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Discussão geral e conclusões

Não há como dizer se uma criança se tornará um adulto psicopata. Mas, se ela age de modo cruel com outras crianças e animais, mente olhando nos olhos e não tem remorso, isso sinaliza um comportamento problemático no futuro

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Na última década grandes progressos têm sido feitos na concetualização e avaliação da psicopatia em jovens, na avaliação das relações entre traços psicopáticos e uma grande variedade de construtos relacionados com problemas comportamentais, e na integração do construto da psicopatia juvenil em teorias do desenvolvimento de problemas de comportamento bem estabelecidas (Kotler & McMahon, 2005).

Os problemas comportamentais em jovens, a criminalidade e a violência continuam a representar grandes desafios da nossa sociedade. Apesar do desenvolvimento de intervenções para esses problemas, eles permanecem difíceis de tratar e são dos comportamentos mais prejudiciais no campo da psicopatologia infantil. Enquanto esses problemas continuarem a prevalecer, o estudo dos traços psicopáticos em crianças e adolescentes continuará a ser uma área muito importante de investigação (Kotler & McMahon, 2005).

Tendo em consideração o nosso estudo e os objetivos definidos, vamos ao encontro da literatura afirmando que jovens com traços de psicopatia apresentam dificuldades na tarefa de distinção entre moral e convencional (Blair, 1997; Blair et al., 2001). Apesar de ambos os grupos (YPI alto e YPI baixo) considerarem as transgressões morais como mais proibidas de acordo com os critérios da permissibilidade, gravidade, e influência da autoridade, o grupo que pontuou alto no YPI apresentou um desempenho mais baixo na tarefa. De igual modo, este grupo fez menos referências ao bem-estar dos outros, que o grupo com pontuação baixa no YPI.

Perante o critério da influência da autoridade, o qual é considerado dos mais importantes para avaliar a real capacidade de distinção entre moral e convencional, foram observadas diferenças significativas entre os valores dos indicadores de traços de psicopatia e a capacidade de realização da tarefa. Deste modo, todos os indivíduos com níveis baixos no YPI fizeram a distinção entre moral e convencional e, embora a maioria dos jovens com níveis altos no YPI também realizasse a distinção, houve um número significativo de jovens com YPI alto e com dificuldades na tarefa. Assim, os jovens com pontuações altas ao nível dos indicadores de traços de psicopatia demonstraram-se mais propensos a considerar as transgressões morais como permissíveis perante o consentimento da autoridade.

Deste modo, podemos afirmar que uma das características dos jovens com traços de psicopatia é a dificuldade ao nível do desenvolvimento moral. A falha dos psicopatas em fazer uma distinção entre moral e convencional fornece uma evidência de uma falha crucial na compreensão moral (Levy, 2007; cit. por Shoemaker, 2011).

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Outro objetivo de estudo foi observar se as dificuldades na tarefa de distinção entre moral e convencional poderiam estar relacionadas com défices ao nível da empatia. Partimos do pressuposto de que para ver porque indivíduos com traços de psicopatia falham nesta tarefa, é necessário observar as suas incapacidades. Os psicopatas apresentam incapacidades emocionais bem como incapacidades empáticas, e esses défices emocionais prejudicam qualquer tendência de se preocuparem com as outras pessoas. As incapacidades emocionais e empáticas do psicopata parecem fornecer uma boa explicação para a sua insensibilidade em relação aos outros (Shoemaker, 2011).

Colocou-se, assim, a hipótese de que um obstáculo à realização da tarefa por parte dos psicopatas é a sua falta de empatia, a qual é considerada como fundamental para o desenvolvimento moral e para a compreensão do porquê de ser errado prejudicar os outros. Daí também advém a falha por parte de indivíduos com traços de psicopatia em fazer justificações baseadas no bem-estar dos outros na tarefa de distinção entre moral e convencional (Shoemaker, 2011).

Apesar de o grupo capaz de fazer a distinção entre moral e convencional apresentar valores de empatia altos, só uma parte dos que não fazem a distinção apresentou valores baixos de empatia. Contudo, deste último grupo, todos aqueles que apresentavam valores altos no YPI demonstraram valores baixos de empatia. De igual modo, a maior parte dos jovens com valores baixos no YPI e que fizeram a distinção entre moral e convencional, demonstraram níveis altos de empatia. Tal vai ao encontro das investigações (Lardén et al., 2006; Seara- Cardoso et al., 2013). Deste modo, a empatia parece desempenhar um papel importante no desenvolvimento moral dos jovens, sendo que esta relação entre desenvolvimento moral e empatia é mais visível quando estamos perante uma comparação entre população problemática e população não problemática. A resposta emocional desempenha um papel importante na consideração das violações morais como erradas (Nichols, & Folds-Bennett, 2003).

No entanto, de acordo com a literatura, alguns autores levantam algumas questões a estes resultados.

Embora existam evidências de que o raciocínio moral desempenha um papel importante na ação moral (Blasi, 1980; cit. por Kuther & D’alessandro, 2000), a dificuldade reside em determinar quais as situações ou ações que são classificadas como morais. Investigadores têm argumentado que o raciocínio moral está relacionado ao comportamento apenas se o indivíduo vê a componente moral do mesmo (Berkowitz et al., 1991, 1995; cit. por Kuther &

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D’alessandro, 2000), e estudos têm sido desenvolvidos, demonstrando que os comportamentos de risco estão associados ao desenvolvimento moral, quando o comportamento é percebido como uma questão moral (Kuther e D’alessandro, 2000). Concluem ainda que a perceção de um comportamento como uma transgressão moral, social ou pessoal está relacionada com o comportamento atual da pessoa (Nucci , Guerra, & Lee 1991).

Da mesma forma, apesar de vários autores verem a empatia como estando no centro da imoralidade do psicopata, de acordo com Maibom (2008), não existe uma evidência clara de que todos os psicopatas falhem ao nível da empatia, mas, mesmo que a empatia esteja ausente, não se poderá justificar que sejam incapazes de alcançar uma compreensão moral das situações, uma vez que a empatia não é a única fonte para tal. Os psicopatas apresentam défices a vários níveis, mas não ao ponto de serem incapazes de adquirir qualquer entendimento moral. Eles não têm é a capacidade substancial para apreciar que as suas ações são erradas.

A autora faz ainda referência à lei penal, a qual estabelece uma distinção entre as ações que são ruins em si mesmas - malum in se - e as ações que são ruins por serem proibidas pela lei –

malum prohibitum, sendo que, de uma forma geral, esta distinção acompanha a moralidade

comum, ou seja, as ações que são más em si mesmas são consideradas imorais, enquanto as ações que são mala prohibita são más porque violam uma convenção, e acrescenta que os psicopatas têm uma clara compreensão do malum prohibitum, mas se tem uma compreensão adequada do malum in se, tal ainda está sob discussão (Maibom, 2008).

Apesar do debate em torno destas questões, torna-se importante explorar as relações entre raciocínio moral e comportamentos de risco, e que fatores poderão estar na base de comprometimentos a este nível, de modo a determinar se níveis mais elevados de raciocínio moral e intervenções neste âmbito podem estar associados a fatores de proteção contra tais comportamentos (Power et al., 1989; cit. por Kuther & D’alessandro).

Assim, perceber quais os fatores de risco torna-se fundamental, possibilitando-nos perceber o que leva alguns jovens a envolverem-se em comportamentos antissociais, enquanto outros não se envolvem neste tipo de comportamento. Neste contexto, e visto que o indivíduo está sujeito a influências genéticas e ambientais, a hipótese colocada é que é nessas influências que podemos encontrar os fatores ou causas possíveis para o desenvolvimento de comportamentos antissociais, e para o desenvolvimento de traços de psicopatia.

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De acordo com as investigações realizadas, observa-se que os jovens que sofreram experiências traumáticas, como abuso físico e/ou psicológico, negligência parental, doença mental por parte dos pais, e punições agressivas, encontram-se mais suscetíveis face ao desenvolvimento de traços de perturbações da personalidade (Davoglio, Gauer, Jaeger, & Davoglio, 2012; Porter, 1996). De igual modo, as famílias numerosas, o fraco ou ausente vínculo familiar, as famílias com história de delinquência, dificuldades económicas, as famílias destruturadas, e a institucionalização, são também referidos como constituindo um fator de risco para o comportamento desviante (Kazdin & Buela-Casal, 2001; Hutz 2002; Thornberry & Krohn, 2004; cit. por Tavares, 2013; Farrington, 2006; Simões et al., 2011). Os estudos explicam ainda que as experiências negativas na infância afetam o funcionamento emocional na adultícia e, deste modo, os jovens que sofreram experiências traumáticas tornam-se mais suscetíveis a que, ao longo do tempo, apesar de demonstrarem capacidades de resposta empática, aprendam a recorrer ao desligamento emocional como mecanismo de defesa, o que poderá levar, posteriormente, ao desenvolvimento de traços de psicopatia (Porter, 1996).

Assim, a comunicação familiar funciona como um importante fator protetor face a problemas comportamentais (López, Pérez, Ruiz, & Ochoa, 2007). Problemas de comunicação com as principais figuras de autoridade informal, ou seja, os pais, resultam no desenvolvimento de comportamentos negativos perante as figuras de autoridade formal (López et al., 2007).

A interação negativa entre pais e filhos, presente através de conflitos frequentes, falta de comunicação e coesão afetiva, faz com que os jovens não desenvolvam, de forma adequada, capacidades empáticas, o que origina comportamentos hostis face aos outros (Ruiz, López, Pérez, & Ochoa, 2009). A qualidade do ambiente familiar reflete-se, assim, no desenvolvimento da empatia e esta, por sua vez, determina o comportamento do jovem. O clima familiar é, deste modo, dos fatores de maior importância no desenvolvimento social, físico, afetivo e intelectual dos jovens (Ruiz et al., 2009).

Com isto, é de ressaltar a importância da família e o papel da educação na formação das crianças e dos adolescentes. A infância e a adolescência são as fases da vida essenciais para o desenvolvimento da socialização, e a família assume um papel fundamental, ajudando a evitar o comportamento desviante (Tavares, 2013).

Neste âmbito é ainda importante referir que nem todos os comportamentos antissociais são permanentes. Na infância e na adolescência podem surgir comportamentos antissociais

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transitórios, que, associados aos fatores de risco, podem evoluir para comportamentos que se manterão ao longo da vida, e os quais requerem intervenção (Costa, Davoglio, Saavedra, & Gauer, 2009). Deste modo, a família e a escola são fundamentais na inibição destes comportamentos, constituindo um fator de proteção contra condutas desviantes e ajudando na construção de atitudes, valores, motivações que inibem a manifestação de traços de personalidade antissociais (Formiga, 2010).

Para finalizar, como em todos os estudos, a nossa investigação também deve considerar as suas limitações.

Relativamente à população estudada, a investigação beneficiava se aplicada a uma população maior, uma vez que um universo limitado de quatro escolas dificulta a abrangência de jovens com vários tipos de comportamento.

Como a amostra de jovens também não era de natureza problemática, tal poderá ter limitado a identificação de jovens com problemas comportamentais e, como tal, o efeito das relações estudadas, pelo que também se tornaria vantajoso uma amostra com indícios de comportamento antissocial e/ou criminal. De acordo com Muñoz, & Frick (2007), existem algumas limitações em estudar os traços de psicopatia na população geral, uma vez que altos níveis destes traços são raros na comunidade, e apenas uma pequena parte de jovens com problemas graves de comportamento têm probabilidades de apresentar esses traços.

Outra possível limitação é o uso de medidas de autorrelato, o que pode ter levado os jovens a responderem de acordo com o que é socialmente aceite, não dando, assim, respostas sinceras e congruentes com o seu pensamento e/ou comportamento. Por exemplo, relativamente à capacidade empática, esta foi avaliada com base em questionários de autorrelato, o que é mais comumente utilizado por falta das condições necessárias à aplicação de outros instrumentos de medida. Contudo, as probabilidades desta avaliação estar sujeita a repostas não sinceras é grande. Testes fisiológicos deveriam estar associados uma vez que avaliam a resposta natural do indivíduo, e têm apoiado a ideia de que os psicopatas são menos empáticos do que não psicopatas (Maibom, 2008).

De acordo com estas limitações, mais investigações são necessárias, e as quais tentem contornar estas limitações. No entanto, apesar das fragilidades assinaladas, consideramos ter ido ao encontro dos objetivos propostos.

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Compreender como se formam as raízes da psicopatia pode criar caminhos para programas de intervenção e prevenção que podem ajudar tanto o indivíduo como o campo da psicologia. A intervenção precoce pode ajudar a reduzir a probabilidade de que indivíduos com características psicopáticas infrinjam a lei e, como tal, evitar que acabem em contextos de saúde mental forenses (Mullins-Nelson et al., 2006).

Acrescentamos que, embora este estudo reforce a noção de que os traços de psicopatia são essenciais para a compreensão do comportamento antissocial, tal não significa que as atenções se centrem exclusivamente nestas características, uma vez que existem outros fatores necessários para a compreensão dos problemas comportamentais entre os jovens (Vaughn et al., 2008).

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