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Galeazzo, G. A.1;Oliveira, A. G.2

A bioluminescência, definida pela emissão de luz fria e visível por seres vivos, tem sido amplamente estudada nas últimas décadas. Quimicamente, esse fenômeno luminoso envolve a oxidação de uma molécula emissora de luz (genericamente denominada luciferina) catalisada por uma enzima (luciferase). Em alguns organismos ainda, o complexo que engloba enzima­substrato (luciferase­luciferina) é mais estável do que seus constituintes dissociados, sendo capaz de emitir luz proporcionalmente à quantidade da enzima presente em solução. Esse complexo recebe a denominação de fotoproteína. Contudo, apesar de diversas fotoproteínas terem sido isoladas e caracterizadas em organismos bioluminescentes marinhos, existem ainda muitos outros sistemas desconhecidos e pouco estudados. Entre esses novos sistemas, pode­se citar o sistema do molusco Dosidicus gigas, um dos maiores seres bioluminescentes já estudados, cuja purificação e clonagem da fotoproteína envolvida em seu processo de emissão de luz poderiam contribuir para novos estudos aplicados e fundamentais. Popularmente chamada de lula de Humboldt, D. gigas é pescada comercialmente no Pacífico leste. Esse molusco habita a zona mesopelágica e apresenta a capacidade de emitir luz azul em seus fotóforos subcutâneos, localizados ao longo de seus tentáculos e manto, quando perturbada ou para comunicação. Pode chegar até 2 metros de comprimento e pesar 65 kg, limitando a possibilidade de cativeiro da mesma, por conta também de seu temperamento indócil. Resultados preliminares obtidos por nosso grupo indicaram que a reação luminescente em D. gigas poderia apresentar similaridades com o sistema de outra lula luminosa, a Sthenoteuthis oualaniensis. Porém, até o inicio desse projeto, nenhuma das substâncias envolvidas nesse processo havia sido totalmente isolada ou purificada. Dessa forma, o presente estudo mostra os avanços na caracterização do mecanismo de bioluminescência em D. gigas, e descreve metodologias de purificação bem­sucedida para sua fotoproteína, assim como ensaios de emissão de luz in vitro para seu substrato (luciferina). Basicamente, foi possível solubilizar com bons rendimentos (aprox. 60%) a fotoproteína presente em D. gigas usando como tampão extração: tampão fosfato 50 mM, pH 7,0 contendo 1M de KCl. Com a enzima solubilizada foi realizada sua purificação utilizando colunas de troca iônica conectadas a um aparelho de FPLC. As bandas obtidas em géis de SDS­PAGE provenientes das separações foram enviadas para sequenciamento por espectrometria de massas. A partir do sequenciamento da fotoproteína será possível iniciar etapas de clonagem da mesma, com o objetivo de produzi­la com maior grau de pureza e em maiores quantidades para sua aplicação em diversas áreas.

Assim como as fotoproteínas recombinantes de celenterados que já foram cristalizadas e tiveram suas estruturas tridimensionais resolvidas por cristalografia de raios X, mostrando padrões de enovelamento diferentes, todas fotoproteínas isoladas e clonadas até o presente momento têm sido utilizadas para as mais diversas finalidades bioanalíticas tais como: médica (diagnósticos e estudos pré­clínicos de patologias como infecções bacterianas, virais e câncer), biotecnológica (biossensores luminescentes para testes de qualidade de produtos consumíveis) e ambiental, no desenvolvimento de

1Graduação em andamento na Universidade de São Paulo;

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Alves, M. R.¹; Nogueira, R. S. A. ²; Barros, K. V. S.³; Rocha-Barreira, C. A.4;

As áreas de pradarias marinhas são altamente produtivas e constituem habitats importantes em diversos aspectos ecológicos e econômicos para os ambientes costeiros, o estudo tem o objetivo de caracterizar a macrofauna bentônica de uma pradaria de angiospermas marinhas no litoral oeste do Rio Grande do Norte, gerando subsídios para possíveis medidas de manejo e conservação de uma área de relevante interesse sócio­ econômico. A área de estudo localiza­se na Praia de Upanema (Areia Branca ­ RN) caracterizada por uma elevada atividade salineira e pesqueira. Para fazer o levantamento da macrofauna bentônica associada, foram determinadas duas transecções de 100 m, uma na parte rasa que se encontra exposta na maré baixa e outra submersa com 30 cm de coluna d’água. Foram coletadas amostras a cada 10 m ao longo da transecção, as quais foram lavadas no local com o uso de uma malha de 0,05 mm para remover o excesso de sedimento e reter a macrofauna. Posteriormente, as amostras foram acondicionadas em sacos plásticos e devidamente etiquetadas. Em laboratório, a macrofauna bentônica foi identificada em grupos taxonômicos e contabilizada visando a obtenção dos principais descritores da comunidade, como a abundância, a riqueza e a diversidade. Para a analisar se há significativa diferença entre as duas transecções, foi feito o teste t tendo como variáveis a abundância de cada grupo taxonômico. Foram encontrados organismos pertencentes a 4 filos: Mollusca (Bivalvia e Gastropoda), Annelida (Polychaeta), Echinodermata (Ophiuroidea) e Arthropoda (Pycnogonida). Os resultados preliminares mostram que na primeira transecção (mais rasa) ha ocorrência de 168 indivíduos e na segunda transecção (mais profunda) ha ocorrência de 226 indivíduos, totalizando 394 organismos. Os gastrópodes foram mais abundantes em ambas as transecções, na primeira totalizam 107 indivíduos, seguido de 23 bivalves, 20 poliquetas, 9 ofiuróides, 8 crustáceos e 1 pycnogonida. Na transecção mais profunda, 130 são gastrópodes, seguido de 54 crustáceos, 26 poliquetas, 12 bivalves e 4 pycnogonidas. A diferença na abundância de organismos entre as transecções, embora não tenha sido estatisticamente significtativa (p = 0,71), possivelmente ocorre devido a maior exposição da pradaria devido a subida e descida da maré, onde na transecção 1 se encontra mais exposta e, portanto, mais vulnerável à dessecação e elevação da temperatura. Essa transecção é mais rasa, apresentando uma pradaria menos robusta, temperatura e salinidade mais altas. Este estresse ambiental, provavelmente, afeta diretamente na sobrevivência e distribuição da macrofauna, sendo evidenciado uma menor abundância dos organismos nesta transecção. A pradaria também é afetada pela exposição na maré baixa, que ressecam e que por isso são de menor porte, desta forma diminuindo a disponibilidade de habitat para os organismos associados. Na segunda transecção, a pradaria fica constantemente submersa, assim, o ambiente possui plantas mais robustas e condições de temperatura e salinidade mais amenas. Isso resulta diretamente numa maior abundância de organismos. A predominância dos moluscos gastrópodes em pradarias marinhas pode ser relacionada com as suas características adaptativas, tais como a parte mole do corpo coberta por uma concha calcária, que protege o organismo da dessecação e da temperatura e salinidade elevadas. Além disso, constitui um ambiente com abundância de recursos alimentares e com maior proteção contra predadores, tornando­se uma excelente área de refúgio e berçário para uma grande diversidade de organismos.

PALAVRAS­CHAVE: MACROFAUNA; PRADARIAS MARINHAS; RIO GRANDE DO NORTE; ZOOBENTOS.

1Graduação em andamento na UFC, bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET);

2Doutoranda no Programa de Ciências Marinhas Tropicais da UFC; ³Pós-Doutoranda no Programa de Ciências Marinhas Tropicais da UFC;

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Pinto, I. R. A.1; Turra, A.2; Barbosa, L.3; Camargo, R. M.4; Oliveira, A. L.4; Moreira, F. T. M.5; Adamo, I. D.3; Dall’occo, P. L.6

As zonas costeiras e oceânicas estão entre as regiões mais afetadas pela presença de lixo marinho, que consiste em qualquer resíduo sólido persistente que é depositado, de forma intencional ou não, direta ou indiretamente, em ambientes marinhos. A maior concentração de lixo em águas marinhas se encontra na região central do giro oceânico do Pacífico Norte, conhecido como “mancha de lixo”, “ilha de lixo” ou “Great Pacific Garbage Patch”, possuindo aproximadamente 46.000 fragmentos de resíduos sólidos por milha quadrada. Problemas como aumento da mortalidade de animais marinhos, pesca fantasma, declínio da economia turística e da indústria da pesca são comuns em ambientes aquáticos com presença de lixo marinho. Dentro deste cenário, encontra­se o litoral paulista, que tem sofrido uma grave crise de gestão de resíduos sólidos devido, principalmente, à sua expansão demográfica e ausência da melhoria do saneamento. Situação esta favorável para estudo, o qual é essencial que seja feito pois pesquisas com lixo em áreas litorâneas permitem identificar as ameaças para a biota e para o ecossistema, bem como as causas que levam à poluição marinha por resíduos sólidos e a efetividade da gestão ambiental, sendo feitas globalmente por meio da quantificação e descrição do lixo marinho coletado. Embora estudos desse tipo já tenham sido realizados em algumas praias do Estado de São Paulo, ainda é pequena a quantidade de dados existentes sobre tal problema. Diante disso e tendo em vista que as regiões costeiras necessitam estar em boas condições para continuar a serem propícias para diversas atividades que ofereçam progresso, o presente trabalho teve por objetivo, utilizando o método de abundância relativa e o test t, analisar qualitativamente e quantitativamente os dados sobre o macrolixo coletado, no período de 2012 à 2015, pelo projeto “MARPLAST: do diagnóstico ao monitoramento” em seis praias do litoral paulista (Ubatumirim, Boracéia, Itaguaré, Barra Una, Juréia e Ilha Comprida), realizado pelo Laboratório de Manejo, Ecologia e Conservação Marinha do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo. O “MARPLAST” teve início em 2012 e objetivou, por meio de pesquisas e ações, a realização de diagnóstico e monitoramento do lixo marinho em praias da costa brasileira, o que também resultou na elaboração de propostas específicas para uma mudança local e global da situação dos resíduos sólidos em ambientes aquáticos. Para a coleta do macrolixo, paralela à linha d’água, tanto no pós praia como na restinga de cada praia, foi delimitada uma área homogênea de 500m. Para evitar contaminação da área amostrada, todos os elementos que estavam nos 200m à direita e à esquerda, dentro dos 500m, eram removidos. Assim, os resíduos sólidos maiores que 2,5 cm nos 100 metros centrais foram coletados, catalogados e, para posterior pesagem, armazenados em sacos de 100L. Foram coletados um total de 34.049 itens nas seis praias, sendo a grande maioria resíduos plásticos. Os resultados

1Graduação em Ciências Biológicas em andamento pela Universidade Presbiteriana

2Professor Doutor no Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo

3Bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie

4Mestre em Oceanografia Biológica pela Universidade de São Paulo

5Pós Doutorada em Oceanografia Biológica pela Universidade de São Paulo