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Desagregação geográfica e por bens do comércio externo da área do euro

A presente edição do Boletim Mensal contém uma nova desagregação das estatísticas do comércio externo por bens e destino/origem geográfica (ver Quadros 9.1 e 9.2 na secção “Estatísticas da área do euro”). Esta caixa dá uma pequena panorâmica da evolução dos fluxos desagregados do comércio de bens extra-área do euro durante o período de 1997 a 2000. A evolução mais recente encontra-se descrita no texto principal deste Boletim Mensal. Contudo, convém referir que as estatísticas do comércio externo não são totalmente comparáveis com a rubrica “bens” das estatísticas da balança de pagamentos.

Desagregação por bens

O Quadro 9.1 apresenta os valores, volumes e valores unitários das exportações e importações desagregados por categoria de bens. As principais categorias são os bens intermédios, bens de consumo e bens de investimento, de acordo com a Classificação das Categorias Económicas Gerais (BEC) e os bens manufacturados com base na classificação da CTCI.

O gráfico abaixo mostra que em 2000 os bens intermédios representaram a percentagem mais elevada das importações da área do euro (57%), enquanto as importações de bens de consumo e de investimento representaram, respectivamente, 21% e 18% das importações da área do euro. No lado das exportações, a percentagem de bens intermédios foi ligeiramente menor (47%), enquanto as percentagens de bens de consumo e de investimento foram marginalmente mais elevadas (26% e 22%, respectivamente). Embora a percentagem de exportações de bens intermédios tenha sido ainda bastante significativa, estes dados reflectem o facto de a área do euro ser uma típica economia industrializada avançada que importa quantidades substanciais de bens intermédios. Não houve qualquer alteração assinalável nestas percentagens desde 1997.

Os valores unitários quer das exportações, quer das importações, subiram significativamente em 2000 (a uma taxa anual de 8.3% e 21.9%, respectivamente), o que se ficou a dever sobretudo a um forte aumento dos valores unitários dos bens intermédios – para as exportações e importações – resultante dos preços mais elevados do petróleo e da depreciação do euro. A depreciação do euro permitiu também aos exportadores aumentar as suas margens de lucro.

A desagregação por bens mostra também que o forte crescimento do volume das exportações observado em 2000 (de 2.2% em 1999 para 11.8% em 2000) deriva das três categorias, enquanto a desaceleração da taxa de crescimento dos volumes das importações (de 6.1% em 1999 para 5.1% em 2000) se deve principalmente a um menor aumento dos volumes das importações de bens de consumo (de 7.8% em 1999 para 2.5% em 2000). Isto pode indicar que o efeito da depreciação do euro nos volumes das importações de bens de consumo (isto é, a elasticidade dos preços relativos) é maior do que para os volumes das importações de bens intermédios e de investimento, devido à diferente elasticidade dos preços destas três categorias.

No que respeita às importações de petróleo, apesar das subidas homólogas dos índices de valor unitário do petróleo de 39.4% em 1999 e 84.8% em 2000, os exportações importações 0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100 120 capital consumo intermédios

não classificados noutra rubrica

Valores do comércio da área do euro por bens

(em percentagem dos valores totais do comércio em 2000)

Fontes: BCE e Eurostat.

Desagregação geográfica das importações da área do euro

(em percentagem do total das importações)

Reino Unido Dinamarca Suíça Japão África Outros

Suécia Países candidatos Estados Unidos Ásia (excl. Japão) América Latina

0 5 10 15 20 25 0 5 10 15 20 25 1997 2000

Fontes: BCE e Eurostat.

Nota: Os dados referem-se ao Euro 12.

Desagregação geográfica das exportações da área do euro

(em percentagem do total das exportações)

Reino Unido Dinamarca Suíça Japão África Outros

Suécia Países candidatos Estados Unidos Ásia (excl. Japão) América Latina

0 5 10 15 20 25 0 5 10 15 20 25 1997 2000

Fontes: BCE e Eurostat.

Nota: Os dados referem-se ao Euro 12.

volumes das importações cresceram 6.0% e 3.7% em 1999 e 2000, respectivamente, sobretudo em consequência do forte crescimento do PIB da área do euro nesse período.

Desagregação geográfica

O Quadro 9.2 apresenta os valores das exportações e importações e a balança comercial desagregada pelos principais parceiros comerciais da área do euro. Esta desagregação geográfica abrange cerca de 90% do total do comércio da área do euro.

A desagregação geográfica mostra que o Reino Unido e os Estados Unido são os maiores parceiros comerciais da área do euro, com percentagens de importação em 2000 de aproximadamente 16% e 14% do total das importações extra-área do euro e percentagens de exportação de cerca de 19% e 17%, respectivamente (ver gráficos seguintes). No que respeita aos fluxos do comércio com determinadas regiões geográficas, a Ásia (excluindo o Japão) também

representa uma percentagem importante do comércio da área do euro (cerca de 21% das importações e 15% das exportações em 2000), enquanto o comércio com os 13 países candidatos à UE representa aproximadamente 10% das importações da área do euro e 13% das exportações. Analisando a forma como as percentagens dos fluxos

comerciais evoluíram no período entre 1997 e 2000, a percentagem de importações da Ásia (excluindo o Japão) aumentou 2.5 pontos percentuais, enquanto a percentagem das importações do Reino Unido desceu. As exportações da área do euro para a Ásia (excluindo o Japão) diminuíram durante a crise asiática, pelo que a percentagem correspondente das exportações era menor em 2000 do que em 1997 (2.4 pontos percentuais), enquanto a das exportações para os Estados Unidos aumentou 3.4 pontos percentuais durante o mesmo período.

Além disso, a desagregação geográfica apresenta considerações adicionais sobre a redução observada do excedente de bens da área do euro em 1999 e 2000. Para além de um forte aumento do défice comercial bilateral face à Ásia (excluindo o Japão), de €17.2 mil milhões em 1998 para €59.3 mil milhões em 2000, a balança comercial desceu igualmente face ao Japão (€5.8 mil milhões), África (€20.1 mil milhões) e “outros países” (quase €30 mil milhões). A maior parte deste último efeito ficou a dever-se ao aumento dos valores das importações de petróleo de países da OPEP. Pelo contrário, o excedente da área do euro face ao Reino Unido e aos Estados Unidos aumentou €5.2 mil milhões e €15.7 mil milhões, respectivamente, durante o mesmo período.