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EQUAÇÃO 4 – Accruals discricionários

6. METODOLOGIA DE PESQUISA PARA REVISÃO DA VIDA ÚTIL DO IMOBILIZADO

6.2. Qualidade da Governança

Nesta seção será apresentada a variável qualitativa de governança corporativa e o estudo de sua relação com seus níveis e gerenciamento de resultados.

Qualidade da governança é uma variável qualitativa, nominal com duas categorias: listagem nos segmentos especiais da BOVESPA e listagem tradicional. A adoção da condição de listagem de empresas teve como objetivo incluir na análise de uma variável que representasse a qualidade da governança corporativa. Outra forma de representar a qualidade da governança é o uso de índices construídos por meio de características que representam as práticas das empresas como aquele proposto por SILVA et al (2008). No presente estudo, por conveniência optou-se pela listagem de níveis de governança da BOVESPA como proxy da qualidade da governança.

6.3. Indicadores Econômicos

Foram utilizadas medidas de rentabilidade e de índice de ativo imobilizado (CAPEX) mais utilizados pelos principais stakeholders e extraídos do banco de dados ECONOMATICA. Estes indicadores tratados em 100% das empresas pertencentes ao Índice Bovespa (IBOVESPA) em 31 de março de 2011. Adicionalmente aos índices tratados em “5.3 Desenvolvimento de Hipóteses”, cabe colocar os ajustes nos índices (i) Despesa/ Ativo imobilizado e (ii) CAPEX/ Ativo Imobilizado aos quais colocou-se o índice de ajuste IGPM como forma de atualizar os ativos pela taxa de depreciação, desta forma os ativos

imobilizados estão sem efeito de inflação dos anos de 2009 e 2010 que poderiam de certa forma alterar as conclusões quando forem comparados os resultados da variação dos índices de 2009 e 2010 e as conclusões das Accruals discricionárias por meio da correlação PEARSON.

6.4. Fonte de dados

As características de natureza quantitativa foram obtidas no banco de dados ECONOMATICA. As características de natureza qualitativa foram obtidas nos sites da CVM e da BM&F BOVESPA. No site da CVM foi consultado o Sistema de Divulgação Externa. Os documentos consultados neste sistema foram os balanços patrimoniais , demonstrações do resultado e notas explicativas.

6.5. Amostras

A consecução do objetivo geral da dissertação envolveu 2 amostras. Em cada uma delas a composição é dada por empresas brasileiras de capital aberto com ações listadas na BM&F Bovespa, com maiores volumes de negociações em março de 2011. Não foram incluídas as empresas dos setores de Finanças e Fundos (conforme classificação do ECONOMATICA). A amostra 1 abrange o conjunto de empresas registradas no banco de dados ECONOMATICA para o período de 2009 a 2010. A amostra 2 é derivada dos elementos da amostra 1, no entanto apenas com as empresas que apresentaram taxas de depreciação alteradas oriundos do CPC 27 – Ativo Imobilizado em relação as taxas sugeridas pelo Regulamento do Imposto de Renda.

6.6. População

A população abrange o conjunto das empresas com informação disponível no banco de dados ECONOMATICA, para o período de estudo, e corresponde a uma amostra inicial 112 observações (57 empresas).

O intuito de se selecionar as empresas pertencentes ao IBOVESPA em março de 2011 está no fato de estas empresas, serem empresas dotadas como benchmark do mercado de

capitais brasileiros, no que refere-se a tendência de negociação, bem como serem empresas que acabam por gerar tendência no Índice Bovespa (IBOVESPA), desta forma são empresas que via de regra apresentam práticas contábeis que podem influenciar diretamente no comportamento do investidor. Vale ressaltar que esta pesquisa não tem como objetivo avaliar a aderência informacional entre as empresas avaliadas nesta pesquisa e empresas no Índice BOVESPA, além do que as empresas apresentadas no estudo estão inseridas no índice, não havendo necessidade de correlação entre as informações. Outro fator que delimita a pesquisa é o fato de que nem todos os stakeholders tomam decisões baseados em números contábeis, sendo assim estamos considerando para esta pesquisa que ceteris paribus, aspectos políticos estudados por Silva, 2008, e aspectos relacionados a fluxo de caixa futuro, adotamos a premissa de que o investidor é racional e toma as decisões com base nos indicadores financeiros.

Abaixo a relação de empresas que apresentaram os maiores volumes de negociação em março de 2011 (população), e que foram utilizados na avaliação de adoção da revisão da vida útil dos ativos imobilizados e ativo intangível com vida útil definida:

TABELA 18 – Relação de empresas do IBOVESPA/Março 2011.

Nome da empresa Participação no IBOVESPA** Classe de ações***

Petrobras 11,23% PN Vale 10,86% PNA OGX Petroleo 4,84% ON BMF Bovespa 3,37% ON Petrobras 3,17% ON Usiminas 2,89% PNA Gerdau 2,72% PN Vale 2,69% ON PDG Realt 2,22% ON Sid Nacional 2,22% ON Cielo 1,53% ON Redecard 1,42% ON BRF Foods 1,38% ON Gafisa 1,33% ON Cyrela Realty 1,31% ON Fibria 1,30% ON Cemig 1,26% PN MMX Miner 1,21% ON MRV 1,14% ON Lojas Renner 1,03% ON

Nome da empresa Participação no IBOVESPA** Classe de ações***

JBS 1,02% ON

Tim Part S/A 1,02% PN

Telemar 1,00% PN

Lojas Americ 1,00% PN

All Amer Lat 0,97% ON Hypermarcas 0,96% ON P.Acucar-Cbd 0,92% PNA Vivo 0,88% PN Eletrobras 0,84% ON Natura 0,83% ON CCR SA 0,80% ON Ambev 0,78% PN Ecodiesel 0,77% ON Gol 0,74% PN Eletrobras 0,73% PNB Tam S/A 0,72% PN Cosan 0,71% ON Brookfield 0,70% ON Gerdau Met 0,70% PN Usiminas 0,70% ON Eletropaulo 0,70% PN Cesp 0,67% PNB Marfrig 0,67% ON Embraer 0,66% ON Copel 0,65% PNB Light S/A 0,60% ON Braskem 0,60% PNA Duratex 0,58% ON Klabin S/A 0,56% PN Llx Log 0,54% ON Ultrapar 0,50% PN CPFL Energia 0,49% ON B2W Varejo 0,46% ON Brasil Telec 0,43% PN Portx 0,43% ON Souza Cruz 0,41% ON Sabesp 0,33% ON Telemar 0,29% ON Telemar N L 0,20% PNA Tran Paulist 0,20% PN

Tim Part S/A 0,19% ON

Telesp 0,15% PN

Financeiras 13,00% N/A

Total 100%

*Dados extraídos

Banco de dados ECONOMATIVA em 31 de março de 2011.

** Conforme participação no volume de operações do IBOVESPA em 31 de março de 2011. ** Classe de ações por empresa negociada, note que as empresas se repetem.

Ressalta-se que o IBOVESPA é o mais importante indicador de desempenho médio das cotações de mercado de ações brasileiro. Sua relevância advém do fato do IBOVESPA retratar o comportamento dos principais papéis negociados na BM&F BOVESPA e também de sua tradição, pois o índice manteve a integridade de sua série histórica e não sofreu modificações metodológicas desde sua implementação em 1968.

Para efetuar a comparação com as empresas do IBOVESPA algumas alterações precisam ser efetuadas:

a) Esta pesquisa não considera as instituições financeiras em sua análise: Banco do Brasil, Bradesco, ItauUnibanco e Banco Santander;

b) Uma empresa (demonstração financeira) pode emitir diversas séries e tipos de ações preferenciais e ordinárias, desta forma considerou-se para aquelas ações com mais de uma serie (e) ou mais de um tipo de ação como sendo uma empresa, logo se existir Gerdau ON e PN, considerou-se as demonstrações financeiras da Gerdau S.A.

6.7. Amostra de empresas que adotaram a vida útil do imobilizada em taxa diferente do recomendado pela SRF.

Com base na listagem das empresas registradas no IBOVESPA de 31 de março de 2011, acima foi efetuada a extração das demonstrações financeiras das empresas nos anos de 2009 e 2010 em que se identificou em notas explicativas, em especial em notas de “Apresentação das demonstrações financeiras e principais práticas contábeis e nas notas de “imobilizado e intangível” a informação por parte da administração sobre a adoção da revisão da vida útil no ativo imobilizado ou mesmo no intangível com vida útil definida em taxas diferentes daquelas recomendadas pela Receita Federal. A amostra apresenta 47 empresas das 57 da população que em volume negociado no IBOVESPA representa em torno de 47%, conforme quadro a seguir:

TABELA 19 – Relação de empresas que adotaram taxa de depreciação diferente daquelas sugeridas pela Secretaria da Receita Federal

Nome da Empresa Participação no IBOVESPA Classe de Ações

All Amer Lat 1% ON

Braskem 1% PNA

BRF Foods 1% ON

Brookfield 1% ON

CCR SA 1% ON

Cemig 1% PN

Nome da Empresa Participação no IBOVESPA Classe de Ações

Cesp 1% PNB Cielo 2% ON Copel 1% PNB Cosan 1% ON CPFL Energia 0% ON Cyrela Realty 1% ON Duratex 1% ON

Ecodiesel 1% ON Eletrobras 1% ON Eletrobras 1% PNB Eletropaulo 1% PN Embraer 1% ON Fibria 1% ON Gerdau 3% PN Gerdau Met 1% PN Gol 1% PN Hypermarcas 1% ON JBS 1% ON Light S/A 1% ON Llx Log 1% ON Lojas Americ 1% PN Lojas Renner 1% ON Marfrig 1% ON MMX Miner 1% ON MRV 1% ON Natura 1% ON P.Acucar-Cbd 1% PNA PDG Realt 2% ON Portx 0% ON Redecard 1% ON Rossi Resid 1% ON Sabesp 0% ON Sid Nacional 2% ON Souza Cruz 0% ON Telemar 0% ON Telemar 1% PN Telemar N L 0% PNA Telesp 0% PN

Tim Part S/A 0% ON

Tim Part S/A 1% PN

Tran Paulist 0% PN

Ultrapar 0% PN

Usiminas 1% ON

Usiminas 3% PNA

Vivo 1% PN

Total do volume IBOVESPA 47%

6.8. Amostra de empresas que adotaram a vida útil do imobilizado em taxa igual ao recomendado pela SRF.

Da população de empresas registradas no IBOVESPA em 31 de março de 2011, foram extraídas, com base na revisão das demonstrações financeiras de 2010, as empresas que adotaram a taxa de depreciação igual ao recomendado pelos Artigos 305 a 323 do Regulamento do Imposto de Renda de 1999. A amostra apresenta um total de 10 empresas, conseqüentemente 40% do total das empresas negociadas no IBOVESPA, índice alavancado

pela participação das empresas Vale S.A e Petrobras, as quais decidiram por não alterar a vida útil do ativo imobilizado e, juntas, detêm 28% do índice BOVESPA..

TABELA 20 – Empresas que decidiram por utilizar a taxa de depreciação FISCAL

Nome da Empresa Participação no IBOVESPA Classe de Ações

Ambev 1% PN B2W Varejo 0% ON BMF Bovespa 3% ON Brasil Telec 0% PN Gafisa 1% ON Klabin S/A 1% PN OGX Petroleo 5% ON Petrobras 3% ON Petrobras 11% PN Tam S/A 1% PN Vale 3% ON Vale 11% PNA Total 40%

Estas empresas serão base para cálculo dos indicadores financeiros apresentados em item 5.3 (Desenvolvimento de Hipóteses) e com seus resultados correlacionados com base em Pearson com as Accruals discricionárias.

6.9. Mapeamento dos níveis de Governança Corporativa estratificado pelas empresas avaliadas

Em anos recentes, a literatura acadêmica nacional em administração tem manifestado interesse sobre o papel dos Conselhos de Administração, no caso uma das características mínimas da Governança Corporativa. Segundo MARTINEZ (2008), os trabalhos realizados nessa área procuram focalizar em três questões principais: (1) Como características do Conselho de Administração, tais como o tamanho e sua composição, influenciam o desempenho da firma? (2) As características do Conselho de Administração influenciam no preço das ações de uma empresa? Que fatores afetam a montagem de um Conselho de Administração?

Com base nas observações de MARTINEZ (2008) espera-se que com o conselho de administração eficiente seja mais improvável a prática do “gerenciamento” dos resultados contábeis. Caso os conselheiros sejam atuantes e independentes, eles serão fator de minimização do “gerenciamento” dos resultados contábeis.

Portanto com base no estudo efetuado por MARTINEZ (2008) quanto menos complexa a estrutura do conselho de administração maior é o risco de “gerenciamento” de

resultados, diretamente associado aos níveis de governança corporativa apresentados pela BM&F BOVESPA.

Efetuou-se o cruzamento das empresas em amostra com a classificação da BM&F BOVESPA para os níveis de governança corporativa de forma a avaliar os níveis de divulgação e controles societários que estas empresas praticam e que possam influenciar diretamente no resultado da análise de dados

A seguir está apresentada a estratificação das empresas do IBOVESPA por nível de governança corporativa vide tabela 21. Verifica-se que a maior parte das empresas faz parte do Novo Mercado. Logo apresentam como características conselhos de administração maiores em relação às demais empresas, o que segundo MARTINEZ (2008) representa menores propensões a gerenciamento de resultados.

TABELA 21 – Número de empresas segregadas por nível de Governança Corporativa

Nível de Governança* número de empresas em %

Novo Mercado 30 52%

Tradicional 18** 21%

Nível 2 2 14%

Nível 1 7 13%

total 57 100% *informações extraídas do site http://www.bmfbovespa.com.br/cias-listadas/consultas/governanca- corporativa/governanca-corporativa.aspx?Idioma=pt-br

**considerou-se apenas para fins descritivos as empresas Portx e OGX, que não foram consideradas para fins de cálculo de Accruals por serem empresas em fase pré-operacional ou não terem balanços comparativos;

6.10. Composições de fatores a partir das variáveis de estudo

A cada uma das variáveis quantitativas, índices de rentabilidade, no caso desta pesquisa que representam os incentivos ao gerenciamento podem ser associadas mais de uma medida, por exemplo, entre as medidas de rentabilidade, incluem-se retorno sobre o ativo, rentabilidade operacional, depreciação sobre ativo imobilizado e CAPEX sobre ativo imobilizado. Conforme HEALY (1985) emprega-se mais variáveis em modelos como uma tentativa de representar mais facetas de um conceito. De acordo com eles ao fazer isso se complica a interpretação de resultados por causa da redundância dos itens associados ao à dimensão avaliada. Por representarem um mesmo conceito, pode haver um grau elevado de inter-relação entre essas variáveis, causando problemas de multicolinearidade nos modelos multivariados, adotados na análise de dados.

Desta forma, com o objetivo de contornar possíveis problemas de mulicolinearidade e simplificar análises posteriores, as variáveis apresentadas anteriormente e que representam um mesmo conceito foram separados índices econômicos por hipótese tratando um número de

variáveis independentes com uma única variável dependente de forma que possam ser tratadas em uma medida única, logo está se tratando de uma análise univariada, sendo uma variável as Accruals discricionárias (variável dependente) e a variável independente os indicadores de rentabilidade e nível de governança, tratadas separadas em tópicos distintos.

6.11. Estimação da proxy de gerenciamento

Após o manuseio necessário ao cálculo das variáveis exigidas pelo Modelo KS, especificado em capítulo 4 (Modelo utilizado para o estudo das Accruals), a amostra ficou composta de 57 empresas-ano, ou 112 análises referentes ao período de 2009 a 2010, com informações válidas e apropriadas às estimativas requerida conforme amostra apresentada em tabela 18.

As informações obtidas em banco de dados ECONOMATICA foram processadas com o auxílio dos softwares Microsoft Excel e SPSS (Statistical Package for Social Sciences) e a análise ocorreu em duas etapas.

Na primeira etapa, foram calculadas e estimadas as variações no resultado devido ao regime de competência – apropriações totais, discricionárias e não discricionárias –, conforme equações estabelecidas no capítulo anterior.

Efetuam-se testes de associação entre a variável 'apropriação discricionária' (AD) – que representa a variação no resultado não justificada pela geração regular de contabilização de ajustes pelo regime de competência – e medidas diversas de rentabilidade.

Conforme discutido em item (6.1. Variáveis da Pesquisa), a estimação das Accruals discricionárias, proxy de gerenciamento adotada neste trabalho, requer o cálculo das Accruals totais, obtidas por meio do enfoque do Balanço Patrimonial e a estimação das Accruals não discricionárias realizadas pelo Modelo KS.

Apresentam-se, na tabela 22, os resultados da regressão que estimou as apropriações não discricionárias se observam relações positivas entre estas e as variáveis “ativo total” e “variação de receitas”, “ativo permanente”, que gera as despesas de depreciação e de amortização, mostra como se esperava associação negativa com os ajustamentos efetuados nos resultados das empresas nos resultados das empresas.

Ressalta-se que estas variáveis independentes foram apresentadas a seguir uma vez que fazem parte dos indicadores econômicos apresentados em item 5.3 aos quais apresentam os itens (i) ativo permanente ao qual incluem-se a despesas de depreciação como contrapartida, (ii) ativo

total que cobrirá o índice ROA e a (iii) variação de receitas que cobrirá o índice Margem. Desta forma pode-se correlacionar diretamente as Accruals discricionárias, na tabela 24 com os indicadores conforme resultados apresentados nas tabelas de 25 a 28 e de 30 a 33.

TABELA 22 – Variáveis e resultados dos índices de correlação e t-test

Variáveis independentes Ativo total Variação de receitas Ativo Permanente

Coeficientes 1,32911 0,07122 (-) 0,07872

Estatística t* 7,23 6,37 (-) 8,46

* Significantes aos níveis usuais de intervalos de confiança

Os coeficientes são estatisticamente significantes e uma vez que serão utilizados apenas com propósito parte discricionária dos ajustes, preocupações com a avaliação da significância e da associação das variáveis, a presença heterocedasticidade é de baixa relevância (DeFOND & JIMBALVO, 1994 ) como se o processo de transformações lineares das variáveis já objetivasse retirar problemas desta ordem.

Portanto ao avaliarem-se os indicadores financeiros, sabe-se antes mesmo de efetuar cálculos que os elementos receitas e variações no ativo permanente especificamente depreciação são os itens de maior discricionariedade, isto é são os itens que apresentam maiores variações que possam resultar em gerenciamento de resultados KANG- SIVARAMAKRISHAN (1995), logo o resultado de uma alteração relevante nos índices de rentabilidade, por exemplo, não será por conta de variação pelo quesito reconhecimento de receita, ou mesmo despesas por conta de ajuste a valor presente, que poderiam distorcer o resultado da pesquisa. Logo a técnica analisada, Modelo KS, pode ser aplicada ao estudo de melhor forma em relação a JONES (1991), visto que diferente de JONES (1991) tratou-se a receita como accrual discricionária.

De posse dos coeficientes, calcularam-se, na forma estipulada pelo modelo já referido, as apropriações discricionárias para cada empresa-ano. Nas tabelas seguintes, analisam-se algumas estatísticas sobre estas apropriações discricionárias.

Para tabela 23 se destaca o alto efeito médio dos ajustes provenientes de contas operacionais de depreciações e amortizações, seja de forma regular, seja com intenção de manipulação de resultado.

O resultado da tabela 23 está em linha com que HEALY (1985) comenta sobre as potenciais rubricas passíveis de gerenciamento de resultados na reconciliação do lucro líquido para o fluxo de caixa operacional.

O cálculo apresenta valores próximos a médio e baixo desvio padrão, 0,09 a 0,14 em relação ao valor próximo da média (zero), que representam exceções em casos extremos, dada a expressiva concentração de observação em torno da média, conforme se depreende do exame da tabela 23.

TABELA 23 – Resultado das acumulações discricionárias para a população

Porcentagem de casos

Categoria Média Desvio Padrao Positivos Negativos Nulos

Apropriações totais 0,0301 0,14333 0,66143 0,33845 0,00012

Apropriações não discricionárias 0,01301 0,05122 0,31021 0,16298 0

Apropriações discricionárias 0,01711 0,09211 0,35122 0,17547 0

* Valores estimados pelo Modelo KS

** Calculadas pela diferença entre apropriações totais e não discricionárias

CAPITULO VII

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