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CAPÍTULO 4. IDENTIFICAÇÃO DOS MEIOS DE TREINAMENTO PARA

5.2.2. DESENVOLVIMENTO E CARACTERÍSTICA TECNOLÓGICA DA

Para a eventual criação final da ferramenta tecnológica, de BD relacionais (por exemplo, em linguagem “SQL”), o processo foi estabelecido em duas etapas: planejamento e desenvolvimento. Estas divididas pelas seguintes etapas: identificação das necessidades, busca das diretrizes literárias, escolha de linguagem apropriada e protótipo de simulação. Para este estudo, a processo foi apresentado com uma linguagem genérica de pseudocódigos (demonstrados a frente) e simulação de páginas para visualização das informações (Figura 5.2).

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Figura 5.2 - Sequência que mostra fases para de criação de um “software”

5.3. REVISÃO DE LITERATURA E SISTEMÁTICA

A informática em enfermagem vem sendo descrita como especialidade desde o ano 1985 e engloba processos tecnológicos de informatização, o que representa um aspecto relevante e de importância para esta especificação profissional nos dias atuais, principalmente em países onde se promovem a utilização destes recursos, como nos EUA; e onde o processo de informatização encontra-se mais avançado e concreto (Rodriguez et al., 2008).

A criação de um BD clínico informatizado com a capacidade de coletar informações dos pacientes, de forma prospectiva e com possibilidade de busca e de cruzamento dessas informações, viabiliza a produção de estudos científicos de qualidade, com credibilidade e em menor tempo (Cano et al., 2011).

Zago Filho et al. (2008) comentam em seu trabalho, que a utilização de protocolos eletrônicos em pesquisa não tem apenas melhorado a qualidade da informação, mas também aumentam a taxa de precisão dos dados armazenados.

A experiência internacional mostra que a obtenção dos recordes e os altos resultados desportivos ocorrem mediante as diversas formas de se periodizar o treinamento. No entanto, a questão fundamental está na determinação da estratégia e da tecnologia para coletar e controlar o processo (Gomes & Souza, 2008).

Sperandio & Évora (2005) utilizaram a tecnologia computacional para elaborar a “Sistematização da Assistência de Enfermagem” com documentação de forma informatizada, por meio de um “software”-protótipo; buscaram com isso tornar ótimo o modo de gerar e comunicar a informação entre os membros da equipe.

Podemos observar que as estratégias vão além de apenas se realizar os diversos

DEFINIÇÃO: IDENTIFICA- ÇÃO DAS NECESSI- DADES DEFINIÇÃO: DE DIRETRIZES LITERÁRIAS DEFINIÇÃO: APRESEN- TAÇÃO GENÉ- RICA EM PSEUDO- CÓDIGOS DESENVOLVI- MENTO: INFORMAÇÕES ESTRUTURADAS EM PSEUDO- CÓDIGOS DESENVOLVI- MENTO: SIMULAÇÃO DAS INFORMAÇÕES EM "PÁGINAS" PARA VISUALIZAÇÃO

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se está inserido o trabalho e, sua aplicação, pode resultar em mais tempo disponível para os profissionais envolvidos realizarem diversas outras tarefas. Também existe a necessidade de distribuir a informação de uma forma rápida e eficaz entre os membros da equipe de trabalho, e quando isto é alcançado, acaba por gerar um maior tempo disponível para estes profissionais se aterem com outras tarefas pertinentes ao contexto sistêmico.

A informática é uma importante ciência que vem sendo incorporada aos processos de trabalho na enfermagem, sejam eles assistenciais, administrativos, educativos ou científicos (Juliani & Kurcgant, 2007).

Além disso, como encontramos em Rodriguez et al. (2008), SFT são usados para a assistência a pacientes, e servem como sistemas de apoio inteligentes nas decisões clínicas, permitindo melhor organização, comunicação, retroalimentação e uma base de análise administrativa.

Com relação à afirmação acima, podemos traçar um paralelo com a análise administrativa e a organização do treinamento em períodos, o sistema de apoio inteligente também contribuirá nas decisões a serem tomadas quanto ao treinamento.

Existem também os vários SFT da área desportiva para análise de diversos aspectos dos jogos coletivos, não se restringindo apenas aos aspectos físicos dos deslocamentos dos jogadores.

No desporto de competição, especificamente no futebol, tivemos o aparecimento de diversos SFT que visam controlar as ações da atividade de jogo (“scaults”), buscando quantificar as ações físicas e técnicas e; mais recentemente, análises observacionais de comportamento com o intuito de identificar o padrão tático utilizado por uma equipe.

Da mesma forma como tem sido realizado pelas outras áreas de saúde, nomeadamente a fisioterapia e a medicina, e em diferentes análises do próprio jogo de futebol, podemos responder a questões pertinentes ao TD com a proposta, por exemplo, de um SFT para o controle de CE de treinamento.

Sawaya (1999) afirma que SFT é um conjunto de suportes lógicos de programação, são um conjunto de programas, métodos e procedimentos, regras e documentações, relacionadas ao funcionamento e ao manejo de um sistema de dados.

O trabalho de engenharia de construção de um SFT, a ser realizado pelos desenvolvedores, pode ser categorizado em três fases genéricas (Pressman, 2001):

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•! fase de definição focada em: o quê?

•! fase de desenvolvimento focada em: como? •! fase de suporte focada em: alterações!

Existe uma dualidade entre “produto” e “processo”, se o processo de planejamento para a construção de um SFT for fraco, indubitavelmente o produto final será sofrível (Pressman, 2001).

Em Phillips et al. (2014) temos que um BD é formado por uma grande quantidade de informação armazenada no sistema de um computador, de tal forma que pode facilmente ser consultada ou alterada.

A partir dos trabalhos de Ludwig von Bertalanffy entre 1950 e 1958, foi desenvolvida a Teoria Geral dos Sistemas (TGS), com base nos conceitos contemporâneos da cibernética e das suas pesquisas sobre os organismos vivos. Então um sistema pode ser entendido como um conjunto de elementos dinamicamente relacionados, formando uma atividade para atingir um objetivo; operando sobre “entradas” para fornecer “saídas” (Szmuchrowski & Couto, 2013).

Segundo Sancho (2004), podemos entender toda a dinâmica de informações dos meios de treinamento que sejam pertinentes ao sistema, como as “entradas”; e, os produtos dos cálculos necessários para o cálculo da CT como “saídas”, para atender a esta lógica estrutural (Figura 5.3).

Figura 5.3 - A organização como um sistema aberto e fechado com relação ao meio ambiente, baseada em Kast &

Rosenzweig (1987), segundo Sancho (2004)

MEIO%AMBIENTE ENTRADAS SAÍDAS material%desportivo produtos esforço%humano serviços%desportivos informação benefícios ORGANIZAÇÃO transformação dos%recursos

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Cano et al. (2011) ligam os benefícios do uso de um SFT a questões ligadas ao melhor acesso às informações, à maior segurança, à troca eletrônica de dados, à facilidade de realizar pesquisas, à melhor qualidade de assistência, à otimização do tempo, ao melhor gerenciamento de recursos e à melhoria dos processos administrativos.

Independentemente do aspecto genérico apresentado acima pelo autor, esta facilidade tecnológica se estende a várias áreas de atuação.

Toda a organização, no caso aqui a esportiva, que se requeira para o desenvolvimento de um trabalho bem planejado de PF para um bom desempenho dos atletas nas competições, passa por um processo de definição de estratégias como parte inicial de um processo para executá-las para, posteriormente, atingir um objetivo estabelecido.

A primeira etapa no esquema de direcionamento e controle de um treinamento é a planificação, ela refere-se especialmente a realização do TD. Suas decisões, orientadas aos objetivos do treinamento, afetam principalmente a configuração metodológica e de conteúdos, levando em consideração tanto os princípios gerais e as experiências da metodologia, como as particularidades individuais do estado e da evolução do rendimento (Martin et al., 2001).

Zhelyazkov (2001) coloca a importância da organizacionação para administrar as ações motoras, realizadas de acordo com uma orientação pedagógica e de forma sistemática através dos meios de treinamento que, em última análise, é a forma para se chegar aos objetivos almejados.

A planificação, como metodologia para o desenvolvimento das ações direcionadas à obtenção de resultados desejados, pode ser entendida e estudada por diversos ângulos e perspectivas; cada uma das quais oferecem elementos que darão uma visão universal do processo (Sancho, 2004). O autor ainda coloca que pelo enfoque da planificação, podemos ter:

•! a planificação como um sistema,

•! a planificação como processo administrativo e,

•! a planificação como desenvolvimento de um processo organizacional.

Ao organizarmos e estruturarmos o TD, é fundamental que tenhamos um entendimento sobre a planificação, tanto no processo de formação do jovem atleta como no início da temporada de trabalho. O início do processo é constituído da verificação da situação ocorrida no ano ou período anterior, abrangendo desde a análise de rendimento do grupo e dos

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atletas nos diferentes componentes do treinamento (físico, técnico, tático e psicológico) até as questões administrativas (J. P. Borin & Fernandes, 2014).

De acordo com Sancho (2004), pode-se entender um processo planificador como um conjunto de atividades coordenadas e sucessivas, unitariamente encaminhadas à consecução de um êxito e, que, não estão isentas de contínuos controles e reajustes. (Figura 5.4).

Figura 5.4 - Esquema de um processo planificador em etapas proposto por Sancho (2004)

Para a execução das estratégias programadas, devemos passar por registros de treinamento, execuções e controles das diversas ações escolhidas como meios. Esta aplicação dos meios orientados a uma adaptação fisiológica, e todo o trato destas informações, pode se dar de uma forma pedagógica independentemente do processo metodológico de treinamento; todo este processo pode ser muito bem descrito com uma ferramenta tecnológica de controle, como por exemplo, um software.

Os objetivos parciais, a estruturação, a organização, os conteúdos e os métodos, fazem parte das categorias e das variáveis decisórias da planificação e realização do TD. Sendo, os conteúdos e métodos, integrante da organização e, os treinamentos da técnica, da física e da tática, parte dos objetivos parciais. (Martin et al., 2001).

Tubino & Moreira (2003), com relação aos procedimentos para o treinamento técnico e tático, citam como fases específicas o diagnóstico, o planejamento e o controle do treinamento; este último para correção do que chamam de pontos críticos negativos.

Martin et al. (2001), estebelecem uma diferenciação dentre os princípios de treinamento em três classes:

•! princípios pedagógicos gerais que, com distinção do treinamento, é válido para

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•! princípios da organização e da estruturação do treinamento,

•! princípios da configuração metodológica e dos conteúdos do treinamento.

O direcionamento do PT do desportista pressupõe três grupos de operações (Platonov, 2004):

•! coleta de informações sobre o estado dos desportistas, •! análise de todas as informações,

•! adoção e realização das soluções.

Em termos gerais e globais, os fins, os objetivos e as metas, expressam a última aspiração de um processo; eles determinam a direção que se tem e os resultados que pretendem alcançar. Mas, à margem de conotações semânticas, desde o ponto de vista genérico da planificação e específico da planificação desportiva, cada uma delas confere e determina particularidades distintas, que as tornam próximas, mas ainda assim, conceitualmente diferentes (Sancho, 2004).

Em suas considerações sobre a pedagogia do desporto, Bento (2002), faz algumas considerações pontuais, e enfatiza duas questões quanto à contribuição desta às “Ciências do Desporto”: Quais são os problemas novos à espera de abordagem pedagógica? Quais as inovações e correções de curso, imprescindíveis para uma pedagogia desportiva com relevância para um tempo presente e com sentido de futuro?

Podemos aqui observar uma clara contribuição de um SFT para as estas problemáticas administrativas e organizacionais levantadas pelos autores: Martin et al. (2001), sobre pedagogia, organização, conteúdo e método; Sancho (2004), sobre administração e organização; Tubino & Moreira (2003), sobre diagnóstico, planejamento e controle; Bento (2002) pergunta sobre a pedagogia a ser aplicada no TD.

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Figura 5.5 - Direção do processo de treinamento, segundo Zhelyazkov (2001)

Na figura anterior, que mostra a regulação do PT, proposto por Zhelyazkov (2001), identificamos na coluna da direita a área de atuação específica de um SFT. Mas não podemos deixar de observar a grande interligação entre os fatores do treinamento porque, desde a primeira coluna à esquerda, já podemos ler as informações iniciais que terão que ser utilizadas a partir de um BD; a função de um SFT seria controlar os complexos componentes que pertencem a este processo sistêmico de direcionamento do treinamento (Figura 5.5).

Um sistema é composto por elementos (subsistemas) que processam alguns tipos de entradas (“inputs”) em saídas (“outputs”). Um sistema é classificado como aberto quando apresenta relações de intercâmbio com o ambiente. Nesse caso, são utilizados mecanismos de “feedback”, a partir dos quais parte das saídas de um sistema (geralmente informação) volta para a entrada do sistema, provocando sua alteração (Szmuchrowski & Couto, 2013).

Um SFT pode ser bastante útil ao controle do treinamento de futebol porque atenderia à proposta geral de controle de um sistema aberto, com as informações de entrada sobre as características e especificações de aplicação dos meios, e as quantificações de seus resultados

MODELOS'POR'MODALIDADES MODELOS'INDIVIDUAIS MÉTODOS'E'FORMAS ESTRUTURA MEDIÇÃO CONTEÚDO TECNOLOGIA AVALIAÇÃO OTIMIZAÇÃO CONTROLE

BANCO'DE'DADOS MACROESTRUTURA OPERATIVO

PROGRAMA'PROGNOSTICADO MICROESTRUTURA DE'ETAPAS

REGULARIDADE'DE'ADAPTAÇÃO AGENDA'DESPORTIVA PARTICUL.'INDIVIDUAIS MESOESTRUTURA CORRENTE FATORES'LIMITANTES MODELOS'PRINCIPAIS ANÁLISE'E'AVALIAÇÃO REGULAÇÃO'DO'PROCESSO DE'TREINAMENTO PROGRAMAÇÃO PERIODIZAÇÃO

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como informação de saída; estes resultados seriam imprescindíveis para as tomadas de decisão subsequentes (Figura 5.6).

Figura 5.6 - Esquema geral de um sistema com seus subsistemas, em que os resultados realimentam as informações de

entrada, no qual o “software” está estruturado (Szmuchrowski & Couto, 2013)

Pela diversidade de ocorrências e pela complexidade dos fatores que devem ser analisados e controlados no futebol, podemos dizer que eles compõem um sistema; como é referenciado por diversos autores em literatura específica.

O rápido desenvolvimento de gráficos computacionais, processamento de dados e pacotes multimídias também permite apresentar os resultados de uma maneira clara e direta, possibilitando que atletas e técnicos entendam dados complexos (Hughes & Franks, 1997).

Como em qualquer outra atividade humana, a questão tecnológica pode estar presente para a simplificação de operações que envolvem risco, atividades repetitivas necessárias, análise de grande quantidade de dados ou realização de tarefas que visem soluções complexas. Pela questão sistêmica do TD, avanços tecnológicos podem contribuir para inúmeras soluções com resultados gráficos e numéricos.

Os profissionais de diversas áreas devem utilizar os recursos computacionais para incrementar a produtividade e a qualidade, como forma de agregar e analisar as informações relevantes para a tomada de decisão e para o desempenho eficiente de todas as suas funções (Sperandio & Évora, 2005).

Podemos verificar na literatura, que os autores utilizam diferentes métodos para planejar e executar a construção de ferramentas tecnológicas, dependendo principalmente de

SISTEMA SUB SUB SISTEMA SISTEMA SUB SISTEMA ENTRADA SAIDA

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seu grau de complexidade; que envolve desde linguagem apropriada a ser utilizada, à quantidade de usuários que utilizariam ou não esta ferramenta de forma simultânea.

Fonseca et al. (2009), em seu trabalho para o desenvolvimento de um SFT, utilizaram um modelo proposto por Bernardo (1996) que apresenta quatro fases de desenvolvimento: definição do escopo, planejamento, produção e implementação.

Juliani & Kurcgant (2007) dividiram a construção de seu SFT em apenas duas etapas: planejamento e desenvolvimento.

Melo & Damasceno (2006) dividiram em várias etapas a construção do SFT: elaboração de objetivo, escolha do referencial pedagógico, metas, seleção de conteúdo, delimitação de conteúdo, desenvolvimento do sistema e classificação do SFT.

Sperandio & Évora (2005) realizaram a proposta de protótipo organizada em duas grandes fases: definição e desenvolvimento. A fase de definição foi realizada em três etapas: planejamento, análise e definição dos requisitos e, revisão. A fase de desenvolvimento foi a responsável por trazer as informações da coletânea de requisitos à sistematização da ferramenta tecnológica propriamente dita.

Pressman (2001) apresenta alguns modelos conceituais de processo para o desenvolvimento de SFT: de sequência linear, de prototipação, de aplicação rápida, variações de processo evolucionário, desenvolvimento baseado em componentes, formal e, de quarta geração.

Cano e seus colaboradores (2011) utilizaram uma metodologia de desenvolvimento dividida em cinco fases: criação de base teórica, implantação de base teórica no protocolo mestre, confecção de protocolo específico, incorporação de protocolo eletrônico e interpretação das informações com a demonstração dos resultados.

Zago Filho e colaboradores (2008) utilizaram três etapas na elaboração do seu protocolo eletrônico: pesquisa bibliográfica e disposição de dados, implantação da informação coletada com a criação de protocolos e incorporação da base eletrônica de dados em sistema de busca eletrônico.

No trabalho de Baptista et al. (2011), o processo de construção do SFT englobou as seguintes fases: definição do objetivo, escolha do referencial teórico, estruturação do conteúdo e desenvolvimento da arquitetura do sistema.

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Sperandio & Évora (2005) desenvolveram a ferramenta tecnológica baseados no conceito de prototipação, a partir disto, fundamentaram-se no ciclo de vida de desenvolvimento de um sistema.

Um software-protótipo é construído para servir de mecanismo de definição de futuros requisitos ao SFT final, porque este software-protótipo será descartado (Pressman, 2001).

5.4. DISCUSSÃO

O uso de processos tecnológicos de informação representa uma importante especificação profissional (Rodriguez et al., 2008); a utilização de protocolos eletrônicos melhora a qualidade da informação e aumenta a taxa de precisão dos dados armazenados (Zago Filho et al., 2008); a questão fundamental da forma de como se organizar o treinamento, está na determinação da estratégia e da tecnologia para coletar e controlar o processo (Gomes & Souza, 2008).

Em Pressman (2001) e Sawaya (1999), temos que SFT é um conjunto de instruções, de suportes lógicos de programação, de métodos e procedimentos, de programas computacionais, de regras e documentações, de conjuntos de programas ou dados estruturais.

Estas instruções, quando executadas, relacionam-se ao funcionamento de um sistema de dados, que permitem a adequada manipulação de informações previamente inseridas; as informações de entrada ou “inputs”.

Mas temos uma fase anterior a esta, de criação das regras e instruções dos programas computacionais que formam a estrutura de um SFT, que deve ser observada atentamente, porque ela envolve o conceito. O SFT será o meio utilizado para se chegar à finalidade, independentemente da destinação e de sua área de atuação. Isto envolve a “definição do que” é isso que se precisa, com a pergunta sobre o desenvolvimento de “como se faz isso” para atender a esta necessidade e, ainda, a questão das necessidades para manter a ferramenta tecnológica em funcionamento.

A idéia de desenvolvimento de um SFT deve levar em consideração uma dualidade existente entre o “processo” e o “produto”. O processo que se estabelecerá para a criação da ferramenta propriamente dita para, se alcançar o “produto” almejado para suprir as necessidades humanas.

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No trabalho de Pressman (2001) encontramos o alerta para esta dualidade, o autor afirma que se esta for tratada como dicotomia, clientes e desenvolvedores terão problemas tanto para a construção do SFT como para o futuro sucesso deste.

Pressman (2001), ao falar sobre as necessidades a serem atendidas por um SFT (ou qualquer outra solução tecnológica) e sobre o estabelecimento de estratégias para seu desenvolvimento, baseia seus comentários em algumas análises construtivistas: na definição “do que é isso”, no desenvolvimento de “como se faz isso” e, no preparo de manutenção, com um “suporte para alterações”.

Tudo isto como parte necessária para a criação e o desenvolvimento de um dispositivo