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Peres, N.R.1; Santos, E. F.1; Islabão, C.2; Mendes, C. R. B.3

A Península Antártica Ocidental (PAO) é uma das regiões que vem sofrendo o mais rápido aquecimento da Terra, cuja temperatura do ar superficial já aumentou 2ºC na média anual e 6ºC na média do inverno desde 1950, mais de cinco vezes superior à média global. Do mesmo modo, a temperatura da água superficial também aumentou mais de 1ºC no mesmo período. Cerca de 87% das geleiras da PAO estão em retração, de modo que a extensão do gelo marinho reduziu e sua duração média encurtou cerca de 90 dias, sendo o gelo perene não mais uma característica deste ambiente. Paralelamente, há evidências de que, nas últimas décadas, a composição da comunidade fitoplanctônica sofreu mudanças, passando de organismos maiores (principalmente diatomáceas) para organismos menores (criptófitas e haptófitas). Os organismos fitoplanctônicos são produtores primários que constituem a base da cadeia trófica oceânica e assim, de extrema importância na conservação dos ecossistemas marinhos da PAO. Os principais grupos taxonômicos do fitoplâncton nas regiões costeiras da PAO estão representados por diatomáceas, haptófitas (primariamente Phaeocystis antarctica) e criptófitas. No entanto, estudos recentes apontam um importante aumento das criptófitas sobre as diatomáceas na região da PAO, particularmente em áreas de derretimento glacial. A mudança de uma comunidade dominada por diatomáceas para o domínio de criptófitas pode afetar as interações tróficas da teia alimentar, já que as diatomáceas são preferencialmente predadas pelo Krill Antártico (Euphausia superba). Esse último é uma espécie chave da teia trófica já que a maioria dos consumidores de níveis superiores depende, direta ou indiretamente, dessa espécie pelágica como fonte de alimento. Mudanças na comunidade têm sido associadas com o recente aumento da temperatura e um domínio de salpas, ao invés do krill, como os principais consumidores. O aumento das criptófitas na região Antártica tem sido relacionado com a estratificação na coluna d’água. Assim, com uma camada de mistura rasa os organismos ficam confinados às águas superficiais e são expostos a altas intensidades luminosas. As criptófitas usam ambas as clorofilas a e c, e as ficobiliproteínas (ficoeritrina) como pigmentos fotossintéticos, enquanto a aloxantina, (pigmento marcador/específico das criptófitas) tem sido reconhecido como pigmento fotoprotetor. Desta forma, o objetivo desse estudo foi avaliar o efeito da irradiância no crescimento e na concentração de ficoeritrinas (CrPE 545) de criptófita G. cryophila, isolada na região da PAO. O efeito da irradiância foi testado sob condições aclimatadas em cinco níveis de radiação fotossinteticamente ativa (PAR): 3.4, 72, 197, 257 e 535 µmol fótons m­2 s­1. A quantificação das ficoeritrinas foi realizada por espectrofotometria, em que se usou uma solução tampão de fosfato dipotássico para efetivação da sua extração. As cepas foram aclimatadas durante um mês às condições de teste, em temperatura de ±1ºC, fotoperíodo 16:8h (luz:escuro) e salinidade 35. O crescimento celular (

µ

d­1) e a extração da CrPE 545 foi monitorado em diferentes fases do crescimento, ao longo de 31 dias. Amostras para contagem celular foram fixadas com solução de lugol neutro (1%), e quantificadas em

1Graduação em Oceanologia na Universidade Federal do Rio Grande-FURG

2Pós-Doc do Instituto de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande-FURG

Geminigera cryophila

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câmaras de Sedgewick Rafter ao microscópio invertido. A taxa específica de crescimento (

µ

d­1) foi calculada durante a fase exponencial, no qual os valores foram transformados para log (ln) e aplicada em uma regressão linear. A G. cryophila apresentou taxa de crescimento superior na intensidade de 72 µmol fótons m­21, enquanto que a menor taxa de crescimento foi verificada na intensidade 3.4 µmol fótons m­2 s­1. Os menores níveis de PAR, 3.4 e 72 µmol fótons m­2 s­1 adotados neste estudo estiveram relacionados com as maiores concentrações de ficoeritrina por célula 9,60 e 1,21 pg cell­1, respectivamente. Esses resultados evidenciam uma grande plasticidade da criptófita G. cryophila a variações na intensidade luminosa, e reforçam o papel que a irradiância exerce na estruturação das comunidades fitoplanctônicas.

PALAVRAS­CHAVE: ANTÁRTICA, FITOPLÂNCTON, CRIPTÓFITAS, FICOERITRINA, IRRADIÂNCIA Peres, N.R.1; Santos, E. F.1; Islabão, C.2; Mendes, C. R. B.3

1Graduação em Oceanologia na Universidade Federal do Rio Grande-FURG

2Pós-Doc do Instituto de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande-FURG

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Sousa, H. C.1,5; Negrão, Y. S.2,5; Maurity, P. V.O.3,5;Ranieri, L. A.4,5

As zonas costeiras são áreas sob intenso estresse ambiental, devido à excessiva exploração de seus recursos naturais, uso desordenado do espaço (Gruber et al., 2003) e por desempenhar papel de proteção contra erosão causada pelos agentes oceanográficos, meteorológicos e fluviais. Atualmente a erosão costeira passou a ser tratada não apenas pelos estudos voltados para a compreensão dos processos físicos, mas também sob um enfoque socioeconômico. Os prejuízos financeiros decorrentes dos danos em construções inadequadamente situadas no espaço dinâmico das praias, por exemplo, trouxeram para o meio acadêmico, assim como para os debates políticos, a necessidade de se pensar o planejamento urbano para as orlas costeiras de maneira integrada à noção atual de gerenciamento costeiro (Lins­de­Barros, 2005). Tal situação de ocupação irregular na Ilha de Mosqueiro (Estado do Pará, Brasil) reflete­se na urbanização muito próxima à margem do Rio Pará e nas características naturalmente frágeis desta margem estuarina em longos trechos, resultando em graves danos sobre as construções na orla da Ilha e, consequentemente, prejuízos financeiros em função de desmoronamentos, especialmente em períodos de cheia do rio e após grandes subidas de marés. Sendo assim, o presente trabalho visa avaliar o grau de danos à erosão costeira. Para tanto realizou­se campanhas de campo e aplicação de tabelas pré­definidas para análise dos graus de danos e prejuízos, de acordo com Lins­de­ Barros (2005, adaptado), sendo classificados danos: (1) Ausente, os segmentos sem detrimentos às construções; (2) Fraco, os danos muito pequenos a casas e quiosque; (3) Moderado, destruição parcial de calçadas; (4) Forte, destruição parcial de avenidas públicas; (5) Muito Forte, destruição total ou de grande parte das casas e quiosques. Praias de Camboinha, Grande da Baía do Sol, Cachimbo, Carananduba, Farol, Prainha, Chapéu Virado, Navio e Porto Arthur apresentaram danos ausentes; Fazendinha e Conceição danos fracos; Bacuri, Paraíso, São Francisco, Ariramba, Murubira e Areião, danos moderados; Marahú e Praia Grande, danos muito forte. Os resultados obtidos demonstram que nos locais classificados com danos ausentes, há uma menor exposição às marés altas e conservação pela população. Praias que obtiveram danos fracos a moderados, demonstra que as posições das construções mais recuadas da linha de costa, o baixo adensamento populacional e a maior cobertura vegetal, podem ter minimizados os efeitos de danos ocorrentes. Praias que obtiveram danos muito forte, acentuadamente expostas, estão nos locais onde observou­se uma menor cobertura vegetal, alto adensamento populacional e a posição das construções bem próximas do pós­praia. As praias de São Francisco, Bacuri, Bispo, Conceição, Cachimbo, Paraíso, Marahú, Ariramba, Areião, Murubira, Praia Grande, possuem um alto adensamento de construções sem recuo significativo da linha de costa, desencadeando ocupação desordenada na sua orla, elevando o grau de risco e consequentemente grandes danos, em virtude das subidas de maré. A classificação aqui proposta deve ser entendida apenas como uma aproximação de primeira ordem quanto à avaliação do grau de danos ambientais face à erosão costeira na Ilha de Mosqueiro. Os resultados alcançados devem ser considerados, assim, como um ponto de partida. Estudos mais detalhados são necessários para refinar a classificação aqui proposta.

PALAVRAS­CHAVE: ESTUÁRIO, PRAIA, ILHA DE MOSQUEIRO, EROSÃO COSTEIRA

1,3Graduanda do curso de Oceanografia

2Oceanógrafo

4Docente na Faculdade de Oceanografia (FAOC)

Tursiops truncatus