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CAPÍTULO 4. IDENTIFICAÇÃO DOS MEIOS DE TREINAMENTO PARA

4.3.1. MEIOS DE TREINAMENTO E PROCESSOS PEDAGÓGICOS DE

Zhelyazkov (2001), nos ajuda a entender a problemática do estímulo de treinamento e nos mostra a importância do controle deste; segundo o autor, é uma tarefa primordial da teoria do treinamento, ter a capacidade de selecionar as influências reguladoras que conduzem de forma mais rápida e econômica às desejadas adaptações estruturais e funcionais do organismo. A solução para esta suposta questão apresenta duas condições principais:

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•! identificar a estrutura da carga, o que significa que cada um de seus componentes possa ser reduzido a magnitudes mensuráveis,

•! criar um sistema de valores (mensuráveis) e controle dos efeitos da CT em critérios objetivos (que são qualitativamente mensuráveis).

Granell e Cervera (2003), colocam que é importante ressaltar que o controle e a avaliação do treinamento constituem elementos primordiais no processo de preparação de atletas. A ausência de um deles compromete a possibilidade de entendimento da melhora de rendimento e, possivelmente, o alcance do sucesso.

Não deve haver treinamento sem planejamento e controle; a orientação de um PT em longo prazo só é possível através de “feed-back” e correção (Weineck, 1989).

Silva & Gomes (2002), afirmam que, como a evolução da prescrição do treinamento em futebol vem evoluindo consideravelmente nas últimas décadas, diversos tópicos de estudo trazem importantes contribuições, dentre estas, os estudos que buscam determinar como a CT deve ser controlada diariamente.

A planificação deve ser entendida como um processo encaminhado para a realização de resultados planejados com antecedência, partindo de suas necessidades e ajustando-as aos meios disponíveis. Para tanto, sua sistemática será em função de diversos fatores, variáveis entre eles, e de forma lógica segundo cada caso e circunstância a correspondentes processos dos mesmos (Sancho, 2004).

A habilidade de monitorar o treinamento é um processo crítico da quantificação do treinamento e da periodização. O registro das cargas de treinamento é a questão mais importante do controle dos treinamentos, embora continue subestimada por muitos técnicos (Glowacki et al., 2011).

A quantificação das cargas de treinamento permite conhecer estes valores e, por isso, constitui-se em um elemento de controle decisivo para orientar estrategicamente o plano de treinamento. Quando um treinador se prepara para organizar uma temporada, deve conhecer em detalhes o que o desportista realizou na temporada anterior. Sem essa informação é difícil, senão impossível, ajustar as cargas de treinamento para que provoquem as melhoras planejadas (Granell & Cervera, 2003).

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trabalho muscular, as tarefas pedagógicas que se desenvolvem durante o treinamento, a influência dos processos de recuperação, o efeito sobre o trabalho sucessivo e a interação de um trabalho com diferentes orientações (Gomes, 2009).

O TD, como fenômeno pedagógico, é o processo especializado da educação física orientado diretamente a obtenção de elevados resultados desportivos. Quer dizer, trata-se do processo de educação física “através do desporto”, por meio do desporto. É importante ter aqui que o desporto, no seu aspecto pedagógico, não constitui um fim a si mesmo, mas sim um meio de educação, da melhoria da saúde e de preparação para a vida (Matveev, 1990).

Em suas colocações sobre o TD, Silva & Martins (2002), colocam que este processo recorre a uma série de meios, privilegiando a aplicação sistemática do exercício físico, com atenção a vários aspectos: fatores ambientais, hábitos sociais e individuais, fatores de recuperação e procedimentos didático-pedagógicos.

Sob o ponto de vista pedagógico-desportivo, a motricidade é um critério das capacidades motoras do homem que determinam seus resultados nos mais diversos exercícios físicos com relação a: formas e modalidades desportivas. Os controles sobre estas capacidades se realizam mediante a medição de um ou outro parâmetro (Zhelyazkov, 2001).

Para Martin et al. (2001), os princípios de treinamento são uma série de instruções práticas, tanto específicas como gerais e que não são direcionadas somente ao âmbito do TD, também se relacionam a convenções e compromissos sociais que podem influenciar o treinamento. O conceito de princípio deve distinguir-se do de regra de treinamento, os princípios tem um grau de generalidade maior que estas, as regras servem para interpretar e dar mais precisão aos princípios. Os autores ainda defendem que, dentre os princípios gerais, parece oportuno estabelecer uma diferenciação entre três classes:

•! princípios pedagógicos gerais que, com distinção do treinamento, é válido para diferentes processos da atividade pedagógica.

•! princípios da organização e da estruturação do treinamento,

•! princípios da configuração metodológica e dos conteúdos do treinamento.

Em suas colocações sobre os estudos realizados sobre o TD, Silva & Martins (2002) afirmam que, os princípios científicos contribuem de forma significativa para o controle e a evolução das cargas, permitindo maior segurança na predição dos resultados e nos efeitos do treinamento.

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O exercício constitui a base metódica da preparação do atleta como processo pedagógico, por conseguinte, os exercícios físicos são a forma principal de utilização das ações motoras na preparação do atleta. Com relação ao processo de preparação do atleta, os exercícios físicos podem ser definidos como a ação motora incluída no sistema geral das influências pedagógicas orientadas para a solução das tarefas de preparação do atleta. Na linguagem desportiva profissional, o termo “meio” significa o que se utiliza e, o termo “método”, como se utiliza este “meio” no processo de obtenção do objetivo da preparação (Zakharov & Gomes, 2003).

Para Albuquerque (2009), a adaptação sempre vai designar um processo e, por consequência do mesmo, um resultado. A adaptação designa um processo durante o qual o organismo se adequa, se acostuma, etc., aos fatores dos meio interno e externo, que se manifestam nas pessoas sob os efeitos da realização de atividades físicas sistemáticas.

Ao examinar o TD como um processo adaptativo desde o ponto de vista de um enfoque sistemático, cabe assinalar que este conceito compreende tanto as reações diretas do organismo como os resultados do processo adaptativo. Por conseguinte, a adaptação no desporto tem dimensões imediatas (dinâmicas) e cumulativas (estáveis), (Zhelyazkov, 2001):

•! como “processo”, reflete as relações de causa e efeito entre a CE (física) e as reações internas do organismo: a fadiga e a recuperação das reservas bioenergéticas,

•! como “estado”, surge paulatinamente e reflete os resultados estáveis desta interação, conhecidos como estado de treinamento e forma desportiva.

Para Platonov (2004), o objeto de controle no desporto é o conteúdo do PT e da atividade competitiva, bem como o estado dos diferentes aspectos da preparação dos desportistas (técnica, física, tática, etc.), sua capacidade de trabalho e as possibilidades dos sistemas funcionais.

Como todo processo de controle, as influências nos processos de formação dos meios e métodos de treinamento estão relacionadas com a elaboração da informação: certos fatores específicos, que entram no sistema e exercem uma ou outra influência sobre o seu estado (Zhelyazkov, 2001).

De La Rosa & Farto (2007) que resume suscintamente: o meio representa o exercício e o método o modo de sua utilização.

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Segundo Platonov (2004), os meios de PD são os diversos objetivos físicos que influenciam direta ou indiretamente no aperfeiçoamento da maestria desportiva. A composição dos meios da PD forma-se considerando as particularidades do desporto, que é o objeto da especialização motora; então, os meios de TD (exercícios físicos) podem ser convencionalmente divididos em quatro grupos: auxiliares, de preparação geral, de preparação especial e de competição.

Para Matveev (1997) os exercícios físicos são os meios fundamentais do TD e sua utilização divide-se me três situações:

•! Exercícios seletivos para competição (fundamentais), •! Exercícios de preparação especial,

•! Exercícios de preparação geral.

De acordo com a classificação dos exercícios físicos, devemos distinguir a CT através da execução dos diversos tipos de exercícios preparatórios e da execução dos próprios exercícios competitivos; cada uma delas condicionadas às suas adaptações específicas (Gomes, 2009).

Um melhor entendimento dos efeitos dos diferentes tipos de atividades, utilizadas no dia a dia dos treinamentos de futebol, pode ajudar os profissionais envolvidos neste esporte a aprimorarem o planejamento dos treinamentos técnico, tático e físico e, assim, a melhorar a preparação dos atletas para o período competitivo (Bara Filho, Matta, Freitas, & Miloski, 2011).

4.3.2. ESTRUTURA DA CARGA EXTERNA, MATEMÁTICA, UNIDADES DE