2.6 A QUALIDADE NO ENSINO SUPERIOR E A LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL
2.6.8 Dimensões, categorias de análise, indicadores e aspectos avaliados
Para solicitar o reconhecimento de um curso junto ao MEC, a IES utiliza o
sistema informatizado do MEC, efetua o pagamento de uma taxa e após receber
uma senha expedida pelo INEP, alimenta no formulário eletrônico do sistema as
informações disponíveis na IES para cada um das dimensões a serem avaliadas.
Os dados devem ser informados de modo correto e suficiente para facilitar o
trabalho da comissão de avaliadores. Além do texto digitado para cada item,
também podem ser anexados arquivos de documentos que auxiliam os avaliadores.
Para informar os dados a IES deve ter o cadastro da mantenedora, cadastro
da IES, cadastro do curso/habilitação, dados do censo da IES, dados do censo do
curso/habilitação e, se for o caso, os dados sobre resultados de avaliações
atualizados na base de dados do INEP.
Tendo preenchido os dados no formulário eletrônico, no prazo determinado
pelo INEP, os avaliadores terão acesso aos dados para estudá-los, analisá-los e
preparar-se para os trabalhos que serão realizados durante a avaliação in loco, onde
de acordo com uma agenda, serão realizadas reuniões, diálogos e entrevistas, bem
como solicitação de documentos comprobatórios das informações e/ou
esclarecimentos adicionais de informações, disponibilizadas pela IES.
Durante as avaliações de curso pelas comissões de verificação do MEC, são
avaliadores e segundo as características de cada curso. As informações coletadas
estão organizadas de maneira hierárquica e envolvem: dimensões, categorias de
análise, indicadores e aspectos a serem avaliados (INEP, 2002). Vale observar que
os manuais que orientam a avaliação de cursos, em decorrência da Lei 10.861 de
14/04/2004, vem sendo revisados, com base nas dimensões previstas no SINAES.
Os manuais de avaliação disponíveis para os cursos, explicam que as
dimensões agregam dados e informações, que tratam sobre organização didático-
pedagógica; corpo docente e instalações. As categorias de análise desdobram as
dimensões e também são estruturadas em níveis, de acordo com as características
de cada curso. A dimensão ‘organização didático-pedagógica’ envolve a
administração acadêmica, projeto do curso e atividades acadêmicas articuladas no
ensino de graduação. A dimensão ‘corpo docente’, envolve: formação acadêmica e
profissional, condições de trabalho e atuação e desempenho acadêmico e
profissional. A dimensão ‘instalações’ trata sobre: instalações gerais, biblioteca e
instalações e laboratórios específicos.
As categorias de análise contém indicadores e na dimensão ‘organização
didático-pedagógica’ se referem à avaliação da administração acadêmica do curso
(coordenação, organização, técnica e administrativa e atendimento aos alunos).
Quanto ao projeto do curso são considerados a concepção, o currículo e o sistema
de avaliação. Quanto às atividades acadêmicas articuladas ao ensino de graduação
são observados: a participação dos discentes nas atividades acadêmicas, no estágio
supervisionado, atividades complementares e atividades de natureza prática.
Na dimensão ‘corpo docente’ as categorias buscam avaliar o docente
considerando a qualificação e formação, as condições de trabalho e de capacitação
docente no ensino e, se for o caso, nas atividades de extensão e pesquisa.
As três categorias de análise na dimensão ‘instalações’ são avaliados:
instalações gerais para o funcionamento do curso, a biblioteca, instalações
especificas e laboratórios específicos para o curso a ser avaliado.
Quanto aos indicadores, as categorias de análise se desdobram em
indicadores e cada um deles está relacionado a um conjunto de aspectos, a serem
avaliados de modo estruturado.
O quadro 20, mostra esquematicamente e de modo hierárquico, as categorias
de análise e os indicadores avaliados pelas comissões verificadoras por ocasião da
visita In loco, com relação à dimensão ‘Organização didático-pedagógica’.
DIMENSÕES CATEGORIAS DE ANÁLISE INDICADORES
Coordenação do curso Administração acadêmica Organização acadêmico-
administrativa
Atenção aos discentes Concepção do curso Organização didático-
pedagógica
Projeto do curso Currículo do curso Sistema de avaliação
Participação dos discentes nas atividades acadêmicas Atividades acadêmicas articuladas no ensino de graduação Estágio supervisionado Atividades complementares Atividades de natureza prática
Quadro 20 – Dimensão Organização Didático-Pedagógica: Categorias de análise e Indicadores avaliados
FONTE: Adaptado de INEP(2002).
O quadro 21, apresentado a seguir, mostra esquematicamente e de modo
hierárquico, como estão estruturadas as categorias de análise e os indicadores
avaliados pelas comissões verificadoras por ocasião da visita In loco, com relação à
DIMENSÕES CATEGORIAS DE ANÁLISE INDICADORES Titulação Formação acadêmica e profissional Experiência profissional Adequação da formação Regime de trabalho Plano de carreira
Condições de trabalho Estímulos ou incentivos profissionais
Corpo Docente Relação alunos/docentes
Relação disciplinas/docente Publicações
Atuação e desempenho acadêmico e profissional
Produções intelectuais, técnicas, pedagógicas artísticas e culturais Atividades relacionadas ao ensino de graduação
Atuação nas atividades acadêmicas
Quadro 21 – Dimensão Corpo Docente: Categorias de análise e Indicadores avaliados
FONTE: Adaptado de INEP (2002).
O quadro 22, apresentado a seguir, mostra esquematicamente e de modo
hierárquico, como estão estruturadas as categorias de análise e os indicadores
avaliados pelas comissões verificadoras por ocasião da visita In loco, com relação à
dimensão ‘Instalações’.
DIMENSÕES CATEGORIAS DE ANÁLISE INDICADORES
Espaço físico Instalações gerais Equipamentos
Serviços Espaço físico
Biblioteca Acervo
Serviços
Laboratório de informática
Instalações Laboratório de turismo
Laboratório de recepção
Laboratório de hospedagem e governança Laboratório de alimentos
Instalações e laboratórios específicos
Laboratório de alimentos e bebidas Laboratório de enologia
Cozinhas pedagógicas Laboratório de microbiologia Laboratório de lazer
Laboratório de eventos
Quadro 22 – Dimensão Instalações: Categorias de análise e Indicadores avaliados
FONTE: Adaptado de INEP(2002).
avaliação de cada curso de acordo com suas características.
Os aspectos recebem um conceito dos avaliadores. Dependendo de suas
características, a avaliação compreende dois conceitos : Muito fraco ou Muito bom.
Em outros, são considerados três conceitos: Muito fraco, Regular ou Muito Bom. E,
em outros, pode ser atribuído um de cinco conceitos: Muito Fraco, Fraco, Regular,
Bom, ou Muito bom.
Para as categorias de análise, indicadores e aspectos são atribuídos pesos
variando de zero a cem e totalizando cem, conforme tabelas específicas constantes
dos manuais de avaliação. Os conceitos de todos os aspectos, indicadores e
categorias de análise são ponderados por seus respectivos pesos.
O conceito de cada indicador é gerado a partir dos conceitos e pesos
atribuídos ao conjunto de aspectos que o constituem e, da mesma forma é feito com
a atribuição de conceitos à categorias de análise e das dimensões. Para cada
categoria é emitido, pelos avaliadores, um parecer como resultado global da
avaliação da categoria.
O conceito de cada nível é obtido por combinação dos conceitos e pesos
atribuídos aos níveis inferiores, conforme os critérios estabelecidos no manual de
avaliação e de acordo com os resultados da avaliação realizada in loco pela
comissão de avaliadores ad hoc, designada pelo MEC. Os avaliadores devem
buscar um resultado que reflita a realidade do curso e da IES, mantendo equilíbrio e
consistência entre o que a IES informou no sistema informatizado do MEC e o que
foi observado na verificação in loco.
No relatório de resultado da avaliação, elaborado pela comissão verificadora,
cada dimensão aparece com os conceitos: CMB – Condições Muito Boas, CB –
Para preparar-se para uma avaliação feita por uma comissão verificadora, a
IES deve ter um mecanismo eficiente de preparação de modo a garantir o bom
termo da avaliação. Uma metodologia que ajude a instituição a se preparar e em
condições para solicitar e ter sucesso no reconhecimento e/ou renovação de
reconhecimento é de grande valia.
2.7 AVALIAÇÃO DE IES
As IES brasileiras particulares são avaliadas pelo MEC, em diferentes
momentos. Na criação, a IES passa pelo procedimento inicial de credenciamento,
em seguida, passa pela autorização de cursos, reconhecimento de cursos,
renovação do reconhecimento de cursos, e também pela renovação do
credenciamento. Esses assuntos são abordados na seqüência.
2.7.1 Avaliação de IES para credenciamento e recredenciamento
Para funcionarem as IES particulares devem passar pelo processo de
credenciamento que dura um tempo determinado (quatro ou cinco anos) após o qual
devem ser recredenciadas, passando por um processo denominado renovação de
credenciamento. Estes processos são realizados pela Secretaria de Educação
Superior do Ministério da Educação - SESU/MEC, juntamente com o INEP/MEC.
O atendimento aos requisitos legais, por parte das IES, passa também
necessidade de ajustes nos objetivos e nas estratégias da instituição. Segundo o
Decreto 2.026 (BRASIL, 1996), o Decreto 3.860 (BRASIL, 2001), a recente Lei
07/07/2005 (BRASIL, 2005a), fica claro que a avaliação institucional é fundamental
para o reconhecimento de cursos e para o recredenciamento da IES.
A avaliação Institucional permite identificar o que deve ser melhorado e
possibilita estabelecer os pontos fracos a serem corrigidos na gestão, na infra-
estrutura, na graduação, na pós-graduação, na pesquisa, na produção científica, nos
laboratórios de informática e específicos, na biblioteca, nos projetos pedagógicos, na
qualificação dos docentes, no atendimento aos discentes, na capacidade de acesso
à redes de comunicação e à sistemas de informação e, também, nos programas e
ações de integração social, conforme o Decreto 3.860 (BRASIL, 2001). E, também,
considerando a responsabilidade social da IES, juntamente com a avaliação do
ensino, a avaliação da aprendizagem e da capacidade institucional, conforme
previsto na Lei 10.861, de 14 de abril de 2004 (BRASIL, 2004).
Dentre as vantagens da avaliação que envolve a administração geral e
acadêmica da IES; a integração social; a produção científica, cultural e tecnológica;
avaliação de cursos de graduação, indicadores de desempenho global e individual;
condições de oferta; resultados do Exame Nacional de Cursos – ENC - , que a partir
da Lei 10.861 (BRASIL, 2004), foi substituído pelo Exame Nacional de Desempenho
dos Estudantes – ENADE -; pós-graduação; qualificação docente e outros, previstos
no Decreto 2.026 (BRASIL, 1996); é o fato de que quando a IES obtém informações
sobre seus pontos fortes e fracos, isto ajuda a tomada de decisão, o planejamento e
a implementação de melhorias com mais qualidade, eficiência e eficácia.
A avaliação sistemática dos processos da IES possibilita identificar os pontos
que exigem melhorias nos processos organizacionais e as ações decorrentes podem
ajudar a IES a ter uma competitividade maior perante a concorrência.
alerta (ou de controle), que auxilie na identificação dos pontos fortes e fracos e que
aponte objetivos a serem atingidos para melhorar o atendimento aos indicadores e
critérios legais e as metas institucionais.
2.7.2 Avaliação de condições de oferta de cursos de graduação e pós- graduação
A autorização para o funcionamento de Cursos Superiores começa com a
formalização pela mantenedora junto ao MEC, por meio do Sistema de
Acompanhamento de Processos das IES - SAPIEnS/MEC, conforme previsto na
Portaria do MEC No 4.361 de 29 de dezembro de 2004 (BRASIL, 2004a). A
avaliação das condições de oferta de cursos superiores, prevista no Decreto 3.860
de 9 de julho de 2001 (BRASIL, 2001), é feita por comissões de verificação,
designadas pelo INEP/MEC, compostas por especialistas na área a qual pertence o
curso a ser avaliado. Normalmente os especialistas seguem um roteiro de avaliação
elaborado de acordo com as características do curso ofertado pela IES e com base
nas diretrizes curriculares estabelecidas para o curso em questão: As dimensões
avaliadas são três: a organização didático-pedagógica, o corpo docente e as
instalações, e incluem informações, tais como:
- dados da IES;
- informações sobre o curso/habilitação a ser reconhecido;
- projeto pedagógico;
- perfil do corpo docente;
- infra-estrutura tecnológica;
- biblioteca;
No relatório elaborado pelos especialistas, para cada dimensão é atribuído
um conceito e, ao final, é atribuído o conceito final do curso. São efetuadas as
recomendações que se fizerem necessárias quando forem identificados pontos a
melhorar ou corrigir.
A Portaria do MEC No. 4.361, de 29 de dezembro de 2004 (BRASIL, 2004a),
estabelece os processos de credenciamento, recredenciamento de IES, credencia-
mento de cursos de pós-graduação lato sensu, credenciamento e recredenciamento
de IES para oferta de cursos superiores à distância, de autorização, reconhecimento
e renovação de reconhecimento de cursos superiores, transferência de mantença,
aumento e remanejamento de vagas de cursos reconhecidos, desativação de
cursos, descredenciamento de IES, Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI),
aditamento de PDI e outros processos afins, devem ser formalizados junto ao MEC,
por meio do SAPIEnS/MEC.
2.7.3 Reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos de