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No início de Agosto, o BCE completou a sua décima primeira edição trimestral do Inquérito aos Analistas Profissionais. O questionário de Agosto de 2001 pedia aos inquiridos que manifestassem as suas expectativas para a inflação média do IHPC, o crescimento do PIB real e as taxas de desemprego na área do euro para os anos de calendário de 2001, 2002 e 2003, assim como para um horizonte mais alargado de cinco anos, isto é, 2006. Além disso, foi também solicitado aos participantes para transmitirem as suas expectativas para “horizontes deslizantes” fixados um ou dois anos depois do período para o qual os últimos dados oficiais para cada uma das variáveis estavam disponíveis, aquando da realização do inquérito. Estes horizontes deslizantes contribuem para a identificação de padrões esperados da inflação no IHPC, do crescimento do PIB real e da taxa de desemprego, os quais são difíceis de deduzir a partir das expectativas da evolução média anual dentro dos anos de calendário. No último inquérito, os horizontes deslizantes para a taxa de inflação no IHPC foram fixados em Junho de 2002 e Junho de 2003; os horizontes deslizantes para a taxa de crescimento do PIB real foram fixados no primeiro trimestre de 2002 e no primeiro trimestre de 2003 e os horizontes deslizantes para a taxa de desemprego da área do euro foram fixados em Maio de 2002 e Maio de 2003. Os resultados do Inquérito aos Analistas Profissionais de Agosto de 2001, com base em 50 respostas, são divulgados abaixo.

1 O inquérito é designado Inquérito aos Analistas Profissionais para reflectir o facto de os participantes serem especialistas de instituições financeiras e não financeiras sediadas na União Europeia.

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 96 98 100 102 104 106 108 110 112 114 116 96 98 100 102 104 106 108 110 112 114 116 IHPC global

índice de preços dos produtos alimentares não transformados

Gráfico 25

Evolução do índice de preços dos produtos alimentares não transformados e do IHPC global (índice 1996 = 100)

Fonte: Eurostat.

Nota: Os dados referem-se ao Euro 12 (incluindo períodos anteriores a 2001).

não transformados e os preços no consumidor globais. O índice de preços dos produtos alimentares não transformados situa-se actualmente 5% acima do IHPC. Se os preços dos produtos alimentares não transformados voltassem a acompanhar o nível geral dos preços, registar-se-ia uma aceleração da descida da taxa de inflação global medida pelo IHPC até à segunda metade de 2002. Em termos da evolução externa, o abrandamento do crescimento mundial deveria reforçar o enfraquecimento das pressões sobre os preços. Pelo contrário, os esforços para compensar aumentos passados da inflação poriam em risco a recente moderação salarial, podendo afectar a estabilidade dos preços.

O BCE acompanhará de perto a evolução dos preços antes, durante e após o período de transição para o euro fiduciário. Porém, não se prevêem pressões inflacionistas significativas, dado que a precaução dos consumidores e as pressões competitivas deverão atenuar possíveis efeitos ascendentes temporários resultantes da transição. Além disso, a introdução das notas e moedas de euro deverá, através de uma maior transparência de preços, exercer pressões descendentes sobre os preços em toda a área do euro.

Prevê-se que a inflação no IHPC desça abaixo dos 2% em 2002

De acordo com o Inquérito aos Analistas Profissionais de Agosto de 2001, prevê-se que a inflação homóloga no IHPC na área do euro seja, em média, de 2.7% em 2001 e que desça para 1.9% em 2002 (ver quadro abaixo). Estes resultados implicam uma revisão em alta das expectativas de inflação de 0.4 pontos percentuais para 2001 e de 0.1 pontos percentuais para 2002, em comparação com as taxas de inflação esperadas referidas na edição anterior, em Maio de 2001. Os resultados também indicam que os analistas esperam uma descida gradual da taxa de inflação homóloga no segundo semestre de 2001 e no início de 2002. Em Junho de 2002, espera-se que a inflação homóloga no IHPC tenha descido para 1.8%. As expectativas dos analistas para a inflação na área do euro em horizontes mais alargados indicam que a inflação permanecerá abaixo dos 2%. Na verdade, a taxa homóloga esperada quer para Junho de 2003 quer para o conjunto de 2003, é de 1.8%. Assim, a revisão em alta das expectativas dos participantes no inquérito aplica-se sobretudo a 2001, sugerindo que se espera que a evolução dos preços dos produtos alimentares associada à BSE e à febre aftosa tenha apenas efeitos temporários na inflação global. As expectativas de inflação a mais médio prazo permanecem praticamente inalteradas. Em 2006, prevê-se que a inflação no IHPC seja em média de 1.8%.

2001 Jun. 2002 2002 Jun. 2003 2003 2006

Inflação medida pelo IHPC

Último inquérito, Agosto de 2001 2.7 1.81.9 1.81.81.8

Inquérito anterior, Maio de 2001 2.3 - 1.8- - -

2001 2002 T1 2002 2003 T1 2003 2006

Crescimento do PIB real

Último inquérito, Agosto de 2001 2.0 2.0 2.4 2.6 2.6 2.6

Inquérito anterior, Maio de 2001 2.5 - 2.6 - - -

2001 Maio 2002 2002 Maio 2003 2003 2006

Taxa de desemprego1)

Último inquérito, Agosto de 2001 8.4 8.2 8.2 7.9 7.9 7.1

Inquérito anterior, Maio de 2001 8.5 - 8.2 - - -

Horizonte do inquérito

1) Em percentagem da população activa.

Resultados do Inquérito aos Analistas Profissionais

(taxas de variação homólogas (%), salvo indicação em contrário)

Continuação das revisões em baixa das taxas de crescimento do PIB real esperadas

Em linha com as revisões em baixa das perspectivas de crescimento nas previsões que ficaram disponíveis nos últimos meses, os participantes no inquérito reviram as suas expectativas para a taxa de crescimento média em 2001 para 2.0%, menos 0.5 pontos percentuais, em comparação com o Inquérito aos Analistas Profissionais de Maio de 2001, e 0.7 pontos percentuais, em comparação com o Inquérito aos Analistas Profissionais de Novembro de 2000. No primeiro trimestre de 2002, espera-se que a taxa de crescimento homóloga seja também de 2.0%. Estas revisões em baixa parecem estar relacionadas sobretudo com as preocupações crescentes acerca da dimensão e duração do abrandamento nos Estados Unidos e da procura mundial. Para o conjunto de 2002, prevê-se que o crescimento do PIB real na área do euro recupere ligeiramente para atingir uma média de 2.4%, mas este valor é 0.2 pontos percentuais mais baixo do que o atribuído no Inquérito aos Analistas Profissionais de Maio de 2001 para o mesmo período. Espera-se uma recuperação no decurso de 2002, e prevê-se que o crescimento do PIB seja de 2.6%, em termos homólogos, no primeiro trimestre de 2003. Num horizonte mais alargado, prevê-se que o crescimento do PIB real na área do euro seja em média de 2.6% em 2006.

Prevê-se que a taxa de desemprego da área do euro continue a cair gradualmente no horizonte previsto. Prevê-se que a taxa de desemprego seja, em média, de 8.4% em 2001, caindo para 8.2% em Maio de 2002, e que continue a descer moderadamente a partir daí. Prevê-se que a taxa de desemprego seja em média de 8.2% em 2002 e de 7.9% em 2003. Prevê-se que desça de novo para 7.1% em 2006.

Novos sinais de abrandamento no crescimento do PIB real

De acordo com a estimativa preliminar do Eurostat (ver Quadro 5), o PIB real da área do euro registou um aumento trimestral em cadeia de 0.1% no segundo trimestre de 2001, o que compara com 0.5% no primeiro trimestre. Em consequência, a taxa de crescimento homóloga desceu de novo de 2.4% para 1.7%. Além disso, as revisões para o último trimestre de 2000 e primeiro trimestre deste ano, em conjunto com a composição do crescimento do PIB real no segundo trimestre de 2001, sugerem uma visão diferente da contida nas estimativas anteriores. Os dados disponíveis apontam para a continuação da moderação do crescimento do PIB nos primeiros seis meses deste ano, com o ritmo de abrandamento a aumentar ligeiramente na Primavera, como

reacção à deterioração do enquadramento externo.

O consumo real aumentou 0.1% no quarto trimestre de 2000 (revisto em baixa de 0.3%), seguido de um aumento de 0.8% nos primeiros três meses de 2001 (revisto em alta de 0.4% – devendo a revisão ser sobretudo atribuída a alterações nos dados alemães) e de 0.6% no segundo trimestre de 2001. Assim, no primeiro semestre deste ano, o crescimento do consumo privado recuperou, no seguimento do acentuado abrandamento registado no segundo semestre do ano anterior. Tal deverá indicar que as reduções fiscais recentes tenderam a ter um impacto rápido e positivo, o qual foi mais que compensado pelo efeito negativo resultante da inflação mais elevada do que o previsto. O investimento real diminuiu 0.1% no último trimestre de 2000 (revisto em

3

Evolução do produto, da procura e do mercado de trabalho

Quadro 5

Composição do crescimento do PIB real na área do euro

(variações em percentagem, salvo indicação em contrário; dados corrigidos de sazonalidade)

Fontes: Eurostat e cálculos do BCE.

Nota: Os dados referem-se ao Euro 12 (incluindo períodos anteriores a 2001).

1) Taxas homólogas: variação em percentagem face ao período homólogo do ano anterior. 2) Taxas trimestrais: variação em percentagem face ao trimestre anterior.

3) Como contribuição para o crescimento do PIB real; em pontos percentuais. 4) Incluindo aquisições líquidas de cessões de objectos de valor.

5) As exportações e as importações cobrem os bens e serviços e incluem o comércio intra-área do euro. O comércio intra-área do euro não se compensa completamente relativamente aos valores de importação e exportação utilizados nas contas nacionais. Consequentemente, estes dados não são totalmente comparáveis aos da balança de pagamentos.

6) Inclui também caça e silvicultura.

Taxas homólogas 1) Taxas trimestrais 2) 1998 1999 2000 2000 2000 2000 2001 2001 2000 2000 2000 2001 2001 T2 T3 T4 T1 T2 T2 T3 T4 T1 T2 PIB real 2.8 2.6 3.4 3.9 3.3 2.9 2.4 1.7 0.8 0.5 0.6 0.5 0.1 do qual: Procura interna 3.5 3.2 2.9 3.5 2.8 2.3 1.6 1.0 0.9 0.2 0.5 0.0 0.3 Consumo privado 3.0 3.2 2.6 3.3 2.5 1.8 1.9 1.7 0.8 0.2 0.1 0.8 0.6 Consumo público 1.2 2.1 1.9 2.2 1.7 1.6 1.8 1.6 0.4 0.2 0.6 0.6 0.1 Formação bruta de capital fixo 5.1 5.5 4.4 4.9 4.1 3.3 1.8 0.1 0.9 1.0 -0.1 0.1 -0.8 Variações de existências 3), 4) 0.4 -0.2 0.0 0.1 0.1 0.2 -0.3 -0.3 0.2 -0.1 0.3 -0.6 0.1 Exportações líquidas 3) -0.6 -0.5 0.6 0.4 0.5 0.6 0.9 0.7 -0.1 0.3 0.1 0.5 -0.3 Exportações 5) 7.1 5.1 11.9 11.9 12.0 11.4 8.6 4.8 2.4 3.1 2.6 0.3 -1.2 Importações 5) 9.7 7.0 10.7 11.1 11.0 10.3 6.5 3.1 2.8 2.4 2.3 -1.1 -0.6 Valor acrescentado bruto real:

Agricultura e pescas 6) 1.7 2.6 0.0 -0.4 0.4 -0.6 0.2 0.4 -0.5 1.5 -0.2 -0.6 -0.3 Indústria 2.6 1.1 4.2 4.5 3.9 3.6 2.6 0.6 0.5 0.6 0.6 0.9 -1.4 Serviços 3.0 3.1 3.5 3.8 3.4 3.2 2.8 2.5 0.8 0.6 0.7 0.6 0.5

baixa de 0.6%), seguido de um ligeiro aumento no primeiro trimestre de 2001 (0.1% em termos trimestrais em cadeia – revisto em alta de -0.3%). No segundo trimestre de 2001, o investimento deteriorou-se de novo, registando uma descida de 0.8%. No geral, o investimento resultou muito mais fraco, desde o último trimestre de 2000, e continuou a sofrer os efeitos da deterioração do enquadramento externo.

Dado que os valores do crescimento do PIB real para o quarto trimestre de 2000 e primeiro trimestre de 2001 se mantiveram semelhantes aos publicados na edição de Agosto do Boletim Mensal, as alterações dos valores do consumo e investimento foram compensados por revisões que afectaram as existências. O contributo das variações dos

stocks para o crescimento do PIB real é agora

dado como 0.3 pontos percentuais no último trimestre de 2000 (revisto em alta de 0.1 pontos percentuais), seguido de -0.6 pontos percentuais no primeiro trimestre de 2001 (revisto em baixa de -0.1 pontos percentuais, sobretudo em consequência de alterações nos dados alemães). No segundo trimestre de 2001, as existências desempenharam, em geral, um papel neutro. O contributo do comércio líquido para o crescimento do PIB

real, de -0.3 pontos percentuais no segundo trimestre de 2001, após 0.5 pontos percentuais no primeiro trimestre, não foi afectado por revisões assinaláveis. No seguimento de um aumento trimestral em cadeia moderado de 0.3% nos primeiros três meses de 2001, os volumes de exportação desceram 1.2% no trimestre seguinte, em consequência do abrandamento significativo no comércio mundial e do menor comércio intra-área do euro. As importações evidenciaram taxas de crescimento trimestrais em cadeia negativas de -1.1% e -0.6% no primeiro e no segundo trimestres de 2001, consistentes com a diminuição de existências e a fraqueza do investimento.

Produção na indústria transformadora diminuiu no segundo trimestre deste ano

A produção industrial (excluindo construção) recuperou em Junho de 2001, registando um aumento mensal em cadeia de 0.8%, depois de ter registado taxas de crescimento mensais em cadeia negativas nos três meses anteriores (ver Quadro 6). Em Junho, a produção industrial também registou um aumento de 1.7%, em termos de taxas de crescimento homólogas, depois de uma queda de 0.5% no mês anterior,

1999 2000 2001 2001 2001 2001 2001 2001 2001 2001 2001 2001 2001 Abr. Maio Jun. Abr. Maio Jun. Jan. Fev. Mar. Abr. Maio

var. mensal em cadeia médias móveis de três meses Total da indústria excluindo a construção 2.0 5.6 0.9 -0.5 1.7 -0.9 -0.2 0.8 1.1 -0.3 -0.7 -1.2 -0.7

por grandes agrupamentos industriais:

Total indúst. excl. construção e prod. energ. 1) 1.8 5.9 0.3 -0.9 1.3 -1.8 0.2 0.5 2.2 -0.9 -1.9 -2.7 -1.6

Bens intermédios 1.5 6.0 -0.3 -1.9 0.1 -2.0 0.6 0.0 0.8 -1.5 -2.2 -2.5 -1.9 Bens de investimento 2.3 9.0 1.0 0.5 2.9 -2.2 0.5 0.8 2.7 0.8 -1.0 -2.1 -1.8 Bens de consumo 1.7 2.6 0.4 -0.7 1.1 -0.7 -0.2 0.3 0.6 -0.2 0.0 -0.3 -0.2 Duradouros 1.5 6.1 -2.1 -4.0 -0.3 -1.9 -0.6 0.7 1.1 -0.8 -1.0 -1.7 -1.5 Não duradouros 1.7 1.9 0.9 0.0 1.4 -0.4 -0.1 0.2 0.5 0.0 0.3 0.0 0.0 Produtos energéticos 1.6 1.4 1.1 2.8 2.3 2.2 0.8 0.4 -0.3 0.7 1.6 1.3 2.2 Indústria transformadora 2.0 6.0 1.0 -0.9 1.5 -1.5 -0.3 1.0 1.7 -0.9 -1.4 -2.1 -1.2

Fontes: Eurostat e cálculos do BCE.

Notas: As taxas de variação homólogas em percentagem são calculadas utilizando dados corrigidos da variação do número de dias úteis; as variações em percentagem face ao mês anterior e as médias móveis de três meses centradas face à média dos três meses anteriores são calculadas utilizando dados corrigidos de sazonalidade e de dias úteis. Os dados referem-se ao Euro 12 (incluindo períodos anteriores a 2001). 1) Indústria transformadora, excluindo a fabricação de coque e produtos petrolíferos refinados, mas incluindo actividades extractivas.

Quadro 6

Produção industrial na área do euro

interrompendo deste modo uma descida contínua, desde Janeiro de 2001, das taxas de crescimento homólogas. No entanto, o valor homólogo positivo para a área do euro em Junho de 2001 pode em parte ser justificado por efeitos base, dado que os dados de Junho de 2000 estavam distorcidos no sentido descendente por efeitos de calendário. Além disso, numa base trimestral em cadeia, a produção industrial registou nova descida, de 0.7%, no segundo trimestre de 2001 (no seguimento de uma descida de 0.3% no primeiro trimestre).

Observou-se uma evolução semelhante na produção na indústria transformadora, a qual registou um aumento mensal em cadeia de 1.0% em Junho de 2001, depois de uma descida de 0.3% no mês anterior, e um aumento homólogo de 1.3%, depois de uma queda de 1.5% em Maio. No segundo trimestre de 2001, a produção na indústria transformadora desceu 1.2%, no seguimento de uma descida de 0.9% no primeiro trimestre do ano.

A evolução nos grandes agrupamentos industriais apresentou um padrão misto. Os

Quadro 7

Resultados dos Inquéritos da Comissão Europeia às Empresas e Consumidores da área do euro

(dados corrigidos de sazonalidade)

Fontes: Inquéritos da Comissão Europeia às Empresas e Consumidores e Comissão Europeia (Direcção-Geral dos Assuntos Económicos e Financeiros).

Nota: Os dados referem-se ao Euro 12 (incluindo períodos anteriores a 2001). 1) Variações em percentagem face ao período anterior.

2) Saldos de respostas extremas; os dados apresentados são calculados como desvios face à média do período desde Janeiro de 1985. 3) As unidades são definidas como pontos de desvio padrão.

4) Os dados são recolhidos em Janeiro, Abril, Julho e Outubro de cada ano. Os valores trimestrais apresentados são a média de dois inquéritos sucessivos, isto é, os inquéritos efectuados no início do trimestre em questão e no início do trimestre seguinte. Os dados anuais são calculados a partir de médias trimestrais.

1998 1999 2000 2000 2000 2001 2001 2001 2001 2001 2001 2001 2001 T3 T4 T1 T2 Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Índice de sentimento económico 1) 2.9 0.1 1.7 -0.4 -0.8 -0.6 -1.2 -0.4 -0.5 -0.3 -0.3 -0.7 -0.6 Indic. de conf. dos consumidores 2) 6 8 10 10 8 9 7 9 9 9 7 6 4 Indicador de conf. na indústria 2) 6 -0 12 14 12 8 2 8 6 3 2 0 -2 Indicador de conf. na construção 2) 2 14 22 22 20 19 17 18 18 18 18 15 14 Indic. de conf. no com. a retalho 2) 3 0 5 3 2 3 -1 5 0 1 -2 -2 1 Indicador de clima económico 3) 0.7 -0.1 1.3 1.4 1.3 0.9 0.1 1.0 0.6 0.4 0.1 -0.0 -0.4 Utilização da capac. produtiva (%) 4) 82.9 81.9 83.9 84.3 84.5 84.0 83.3 - - 83.6 - - 82.9

sectores dos bens de investimento e dos bens de consumo registaram um aumento da produção em Junho de 2001, em comparação com o mês anterior, enquanto a produção no sector dos bens intermédios se manteve geralmente estável. Em termos homólogos, todos os sectores registaram taxas de crescimento positivas, em particular o sector dos bens de investimento (2.9%) e o sector dos bens de consumo (1.1%), motivadas pelo crescimento do sector dos bens de consumo não duradouros (1.4%). O abrandamento da produção na indústria transformadora, no segundo trimestre de 2001, ficou sobretudo a dever-se a quedas registadas no sector dos bens de investimento e no sector dos bens intermédios. Em contrapartida, no segundo trimestre deste ano, o crescimento da produção trimestral em cadeia no sector dos bens de consumo permaneceu inalterada, depois de ter caído meio ponto percentual no trimestre anterior. Assim, a resistência do sector dos bens de consumo, que representa quase um quarto da produção total na indústria transformadora, tem contribuído para a contenção do actual abrandamento.

Novas descidas na confiança na indústria e utilização da capacidade produtiva

De acordo com os resultados do Inquérito da Comissão Europeia às Empresas, a confiança na indústria na área do euro deteriorou-se de novo em Julho de 2001 (ver Quadro 7). A principal razão para esta descida consistiu numa queda acentuada na avaliação das carteiras de encomendas. O indicador trimestral de novas encomendas também registou uma forte descida no último inquérito, dando novos sinais de um agravamento das condições de negócio durante o segundo trimestre. A confiança na construção também desceu em Julho 2001,

Gráfico 27

Utilização da capacidade produtiva e produção industrial na indústria transformadora na área do euro (dados corrigidos de sazonalidade; médias trimestrais)

Fontes: Eurostat e Inquéritos da Comissão Europeia às Empresas e Consumidores.

1) Variação face ao período anterior em pontos percentuais. 2) Variação em percentagem face ao período anterior.

1992 1994 1996 1998 2000 -2.0 -1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 -2.5 -2.0 -1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 utilização da capacidade produtiva

(escala da esquerda)1)

produção industrial (escala da direita)2)

1997 1998 1999 2000 2001 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 produção industrial 1) confiança na indústria 2) IGC 3) Gráfico 26

Produção industrial, confiança na indústria e IGC para a área do euro

(dados mensais)

Fontes: Eurostat, Inquéritos da Comissão Europeia às Empresas e Consumidores, Reuters e cálculos do BCE.

Nota: Quando disponíveis, os dados referem-se ao Euro 12 (incluindo períodos anteriores a 2001).

1) Indústria transformadora; taxas de variação hómologas em percentagem de médias móveis de três meses; dados corrigidos de dias úteis.

2) Saldos de respostas extremas; desvios da média desde Janeiro de 1985.

3) Índice de Gestores de Compras; desvios do valor de 50; os valores positivos indicam uma expansão da actividade económica.

sugerindo a continuação da tendência descendente observada desde a Primavera do ano passado.

O Índice de Gestores de Compras (IGC) aumentou pela primeira vez desde o ponto máximo atingido em Abril de 2000, de 47.3 em Julho 2001 para 47.6 em Agosto. No entanto, este sinal positivo deve ser interpretado com cautela. A subida foi relativamente reduzida (o IGC situou-se ainda abaixo do seu nível de Junho) e o seu nível permaneceu abaixo do seu ponto crítico teórico de crescimento nulo da produção na indústria transformadora. É cedo demais para concluir que o IGC possa ter atingido um ponto mínimo. Além disso, a ligação entre os indicadores destes inquéritos e a produção na indústria transformadora implicaria a possibilidade de novas descidas da taxa de crescimento homóloga da produção na

indústria transformadora na parte final do ano (ver Gráfico 26).

A utilização da capacidade produtiva em Julho de 2001 registou também uma nova descida, para 82.9%, o mesmo nível que no primeiro trimestre de 2000. Esta queda é consistente com a descida das taxas de crescimento trimestrais em cadeia na produção industrial registada desde o início deste ano (ver Gráfico 27) e o abrandamento do investimento, em particular do investimento em equipamento.

Confiança dos consumidores continuou a descer

A descida da confiança dos consumidores entre Junho e Julho de 2001, a terceira descida mensal consecutiva, pode ser justificada pela deterioração da avaliação dos particulares da situação económica global. No geral, a deterioração da confiança dos consumidores nos últimos meses reflecte provavelmente o abrandamento do ritmo de redução de desemprego e aumentos passados da inflação. No entanto, a confiança dos consumidores está ainda acima da sua média a mais longo prazo.

O volume das vendas a retalho registou um aumento mensal em cadeia de 0.6% em Junho de 2001, no seguimento de uma descida de 0.3% em Maio e de um aumento de 0.4% em Abril. Em consequência, os volumes das vendas a retalho registaram um aumento trimestral em cadeia de 0.2% no segundo trimestre, o que compara com 0.5% no primeiro trimestre de 2001 e no último trimestre de 2000. O crescimento homólogo das vendas a retalho situou-se em 1.1% no segundo trimestre de 2001, 1 ponto percentual mais baixo do que no primeiro trimestre (ver Gráfico 28). Tal está em linha com a tendência descendente da confiança observada no sector do

comércio a retalho durante o primeiro semestre deste ano. Finalmente, tal como referido anteriormente, as matrículas de automóveis ligeiros de passageiros novos registaram uma subida de 6.8%, em termos trimestrais em cadeia, no segundo trimestre de 2001. No geral, estes indicadores explicam o crescimento trimestral em cadeia positivo das despesas dos particulares no segundo trimestre, no contexto de uma descida na confiança dos consumidores.

Fontes: Eurostat e ACEA/A.A.A. (European Automobile Manu- facturers’ Association, Bruxelas).

Nota: Os dados referem-se ao Euro 12 (incluindo períodos anteriores a 2001).

1) Calculado utilizando dados corrigidos de sazonalidade.

Gráfico 28

Matrículas de automóveis ligeiros de passageiros novos e vendas no comércio a retalho na área do euro

(taxas de variação homólogas (%); médias móveis de três meses centradas) 1996 1997 1998 1999 2000 -10 -5 0 5 10 15 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0 matrículas de automóveis ligeiros de

passageiros novos (escala da esquerda) total das vendas no comércio a retalho (escala da direita) 1)

Caixa 6

A sensibilidade do crescimento da área do euro à mensuração de preços das TIC