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DESENVOLVIMENTO 1 Startups

O CONCEITO DE STARTUPS E INOVAÇÃO NA VISÃO DE EMPREENDEDORES

2. DESENVOLVIMENTO 1 Startups

Como já abordado na introdução, o conceito empregado nes- sa pesquisa cientifica, é que Startups são organizações de pequeno porte, com modelos de negócios arrojados e replicáveis, em processo

de lançamento ou com pouco tempo de funcionamento, com alto potencial de escalabilidade e foco voltado para as atividades de pesquisa e desenvolvimento de ideias inovadoras. O objetivo das Star- tups é apresentar ao mercado um produto inovador, pois elas adentram em ambientes extremamente competitivos e necessitam se destacar, mesmo sem uma marca forte ou ousadas estratégias de comunicação.

O conceito apresentado acima é um híbrido e foi formatado a partir da visão dos principais autores referenciados para alcançar tal conceitua- ção, foram então consultados Andrade (2012); Blank (2012, 2013), Blank e Dorf (2012), Cohen e Feld (2010), Cooper e Vlaskovits (2010), Crowne (2002), Graham (2012), Maurya (2012), Nager, Nelsen e Nouyrigat (2013), Ries (2012) e Thiel (2014).

Na ótica dos autores citados, algumas características são muito impor- tantes para uma Startup, dentre elas a Pesquisa e a Inovação, conceitos fun- damentais para esse trabalho científico. Outra característica das Startups, que é extremamente empregada no universo empreendedor, é a perspec- tiva do erro rápido, tornando-se imprescindível que existam tentativas que possibilitem a rapidez no ciclo, e que isso gere um rápido recomeço para as organizações. Na ótica de Nager, Nelsen e Nouyrigat (2013) empresas do tipo Startup, têm a missão de crescer de maneira rápida e, não necessaria- mente, são obrigadas a trabalharem com tecnologia, nem mesmo buscar financiamentos externos muitas vezes de risco. A grande diferença de uma Startup é a capacidade de crescer rápido, todas as outras características não são obrigatórias. Essa opinião entra em conflito com a visão de Blank (2012, 2013), pois na ótica do autor, uma Startup não está atrelada diretamente a necessidade de um crescimento tão rápido, na verdade o mais importante seria a empresa fazer vários testes, para encontrar seu modelo de negócio, para só assim seguir o caminho da escalabilidade.

2.2 A Inovação em Startups

Levando em consideração que as Startups formam times, é possível interpretar a importância da gestão de recursos humanos dessas organiza- ções em prol de uma atividade inovadora. Sendo assim, a área de Tecno- logia é privilegiada nesse contexto, pois segundo Taurion (2012), as TICS são empresas com baixas barreiras de entrada, e devido a criatividade e capital intelectual dos seus propositores, podem criar produtos inovado- res sem grandes investimentos financeiros.

O autor citado avalia as novas possibilidades de comunicação e ges- tão, normalmente oriundas de novos softwares ou mesmo aplicativos para mobile, o que facilita sobremaneira a entrada dessas empresas, prin- cipalmente se levarmos em conta a indústria convencional, tal qual ava- liou Porter (1992, 2004). A partir da visão do Manual de Oslo, que é uma das principais referências na área de inovação, o processo de inovação tem caráter dinâmico, e por essa característica é muito complexo de ser mensurado, segundo o Manual (2005)

Inovação é um processo contínuo. As empresas realizam constante- mente mudanças em produto e processo e buscam novos conheci- mentos, e vale lembrar que é mais difícil medir um processo dinâmi- co do que uma atividade estática. (MANUAL DE OSLO, 2005, p. 21)

Essa visão corrobora com a perspectiva de Tigre (2006), quando o autor destaca a inseparabilidade do processo e do produto na ação de inovação, essa perspectiva é que permitiria novas possiblidades de inser- ção no mercado, a partir das melhorias dos processos físicos e também organizacionais. Nessa linha de raciocínio Julien (2010) aborda:

Quando se trata de inovação, nada é garantido, tanto no quesito complexidade quanto nos custos e benefícios esperados. A ino- vação é um processo do acaso, cuja origem não se conhece, que escapa à realidade e aos procedimentos [...] Por definição, a inova- ção aborda o incerto e assim a sorte, tantos resultados esperados como no tempo a dedicar para se chegar a algo que agradará ao mercado (JULIEN,2010, p. 210).

O caráter de incerteza da inovação, explica o próprio propósito das empresas Startups, pois ao adentrar no mercado muitas vezes sem parâ- metros, ou mesmo sem um histórico de decisões dos concorrentes, tende a gerar um clima de bastante apreensão. Ao conceituar Inovação o autor Koulopoulos (2011) faz referência a necessidade de criar valor a partir de mudanças substanciais ou dos melhoramentos dos produtos/serviços, ambas as opções são aceitáveis no âmbito das Startup.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Na pesquisa, buscou-se avaliar os registros em arquivos que pode- riam auxiliar na interpretação do objeto de análise, o termo que é deno- minado fonte de evidência por Yin (2015) é chamado de pesquisa docu- mental na ótica de Martins e Theóphilo (2009), pois segundo os autores:

A estratégia documental é característica dos estudos que utilizam documentos como fonte de dados, informações e evidências. Os do- cumentos são dos mais variados tipos, escritos ou não, tais como: diários, documentos arquivados em entidades públicas e entidades privadas, gravações; correspondências pessoais e formais; fotogra- fias; filmes; mapas, etc. Alguns tipos de estudos empregam exclu- sivamente fontes documentais; outros estudos combinam fontes documentais com outras, tais como entrevistas e observação (MAR- TINS e THEÓPHILO, 2009, p. 55).

A bibliografia investigada focou principalmente os artigos internacio- nais que versavam sobre os seguintes temas: Startups, Inovação e Proprie- dade Intelectual, buscou-se ainda conhecer toda as informações expostas na mídia eletrônica (revistas, jornais, blogs etc) que tivessem ligação com o objeto. Além dos arquivos do movimento Caju Valley e das empresas que participavam das reuniões.

Em Janeiro de 2015, o intuito da pesquisa foi apresentado ao grupo de empreendedores do Caju Valley, explicitando qual a sua metodologia e os seus interesses da pesquisa. Iniciou-se assim a observação direta que foi realizada nas reuniões mensais do grupo. Essas reuniões mensais aconteceram de Janeiro até abril de 2015.

Nas quatro reuniões sempre na segunda quinta-feira do mês, tendo em média quatro horas cada, o pesquisador gravou todas as informações repassadas e posteriormente filtrou as informações mais importantes para a pesquisa. Na segunda fase que será explicitada no próximo item, o autor adentrou com mais segurança no objeto, desenvolvendo uma en- trevista estruturada e com a aproximação com o grupo, pode fazer uma observação participante.

No mês de janeiro de 2015, o pesquisador acordou com o grupo que a partir daquele momento iniciaria seu trabalho de campo, partindo da metodologia de estudo de casos múltiplos, portanto, nos quatro primeiros meses, ele iria apenas observar as discussões realizadas nos encontros,

anotar, gravar e falar muito pouco a respeito da sua visão do grupo. Como fontes de evidências foram realizadas entrevistas abertas e a observação direta nas reuniões. Os assuntos abordados nesses quatro primeiros me- ses de observação foram: Avaliação das dificuldades para empreender em Sergipe (Janeiro), Conceito de Startups (Fevereiro e Março) e o Conceito de Inovação (Abril). O pesquisador, em alguns momentos propôs os as- suntos para entender a proposta do grupo, mas evitou fazer juízo de va- lor sobre qualquer tipo de resposta, em algumas reuniões devido a longa pauta, os assuntos continuaram sendo discutidos na página do Facebook do grupo e também em um grupo fechado denominado “Startup Aracaju”. Antes de adentrarmos diretamente nas discussões dos assuntos aborda- dos, iremos apresentar o grupo denominado Caju Valley.