• Nenhum resultado encontrado

Descrição da caracterização dos sujeitos quanto à sua formação

No documento SIMONE DE OLIVEIRA CAMILLO TESE REVISADA (páginas 56-60)

6. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

6.1 Descrição da caracterização dos sujeitos quanto à sua formação

Para a caracterização do sujeito e de sua formação considerou-se o sexo, a idade, o tempo de formação, o tipo de instituição em que se formou, a maneira de realização do curso que fez, os cursos de pós-graduação que realizou com conteúdos sobre HIV/aids, o trabalho com portadores de HIV/aids antes da

6

Utilizaremos para a caracterização dos sujeitos, os dados colhidos na Entrevista Geral por meio do Formulário, que nos serviu para o levantamento de dados de formação e elementos da prática pedagógica em HIV/ aids do docente em Cursos de Graduação em Enfermagem. Os dados que estão localizados no Quadro 2 (ANEXO J), referem-se à caracterização da formação do docente. No Quadro 3 (ANEXO K), caracterizamos os sujeitos em relação a alguns elementos de sua prática pedagógica enquanto docente que ministra a temática HIV/aids. É importante ressaltar que neste quadro há um espaço onde registramos a livre expressão do docente. Entende-se por livre expressão, um espaço ético dado aos docentes na Entrevista Geral, que tem como objetivo respeitar e valorizar a vontade do sujeito em exprimir algo que não lhe foi perguntado, mas que este considera importante relatar. No Quadro 4 (ANEXO L) apresentamos a descrição do conteúdo programático nos planos de ensino das disciplinas que abordam a temática HIV/aids quanto às dimensões biológicas e psicossocio-politicas, do ponto de vista documental e enunciativa.

docência e a sua formação continuada em HIV/aids nos últimos dois anos (vide quadro 3 em anexo K).

Nessa pesquisa, conta-se com a participação de treze docentes, sendo cinco pertencentes às Instituições de Ensino Superior de caráter público7 (IESs 1 e 2) e oito professores de Instituições de Ensino Superior de caráter privado (IESs 3, 4, 5, 6 e 7). Na região do ABC as Instituições de Ensino Superior de Enfermagem são todas privadas.

Em relação a esses achados, é interessante pontuar que os dados do último resumo técnico do censo da educação superior de 2008 (dados preliminares) feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) mostra que 90% das Instituições de Ensino Superior no Brasil (sem menção do curso) são privadas e 10% públicas (Ministério da educação e INEP, 2009).

Em relação ao número de participantes desta pesquisa, percebe-se que há 6 professores que ministram conteúdos sobre o HIV/aids nas duas instituições públicas (lembrando que um sujeito da pesquisa da IES2 não se dispôs a participar desta pesquisa) e 9 professores para as cinco instituições privadas (lembrando que um sujeito da IES3, não participou da pesquisa). Nota-se que há uma maior proporção de professores ministrando o tema HIV/aids em instituições públicas comparado com as instituições privadas.

Com relação ao sexo dos docentes, encontramos a seguinte disposição: dez sujeitos do sexo feminino e três do sexo masculino. Percebe-se que tanto a enfermagem, como o magistério, caracteriza-se como uma profissão de mulheres, que no mundo público, representava uma extensão do lar, das representações de um feminino dócil, que cuida, nutre e educa (Moreira, 1999). Dessa forma, ao recorrermos à história, é possível justificar um maior número de pessoas do sexo feminino na docência do Ensino Superior em Enfermagem.

7

Convém esclarecer que segundo a LDB Nacional (LDB nº 9.394/96), as instituições classificam-se em categorias administrativas: pública e privada. As instituições públicas são aquelas criadas ou incorporadas, mantidas e administradas pelo poder público. As privadas são mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado e enquadram-se nas categorias: particulares, que tem fins lucrativos e, privadas, sem fins lucrativos que podem ser comunitárias, confessionais ou filantrópicas (Barreyro, 2008).

Em relação à média da idade dos docentes pertencentes às instituições de ensino superior foi de aproximadamente 44 anos e em média possuem 21 anos de tempo de formação.

Com relação ao tipo de instituição na qual os docentes se formaram, podemos apontar a seguinte descrição: 9 docentes possuem formação em instituições públicas e 4 em instituições privadas.

Quanto à organização acadêmica das instituições, podemos apontar que 10 docentes se formaram em Universidades e os outros 3 tiveram sua formação acadêmica em Centros Universitários.

Dos treze docentes, todos realizaram seus cursos de graduação de forma presencial, mesmo porque no período de formação dos docentes participantes não havia ainda outra forma de concretização do Curso Superior em Enfermagem.

Com relação aos Cursos de Pós-Graduação que realizaram que continham conteúdos sobre HIV/aids, encontrou-se a seguinte disposição: 9 sujeitos realizaram pós-graduação stricto sensu (E. 1- Doutorado em Enfermagem e Livre Docência em Saúde Coletiva; E. 2- Mestrado, Doutorado em Enfermagem e Pós-doutorado em andamento em Saúde Coletiva; E. 5- Mestrado em Ciências Biológicas e Doutorado em Ciências da Saúde; E. 4 -Mestrado em Ciências da Saúde; E. 3- Mestrado em Saúde do Adulto; E. 6- Mestrado e Doutorado em andamento na área de Infectologia; E. 8- Mestrado na área de Infectologia; E. 10- Mestrado em Ciências da Saúde em andamento e E. 11- Mestrado em Ciências da Saúde).

Desses sujeitos 07 realizaram também uma pós-graduação de lato

sensu, que continham conteúdos relacionados ao HIV/aids (E. 3- Especialização

em Saúde Pública; E. 4- Especialização e residência em Infectologia; E. 5 - Especialização em Saúde Pública; E. 6- Especialização em Infectologia e Epidemiologia; E. 8- Especialização em Saúde Pública; E. 10- Especialização em Obstetrícia Social e Ginecologia e E. 11- Especialização em Saúde Pública).

Apenas 02 docentes realizaram somente a pós-graduação lacto sensu (E. 7 e E. 13- Especialização em Saúde Pública) e 01 docente não fez nenhum curso de pós-graduação que contivesse conteúdos sobre HIV/aids.

De acordo com Barreyro (2008) um dos indicadores de qualidade do corpo docente de uma instituição de educação superior é a titulação. Cabe ainda dizer que, o professor que aborda essa temática deve ter uma formação efetiva para construir conhecimentos técnicos sobre o HIV/aids, bem como, confiança e experiência em metodologias de aprendizagem interativas e participativas, com intuito de estimular a discussão de questões sensíveis como a sexualidade, gênero, drogas, doença e morte.

Além disso, os educadores devem não apenas focalizar os alunos, mas também abordar a vulnerabilidade dos próprios professores ao HIV, reconhecendo a extensão com que o HIV/aids têm afetado as suas famílias, as comunidades,

bem como, as instituições e os sistemas educacionais de que fazem parte (EDUCAIDS, 2008).

Com relação ao trabalho com portadores de HIV/aids antes da docência dos treze docentes, 06 referiram ter trabalhado com esses pacientes no âmbito hospitalar ou na Unidade Básica de Saúde.

Ter uma experiência profissional no cuidado com pessoas portadoras do HIV/aids, sem dúvida, é algo importante desde que não comunguemos com a manutenção do modelo da racionalidade técnica, onde basta o professor ser um especialista que aplica com rigor as regras que derivam do conhecimento científico específico.

De acordo com Rios (2008, p. 89) a competência guarda o sentido de saber fazer bem o dever. Refere-se sempre a um fazer, que requer um conjunto de saberes e implica um posicionamento diante daquilo que se apresenta como desejável e necessário.

Com relação à formação continuada em HIV/aids nos últimos dois anos, apenas dois professores alegaram não ter participado de nenhum evento. Os outros onze docentes participaram de um ou mais eventos como: congressos, cursos pré-congressos, cursos de extensão, encontros, seminários, Work-Shop,

curso online e cursos de aperfeiçoamento. É importante sinalizar que o aspecto central da formação continuada é sua porosidade à realidade mutável e mutante das ações e dos serviços de saúde; a ligação política com a formação de perfis profissionais e de serviços; a introdução de mecanismos, espaços e temas que geram autoanálise, autogestão, mudança institucional (Ceccim, 2005; p.162).

A educação continuada é uma das adoções imperativas, para se obter uma melhora significativa na área da educação. É necessária aos docentes, devendo ser oferecido, programas de atualização e aprimoramento que os levem a familiarizarem-se com os últimos progressos da tecnologia da informação e comunicação, pois, de maneira geral, a qualidade de ensino é determinada tanto ou mais pela formação contínua do que pela formação inicial (Delors,2003). Principalmente, quando colocamos em pauta a temática HIV/aids, tema complexo e dinâmico, que demanda uma enorme capacidade de adaptação e flexibilidade para encarar os novos desafios e tendências que continuamente o redefinem (Programa Conjunto das Nações Unidades sobre HIV-aids,2010c).

Corroborando, Freire (2003a, p.29) refere que o aprimoramento contínuo se faz necessário para a produção do conhecimento multidimensional, complexo e do desenvolvimento da consciência reflexiva de si e do mundo.

Ceccim (2005) por sua vez, nos alerta dizendo que a velocidade com que conhecimentos e saberes tecnológicos se renovam na área da saúde, torna muito complexa a atualização permanente dos profissionais de saúde. Por isso, salienta que, “ou constituímos equipes multiprofissionais, lógicas apoiadoras e de fortalecimento e consistência de práticas uns dos outros nessa equipe”, ou se coloca em risco a qualidade do trabalho, “porque sempre estaremos desatualizados, nunca dominaremos tudo o que se requer em situações complexas (Ceccim, 2005; p.163)”.

6.2 Descrição de elementos da prática pedagógica dos docentes em relação

No documento SIMONE DE OLIVEIRA CAMILLO TESE REVISADA (páginas 56-60)