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Diferenças entre a aquisição da L1 e aprendizagem da L2.

Est a di feren ça ou similitu de entre am bas as apren dizagens o ri gi nou inúm eras pol émi cas, po r m ais su rp reen d ent e qu e p oss a p arecer. Vej amo s a distin ção qu e s e segu e:

Uma cri an ça ad qui re co m êx ito tot al , em con di çõ es no rmais u ma L2, j á um adu lto t em um a ap rendiz agem red uzid a. No ent ant o, ex iste u ma gran de vari ed ad e n a velo cid ad e d e apren dizagem e nos res ult ados fin ais.

Nos p rim ei ros anos de v id a a cri an ça restrin ge o s eu m und o ao aqu i e

agor a, p ossu i p arâm etros s ufi ci ent es para s atis fazer as su as necessid ades d e

com uni cação . No caso d o ad ulto, est e neces sit a sati sfazer dis cu rsos m ais com plex os m esmo q ue os s eus recu rs os na L2 n ão s ej am adequados p ara ess e momento.

Ao co ntrário do ad ul to, a criança não s e preo cup a com o s erros com etid os. O adult o, p or s ua v ez, tem o utros fact ores lh e d ifi cu ltam a aprendiz agem n a L2 , a s ab er: a moti v ação, a ini bição, a aptid ão, a perso n alid ade, a so ciedad e, a con sciênci a d e p ert en cer a um a t urm a.

O menino não n ecessita de i nstr ução f orma l p ara alcan çar o nív el d e nati vo n a s ua l ín gu a m atern a e o fact o de s e lh e co rri gi rem os erros nem semp re t êm rel ev ância. O adul to, pelo co ntrário, requ er in stru ção formal p ara ent en der cert os pass os q ue n ão é cap az d e capt ar po r um si mp les inp ut.

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A facul d ad e d e ap render a fal ar est á p redet ermin ad a para as cri anças e é ess e o s eu obj ecti vo. Enq uanto qu e os adult os pod em cent rar o s s eu s obj ecti vos n a ap rend izagem d a L2 p ara di verso s fins .

A ap rendizag em de u ma L 2

A grand e m ai ori a do s estud os real izad os, nesta t em ática, con front a-s e com três q uestõ es b asil ares:

• Como s e apren de um a L2?

• Por qu e é q ue ex iste tant a vari ed ad e qu an to à rapid ez e res ult ados com que os apren dizes ap rend em uma L2?

• Por qu e é q ue a m aio ria do s ap rendiz es não cons eguem ap rend er b em uma L2?

Bl e y-Vro man (1 989 ) substit uiu est as três questõ es p or um a aind a m ais pertin ent e:

• Por qu e é qu e co m bas e em ci rcuns tâncias s em elh ant es s e pod em pro duzir t ant as di feren ças no res ult ado fi nal ent re aqu el es q u e ap rend em um a L2?

As d iferenças ob serv ad as nest e p ro cesso pod em s er an alis ad as segun do três n ív eis disti ntos segund o Hulst ijn (2 0 02: 1 95 ):

• Compo rt amento: como s e realiz a a comp reens ão, o s est udo s gram ati cai s, et c.

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• Co gniti vo: co mo s e repres en ta o con hecim ento no cérebro, com o s e pro cess a qu an do l emos, ou vimo s e falamo s. Pod emo s an alis ar, tamb ém, asp ectos so ci ais e m otiv aci on ais .

• Cereb ral: estu da-s e a apren dizagem li n guísti ca de u m pont o de vist a neu ro fis ioló gica.

Na ap rendiz agem d e uma L2 o in diví duo est á ex po sto a di vers os facto res, sen do al guns d el es al hei os a s i.

Tem os o cham ad o in put o u fa cto res ext er nos q ue po dem os definir co mo a rel ação q ue o i ndi ví duo est ab el ece com o meio qu e o rod ei a, o co nt ex to e a situ ação n a q ual s e realiz a a ap rendi zagem. Est es as pectos d et ermin am indub itavelment e o ritmo de apren dizag em e o grau de pro x imidad e q ue o ap rendiz t em d a L2 .

Os f actor es int ern os são det ermin an tes u ma vez qu e dep end em d a lí n gu a mat erna, d o con h eci ment o d o mu ndo e d o conh ecim ent o li n guísti co.

Os f act or es i ndi vid u ais i dade, p erso nal id ad e, int eli gên ci a, et c.

É ex tremamente d ifí cil sab er até q ue po nto est es facto res es tão interli gados entre si, em qu e ci rcuns tânci as se in flu en ci am e s e m ant êm , ent re si, relaçõ es d e mu tu a int erdepend ên ci a.

Ex istem estu dos qu e defend em q ue a ap rendiz agem d e u ma L2 é um pro cess o inato e q ue um indiví duo ap rend e um a L2 com a m es ma n atu ral id ad e que apren d e a L1 .

Est amos em co ndi çõ es d e afirm ar q ue a aprendiz agem de um a L2 p or part e de um ad ulto é d eci s ivam ent e d istint a d a aqu isi ção d a L1 p or uma cri ança. No ent ant o, e co ntradi to riament e, as t eo ri as sob re a aq uisi ção d a L1 s ervi ram de bas e p ara a ex pli cação e comp reens ão d os p ro cess os de ap rendizagem d a L2. Os fact ores qu e ex pl icam a aq uisi ção e u so d a L2 – co mpo rt ament o, co gniti vo e cereb ral – num aprendiz adult o são fact ores su fi ci ent es para ex plicar as diferenças em rel ação à aqui sição po r parte de um a criança.

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• Os ex tern os: o con tex to e a si tu ação de apren dizagem a que o indiví duo est á su jei t o.

• O con hecim ent o: q ue o adult o t ransp ort a e q ue int erfere n a aqu isi ção d a L2 .

• Os facto res indi vid u ais: d est acand o-s e p ela su a imp ort ân ci a a idade, a apti dão e o s fact ores afecti vos .

O est udo d a ap rend i zagem de um a L2 d ev e ser abo rd ado d e uma pers pecti va ampl a e não s ect ári a.

5. O Quadro Europeu Comum de Referência para

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