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Sumário

Capítulo 5 – Aplicação prática: este capítulo apresenta os estudos de caso referentes

6 Pequeno elemento metálico utilizado para prender e

5.1.5 Discussão dos resultados

Devido à baixa disponibilidade do especialista de desenvolvimento de fornecedores da empresa A, as discussões não envolveram a base de regras nem os aspectos matemáticos do modelo. O foco ficou na análise e classificação dos itens e relacionamentos com fornecedores, nas sugestões de grupos de plano de ação de melhoria e nas variáveis utilizadas pelo modelo para análise do processo de desenvolvimento de fornecedores.

As saídas dos FIS e o respectivo relatório gerado com os dados coletados foram apresentados ao especialista. De acordo com sua análise, a classificação dos itens apresentados ficou dentro das expectativas, alinhado com a avaliação de criticidade da empresa. Da mesma forma, as necessidades de melhoria indicados pelas diferenças na etapa de avaliação do relacionamento com os fornecedores foram condizentes com a realidade vivenciada na empresa. Os planos de melhoria para os fornecedores I e II ficaram alinhados com a percepção do profissional. A atratividade relativa desses fornecedores precisa ser melhorada para atender plenamente o suprimento de itens estratégicos.

Segundo o especialista, as variáveis utilizadas para a análise dos itens e dos fornecedores no modelo abrangem os critérios utilizados pela empresa nos programas de

desenvolvimento de fornecedores, que seguem um padrão coorporativo vindo da matriz. Dentre esses, pode-se destacar o processo de avaliação de fornecedores e o programa de certificação de fornecedores. No primeiro, um questionário é usado na avaliação de aspectos relacionados à qualidade, custo, logística, desenvolvimento e gestão, ou seja, variáveis intangíveis são avaliadas, como: estrutura de gestão, comprometimento etc. Todos os fornecedores devem respondê-lo periodicamente. Já o programa de certificação de fornecedores é semelhante aos programas de premiação de melhores fornecedores feito pelas OEM da indústria automotiva. De acordo com metas rigorosas de níveis de qualidade e entrega, os fornecedores podem receber diferentes níveis de premiação.

Apesar da avaliação positiva do modelo, nem todos os aspectos foram adequados com o contexto da empresa. A variável “obrigações legais”, por exemplo, foi considerada irrelevante na caracterização de cada relacionamento de fornecimento, pois a empresa mantém o mesmo padrão de contrato de fornecimento com todos; consequentemente, o especialista atribuiu a mesma nota para todos os fornecedores analisados, 5,0.

5.2 Empresa B

A empresa B, fundada há mais de sessenta anos, no interior do estado de São Paulo, destaca-se na fabricação de máquinas e implementos agrícolas. Seu constante crescimento a transformou em uma grande empresa que emprega diretamente cerca de mil e oitocentas pessoas, com exportações para mais de sessenta países. Paralelamente ao seu desenvolvimento, outras unidades de negócios surgiram formando um grupo empresarial de aproximadamente quatro mil funcionários.

A diversidade de produtos desenvolvidos pela empresa B abrange máquinas e equipamentos complexos, com milhares de componentes. Apesar de a fabricação ser bastante verticalizada, com a produção interna da maior parte dos componentes, a diversidade de itens oriundos de terceiros é ampla, de pequenos elementos de fixação a sistemas complexos como motores diesel para máquinas automotrizes. Consequentemente, o mix de fornecedores também é bastante amplo; de pequenas empresas a grandes fornecedores que desenvolvem conjuntamente soluções customizadas. Assim, a empresa B se mostra adequada para aplicação do modelo.

De fato, a empresa B tem realizado um estudo para o desenvolvimento da base de fornecedores com base na matriz de portfólio de Kraljic (1983). Esse estudo difere do modelo proposto em relação às variáveis que compõem os eixos da matriz de classificação de itens fornecidos, a separação da etapa de análise do relacionamento com os fornecedores e o direcionamento de planos de ação. Contudo, isso facilitou o entendimento do modelo por parte dos profissionais da empresa entrevistados que foram: o engenheiro responsável pelo desenvolvimento e melhoria da base de fornecedores, que possui mais de 12 anos de experiência na empresa B e seis analistas de compras. Os analistas participaram apenas na avaliação dos itens de sua reponsabilidade; enquanto, o engenheiro, de todas as atividades de aplicação prática do modelo com os dados da empresa.

5.2.1 Análise e classificação de itens fornecidos

Na aplicação prática do modelo com dados da empresa B, sete itens foram avaliados. Diferentemente da empresa A, a avaliação não foi baseada apenas na percepção de um único especialista, mas envolveu a participação dos diversos analistas de compras. Da mesma forma que para empresa A, a identificação dos itens é apresentada por números para atender ao código de sigilo. A escolha dos itens foi ao acaso, cada analista de compra entrevistado escolhia um item de sua responsabilidade e as discussões foram realizadas sempre com a presença do engenheiro responsável pelo desenvolvimento da base de fornecedores e do pesquisador.

5.2.1.1 FIS Complexidade do mercado fornecedor

As variáveis de entrada do FIS complexidade do mercado fornecedor foram avaliadas pelos especialistas, de acordo com os aspectos listados no Quadro 11. A classificação do mercado fornecedor nos padrões low e high é determinada pelas inferências fuzzy entre essas variáveis.

Para o item 1, que é um adesivo simples, presente em diversas linhas de produtos, com a finalidade de sinalizar e proteger a interface do usuário com a máquina ou equipamento, as notas de cada uma das variáveis foram:

Concentração do mercado fornecedor: 0,5. Existem inúmeros fornecedores em

potencial para esse item. Frequentemente, vendedores entram em contato oferecendo esse tipo de produto.

Barreiras de entrada no mercado fornecedor: 5,0. As dificuldades para desenvolver

um novo fornecedor não são grandes, assim como para fazer o item internamente, só é necessário investir em máquinas com essa finalidade.

Possibilidade de substituição: 5,0. O item é amplamente utilizado em diversas

máquinas e equipamentos. A substituição total é muito difícil, mas a tecnologia de tela sensível ao toque (touch screen) dispensa esse produto.

Integração na geração das especificações: 5,0. O envolvimento da equipe de

desenvolvedores das duas empresas para adequação do item está na média dos relacionamentos com demais fornecedores.

Essas notas atribuídas para as variáveis de entrada do FIS levam a baixa (low) complexidade de mercado fornecedor para o item 1, conforme mostrado na Figura 66. O gráfico da figura mostra o termo low ativado, sinalizado pelo triângulo azul abaixo.

Figura 75 – Janela da variável de saída do FIS complexidade do mercado fornecedor

Fonte: Proposto pelo autor.

De forma semelhante, as variáveis de mercado dos outros seis itens comprados foram avaliados pelos especialistas da empresa. O Quadro 39 apresenta a descrição de cada um dos itens. A Tabela 7 mostra de maneira sintetizada as notas de cada variável e a classificação da complexidade do mercado fornecedor para todos os itens analisados.

Quadro 39 – Descrição dos itens comprados analisados na empresa B

Item Descrição

1

Adesivo simples, presente em diversas linhas de produtos, com a finalidade de sinalizar e proteger a interface do usuário com a máquina ou

equipamento.

2

Módulo complexo e essencial para o

funcionamento da linha de produtos de maior custo unitário.

3

Embalagem com funções logísticas de racionalizar o armazenamento, transporte e proteção de um tradicional produto da empresa.

4

Elemento presente em diversas linhas de

produtos, responsável pela circulação de fluídos pelas máquinas e equipamentos.