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4. CAPÍTULO II: INFLUÊNCIA DE REGULADORES DE CRESCIMENTO

4.2.2. Desinfestação e inoculação dos explantes

Os segmentos nodais foram retirados de plantas cultivadas em estufa agrícola e pulverizadas com 4g.L-1 de benomyl dois dias antes da inoculação. Estes segmentos foram lavados em água corrente por 30 minutos, desinfestados em álcool etílico 70%

durante 30 segundos, e em solução de hipoclorito de sódio 0,8% com 4 gotas de detergente neutro por 16 minutos e, posteriormente, em câmara de fluxo laminar foram lavados três vezes com água destilada e autoclavada. Em seguida, com o auxílio de um bisturi e uma pinça, constantemente flambados, os explantes foram seccionados com cerca de 10 a 15mm de comprimento e inoculados em frascos de 250mL em meio de cultura MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962) contendo 7g.L-1 de ágar, 3g.L-1 de carvão ativado (com exceção do ensaio 1), 200mg.L-1 de cefotaxima sódica (com exceção dos ensaios 1, 2 e 5) e pH ajustado em 5,7 ± 0,1 antes da autoclavagem (121± 1°C e 1,05 atm por 15 minutos).

As culturas foram mantidas em sala de crescimento com temperatura controlada de 25 ± 2oC, fotoperíodo de 16 horas de luz e intensidade luminosa de 30µmol.m-2.s-1, proveniente de luz fluorescente branca fria.

4.2.3. Influência de BAP e AIB na micropropagação de L. sidoides

O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial 6 x 4, sendo seis concentrações de 6-benzilaminopurina (BAP) (0; 0,1; 0,5; 1,0; 2,0 e 4,0mg.L-1) combinados com quatro de ácido 3-indolbutírico (IBA) (0; 0,01; 0,05;

0,1mg.L-1), com cinco repetições, sendo cada repetição constituída por quatro frascos contendo dois explantes cada.

4.2.4. Influência de ANA na micropropagação de L. sidoides

Para avaliar o efeito do ácido naftaleno acético (ANA) na morfogênese in vitro L. sidoides foi conduzido um experimento com delineamento experimental inteiramente casualizado com cinco tratamentos (0; 0,1; 0,25; 0,5 e 1,0mg.L-1 de ANA) e cinco repetições, sendo cada repetição constituída por quatro frascos contendo dois explantes cada. De acordo com os resultados obtidos neste experimento, foi realizado o experimento seguinte.

4.2.5. Influência da cinetina e ANA na micropropagação de L. sidoides

O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, em esquema fatorial 5 x 2, sendo cinco concentrações de cinetina (0; 0,25; 0,5; 1,0 e 2,0mg.L-1) combinadas com duas concentrações de ANA (0; 0,1mg.L-1), com quatro repetições, sendo cada repetição constituída por quatro frascos contendo dois explantes cada.

4.2.6. Influência de AIA na micropropagação de L. sidoides

O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com cinco tratamentos (0; 0,5; 1,0; 1,5; e 2,0mg.L-1 de AIA) e cinco repetições, sendo cada repetição constituída por quatro frascos contendo dois explantes cada. A solução de AIA foi preparada no mesmo dia e, em câmara de fluxo laminar contínuo, esterilizada a

frio por filtração (Millipore, 0,22µm) e adicionada ao meio quando este estava em processo de resfriamento (40 a 50ºC).

4.2.7. Influência do GA3 no alongamento de brotações de L. sidoides

Em virtude da ausência de alongamento das brotações nos ensaios anteriores, foram testadas cinco concentrações de GA3 (0,0; 0,1; 0,5; 1,0 e 1,5mg.L-1) em delineamento inteiramente casualizado com cinco repetições, sendo cada repetição constituída por quatro frascos contendo dois explantes cada. Em câmara de fluxo laminar contínuo o GA3 foi esterilizado a frio por filtração (Millipore, 0,22µm) e adicionado ao meio de cultura quando este estava em processo de resfriamento (40 a 50ºC).

4.2.8. Análise estatística

Aos 30 dias da inoculação foram avaliadas as seguintes variáveis: número e comprimento dos brotos (cm), número de folhas, massa fresca (MFF) e seca (MFS) de folhas para os cinco ensaios. A variável porcentagem de calo (%) só foi avaliada no ensaio 1 e a porcentagem de raiz (%) nos ensaios 2 e 4, esta avaliação foi realizada através da contagem de explantes com presença ou ausência da variável. Os dados em porcentagem foram transformados em arco seno da raiz quadrada de (X/100), o número de brotos e folhas em raiz quadrada de (x+0,5), a MFF em raiz quadrada de (x+0,1) e a MFS em raiz quadrada de (x+0,01). A massa fresca e seca de folha só foi transformada no ensaio 2. As médias foram submetidas à análise de variância pelo teste F e quando significativo foi aplicada regressão polinomial.

4.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ao longo do período de estabelecimento de Lippia sidoides observou-se diferença marcante em relação as diferentes épocas do ano. Sendo melhor a época seca, para tal estabelecimento, período no qual a umidade relativa do ar é menor. Na época chuvosa, ocorreu uma maior incidência de microorganismos, principalmente bactérias, além da oxidação, sendo necessário durante esse período, a utilização de antibióticos e antioxidantes no meio de cultivo. Em virtude disso fez-se o uso ou não de carvão ativado e cefotaxima sódica em alguns ensaios.

4.3.1. Influência de BAP e AIB na micropropagação de L. sidoides

Não houve interação significativa entre BAP e AIB na micropropagação de L.

sidoides. O BAP tem sido freqüentemente empregado na multiplicação in vitro para diversas espécies, entretanto, em alecrim-pimenta a sua ausência e menores concentrações favoreceram uma emissão maior de brotações (Tabela 6). Isto sugere que os níveis endógenos de citocininas nos explantes sejam suficientes na indução de brotações. Estes resultados são semelhantes aos encontrados para a multiplicação in vitro do enxerto “Carelli” de pessegueiro (TEIXEIRA et al., 2004) e para o porta-enxerto de Prunus podendo o número de brotos variar de acordo com o genótipo (CHANNUNTAPIPAT et al., 2003; SILVA et al., 2003). No entanto, a depender da espécie há uma variação na concentração de BAP para a indução de brotações como em Tagetes sp. (0,5mg.L-1 de BAP) (TURCHETTO et al., 2005), capéu-de-couro (Echinodorus cf. scaber Rataj.) (1,0mg.L-1 de BAP) (PEREIRA et al., 2000a), arnica

(Lychnophora pinaster Mart) (0,62mg.L-1 de BAP) (SOUZA et al., 2003) abacate

“Ouro Verde” (3mg.L-1 de BAP) (BISAI et al., 1994), caixeta (Didymopanax orototoni) (1,0mg.L-1 de BAP) (MANTOVANI et al., 1999), Vitis thunbergii Sieb. et Zucc.

(0,5mg.L-1 de BAP) (LU, 2005).

Com relação ao comprimento dos brotos por explante e número de folhas, os tratamentos não diferiram estatisticamente entre si, indicando que o BAP, nas concentrações testadas não apresentou efeito positivo nessas variáveis (Tabela 6).

Também para o porta-enxerto “Carelli” de pessegueiro (TEIXEIRA et al., 2004) e chapéu-de-couro (PEREIRA et al., 2000a) a maior altura dos brotos foi obtida na ausência de BAP.

TABELA 6. Valores médios de número e comprimento de brotos (cm), número de folhas de explantes de alecrim-pimenta (Lippia sidoides) in vitro em função de concentrações de BAP no meio de cultura MS. São Cristóvão-SE, UFS, 2005.

BAP (mg.L-1) Número de brotos1/ Comprimento dos

Em relação as variáveis MFF e MFS houve diferença significativa entre as concentrações de BAP testadas, sendo representada por uma curva de regressão quadrática (Tabela 7). Em média, a maior MFF foi obtida com a concentração 0,1mg.L-1 BAP, enquanto que para a MFS foi na faixa de 0 a 0,5mg.L-1 BAP.

TABELA 7. Valores médios de massa (g) de folha fresca (MFF), massa de folha seca (MFS) e porcentagem de calo (%) de explantes de alecrim-pimenta (Lippia sidoides) in vitro em função de concentrações de BAP no meio de cultura MS. São Cristóvão-SE, UFS, 2005.

1/ Dados transformados para arco seno da raiz de (x/100)

A presença de 2mg.L-1 de BAP induziu um maior porcentagem de explantes com calo na base (Tabela 7), que se traduz em efeito indesejável em se tratando de experimento que tem como objetivo a multiplicação de clones, uma vez que a presença

de calos representa uma possibilidade de variação somaclonal. Essa proliferação celular pode ter ocorrido em função de um desbalanço hormonal entre o conteúdo endógeno no explante e a concentração do regulador de crescimento no meio de cultura. Resultados semelhantes foram observados na micropropagação de erva de São João (Hypericum perforatum L.) ao utilizaram a mesma concentração de BAP (BASTOS et al., 2005).

FIGURA 5. Formação de calo na base do explante (A), folhas malformadas e vitrificadas de explantes de alecrim-pimenta (B).

Com relação à presença do AIB, não houve diferenças significativas para todas as variáveis avaliadas (Tabelas 8 e 9). Este fato indica que a concentração endógena de auxinas presente nos explantes é suficiente para a indução de respostas morfogenéticas.

Resultados divergentes foram obtidos na micropropagação de Lippia juneliana, no qual 1,0mg.L-1 de BAP combinado com 0,008mg.L-1 de AIB foram eficientes na indução de brotações (JULIANI JÚNIOR et al., 1999).

TABELA 8. Valores médios de número e comprimento de brotos (cm) e número de folhas de explantes de alecrim-pimenta (Lippia sidoides) in vitro em função de concentrações de AIB no meio de cultura MS. São Cristóvão-SE, UFS, 2005.

AIB (mg.L-1) Número de brotos1/ Comprimento de brotos (cm) Número de folhas1/

0,00 2,162 0,292 8,928

0,01 1,963 0,324 8,685

0,05 2,260 0,337 10,309

0,10 1,978 0,291 8,046

Equação (Y=) ns ns ns

CV (%) 33,46 41,64 43,89

1/ Dados transformados para raiz de (x + 0,5)

A B

TABELA 9. Valores médios de massa (g) de folha fresca (MFF) e massa de folha seca (MFS) e porcentagem de calo (%) de explantes de alecrim-pimenta (Lippia sidoides) in vitro em função de concentrações de AIB no meio de cultura MS. São Cristóvão-SE, UFS, 2005.

1/ Dados transformados para arco seno da raiz de (x/100).

4.3.2. Influência de ANA na micropropagação de L. sidoides

O número de brotos não sofreu influência pelas concentrações estudadas de ANA. Já o número de folhas apresentou um efeito linear negativo, à medida que tais concentrações aumentaram (Tabela 10). Em relação ao comprimento dos brotos, observou que o aumento na concentração de ANA promoveu uma diminuição do comprimento dos mesmos proporcionando uma curva de regressão cúbica (Tabela 10).

Isso mostra que concentrações mais elevadas dessa auxina podem inibir o tamanho e o número de folhas dos brotos. Não foram observadas diferenças significativas para MFF e MFS (Tabela 11).

TABELA 10. Valores médios de número de brotos, comprimento de brotos (cm) e número de folhas de explantes de alecrim-pimenta (Lippia sidoides) in vitro em função de concentrações de ANA no meio de cultura MS. São Cristóvão-SE, UFS, 2005.

ANA (mg.L-1) Número de brotos1/ Comprimento dos brotos (cm) Número de folhas1/

Para a variável porcentagem de explantes com raiz não houve diferenças significativas entre as concentrações de ANA testadas (Tabela 11). Resultados semelhantes foram encontrados para Deco, genótipo de aspargo (Asparagus officinalis L.), onde as concentrações de ANA não influenciaram o enraizamento, enquanto que para o outro genótipo M-7 a concentração de 0,9mg.L-1 de ANA proporcionou um aumento no número de raízes (AMARANTE et al., 2001). Assim como em Vitis thunbergii Sieb. et Zucc. 0,5mg.L-1 de ANA (LU, 2005) e em Phyllanthus caroliniensis 0,2mg.L-1 de ANA (CATAPAN et al., 2000).

TABELA 11. Valores médios de porcentagem de raiz (%), massa (g) de folhas fresca (MFF) e massa de folha seca (MFS) de explantes de alecrim-pimenta (Lippia sidoides) in vitro em função de concentrações de ANA no meio de cultura MS. São Cristóvão-SE, UFS, 2005.

1/ Dados transformados para arco seno da raiz de (x/100);

2/ Dados transformados para raiz de (x + 0,1);

3/ Dados transformados para raiz de (x + 0,01).

4.3.3. Influência da cinetina e ANA na a micropropagação de L. sidoides

Não houve interação significativa entre cinetina e ANA. Para as variáveis número de brotações e número de folhas não houve efeito significativo da cinetina (Tabela 12). Resultados diferentes foram obtidos no estabelecimento e multiplicação in vitro de Cissus sicyoides, onde os melhores índices para número e altura de brotos foram alcançados na presença de 0,99mg.L-1de cinetina e 0,58mg.L-1 de ANA (ABREU et al., 2003). Também foram observados efeitos positivos na multiplicação de Salix humboldtiana (PEREIRA et al., 2000b) e Ficus carica L. (FRÁGUAS et al., 2004).

TABELA 12. Valores médios de número de brotos, comprimento de brotos (cm), número de folhas de explantes de alecrim-pimenta (Lippia sidoides) in vitro em função de concentrações de cinetina no meio de cultura MS. São Cristóvão-SE, UFS, 2005.

Cinetina (mg.L-1) Número de brotos1/ Comprimento dos brotos (cm) Número de folhas1/

As variáveis comprimento de brotos (Tabela 12), MFF e MFS (Tabela 13) podem ser representadas por uma regressão cúbica. A concentração de 1,0mg.L-1 de cinetina promoveu um maior comprimento dos brotos (Figura 6). Porém, na concentração de 2mg.L-1 de cinetina houve inibição do crescimento, originando brotações com tamanhos menores do que aquelas formadas nos segmentos nodais da testemunha. A ausência de cinetina favoreceu o acúmulo de MFF e MFS (Tabela 13).

FIGURA 6. Comprimento dos brotos em explantes de alecrim-pimenta (A) e (B).

TABELA 13. Valores médios de massa (g) de folha fresca (MFF) e massa de folha seca (MFS) de explantes de alecrim-pimenta (Lippia sidoides) in vitro em função de concentrações de cinetina no meio de cultura MS. São Cristóvão-SE, UFS, 2005.

Cinetina (mg.L-1) MFF (g) MFS (g)

0,00 250,79 23,81

0,25 178,72 18,36

0,50 160,17 16,54

1,00 218,37 22,13

2,00 236,86 23,11

Equação (Y=) -181,021x3 + 568,58x2 -420,08x + 250,85 R2 = 1,000**

-15,55x3 + 48,10x2 - 34,38x + 23,90

R2 = 0,9959**

CV (%) 18,67 17,72

4.3.4. Influência do AIA na micropropagação de L. sidoides

As variáveis, número e comprimento dos brotos, número de folhas, MFS não apresentaram diferenças significativas com a utilização de AIA (Tabelas 14 e 15). Em relação a variável MFF houve diferença significativa entre os tratamentos sendo esta variável representada pela regressão linear.

TABELA 14. Valores médios de número de brotos, comprimento dos brotos (cm) e número de folhas de explantes de alecrim-pimenta (Lippia sidoides) in vitro em função de concentrações de AIA no meio de cultura MS. São Cristóvão-SE, UFS, 2005.

AIA (mg.L-1) Número de brotos1/ Comprimento dos

brotos (cm) Número de folhas1/

0,00 2,50 0,82 14,20

0,50 2,78 0,71 15,24

1,00 2,88 0,71 16,56

1,50 2,96 0,69 16,16

2,00 3,11 0,66 12,60

Equação (Y=) ns ns ns

CV (%) 14,87 17,44 11,58

1/ Dados transformados para raiz de (x + 0,5)

A B

A variável porcentagem de explantes com raiz apresentou uma regressão cúbica, sendo, em média, a concentração de 1,50mg.L-1 de AIA a que proporcionou os maiores percentuais de enraizamento (Tabela 15), a partir desta concentração detectou-se a inibição na formação de raízes. Este resultado reforça a afirmativa de Grattapaglia &

Machado (1998), de que quando a concentração de auxina no meio é excessiva, ocorre o comprometimento da rizogênese. Para marmeleiro (Cydonia oblonga Mill.) a maior porcentagem de enraizamento foi obtida com 1,75mg.L-1 de AIA (ERIG & SCHUCH, 2004). Já em mrytle (Myrtus communis L.) a concentração de 1mg.L-1 de AIA induziu 61% de enraizamento (SCARPA et al., 2001).

TABELA 15. Valores médios de porcentagem de raiz (%), massa (g) de folha fresca (MFF) e seca (MFS) de explantes de alecrim-pimenta (Lippia sidoides) in vitro em função de concentrações de AIA no meio de cultura MS. São Cristóvão-SE, UFS, 2005.

AIA (mg.L-1) Porcentagem de raiz1/ MFF (g) MFS (g)

1/Dados transformados para arco seno da raiz de (x/100)

4.3.5. Influência do GA3 no alongamento de brotações de L. sidoides

O GA3 não induziu o alongamento desejado nas brotações do alecrim-pimenta, não havendo diferenças significativas entre os tratamentos para todas as variáveis, exceto para a MFF que a adição do GA3 no meio de cultivo proporcionou um efeito linear negativo (Tabela 16). Apesar do efeito sobre a elongação das plantas, o GA3

adicionado ao meio de cultura não proporcionou aumento na altura das brotações de bacurizeiro (Platonia insignis Mart.) (SILVA et al., 2002) de abacate “ouro verde”

(BIASI et al., 1994) de macieira “Marubakaido” (MACHADO et al., 2004) e “Seleção 69” (SANTA-CATARINA et al., 2001) além das cultivares “Golden delicious” e

“Gala” (RIBAS & ZANETTE, 1992). Entretanto a utilização de 1,0 mg.L-1 de GA3 na micropropagação de jenipapo (Genipa americana), mostrou-se efetiva, promovendo o alongamento das brotações (COSTA et al., 2002). E para macela (Egletes viscosa (L.) Less.), a melhor concentração foi 0,5 mg.L-1 (DINIZ et al., 2003).

Neste estudo, observou-se uma alta percentagem das plantas vitrificadas (dados não apresentados) à medida que elevou a concentração de GA3. Resultados semelhantes foram obtidos em segmentos nodais de Tournifortia paniculata (BERTOLUCCI et al., 2000) e em macela (DINIZ et al., 2003), onde a presença do GA3 induziu a hiperhidratação e alteração na forma das folhas.

TABELA 16. Valores médios número e comprimento de brotos (cm), número de folhas, massa (g) de folha fresca (MFF) e seca (MFS) de explantes de alecrim-pimenta (Lippia sidoides) in vitro em função de concentrações de GA3. São Cristóvão-SE, UFS, 2005.

- A presença de 2mg.L-1 de BAP induz um maior percentual de explantes com calo na base;

- A concentração de 0,1 mg.L-1 BAP promove maior acúmulo de matéria fresca nas folhas;

- O AIB não apresenta efeito no crescimento in vitro de L. sidoides;

- A adição de ANA no meio de cultura não proporciona efeitos positivos no crescimento in vitro de L. sidoides;

- A concentração de 1,0mg.L-1 de cinetina promove um maior comprimento dos brotos;

- A concentração de 1,5mg.L-1 de AIA promove o desenvolvimento das raízes em explantes de L. sidoides;

- O GA3 não promove alongamento em brotações de alecrim-pimenta sob condições de cultivo in vitro.

4.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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5. CONSIDERAÇÕES GERAIS

A Lippia sidoides é uma planta nativa da Caatinga que foi domesticada pela Universidade Federal do Ceará e hoje é explorada comercialmente pela empresa PRONAT, instituição nacional incubada no Parque de Desenvolvimento Tecnológico do Ceará da Universidade Federal do Ceará. A PRONAT possui 10 ha de alecrim-pimenta e já exporta o seu óleo essencial para os EUA, onde o quilo custa US$ 60,00. Com o aumento do interesse econômico, por esta espécie, pelas indústrias farmacêuticas e de cosméticos, e uma vez que não possui sementes botânicas, nota-se uma grande necessidade de se conservar, o máximo, a sua variabilidade genética, visto que a L.

sidoides pode vir a sofrer uma forte pressão antrópica no seu habitat natural, a Caatinga.

E quanto mais permitirmos que as perdas se acumulem, maiores serão os prejuízos das futuras gerações, tanto os já conhecidos quanto daqueles que serão certamente descobertos mais tardes.

Diante disso, precisa-se conservar tais recursos fora do local de ocorrência, ou seja, ex situ. Nesse caso, o importante é que esta espécie seja conservada por métodos convencionais e biotecnológicos. A conservação de germoplasma in vitro constitui um método valioso para a conservação dos recursos genéticos vegetais, uma vez que facilita o intercâmbio de germoplasma, auxilia no melhoramento genético, reduz a erosão genética e promove a produção de matrizes livres de patógenos.

Porém antes de se realizar a conservação in vitro é necessário dominar as técnicas de micropropagação da espécie. O presente trabalho permitiu definir as condições para o estabelecimento e multiplicação in vitro de L. sidoides. O desenvolvimento dos melhores métodos de conservação in vitro de L. sidoides associados de outras estratégias para apoiar a área de recursos genéticos de plantas

Porém antes de se realizar a conservação in vitro é necessário dominar as técnicas de micropropagação da espécie. O presente trabalho permitiu definir as condições para o estabelecimento e multiplicação in vitro de L. sidoides. O desenvolvimento dos melhores métodos de conservação in vitro de L. sidoides associados de outras estratégias para apoiar a área de recursos genéticos de plantas

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