• Nenhum resultado encontrado

DIREITO PENAL ISMAEL SOUTO

77 No que tange à pena aplicável ao autor do delito, é cor-reto afirmar que nova lei que entra em vigor com a pre-visão de aplicação penal mais favorável é

(A) Novatio legis não incriminadora.

(B) Abolitio criminis.

(C) Novatio legis in pejus.

(D) Novatio legis in mellius (E) Lei intermediária.

Letra d.

(A) Errado. Novatio legis não incriminadora é a nova lei que não descreve um tipo penal.

(B) Errado. Abolitio criminis ocorre quando uma nova lei não mais considera um fato como criminoso. Será uma causa de extinção da punibilidade.

(C) Errado. Novatio legis in pejus é a nova lei, mantém a existência de um crime já tipificado por lei anterior e estabelece para este sanções mais gravosas ou restringe em termos de benefícios.

(D) Certo. Novatio legis in mellius ocorre quando a nova lei mantém uma conduta criminosa já prevista pela an-terior. Entretanto, será mais vantajosa ao réu, seja no quantum da pena ou benefícios. A nova lei é mais bené-fica para o réu do que a lei anterior.

(E) Errado. A lei intermediária é a que entra em vigor após ocorrência da conduta, mas é revogada antes do momento da sentença, sendo três leis tratando do tema.

Ela pode retroagir para regular o fato ocorrido antes de sua vigência, se for mais benéfica ao réu.

78 Considerando o Código Penal e o entendimento doutri-nário, é correto afirmar sobre o erro de tipo que

(A) pode ocorrer em casos como estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento de dever legal ou exercício regular de direito.

(B) incide quando o agente quis o resultado criminoso ou assumiu o risco de produzi-lo.

(C) poderá excluir o dolo e permitir a punição por crime culposo, se previsto em lei.

(D) ocorre quando alguém, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

(E) será evitável se o agente atua ou se omite sem a cons-ciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.

Letra c.

(A) Errado. São as causas de exclusão de ilicitude o que não se confunde com o Erro de Tipo.

Exclusão de ilicitude

Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato I – em estado de necessidade;

II – em legítima defesa;

III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

(B) Errado. Esse é o dolo, fundamentado no art. 18, I, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo.

(C) Certo. O erro de tipo essencial ocorre quando o agente desconhece a natureza criminosa de sua conduta por não ter consciência das circunstâncias que corres-pondem aos elementos do tipo penal.

CPArt. 20. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.

(D) Errado. Descrição da legítima defesa, fundamen-tada no CP.

Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usan-do moderadamente usan-dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

(E) Errado. A alternativa trata da evitabilidade do erro de proibição, fundamentado no parágrafo único do art. 21 do Código Penal.

Art. 21. O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminui-la de um sexto a um terço.

Parágrafo único. Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitu-de do fato, quando lhe era possível, nas circunstân-cias, ter ou atingir essa consciência.

79 De acordo com o Código Penal:

(A) não há crime se o agente pratica a ação no exercício regular de direito.

(B) a legítima defesa ocorre quando o agente pratica a ação para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar.

(C) o estado de necessidade poderá ser invocado até mesmo para o agente que tinha o dever legal de en-frentar o perigo.

(D) é aceito a compensação de culpa quando ambos os agentes agiram com imprudência, negligência ou im-perícia na prática do ilícito.

(E) considera-se praticado o crime no momento do re-sultado, ainda que outro seja o momento da ação ou omissão.

Letra a.

(A) Certo. A alternativa trata da exclusão de ilicitude do Código Penal, fundamentado no art. 23.

Exclusão de ilicitude

Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato:

I – em estado de necessidade;

II – em legítima defesa;

III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

(B) Errado. É o conceito do estado de necessidade.

Art. 24. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.

(C) Errado. Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.

(D) Errado. O Código Penal não admite compensa-ção de culpa.

(E) Errado. O Código Penal brasileiro adotou a teoria da atividade, fundamentado no art. 4º.

Art. 4º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.

80 A tentativa será cabível em:

(A) contravenções penais.

(B) crimes habituais.

(C) crimes culposos.

(D) crimes unissubsistentes.

(E) crimes praticados com dolo.

Letra e.

Não caberá tentativa para os crimes: Contravenções pe-nais, Habituais, Unissubsistentes, Preterdolosos, Omissi-vos próprios, Culposos, Atentado.

81 Clécio foi preso em flagrante por tentativa de homicídio contra Pedro depois de uma briga em uma casa noturna na Barra da Tijuca. Nessa situação hipotética, Clécio será punido por tentativa de homicídio com a pena corres-pondente à do crime consumado, diminuída em (A) até a metade.

(B) de um sexto a metade.

(C) somente um terço.

(D) de um sexto a um terço.

(E) de um a dois terços a depender dos instrumen-tos usados.

Letra e.

As demais alternativas não estão dispostas no Có-digo Penal.

Tentativa

II – tentado, quando, iniciada a execução, não se con-suma por circunstâncias alheias à vontade do agente.

Pena de tentativa

Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, pu-ne-se a tentativa com a pena correspondente ao cri-me consumado, diminuída de um a dois terços.

82 Daniel foi até o trabalho de Rafael, seu desafeto, com a intenção de matá-lo. Logo que Rafael saiu do trabalho acompanhado de Ricardo, Daniel efetuou um disparo com sua arma de fogo e atingiu o braço de Rafael, que caiu no chão. Não contente, correu até sua vítima para efetuar um novo disparo, mas percebeu a aproximação de policiais e saiu correndo. Nessa situação, é correto afirmar que Daniel deverá responder pelo crime de:

(A) tentativa de homicídio.

(B) tentativa de homicídio, com diminuição de um terço da pena pela desistência voluntária.

(C) lesão corporal, devido à desistência voluntária.

(D) tentativa de homicídio, com diminuição de um terço da pena pelo arrependimento eficaz.

(E) lesão corporal, devido ao arrependimento eficaz.

Letra a.

Daniel responderá por tentativa de homicídio, lem-brando que:

Tentativa → o crime não se consuma por circunstâncias alheias à vontade.

Desistência voluntária → o agente poderia prosseguir com o crime, mas não quis, desistiu.

Arrependimento eficaz → arrependeu-se do que eu estava fazendo e tentou impedir que o resultado se consumasse.

Arrependimento posterior → o crime já se consumou sem violência ou grave ameaça, mas o agente restitui a coisa, até o recebimento da denúncia ou queixa.

83 É correto afirmar que o crime consumado, segundo o Código Penal, ocorre quando

(A) reúne todos os elementos subjetivos.

(B) identificar os elementos objetivos após o crime.

(C) não reúne os elementos de sua definição legal.

(D) reúne todos os elementos de sua definição legal.

(E) reunidos os personagens do autor, da testemunha e da vítima.

Letra d.

(A) Errado. O erro da alternativa está na afirmação de que apenas elementos subjetivos. O crime estará con-sumado quando reunir todos os seus elementos: objeti-vos, normativos (se houver) e subjetivos.

(B) Errado. Os elementos objetivos integram o conceito do crime, mas fazem parte do contexto criminoso, não sendo após o crime.

(C) Errado. A alternativa diz o oposto do art. 14 do Có-digo Penal.

(D) Certo. É exatamente a fundamentação do art. 14, I, do Código Penal.

Art. 14. Diz-se o crime:

Crime consumado

I – consumado, quando nele se reúnem todos os ele-mentos de sua definição legal;

(E) Errado. O crime sempre terá o autor e a vítima. O conceito de crime consumado não exige as personagens que a alternativa apresentou.

84 Conforme disposto no Código Penal, sobre o concurso de pessoas, é correto afirmar

(A) que é inadmissível nos crimes monossubjetivos.

(B) coautores e partícipes responderam por um único crime, de acordo com a teoria monista adotada, res-pondendo em igualdade de condições.

(C) não se admite a incidência na coautoria nos crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão.

(D) em crimes próprios não será admitido, mas possível nos delitos culposos.

(E) a prévia combinação entre os agentes e adesão sub-jetiva à vontade do outro é indispensável para a con-figuração do instituto.

Letra c.

Esse é um tema muito relevante, fundamentado nos arts. 29 a 31 do Código Penal.

Os requisitos que devem ser analisados para caracterizar esse dispositivo são: pluralidade de agentes e condutas, liame subjetivo, nexo causal e unidade de infração.

O CONCURSO DE PESSOAS

Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.

§ 1º Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.

§ 2º Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste;

essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.

Circunstâncias incomunicáveis

Art. 30. Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elemen-tares do crime.

Casos de impunibilidade

Art. 31. O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

(A) Errado. Os crimes monossubjetivos são crimes que são praticados por um único agente. O concurso de pessoas é relevante justamente para os monossubjeti-vos que eventualmente, são praticados em concurso de pessoas, surgindo a necessidade de identificar cada um dos agentes como autor/coautor ou partícipe, a partir da identificação de suas condutas individualizadas.

(B) Errado. No concurso de pessoas, a teoria adotada como regra é a teoria monista ou unitária. Porém, en-contramos resquícios da teoria dualista (art. 29, § 1º), bem como da teoria pluralista no Código Penal. Entre-tanto, é incorreto afirmar que todos os envolvidos res-ponderão em absoluta igualdade de condições, pois o art. 29 fundamenta que cada um incidirá nas penas, na medida de sua culpabilidade.

(C) Certo. Os crimes omissivos impróprios são pratica-dos por agentes que têm uma obrigação diferenciada de proteção em relação à vítima determinada, são os garantidores. Admite a coautoria, o liame subjetivo e é possível que os garantidores dolosamente deixem de so-correr a vítima.

(D) Errado. O concurso de pessoas é admissível em cri-mes próprios, em que o agente tem uma qualidade especial. Quanto aos crimes culposos, o entendimento majoritário é no sentido de admitir a coautoria nos cri-mes culposos.

(E) Errado. Para a existência do concurso de agentes, não se exige a combinação entre os agentes, o acordo de vontades, apenas o liame subjetivo é suficiente.

85 Cleber, funcionário público, arrombou a janela de sua repartição e subtraiu um scanner, é correto afirmar que Cleber cometeu o crime de

(A) peculato, com aumento de pena por ser servidor.

(B) corrupção ativa, com aumento de pena por ser servidor.

(C) furto qualificado pelo rompimento de obstáculo.

(D) peculato furto, qualificado pelo rompimento de obstáculo.

(E) roubo qualificado pelo rompimento de obstáculo.

Letra c.

Analisando o caso em tela, o scanner não estava sob responsabilidade de Cleber, funcionário público. Ele também não se aproveitou da condição de funcionário público. Só com essa análise já está descaracterizado a incidência de delito funcional.

Furto qualificado Art. 155. (...)

§ 4º A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:

I – com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;

86 Ricardo empregou violência contra Juca, que andava pela rua, para subtrair o celular que estava em uso. A conduta de Ricardo se amolda ao crime de

(A) esbulho possessório.

(B) apropriação indébita.

(C) estelionato.

(D) dano.

(E) roubo.

Letra e.

(A) Errado. O esbulho possessório tem o fim de invasão de um terreno ou edifício, não se aproxima da situa-ção narrada.

Art. 161. (...)

§ 1º (...)

II – invade, com violência a pessoa ou grave amea-ça, ou mediante concurso de mais de duas pesso-as, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.

(B) Errado. O crime de apropriação indébita, apodera-mento de coisa alheia móvel, sem o consentiapodera-mento do proprietário.

Art. 168. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção.

(C) Errado. O estelionato não ocorre com violência ou grave ameaça, tem como requisito: obtenção de van-tagem ilícita; causar prejuízo a outra pessoa; uso de meio de ardil, ou artimanha; enganar alguém ou a le-vá-lo a erro.

Art. 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo al-guém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento.

(D) Errado. O crime de dano tem como requisitos para sua configuração o estrago; prejuízo; prejuízo sofrido ou causado por alguém.

Art. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia.

(E) Certo. Subtrair coisa móvel pertencente a outrem usando como meio dessa obtenção a violência ou de grave ameaça.

Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pes-soa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzi-do à impossibilidade de resistência.

87 Os crimes julgados pelo Tribunal do Júri são aqueles que se caracterizam como dolosos contra a vida, em que o autor possui a deliberada intenção de cometê-lo, ou que assumiu o risco de produzir a morte (dolo eventual), se-jam eles tentados ou consumados. São crimes contra à vida, exceto

(A) homicídio.

(B) infanticídio.

(C) latrocínio.

(D) aborto.

(E) induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio.

Letra c.

São crimes contra à vida: homicídio, infanticídio, aborto e induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio.

O latrocínio é o roubo que tem a morte como resultado, sendo um crime contra o patrimônio. O autor não res-ponde perante o Tribunal do Júri.

Art. 157. (...)

§ 3º Se da violência resulta:

II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.

88 Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia, é um cri-me previsto no Código Penal Brasileiro e pode ser clas-sificado como

(A) bicomum, material, comissivo, unissubjeti-vo, culposo.

(B) comum, formal, comissivo, unissubjetivo, doloso, subsidiário.

(C) especial, formal, comissivo, plurissubjetivo, admite a forma culposa.

(D) especial, material, comissivo ou omissivo, unissubje-tivo, culposo, principal.

(E) comum, material, comissivo, plurissubjetivo, admite a forma culposa se for subsidiária.

Letra b.

Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia

Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmi-tir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio – inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática –, fotografia, vídeo ou outro registro au-diovisual que contenha cena de estupro ou de estu-pro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia:

Um fator importante nesse tipo penal é que a vítima deve ser maior. Caso fosse menor de idade, responderia pelo crime previsto no art. 241-A do Estatuto da Criança e do Adolescente.

O bem jurídico tutelado pelo crime é a dignidade sexual da vítima, que será violada pela divulgação das cenas do estupro da qual foi vítima ou quando tem vídeos ou fo-tos íntimas divulgadas.

É um crime comum, qualquer pessoa pode ser sujeito ativo ou sujeito passivo do crime.

Crime doloso → exige que o agente tenha conhecimen-to que compartilha ou divulga vídeo, foconhecimen-tografia ou qual-quer outro conteúdo que contenha cena de estupro, que incentive tal prática ou sem o consentimento da vítima.

Crime formal → estará consumado no momento em que é realizado um dos verbos-núcleo do tipo, independen-temente da ocorrência de qualquer resultado lesivo.

Algumas modalidades (expor à venda, disponibilizar e divulgar) são crimes permanentes, na medida em que a execução se protrai no tempo.

A tentativa é admissível, ocorrendo quando o agente, por circunstâncias alheias à sua vontade, não consegue consumar o crime.

Na modalidade “oferecer”, parece ser um crime de mera conduta, na medida em que o mero oferecimento já consuma o crime. É a única hipótese que não se admite a tentativa.

Na hipótese do crime de divulgação de cena de estupro ou de estupro de vulnerável, caso o agente participe efe-tivamente do ato sexual sem consentimento, responde-rá pelo crime de estupro (art. 213 do CP) ou pelo crime de estupro de vulnerável (art. 271-A do CP), em razão do caráter subsidiário do presente crime.

ESTATUTO DO DESARMAMENTO

LEI N. 10.826/2003

Documentos relacionados