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4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.3 DIAGNÓSTICO DO DESEMPENHO DA EMPRESA

4.3.2 Diagnóstico em nível dos projetos

Apresenta-se a seguir a análise do desempenho dos projetos nas perspectivas financeiro e econômico, produção e qualidade. Alguns indicadores e a perspectiva recursos humanos não serão abordados neste tópico, por motivos de formato e disponibilidade de dados em nível de projeto. Além do mais, para alguns indicadores abordados, realizou-se o detalhamento mensal, por motivos de formato e disponibilidade de dados, os quais foram utilizados como auxílio nesta análise.

4.3.2.1 Financeiro e econômico

Na Tabela 7, demonstra-se os resultados dos indicadores dos projetos na perspepectiva financeiro e econômico.

Tabela 7 - Resultados dos indicadores na perspectiva financeiro e econômico (nível projeto) Residencial A Residencial B Residencial C

Data da Entrega 01/2015 10/2015 05/2017

Alinhamento

Estratégico Perspectiva Indicadores

Aumentar pela a metade a atratividade do meu produto Financeiro e Econômico Endividamento - - - Liquidez corrente - - - Margem líquida - - -

Lucratividade por área

construída - - -

Rentabilidade do ativo - - -

Velocidade de vendas 10,70% 8,23% 7,64%

Fonte: dados da pesquisa.

Em uma análise pontual da velocidade de vendas da empresa, observa-se nos três últimos empreendimentos entregues, por motivos de delimitação de análise, uma tendência negativa do indicador. O último e penúltimo empreendimento entregue, obteve-se respectivamente uma baixa atratividade de compra de 7,64%, e 8,23%. A maior velocidade de vendas ocorreu no empreendimento residencial A, com uma velocidade de aproxidamente 11 vendas para cada 100 unidades disponíveis a oferta de compra, indicando uma boa atratividade do empreendimento no mercado imobiliário, em comparação com os outros empreendimento.

De acordo com Costa et al. (2005), o indicador de velocidade de vendas pode ser considerado como uma medida indireta da atratividade do produto oferecido, e existem diversos fatores que podem exercer influência sobre o resultado deste, como a adequação do padrão do empreendimento ao terreno, a demanda de mercado, o preço e as condições de pagamento, entre outros. Entretanto, pode-se novamente justificar a baixa velocidade de vendas dos dois últimos empreedimentos, em razão de aspectos externos, uma vez que é possível constatar a queda dos indicadores exatamente no período de retração da economia brasileira, e consequentemente o desaceleramento do setor da construção civil e do mercado imobiliário também.

Observa-se que a velocidade de vendas em nível de projeto apresenta a mesma característica de queda (-29%) do indicador em nível de empresa, não suportando o objetivo da mesma em aumentar pela a metade a atratividade de seu produto.

4.3.2.2 Produção

De acordo com a Tabela 8, evidencia-se os resultados dos indicadores dos projetos na perspepectiva produção.

Tabela 8 - Resultados dos indicadores na perspectiva produção (nível projeto)

Residencial A Residencial B Residencial C

Data da Entrega 01/2015 10/2015 05/2017

Alinhamento

Estratégico Perspectiva Indicadores

Aperfeiçoar a eficiência de planejamento em 10%; aprimorar em 20% a produtividade. Produção Índice de produtividade - - -

Desvio de custo de obra 21,38% 22,30% 54,31%

Desvio de prazo de obra 0,03% -0,63% -0,21%

Eficiência do

planejamento produtivo 100,03% 99,37% 99,79%

Fonte: dados da pesquisa.

O empreendimento residencial A, apresentou um desvio de custo de 21,38%, o empreendimento entregue mais antigo e englobado pela a análise. Na sequência, o empreendimento residencial B, apontou um leve aumento na ineficiência do planejamento orçamentário, com um desvio entre o custo orçado e o realizado de 22,30%. Entretanto, esses desvios de custo podem ser justificados pela variação do CUB (considerou-se o custo orçado original) que sofreu aproximadamente a mesma oscilação nos períodos de inicio e término das obras analisadas. Contudo, apresenta-se uma situação atípica e desfavorável no residencial C, com uma diferença de custo de 54,31%, podendo ser justificado por quantitativos orçados abaixo do previsto, pois o mesmo não sofreu nenhuma mudança de escopo significativa.

Entretanto, note-se que a empresa desmonstra um crescimento na deficiência de seu planejamento orçamentário, resultando em uma média de desvio de custo de obras de 32,66%. De acordo com Silva (2009), a existência de projetos executivos integrais e especificações completas para realização de orçamentos e principalmente para acompanhamento da obra, resulta em melhores controles de custo, pois a iminência de erros diminui quando todas as informações estão em mãos.

Se do ponto de vista da eficiência do planejamento orçamentário, a empresa apresenta uma tendência deficiente, o mesmo não pode ser afirmado em sua eficiência do planejamento produtivo. Os desvios de prazo de obra apresentados pela a empresa em seus três últimos edificios entregues, são desprezíveis e invariantes. Em seu último e penúltimo empreendimento entregue, obteve-se respectivamente um desvio de prazo de -0,21% e -0,63%, ou seja, uma eficiência no planejamento produtivo de 99,79% e 99,37%. O residencial A foi o que apresentou o menor desvio entre o prazo previsto e o realizado, com 0,03% e consequentemente uma eficiência do planejamento produtivo de 100,03%.

Contudo, a empresa apresenta uma situação positiva em relação ao seu planejamento produtivo, com uma média de desvio de prazo de obras de -0,27%, e como

resultado, uma média de eficiência do planejamento produtivo de 99,73%. Isto é reflexo do um constante processo de monitoramento e controle que a empresa efetua durante a execução da obra, como também, o bom conhecimento que a mesma possui de suas equipes, de seus processos construtivos, entre outros. De acordo com Palhota (2017), a compatibilização de projetos, experiência de um profissional, gerenciamento de recursos e processos, ferramentas de controle e planejamento, entre outros, são técnicas e processos de gestão que podem tornar a construção de edificações mais eficiente.

Conclui-se que, diante do objetivo de aperfeiçoar a eficiência do planejamento da empresa em 10%, o mesmo é atendido plenamente no que se refere a eficiência do planejamento produtivo, pois de acordo com os resultados, os desvios de prazos dos empreendimentos estudados são praticamente desprezíveis e invariantes. Entretanto, em se tratando da eficiência do planejamento orçamentário, observa-se um tedência desfavorável diante o objetivo.

4.3.2.3 Qualidade

Na Tabela 9, observa-se os resultados dos indicadores dos projetos na perspepectiva qualidade.

Tabela 9 - Resultados dos indicadores na perspectiva qualidade (nível projeto)

Residencial A Residencial B Residencial C

Data da Entrega 01/2015 10/2015 05/2017

Alinhamento

Estratégico Perspectiva Indicadores

Duplicar a satisfação dos meus clientes; aumentar em 30% a qualidade final do meu produto entregue. Qualidade Índice de satisfação do cliente 197,14% 75,00% 72,41% Índice de qualidade do produto 2,89% 1,21% 0,88% Indice de inconformidade na entrega do imóvel 3,40% 1,21% 1,08%

Fonte: dados da pesquisa

A empresa apresenta uma média de satisfação do cliente de 114,85%, valor obtido pela média de seus três últimos empreendimentos entregues. Indicador este que representa a quantidade de reclamações por unidades vendidas e indica de forma indireta a satisfação do cliente. Em seu último e penúltimo empreendimento entregue, obteve-se respectivamente uma satisfação de 72,41%, e 75,00%. Contudo, a situação mais desfavorável apresenta-se no empreendimento entregue mais antigo e englobado pela a análise, o residencial A, com uma satisfação de 197,14%, ou seja, aproximadamente duas reclamações para cada unidade vendida,

justificado pelos resultados de seus índices de qualidade e inconformidade. Portanto, nota-se que a empresa vem melhorando significativamente a satisfação dos seus clientes, com uma queda de 124,73 pontos percentuais. De acordo com Deutsch e Couri (2017), as inconformidades apresentadas na entrega do imóvel estão muito relacionadas com a satisfação do cliente, pois o consumidor, ao adquirir um imóvel, muitas vezes pautado no material publicitário, está adquirindo uma imagem construída no seu subconsciente, e muitas vezes se sente lesado quando o empreendimento é entregue inconforme.

Esta tendência positiva da satisfação do consumidor é explanada pelo mesmo comportamento dos indicadores de qualidade de produto e inconformidade na entrega do empreendimento. Com uma situação também desfavorável, o residencial A apresenta uma qualidade de 2,89%, e inconformidade de 3,4%, ou seja, aproximadamente três atendimentos para cada 100 m2 construídos, e 3,5 inconformidades para cada 100 verificações efetuadas.

Entretanto, nota-se uma queda no último e penúltimo empreendimento entregue, com respectivamente uma qualidade de 0,88% e 1,21%, e inconformidade na entrega de 1,08% e 1,21%. Contudo, a empresa apresenta uma média de qualidade de 1,66% e inconformidade na entrega do imóvel de 1,90%. De acordo com Costa et al. (2005), a taxa de inconformidades na entrega do imóvel pode indicar o nível de rigor nas verificações ao longo dos processos de produção.

Verifica-se pelos resultados obtidos nos indicadores de qualidade, que os mesmos atendem plenamento o objetivo estratégico organizacional de duplicar a satisfação dos clientes e aumentar em 30% a qualidade final do produto entregue. Resumidamente, os indicadores apontaram uma melhora de em média 67%.