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Capítulo 2. Modelagem Mecânica

3.5. Determinação das soluções do Problema de Riemann

A Tabela 3.1 apresenta condições para as possíveis soluções do problema de Riemann, esses resultados, no entanto, não podem ser usados para resolver esse problema, uma vez que, inicialmente, não se conhece ω* ou ψ*. É necessário encontrar uma

forma de determinar a priori, qual situação irá ocorrer, a partir dos dados iniciais.

A partir da Tabela 3.1, observa-se que as relações entre os dados iniciais não são suficientes para determinar qual caso irá ocorrer. Por exemplo, se ωDE e ψD> ψE, é

possível que ocorram os casos de rarefação-1/rarefação-2 ou choque-1/rarefação-2. Dessa forma, é necessário obter condições adicionais para determinar qual dos casos da Tabela 3.1 ocorrerá.

1ª Hipótese:

Considerando inicialmente que ψE> ψD e ωED, verifica-se que podem

ocorrer os casos 1 ou 3. Ou seja, pode ocorrer choque-1/choque-2 ou rarefação-1/choque-2. Em ambos os casos, a segunda onda será sempre um choque. A análise para diferenciar os casos deve partir, portanto, da análise da primeira onda. Para a ocorrência de choque-1, tem-se pela equação (3.63) e tabela 3.1, que

ω*E

√(

ψψ*−ψE

A equação (3.75) pode ser manipulada, de tal forma que ωD−ωE<−

√(

ψ*−ψE ψ*ψE

)

(p*−pE)=−

√(

1 ψE−ψ1*

)

(p*−pE). (3.76)

Como para choque-1/choque-2 tem-se ψE< ψ*> ψD então

ωD−ωE<−

√(

1

ψE−ψ1*

)

(p*−pE)<−

√(

1

ψE−ψ1D

)

(pDpE). (3.77)

A equação (3.77) pode ser reescrita como

ωD−ωE<−

√(

ψψD−ψE

DψE

)

(pDpE). (3.78)

A equação (3.78) é uma condição para que ocorra choque-1/choque-2. Assim, se ocorrerem ψE> ψD e ωED e a equação (3.78) for satisfeita, então ocorre choque- 1/choque-2 . Caso ocorra ψE> ψD e ωED e na equação (3.78) a desigualdade for invertida, então não ocorrerá choque-1. Nesse caso ocorrerá rarefação-1/choque-2. Dessa forma, a equação (3.78) pode ser usada para diferenciar os dois casos em análise.

Deve-se analisar agora os casos em que ψED e ωED. Esses casos não

podem ocorrer simultaneamente, pois então não haveria descontinuidade inicial, e não se teria um problema de Riemann.

Inicialmente observa-se que, se ψED o lado direito da equação (3.78) se anula e, se ωED então a equação (3.78) sempre será satisfeita. Nesse caso, tem-se choque- 1/choque-2. Se ωED então o lado esquerdo de (3.78) se anula e essa equação não é

satisfeita. Nesse caso, tem-se rarefação-1/choque-2.

Assim, conclui-se, que se ψE⩾ψD e ωED e a equação (3.78) é satisfeita, então tem-se choque-1/choque-2. Se ψE> ψD e ωE⩾ωD e a equação (3.78) não é satisfeita, então tem-se rarefação-1/choque-2.

Ainda para essa hipótese, ou seja, ψE> ψD e ωED, verifica-se que pode

ocorrer apenas Choque-2. Pois, se ocorre apenas Choque-2, tem-se ωE=ω* e ψE=ψ* e,

pela Tabela 3.1, verifica-se que ψE> ψD e ωED. Além disso, se for substituído

ωE* e ψE* na equação (3.70), equação que determina o estado intermediário para Choque-2, tem-se

ωE−ωD=

√(

ψψE−ψD

EψD

)

(pEpD)

2ª Hipótese:

Considerando que ψE> ψD e ωED, verifica-se que podem ocorrer os casos 3

ou 4. Ou seja, pode ocorrer rarefação-1/choque-2 ou rarefação-1/rarefação-2. Em ambos os casos, a primeira onda será sempre uma rarefação. A análise para diferenciar os casos deve partir, portanto, da análise da segunda onda. Para a ocorrência de rarefação-2, tem-se pela equação (3.45) e tabela 3.1, que

ω*D

ψ* ψD

p 'd ψψ >ωE. (3.79)

A equação (3.79) pode ser manipulada, de tal forma que

ωE−ωD<−

ψ* ψD

p 'd ψψ . (3.80)

Como para rarefação-1/rarefação-2 tem-se ψE> ψ*< ψD então

ωE−ωD<

ψE

ψD

p 'd ψψ . (3.81)

A equação (3.81) é uma condição para que ocorra rarefação-1/rarefação-2. Assim, se ocorrerem ψE> ψD, ωED e a equação (3.81) for satisfeita, então ocorre rarefação-

1/rarefação-2 . Caso ocorra ψE> ψD, ωED e na equação (3.81) a desigualdade for invertida, então não ocorrerá rarefação-2. Nesse caso ocorrerá rarefação-1/choque-2. Dessa forma, a equação (3.81) pode ser usada para diferenciar os dois casos em análise.

Deve-se analisar agora os casos em que ψED e ωED. Esses casos não

podem ocorrer simultaneamente, pois então não haveria descontinuidade inicial, e não se teria um problema de Riemann.

Inicialmente observa-se que, se ψED o lado direito da equação (3.81) se anula e, se ωED então a equação (3.81) sempre será satisfeita. Nesse caso, tem-se rarefação- 1/rarefação-2. Se ωED então o lado esquerdo de (3.81) se anula e essa equação não é

satisfeita para ψE> ψD. Nesse caso, tem-se rarefação-1/choque-2.

Assim, conclui-se, que se ψE⩾ψD e ωED e a equação (3.81) é satisfeita, então tem-se rarefação-1/rarefação-2. Se ψE> ψD e ωE⩽ωD e a equação (3.81) não é satisfeita, então tem-se rarefação-1/choque-2.

Ainda para essa hipótese, ou seja, ψE> ψD e ωED, verifica-se que pode

ocorrer apenas Rarefação-1. Pois, se ocorre apenas Rarefação-1, tem-se ωD=ω* e

ψD* e, pela Tabela 3.1, verifica-se que ψ

E⩾ψD e ωE⩽ωD. Além disso, se for

substituído ωD=ω* e ψD=ψ* na equação (3.35), equação que determina o estado

intermediário para Rarefação-1, tem-se

ωD−ωE=−

ψE

ψD

que é uma condição para ocorrência do caso somente com Rarefação-1.

3ª Hipótese:

Considerando que ψE< ψD e ωED, verifica-se pela tabela 3.1, que podem

ocorrer os casos 1 ou 2. Ou seja, pode ocorrer choque-1/choque-2 ou choque-1/rarefação-2. Em ambos os casos, a primeira onda será sempre um choque. A análise para diferenciar os casos deve partir, portanto, da análise das equações da segunda onda. Para a ocorrência de choque-2, tem-se pela equação (3.70) e tabela 3.1, que

ω*D+

√(

ψψ*−ψD

D

)

(p*−pD)<ωE. (3.82)

A equação (3.82) pode ser manipulada, de tal forma que

ωE−ωD>

√(

ψ*−ψD

ψ*ψD

)

(p*−pD)=

√(

1

ψD−ψ1*

)

(p*−pD). (3.83)

Como para choque-1/choque-2 tem-se ψE< ψ*> ψD então pode-se concluir que

ωE−ωD>

√(

ψψE−ψD

A equação (3.84) é uma condição para que ocorra choque-1/choque-2. Assim, se ocorrerem ψE< ψD, ωED, e a equação (3.84) for satisfeita, então ocorre choque-

1/choque-2. Caso ocorra ψE< ψD, ωED, e na equação (3.84) a desigualdade for

invertida, então não ocorrerá choque-2. Nesse caso ocorrerá choque-1/rarefação-2. Dessa forma, a equação (3.84) pode ser usada para diferenciar os dois casos em análise.

Deve-se analisar agora os casos em que ψED e ωED. Esses casos não

podem ocorrer simultaneamente, pois então não haveria descontinuidade inicial, e não se teria um problema de Riemann.

Inicialmente observa-se que, se ψED o lado direito da equação (3.84) se anula e, se ωED então a equação (3.84) sempre será satisfeita. Nesse caso, tem-se choque- 1/choque-2. Se ωED então o lado esquerdo de (3.84) se anula e essa equação não é

satisfeita. Nesse caso, tem-se choque-1/rarefação-2.

Assim, conclui-se, que se ψE⩽ψD e ωED e a equação (3.84) é satisfeita, então tem-se choque-1/choque-2. Se ψE< ψD e ωE⩾ωD e a equação (3.84) não é satisfeita, então tem-se choque-1/rarefação-2.

Ainda para essa hipótese, ou seja, ψE< ψD e ωED, verifica-se que pode

ocorrer apenas Choque-1. Pois, se ocorre apenas Choque-1, tem-se ωD=ω* e ψD=ψ*

e, pela Tabela 3.1, verifica-se que ψE< ψD e ωED. Além disso, se for substituído

ωD* e ψD* na equação (3.63), equação que determina o estado intermediário para Choque-1, tem-se

ωD−ωE=−

√(

ψψD−ψE

DψE

)

(pDpE)

que é uma condição para ocorrência do caso somente com Choque-1.

4ª Hipótese:

Considerando que ψE< ψD e ωED, verifica-se pela Tabela 3.1, que podem

ocorrer os casos 2 ou 4. Ou seja, pode ocorrer choque-1/rarefação-2 ou rarefação- 1/rarefação-2. Em ambos os casos, a segunda onda será sempre uma rarefação. A análise para diferenciar os casos deve partir, portanto, da análise das equações da primeira onda. Para a ocorrência de rarefação-1, tem-se pela equação (3.37) e Tabela 3.1, que

ω*E

ψE

ψ*

p 'd ψψ < ωD. (3.85)

A equação (3.85) pode ser manipulada, de tal forma que

ωE−ωD<−

ψ* ψE

p ' d ψψ . (3.86)

Como para rarefação-1/rarefação-2 tem-se ψE> ψ*< ψD então

ωE−ωD<−

ψE

ψD

A equação (3.87) é uma condição para que ocorra rarefação-1/rarefação-2. Assim, se ocorrerem ψE< ψD, ωED e a equação (3.87) for satisfeita, então ocorre rarefação-

1/rarefação-2. Caso ocorra ψE< ψD, ωED e a equação (3.87) não for satisfeita, então não ocorrerá 1-rarefação. Nesse caso ocorrerá choque-1/rarefação-2. Dessa forma, a equação (3.87) pode ser usada para diferenciar os dois casos em análise.

Deve-se analisar agora os casos em que ψED e ωED. Esses casos não

podem ocorrer simultaneamente, pois então não haveria descontinuidade inicial, e não se teria um problema de Riemann.

Inicialmente observa-se que, se ψED o lado direito da equação (3.87) se anula e, se ωED então a equação (3.87) sempre será satisfeita. Nesse caso, tem-se rarefação- 1/rarefação-2. Se ωED então o lado esquerdo de (3.87) se anula e essa equação não é

satisfeita para ψE< ψD. Nesse caso, tem-se choque-1/rarefação-2.

Assim, conclui-se, que se ψE⩽ψD e ωED e a equação (3.87) é satisfeita,

então tem-se rarefação-1/rarefação-2. Se ψE< ψD e ωE⩽ωD e a equação (3.87) não é satisfeita, então tem-se choque-1/rarefação-2.

Ainda para essa hipótese, ou seja, ψE< ψD e ωED, verifica-se que pode

ocorrer apenas Rarefação-2. Pois, se ocorre apenas Rarefação-2, tem-se ωE=ω* e

ψE* e, pela Tabela 3.1, verifica-se que ψ

E⩽ψD e ωE⩽ωD. Além disso, se for

substituído ωE=ω* e ψE* na equação (3.45), equação que determina o estado

ωD−ωE=

ψE

ψD

p 'd ψψ

que é uma condição para ocorrência do caso somente com Rarefação-2. As quatro hipóteses acima podem ser resumidas na Tabela 3.2, a seguir

Tabela 3.2 – Determinação das Soluções para o problema de Riemann.

ψE⩾ψD e ωED ωD−ωE<−

√(

ψD−ψE ψDψE

)

(pDpE) choque-1/choque-2 ψE⩽ψD e ωED ωE−ωD>

√(

ψψE−ψD EψD

)

(pEpD) ψE> ψD e ωE⩾ωD ωD−ωE>−

√(

ψψD−ψE DψE

)

(pDpE) rarefação-1/choque-2 ψE> ψD e ωE⩽ωD ωE−ωD>

ψE ψD

p 'd ψψ ψE< ψD e ω E⩽ωD ωE−ωD>−

ψE ψD

p ' d ψψ choque-1/rarefação-2 ψED e ωE⩾ωD ωE−ωD<

√(

ψψE−ψD EψD

)

(pEpD) ψE⩽ψD e ωED ωE−ωD<−

ψE ψD

p ' d ψψ rarefação-1/rarefação-2 ψE⩾ψD e ωED ωE−ωD<

ψE ψD

p 'd ψψ ψE< ψD e ωED ωD−ωE=−

√(

ψψD−ψE DψE

)

(pDpE) Choque-1 ψE⩾ψD e ωE⩽ωD ωD−ωE=−

ψE ψD

p 'd ψψ Rarefação-1 ψE> ψD e ωED ωE−ωD=

√(

ψψE−ψD EψD

)

(pEpD) Choque-2 ψE⩽ψD e ωE⩽ωD ωD−ωE=

ψE ψD

p 'd ψψ Rarefação-2

Uma vez que o estado intermediário ( ψ*, ω*) é conhecido, a solução (ψ, ω) é

dada em função da variável de similaridade ξ=x / τ , como:

a) Rarefação-1/Rarefação-2: (ψ, ω)=

{

E, ωE) se −∞<ξ⩽λ1 E (f1,g1) se λ1 E⩽ξ⩽λ1 **, ω*) se λ1*⩽ξ⩽λ2* (f2,g2) se λ2*⩽ξ⩽λ2 DD, ωD) se λ2 D⩽ξ⩽+ ∞

}

(3.88) b) Choque-1/Choque-2: ( ψ, ω)=

{

( ψE, ωE) se −∞<ξ<s1*, ω*) se s1<ξ<s2D, ωD) se s2<ξ<+∞

}

(3.89) c) Rarefação-1/Choque-2: ( ψ, ω)=

{

E, ωE) se −∞<ξ⩽λ1 E (f1,g1) se λ1 E⩽ξ⩽λ1 **, ω*) se λ1*⩽ξ<s2 (ψD, ωD) se s2<ξ<+∞

}

(3.90) d) Choque-1/Rarefação-2: (ψ, ω)=

{

E, ωE) se −∞<ξ<s1*, ω*) se s1< ξ⩽λ2* (f2,g2) se λ2*⩽ξ⩽λ2 DD, ωD) se λ2 D⩽ξ⩽+ ∞

}

(3.91)

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