O sedentarismo e as suas consequências são uma evidência, como se pode verificar pelos resultados obtidos através do inquérito realizado. Para o evitar, deve ser melhorada a condição física e qualidade de vida dos militares da FAP, realizando um investimento sustentado, sério e continuado. Deve existir uma aposta forte na motivação, educação e conhecimento dos hábitos e modos de vida saudáveis, principalmente dirigida àqueles que têm idade igual ou superior a 49 anos de idade. Devem ser realizadas determinadas atividades, planeamento das mesmas, vigia e acompanhamento diário da sua aplicação, bem como, eventualmente, construir, remodelar ou manter infraestruturas já existentes, para que tenham qualidade e garantam a segurança indispensável na sua utilização, passos indispensáveis, para o seu sucesso. Todos os investimentos em projetos para a diminuição da taxa de sedentarismo corresponderão sempre a uma redução de custos com os cuidados de saúde, ao mesmo tempo que proporcionarão uma melhor qualidade de vida aos militares e civis da FAP, indispensável ao cumprimento da Missão que lhe está atribuída.
A motivação dos militares por via da informação pode ser organizada e desenvolvida internamente, uma vez que a FAP tem excelentes recursos humanos, existindo militares com formação e larguíssima experiência no âmbito da atividade física e saúde. Os objetivos deste tipo de ações prendem-se com a necessidade de aquisição de competências (conhecer os benefícios para a saúde; planear a estrutura de uma atividade; conhecer os exercícios/atividades; dominar a utilização de equipamentos, etc.), por parte dos responsáveis colocados nos Sectores de Aptidão Física e Desportos (SAFD) das Unidades, com vista ao planeamento e organização de atividades físicas, procurando alterar os comportamentos sedentários de alguns militares da FAP.
Será importante realizar formações no âmbito da área da Psicologia do Desporto. Sendo uma área relativamente recente, tem vindo a registar uma grande expansão nos últimos anos, visando compreender os processos mentais e os comportamentos de indivíduos ou grupos ligados a uma atividade ou exercício físico, aumentando os níveis motivacionais de quem assume uma prática física regular. Uma atitude motivadora será a chave para o sucesso do psicólogo em relação aos indivíduos que não praticam qualquer atividade física. A Psicologia do Desporto tem, como ponto de partida, a fisiologia dos indivíduos, sendo o corpo o ponto de chegada. O psicólogo irá observar atentamente as alterações no corpo, adquirindo daí conhecimentos, que irão fornecer informações precisas sobre o estado psicológico das pessoas. O psicólogo procura resolver o problema, mantendo com o indivíduo um discurso motivador.
4. Conclusões
A atividade física que hoje em dia se pratica é claramente insuficiente. Mais uma vez ficou demonstrado pelos resultados obtidos através do inquérito, que a falta de motivação, seja ela interna ou externa, e uma alimentação desequilibrada, contribuem para uma deficiente condição física, com consequente défice no desempenho profissional, proporcionando um aumento da obesidade, um aumento substancial de doenças degenerativas e psíquicas, diminuindo os níveis de qualidade de vida.
Quando não se tem a obrigação de realizar os Testes de Aptidão Física com o avançar da idade, aliada às características do serviço, são fatores de risco para se adotar um estilo de vida sedentário e sofrer as suas consequências. Por mais que a prática da atividade física seja incentivada, por um motivo ou por outro, há sempre uma alguma resistência à sua prática, associada à criação de determinadas rotinas e de hábitos não saudáveis. Será contra este cenário, que urge tomarem-se medidas.
A motivação tem de ser contínua, não se esgotando quando se inicia a prática de alguma atividade. A informação e o acompanhamento dos indivíduos têm de ser uma preocupação constante, demonstrando que a sua prática regular é essencial, para que a prática da atividade física se torne uma rotina, um hábito saudável, paralelamente a uma alimentação equilibrada. A atividade física deverá ser prescrita por profissionais, como solução para um estilo de vida ativo e saudável. É importante intervir junto dos militares, acompanhá-los, estar atento aos seus comportamentos na vida diária, para se obter uma visão privilegiada sobre a problemática do sedentarismo.
A influência que a prática da atividade física provoca, nas estruturas locomotora, orgânica, percetivo-cinética e ainda, ao nível psíquico e sociais. A prática de atividade física, de uma forma moderada, programada e orientada traz bastantes benefícios ao nível da saúde e ao nível profissional desempenhando uma função, educativa, social, cultural e recreativa. Estes fatores são determinantes para o bem-estar e qualidade de vida das pessoas, influenciando positivamente um papel mais participativo nas funções atribuídas dentro da organização. Reconhecendo-se a existência de problemas associados a manifestação de hábitos sedentários, apresentam-se algumas sugestões para promover um estilo de vida saudável e consequentes benefícios para a saúde:
• A cooperação entre os setores da saúde e os SAFD deve ser uma realidade. Durante a formação militar, para além das aulas práticas de educação física propriamente ditas, devem ser ministradas aulas teóricas, sendo transmitido aos formandos toda a problemática do sedentarismo e as suas consequências, criando a consciência de que toda a atividade física que seja praticada, mesmo que moderada, condiciona o estado físico, psíquico e social, elementos fundamentais para serem indivíduos saudáveis. Estas iniciativas requerem cooperação e interação de diferentes níveis de decisão e diferentes sectores da organização, com o propósito de definir e aplicar estratégias coerentes para reduzir o sedentarismo, a obesidade e os outros riscos para a saúde. • Será necessário assumir medidas mais efetivas na motivação e promoção de uma vida
mais saudável. A estratégia, a curto prazo para aumentar a prática de atividade física e combater o sedentarismo, passa por proporcionar a todos mais informação (palestras, colóquios, seminários, etc.), sobre os seus benefícios a todos os níveis; dar conselhos para que no dia-a-dia se adoptem hábitos saudáveis como por exemplo, o uso das escadas em detrimento do elevador, deslocações a pé sempre que possível. Muito importante seria que os profissionais de saúde identificassem atempadamente os militares com maior risco de sedentarismo e direcionassem o seu aconselhamento para a prática de actividades físicas.
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