeis, no caso específico de provisões. O estudo de Teoh et Al (1998) nesta abordagem é muito similar a esta pesquisa visto que o que se pretende investigar é o indicativo do gerenciamento de resultads de uma variável via de regra relevante nas demonstrações financeiras, neste caso a revisão da vida útil em última análise as mudanças nas taxas de depreciação das empresas. Teoh et al (1998) examinou as estimativas de depreciação e as provisões para créditos com liquidação duvidosos em períodos próximos ao de abertura de capital. Eles indentificaram o resultado de uma amostra de empresas antes e depois do IPO e verificaram que a administração alterou as estimativas da taxa de depreciação em períodos anteriores a abertura de capital. Nesta pesquisa nãos será objeto de estudo avaliar diretamente se o crescimento dos lucros por conta do aumento da vida útil do ativo esta diretamente aos ganhos dos administradores por decorrência de bônus ou stock options, mas serão discutidas as motivações da administração para fazer o gerenciamento de resultados contábeis.

3.3.3. Incentivos por meio influências externas

Os incentivos à escolha contábil por meio de influências externas podem ser definidas como aquelas que o mercado seja por meio de regulamentação ou indução faz a administração das empresas tomar decisões além daquelas que beneficiariam seus acionistas. Podem ser divididos em dois grupos (i) tendenciosas e (ii) compulsórias

Os incentivos tendenciosos são aqueles ao qual a administração toma decisões baseadas nas expectativas do mercado quanto a realização de lucros futuros ou mesmo lucros constantes (smoothing earnings), a administração tem a tendência de demonstrar lucros elevados e sem grandes variações, o que dá à ação menor volatilidade e pagamento maiores bônus aos seus acionistas, que em longo prazo aumentam seus investimentos nas empresas. Estes incentivos estão diretamente atrelados ao objetivo deste estudo, visto a investigação está relacionada à tendência dos administradores gerenciarem resultados por meio de menores taxas de depreciação para gerarem maiores ganhos no lucro contábil, e consequementemente nos demais indicadores do balanço .

Os incentivos compulsórios são aqueles impostos por ações governamentais ou mesmo por força de norma. No caso brasileiro estas têm sido objeto de diferentes discussões no âmbito acadêmico após a adoção de quase a totalidade dos pronunciamentos contábeis pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) em 2011 e aprovação dos órgãos reguladores como Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Ibracon (Instituito brasileiro dos auditores independentes), BACEN ( Banco central brasileiro). As discussões estão relacionadas com as diferentes tratativas entre os incentivos criados pelas insituições governamentais, no caso desta pesquisa as normas de depreciação para fins tributários, sugeridas pela Secretaria da Receita Federal e as instituições privadas ou conselhos normativos, como os apresentados anteriormente.

A pesquisa realizada toma este incentivo também como tema central de discussão acadêmica na identificação por meio de Accruals discricionárias da utilização destes incentivos de forma ambígua, ou na forma de escolha contábl (accounting choice) para que os administradores tomem decisões contábeis que maximizem os lucros das empresas e consequemente seus lucros.

3.4. Gerenciamento por meio de Accruals

Como apresentados em capítulos anteriores gerenciamentos de resultados segundo (Dechow e Skinner, 2000) compreende o ato dos administradores utilizarem o seu poder discricionário por meio de Accruals contábeis (estimativas contábeis em geral) de forma presumida para fins privados ou pessoais. As normas contábeis internacionais e norte americanas, além das normas brasileiras de contabilidade exigem que a administração utlilize julgamento e desenvolva estimativas racionais para fornecer relatórios contábeis periódicos e com bases comparativas. No entanto, para atingir aumentos de preços das ações ou mesmo utilizar-se de bônus baseados em números contábeis estes administradores utilizam-se de práticas contábeis para aumentar os lucros contábeis e melhorar os indicadores financeiros.

Ainda que a discussão de gerenciamento de resultados seja amplamente discutida na literatura contábil a detecção dos itens de gerenciamento de resultados é considerada difícil uma vez que os modelos utilizados na literatura são compreendidos por métricas indiretas.

Segundo (Dechow e Skinner, 2000), uma das formas mais confiáveis de se indentificar o gerenciamento de resultados nas empresas é comparar a o resultado operacional da companhia com a reconciliação do resultado operacional no fluxo de caixa operacional. Se o lucro liquido de uma empresa é constante, mas seu fluxo de caixa é negativo, então a companhia pode ter indicativos do uso de gerenciamento de resultados. A lógica utilizada por Dechow está baseada na equação abaixo e representa a reconciliação do lucro líquido no fluxo de caixa, aos quais

EQUAÇÃO 2 –Básica das Accruals Lucro=FluxodeCaixa+Accruals

A lógica baseia-se na identificação por meio de fluxo de caixa indireto, e está no fato de que o fluxo de caixa gerado nas atividades de investimentos e financiamentos são gerados em sua maioria por transações que envolvam caixa, logo transações de baixo risco de manipulação por parte dos administradores. No entanto, o fluxo de caixa gerado pelas operações, em específico aqueles que fazem parte da reconciliação do lucro líquido, despesas, receitas que não afetam o caixa, a exemplo de provisões, despesas com depreciação, receitas de vendas não recebidas, dentre outros são os que apresentam maiores riscos de gerenciamento de resultados.

Existe também uma segunda abordagem, denominada por (Hribar e Collins 2002) como abordagem do balanço, que correspondem a diferenças no capital circulante líquido. Conforme equação abaixo:

EQUAÇÃO 3 – (Hribar e Collins 2002 ) Equação de Accruals totais no método

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