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2 TEORIA DA OTIMIDADE

3 TEORIA DA OTIMIDADE E CONEXIONISMO

4 RESTRIÇÕES CONJUNTAS

5.2 Descrição e análise dos dados

5.2.1 Quanto à estrutura silábica42

Para proceder à organização dos dados, primeiramente foram observadas todas as produções realizadas pelo sujeito. Dessas, destacaram-se todas as possibilidades de ocorrência de cada um dos diferentes padrões silábicos do português. É importante salientar que não foram consideradas produções repetidas de uma mesma palavra, a não ser que tenha ocorrido alguma variação na forma produzida.

Foi criada uma ficha, conforme anexo 1, para registro individual de cada coleta, em que as sílabas foram descritas de acordo com as variáveis dependentes e independentes consideradas relevantes para esta pesquisa.

Todos os dados serão interpretados com base na Teoria da Otimidade.

crianças evidenciou que as fricativas [+anteriores] são adquiridas antes das fricativas [-anteriores]; no entanto, os mesmo sujeitos, se observados individualmente, apresentaram em seus sistema ou a fricativa [+anterior] ou a fricativa [-anterior], sendo a última, inclusive, preferida pela maior parte dos sujeitos analisados.

42 As variáveis relativas à aquisição segmental estão inseridas no grupo de variáveis independentes da estrutura silábica.

5.2.1.1 Variáveis dependentes

São constituídas pelos seis constituintes da estrutura silábica e pelos 15 padrões silábicos do Português, conforme Collischonn (1997):

a) Constituintes silábicos: - núcleo → pata

- núcleo complexo → pai - onset simples → teia - onset complexo → trator - coda → Páscoa

- coda complexa → perspectiva - omissões e outras realizações

b) Padrões silábicos:

- V → anel - CVC → Páscoa - CCVVC → claustro

- CV → pata - VC → astro - CVVC → mais

- CCV → cravo - CCVC → crosta - VVC → austríaco - CVV → pai - CVCC → perspectiva

- CCVV → frei - CCVCC → transpor - VV → auau - VCC → instante

São controladas também outras formas de realização empregadas pelo aprendiz na não-realização das sílabas conforme a forma alvo.

5.2.1.2 Variáveis independentes 5.2.1.2.1 Variáveis lingüísticas

a) Tipo de segmento vocálico que constitui o núcleo43: - baixa → a

- média-baixa → E, ç - média-alta → e, o - alta → i, u

- omissões e outras realizações

b) Tipo de segmento que constitui o onset simples: - oclusivas → p, b, t, d, k, g

- nasais→ m, n, ¯

- fricativas→ f, v, s, z, S, Z - líquidas→ l, ¥, r, R

- omissões e outras realizações

c) Tipo de vogal que constitui o onset vazio44: - baixa → a

- média-baixa → E, ç - média-alta → e, o - alta → i, u

- omissões e outras realizações

d) Seqüência de segmentos que constitui o onset complexo: - oclusiva + líquida lateral→ pl, bl, tl, kl, gl

- oclusiva + líquida não-lateral→ pr, br, tr, dr, kr, gr

43 Considerando a aquisição precoce do sistema vocálico, conforme Rangel (2002), essa variável foi controlada até 1:09. É pertinente referir que não foram consideradas, para codificação, as vogais posicionadas em sílaba pós-tônica final, pós-tônica não final, devido aos processos de neutralização, e também aquelas passíveis de sofrer processos de assimilação, como em menina → [mi´nina]. As vogais produzidas também foram controladas a parte quando constituíam uma sílaba V.

- fricativa + líquida lateral→ fl

- fricativa + líquida não-lateral→ fr, vr - plosiva dorsal + glide dorsal → kw, gw - omissões e outras realizações

e) Classificação do onset: - inicial → pai, prato

- medial → palhaço, capricho - final → até, livro

f) Vogal base que constitui o ditongo, quanto à altura: - baixa → mau, pai

- média-baixa → dodói, geléia, céu - média-alta → rei, boi, meu - alta → caiu, fui

- omissões e outras realizações

g) Tipo de ditongo: - oral → mau - nasal → mãe

h) Tipo de segmento que constitui a coda: - fricativa → /S/

- nasal → /N/

- líquida lateral → /L/ - líquida não-lateral → /R/ - omissões e outras realizações

i) Classificação da coda: - inicial → pasta - medial → falando - final → seis

As variáveis lingüísticas selecionadas justificam-se pelo fato de terem sido aspectos relevantes em pesquisas já realizadas, como Bisol (1994), Miranda (1996), Rangel (1998, 2002), Bonilha (2000), entre outras, e por constituírem fatores que, acredita-se, sejam pertinentes para a análise de aspectos específicos a este trabalho.

5.2.2 Quanto ao acento primário

Da mesma forma que se procedeu com o controle da estrutura silábica, foram observadas todas as produções realizadas pelo sujeito no que concerne à realização do acento primário, separando os verbos dos nomes45. É importante salientar, novamente, que não foram consideradas produções repetidas de uma mesma palavra, a não ser que tenha ocorrido alguma variação na forma produzida.

Foi criada uma ficha, conforme anexo 2, para registro individual de cada coleta, em que as variáveis lingüísticas foram descritas. Todos os dados serão interpretados com base na Teoria da Otimidade.

45 As informações morfológicas das palavras serão consideradas na codificação dos dados, tendo em vista que, embora a proposta de Bisol (1992), ao contrário de Lee (1994), proponha apenas um tipo de pé para o sistema fonológico do português, tanto para nomes como para verbos, ainda assim essa distinção é fundamental para a autora, pois, nos verbos, a extrametricidade recai sobre a sílaba final da primeira e da segunda pessoa do plural dos tempos do imperfeito e sobre a consoante com status de flexão.

5.2.2.1 Variáveis independentes 5.2.2.1.1 Variáveis lingüísticas

São controladas as seguintes variáveis lingüísticas: a) Número de sílabas:

- monossílabo leve → chá - monossílabo pesado → pai - dissílabo leve → casa - dissílabo pesado → final - trissílabo leve → batata - trissílabo pesado → parecer - polissílabo → borboleta - outra realização

b) Pauta acentual e peso silábico - paroxítona leve → casa - paroxítona pesada → revólver - oxítona leve → sofá

- oxítona pesada → balão - proparoxítona → árvore - outra realização c) Dissílabas truncadas: - SW leve → casa - SW pesada → móvel - WS leve → sofá - WS pesada → balão

d) Outra realização – dissílaba truncada e) Trissílabas truncadas: - SWW → árvore - WSW leve → macaco - WSW pesada → suéter - WWS leve → Amapá - WWS pesada → caminhão f) Outra realização – trissílabas truncadas

g) Polissílabas truncadas: - WWSW → borboleta - WWWS → ventilador - WSWW → metódico

h) Outra realização – polissílabas truncadas i) Monossílabas aumentadas:

- leve → pé - pesada → pai

j) Reparos sofridos – monossílabas: - WS - SW k) Dissílabas aumentadas: - SW leve → casa - WS leve → sofá - SW pesada → móvel - WS pesada → balão -

l) Reparos sofridos – dissílabas: - SWW

- WSW - WWS

m) Tipos de sílabas apagadas: - V - CV - VC - CVC - CCV - CCVC - VV - CVV - VVC - CVVC

n) Posicionamento da sílaba apagada: o) Posicionamento da sílaba realizada:

p) Posicionamento do segmento apagado ou alterado: - tônica leve inicial46 → casa

- tônica leve medial → sapato - tônica leve final → sofá

- tônica pesada inicial → bosque - tônica pesada medial → revólver - tônica pesada final → balão - átona direita leve1 → sapato - átona direita leve2 → árvore - átona esquerda leve1 → sapato - átona esquerda leve2 → macacada - átona esquerda leve3 → situação - átona direita pesada → revólver - átona esquerda pesada1 → estrela - átona esquerda pesada2 → esquisito - átona esquerda pesada3 → ventilador