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4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.3 DIAGNÓSTICO DO DESEMPENHO DA EMPRESA

4.3.1 Diagnóstico em nível de empresa

Apresenta-se a seguir a análise do desempenho da empresa nas perspectivas financeiro e econômico, produção e recursos humanos. Alguns indicadores e a perspectiva qualidade não serão abordados neste tópico, por motivos de formato e disponibilidade de dados em nível de empresa. Além do mais, para alguns indicadores abordados, realizou-se o detalhamento mensal, por motivos de formato e disponibilidade de dados, os quais foram utilizados como auxílio nesta análise.

4.3.1.1 Financeiro e econômico

Na Tabela 4, demonstra-se os resultados dos indicadores da empresa na perspepectiva financeiro e econômico.

Tabela 4 - Resultados dos indicadores na perspectiva financeiro e econômico (nível empresa) Alinhamento

Estratégico Perspectiva Indicadores 2015 2016 2017

Aumentar pela metade a atratividade do meu produto. Financeiro e Econômico Endividamento 12,74% 10,12% 29,40% Liquidez corrente 7,88 10,76 4,44 Margem líquida 58,14% 21,23% 39,68%

Lucratividade por área construída 1346,41 437,97 868,30

Rentabilidade do ativo 41,95% 10,50% 17,22%

Velocidade de vendas 8,20% 8,37% 7,37%

Fonte: dados da pesquisa.

A ABC Construções Ltda. diminui seu endividamento de 12,74%, em 2015, para 10,12%, em 2016, e passou a depender menos de terceiros durante esse período. No entanto, em 2017, a empresa tomou 29,40 de capitais de terceiros a cada 100% de capital próprio, atingindo o maior valor no período analisado. Contudo, a empresa ainda apresenta uma situação favorável, com baixa dependência de recursos externos. De acordo com Matarazzo (2010), o

indicador de endividamento indica quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada $100,00 de capital próprio investido.

A situação da empresa referente a capacidade de pagar suas dívidas a curto prazo também, é favorável. A liquidez corrente que era de 7,88, em 2015, subiu para 10,76, em 2016. Entretanto, houve um queda significante em 2017, apresentando 4,44 de bens e direitos a curto prazo a cada 1,00 de dívidas, mas não desqualificando uma situação favorável, pois a empresa possui investimentos no ativo circulante suficientes para cobrir as dívidas a curto prazo e ainda permite uma folga de 3,44. Os resultados elevados da liquidez de curto prazo se justifica principalmente pelo recebimento de reforços de seus clientes ao final do ano, bem como aplicações financeiras de curto prazo, valores a receber de clientes e estoques. De acordo com Silva (2012), o indicador de liquidez corrente é o mais famoso dos indicadores, sendo muito utilizado como medidor da saúde financeira das empresas, pois indica quanto a empresa possui de disponibilidades e direitos realizáveis a curto prazo para cada $1,00 de dívida a curto prazo.

Se do ponto de vista financeiro, pode-se admitir que a empresa se encontra em uma situação favorável, do ponto de vista econômico a situação também é promissora. Para cada $100,00 vendidos, a empresa obteve $58,14 de lucro, em 2015, enquanto em 2016, a margem de lucro líquido caíu para 21,23%, ou seja, a empresa passou a ganhar muito menos. Porém, o lucro da empresa sobre o seu faturamento em 2017 retornou a uma margem de 39,68%, apresentando um bom ganho sobre as vendas líquidas, em função dos baixos custos/despesas. Conforme Marion (2013), a margem de lucro líquido significa quantos centavos de cada real de venda restaram após a dedução de todas as despesas, ou seja, apura quantos centavos se ganha por real vendido.

Consenquentemente, pode-se assumir que o lucro líquido obtido sobre a quantidade de metro quadrado produzido pela a empresa sofreu em proporções o mesmo comportamento da margem líquida, pois nos três anos analisados, a empresa produziu em média 4.364,42 m2

com um desvio padrão de somente 600 m2, se tornando inderteminante para este indicador. O

lucro por área construída pela a empresa era de $1346,42, em 2015, caíu para $437,97, em 2016, regressando para uma boa lucratividade por metro quadrado de $868,30, em 2017.

Percebe-se o reflexo da variação da margem líquida no comportamento da rentabilidade do ativo, ou seja, uma queda de mais da metade entre os períodos de 2015 e 2016, de 41,95%, para 10,50% respectivamente, sendo que em 2017 a cada 100% investidos obteve 17,22% de lucro. Isto significa que o poder de capitalização da empresa desceu ao nível mais baixo em 2016, mas retornando a uma boa margem de lucro sobre os investimentos em 2017.

De acordo com Matarazzo (2010), a rentabilidade do ativo indica quanto a empresa obtém de lucro para cada $100,00 de investimento total.

A velocidade de vendas da empresa em média nos anos dos exercícios estudados, é de 5,79%, atingindo seu maior desempenho nos anos dos exercícios de 2015 e 2016, com respectivamente 6,43% e 6,21%, ou seja, nestes dois períodos, a empresa possuia uma atratividade de aproxidamente 6 vendas para cada 100 unidades disponíveis a oferta de compra para seus clientes, o que pode-se considerar uma velocidade baixa. Além do mais, no ano de 2017, ocorreu uma piora na eficiência de vendas da empresa no mercado imobiliário, atingindo 4,71%, devido ao lançamento de um novo empreendimento no mercado, que não gerou vendas significativas, caracterizando uma situação desfavorável. Este indicador em nível de empresa, compreende as unidades à venda e vendidas de todos os empreendimentos da mesma, não somente os delimitados pela a pesquisa.

De acordo com Costa et al. (2005), o indicador de velocidade de vendas avalia a eficácia com que a empresa realiza seus negócios no mercado imobiliário e do setor de vendas da empresa. Entretanto, pode-se justificar a baixa velocidade de vendas da empresa em razão de aspectos externos, uma vez que os períodos analisados abragem a época de retração da economia brasileira, e consequentemente o desaceleramento do setor da construção civil e do mercado imobiliário também.

Verifica-se por meio dos resultados dos indicadores financeiro e econômico obtidos, que os mesmos atendem majoritariamente o objetivo estratégico da empresa de aumentar em 50% a atratividade do produto. Os indicadores exibem situações e comportamentos positivos, atendendo ou em direção ao objetivo, com exceção ao desempenho desfavorável (-27%) da velocidade de vendas.

4.3.1.2 Produção

Na Tabela 5, evidencia-se os resultados dos indicadores da empresa na perspepectiva produção.

Tabela 5 - Resultados dos indicadores na perspectiva produção (nível empresa) Alinhamento

Estratégico Perspectiva Indicadores 2015 2016 2017

Aperfeiçoar a eficiência de planejamento em 10%; aprimorar em 20% a produtividade. Produção Índice de produtividade 25,99 36,27 29,37

Desvio de custo de obra 32,66%

Desvio de prazo de obra -0,27%

Eficiência do planejamento

produtivo 99,73%

Fonte: dados da pesquisa.

A empresa apresenta nos meses dos exercícios estudados, um quadro de funcionários registrados estável, com uma média de 61 empregados e um desvio padrão de 4. Consequentemente, pode-se considerar que o total de horas úteis trabalhadas por todos os funcionários é constante no período analisado. Além do mais, a empresa apresenta uma baixa taxa de frequência de acidentes e um índice de absenteísmo invariante nos anos estudados, com isto, a métrica de horas úteis trabalhadas por todos os funcionários utilizada no indicador de produtividade, ainda permanece constante.

Sendo assim, a pequena variação de quantidade de metros quadrados produzida pela a empresa se torna determinante para o índice produtividade, diferentemente do indicador de lucratividade por área construída. A empresa demonstrou sua melhor capacidade produtiva em 2015, com uma produtividade de 25,99, atingindo sua pior eficiência operante em 2016, com a utilização de 36,66 horas homens úteis para a construção de um metro quadrado. O motivo desta queda é que, em 2016, a empresa contava com somente duas obras em construções, enquanto em 2015, sua atividade operante era de três obras em execução. Além do mais, em 2016, a empresa prestava um serviço a terceiros, mobilizando uma equipe considerável de seu quadro de funcionários para a realização do mesmo. Entretanto, em 2017, houve uma melhora significativa, evoluindo para uma produtividade de 29,37, evolução esta caracterizada pelo o começo da construção de um novo empreendimento da empresa. De acordo com Schermerhorn (2006), a produtividade expressa a quantidade e a qualidade (eficácia e eficiência) do trabalho realizado em relação aos recursos utilizados.

Observa-se que os resultados obtidos nos períodos analisados, atendem relativamente o objetivo estratégico da empresa de aprimorar em 20% a produtividade. Com uma queda na produtividade de aproximadamente 40% entre 2015 e 2016, a produção se recupera em 2017 (+19%) e se comporta favoravelmente diante o objetivo.

4.3.1.3 Recursos Humanos

Na Tabela 6, verifica-se os resultados dos indicadores da empresa na perspectiva recursos humanos.

Tabela 6 - Resultados dos indicadores na perspectiva recursos humanos (nível empresa)

Alinhamento Estratégico Perspectiva Indicadores 2015 2016 2017

Reduzir a rotatividade pela metade; diminuir em 10% o desperdício de horas úteis de trabalho.

Recursos Humanos

Taxa de freqüência de acidentes 0,53% 1,26% 1,47%

Índice de absenteísmo 1,68% 1,68% 1,63%

Indice de rotatividade 32,64% 15,83% 19,78% Fonte: dados da pesquisa.

A estabilidade do quadro de funcionários registrados também explica o comportamento dos indicadores de taxa de frequência de acidentes e absenteísmo, permitindo uma análise pontual das causas dos mesmos.

Durante o período analisado, a empresa apresentou um leve crescimento no numéro de horas úteis de pessoal afastado por ocorrências de acidentes. De acordo com Costa et al. (2005), o indicador taxa de frequência de acidentes pode determinar as condições de segurança em obra. Entretanto, a empresa apresentou uma periodicidade de incidentes no ano do exercício de 2015, de 0,53% evoluindo para 1,26% em 2016. Mesmo com sua maior taxa de acidentes de 1,47%, em 2017, pode-se admitir que a empresa possui ainda uma situação favorável, pois a cada 100 horas úteis trabalhadas, a empresa possui aproximadamente 1,5 horas úteis improdutivas por motivos de acidentes, representando boas condições de segurança no canteiro de obras. Porém, há a necessidade de cuidado sobre esta tendência do indicador, pois se o crescimento continuar nesta proporção, a empresa poderá apresentar no futuro, condições de segurança na obra insatisfatórias.

O quadro de funcionários da empresa apresenta uma quantidade de horas úteis de trabalho desperdiçadas devido ao número de atrasos, faltas ou saídas, justificados ou não, praticamente constante. No ano do exercício de 2015, a empresa apresentou um índice de absentísmo de 1,68%, o mesmo apresentado em 2016. Um queda insignificativa ocorreu em 2017, apontando 1,63 horas úteis improdutivas para cada 100 horas úteis trabalhadas, o que representa que a empresa possui uma taxa de absenteísmo baixa. De acordo com Schermerhorn (2006), existe uma forte relação entre a satisfação no emprego e o absenteísmo, pois trabalhadores mais satisfeitos com seus empregos faltam menos do que os insatisfeitos.

A empresa apresentou em 2015, seu maior giro de entradas e saídas de funcionários (demissões voluntárias e involuntárias), em relação ao número médio de funcionários daquele

ano, com uma rotatividade de 32,64%. De acordo com Lacombe e Heilborn (2016), uma rotatividade elevada pode ser indício de políticas de pessoal deficientes ou de descontentamento por alguma razão, podendo ser um problema geral da empresa ou de determinada chefia. Entretanto, a empresa apresentou uma queda da metade de sua rotatividade em 2015, para 15,83%, regredindo em 2017, para 19,78%, ou seja, o quadro de funcionários da empresa renovou-se aproximadamente 20% neste período, qualificando uma situação desfavorável a empresa, pois a mesma não se caracteriza em um setor que apresenta oscilações de demandas dependendo da sazonalidade, e a cada saída de funcionário, normalmente, segue de uma admissão de outro funcionário, e este giro cria um custo alto para empresa.

Conclui-se que, a empresa progride em seu objetivo de reduzir pela a metade sua rotatividade, uma vez que os resultados indicam uma queda significativa na mesma, porém desmonstra-se ainda um situação desfavorável. Quanto ao objetivo de reduzir o desperdício de horas úteis de trabalho, a empresa exibe uma baixa taxa de horas úteis impodutivas por motivos de absenteísmo ou acidentes.