• Nenhum resultado encontrado

CIENT

ÍFICA

Ança, T.M.¹ ; Anziani, G.V²

No período de agosto de 2014 à agosto de 2017, foram realizadas 25 saídas de campo, na praia do Cassino, para monitoramento da pesca artesanal de beira de praia. O acompanhamento destas pescarias tem como objetivo coletar dados para análise da fauna acompanhante (osteíctes e condrictes) da pesca artesanal de beira de praia. Além das espécies­alvo, papa­terra (Menticirrhus americanus e M. littoralis) e Corvina (Micropogonias furnieri), são capturadas outras espécies de osteíctes tais como Bagre­ branco (Genidens barbus), Burriquete (Pogonias cromis), Cabrinha (Prionotus punctatus), Congro­Rosa (Genypterus brasiliensis), e o Linguado­branco (Paralichthys patagonicus).

As espécies de condrictes capturadas, pertencem à subclasse dos elasmobrânquios, são eles: Cação­anjo (Squatina spp.), Raia­amarela (Myliobatis freminvillii), Raia­manteiga (Myliobatis goodei e M.ridens), Raia­emplastro (Sympterygia acuta), Raia­emplastro amarelo (Sympterygia bonapartii), Raia­Viola (Rhinobatos horkelii), Tubarões­martelo (Sphyrna lewini, Sphyrna zygaena) e Tubarão mangona (Carcharias taurus).

Em relação à captura das raias, especificamente, constatou­se que há preeminência na captura de fêmeas, principalmente em período reprodutivo e correspondente às estações de primavera e verão, exemplares machos foram ocasionais e sem estações do ano definidas. Nas demais estações do ano, são encontrados descartes com apenas um indivíduo em decomposição. O maior número de fêmeas capturadas neste período, alerta para vulnerabilidade da espécie. No caso dos cações, geralmente são capturados indivíduos juvenis, de pequeno porte.

Após a análise de dados da fauna acompanhante da pesca artesanal de beira de praia, justificaram­se impactos sobre a fauna acompanhante, dentro deste grupo, muitas espécies estão categorizadas como com algum nível de ameaça ou

vulneráveis (VU, EN, CR), ou até como “dados deficientes” (DD) pela União Internacional para a Conservação da Natureza (sigla em inglês: IUCN; ver: http://www.iucnredlist.org) e pelos estudos que geraram a lista de espécies ameaçadas de extinção, elaborada pelo ICMBio e publicada como Portaria MMA nº 445, de 17 de dezembro de 2014 (http://www.icmbio.gov.br/portal/especies­ameacadasdestaque).

É necessário estudar e monitorar a extração direta ou incidental destes organismos para poder reclassificá­los ou mantê­los nessas classes acima descritas.Assim torna­se significativo monitorar a captura direta e incidental destes organismos, com o propósito de elaborar ações de manejo para que não esgote o estoque pesqueiro e haja uma pesca sustentável.

PALAVRAS­CHAVE: PESCA ARTESANAL, ELASMOBRÂNQUIOS, MONITORAMENTODE DE PESCA ¹Graduação em andamento na FURG

Costa, R.R.¹ ; Mendes, C.R.B.²

¹Graduação em andamento na Universidade Federal do Rio Grande (FURG) ²Professor do Instituto de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande (FURG)

O Oceano Austral é uma região de larga dimensão que possui grandes variações dos seus processos físicos e químicos, incluindo fortes variações sazonais e interanuais, que afetam de forma significativa o desenvolvimento das comunidades biológicas, em especial do fitoplâncton, principal produtor primário que constitui a base das cadeias tróficas marinhas locais. Dentro deste contexto, a Península Antártica (PA) tem especial importância, pois é a região dos oceanos globais que apresenta maiores câmbios ambientais, associados às alterações climáticas; no entanto, os seus efeitos/relações nas mudanças na composição e biomassa fitoplanctônica ainda permanecem incertas. Para este fim, perfis hidrográficos, juntamente com amostras para a determinação de nutrientes dissolvidos e pigmentos fitoplanctônicos, foram coletados em torno da região norte da PA (entre o Estreito de Gerlache, passando pelo Estreito de Bransfield, e a porção noroeste do Mar de Weddell), no final do verão, durante sete cruzeiros/anos (Fevereiro/Março 2008, 2009, 2010, 2013, 2014, 2015 e 2016), de forma a permitir uma análise robusta dos principais mecanismos causadores da distribuição dos pigmentos fitoplanctônicos (clorofilas e carotenóides) da região, determinados através da técnica de Cromatografia Líquida de Alto Desempenho (HPLC). Como alguns pigmentos podem ser usados como indicadores taxonômicos de grupos fitoplanctônicos, a análise de pigmentos por HPLC permite ainda avaliar a estrutura da composição das comunidades destes importantes produtores primários. Além do mais, variações na concentração desses pigmentos podem ser usadas como indicadoras do estado fisiológico das comunidades fitoplanctônicas, pois estes variam de acordo com a disponibilidade de fatores ambientais como a luz e/ou nutrientes. Desta forma, o entendimento dos seus padrões de distribuição pode constituir uma excelente ferramenta a aplicar ao estudo do fitoplâncton.

Uma grande variabilidade temporal e espacial na concentração de Clorofila a (Cl­ a; pigmento usado como índice de biomassa total de fitoplâncton por estar presente em todos os grupos) foi observado na área de estudo. Os níveis mais elevados foram registrados no Estreito de Gerlache, associados a florações intensas de diatomáceas (por exemplo, com valores superiores a 15 mg m­3 de Cl­a no ano de 2016) e nas proximidades da Ilha de James Ross (excedendo os 5 mg m­3 de Cl­a em 2009), valores intermediários (entre 0,5 e 2 mg m­3) no Estreito de Bransfield, e baixas concentrações na região a noroeste do Mar do Weddell e na Passagem de Drake (valores de Cl­a abaixo de 0,5 mg m­3). Os principais pigmentos carotenóides observados nesse estudo foram a fucoxantina (pigmento biomarcador de diatomáceas), a aloxantina (principal carotenóide das criptófitas) e a 19’­hexanoyloxyfucoxantina (pigmento dominante nas haptófitas, principalmente associado à presença da Phaeocystis antarctica); e suas concentrações revelaram diferentes padrões de distribuição ao longo da região estudada. Por outro lado, relações entre pigmentos acessórios específicos foram usados para revelar a dominância de determinados grupos taxonômicos específicos. Por exemplo, os valores mais altos da razão clorofila c3 : fucoxantina (média de 0,38) foi registrado em 2008 para o Estreito de Bransfield e Passagem de Drake. Valores

CIENT

ÍFICA

CIENT

ÍFICA

Costa, R.R.¹ ; Mendes, C.R.B.²

¹Graduação em andamento na Universidade Federal do Rio Grande (FURG) ²Professor do Instituto de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande (FURG)

intermediários (média de 0,16) foram registrados em 2009 para o Estreito de Bransfield e os valores mais baixos (média de 0,037), para os anos de 2008 e 2009, foram observados próximos à Ilha de James Ross, com valores baixos também registrados para a região do Estreito de Gerlache nos diversos anos amostrados. Estas diferentes razões encontradas foram associadas à contribuição relativa das diatomáceas para a comunidade fitoplanctônica, onde as estações com as mais altas contribuições de diatomáceas foram associadas com os valores mais baixos da razão clorofila c3 : fucoxantina. A partir de uma análise descritiva dos dados disponíveis, a dominância dos principais pigmentos (associados aos grupos fitoplanctônicos dominantes) evidenciou uma estreita associação com os parâmetros físico­químicos da região de estudo, como os nutrientes, temperatura e/ou salinidade.

Este estudo, embora ainda preliminar, mostrou que a distribuição espacial dos principais pigmentos fitoplanctônicos, usados como biomarcadores das comunidades fitoplanctônicas, em torno da PA (região bastante suscetível às recentes alterações climáticas), é muito complexa, particularmente nas regiões mais setentrionais, sujeitas a vários fatores ambientais, que podem determinar suas composições e estágios sucessionais. Algumas características particulares são: grandes diatomáceas, associadas aos maiores níveis de biomassa observados no entorno da Ilha de James Ross e Estreito de Gerlache (extremidades da nossa região de estudo), e uma transição espacial entre ambos com uma alternância de grupos fitoplanctônicos associados a processos diversos como a estrutura da coluna de água e a disponibilidade de micronutrientes. Esses conjuntos complexos (de grupos fitoplanctônicos) certamente influenciam a distribuição de seus principais predadores.

CIENT

ÍFICA

Delfino, S.D. T.¹; Pimentel, C.R.²; Vilar, C.C. A.³; Da hora, M.C.³; Bernardino, A.F.4; Joyeux, Jean-Christophe4

Rodolitos são nódulos ou agregações de algas coralíneas incrustantes bentônicas que ocorrem no leito marinho. A presença dessas agregações pode aumentar a complexidade do fundo marinho, fornecendo habitats para outros organismos. Além da importância ecológica, os rodolitos também são alvo da indústria extrativa de calcário e fosfato para uso na correção de solos ácidos e fabricação de fertilizantes agrícolas. Porém, pouco se conhece sobre os efeitos ecológicos de atração de espécies associadas a bancos de rodolitos na plataforma continental e os fatores que controlam sua distribuição (e.g. profundidade, distância da costa, densidade de rodolitos). Sendo assim, o presente estudo objetivou analisar a composição e estrutura das assembleias de peixes em bancos de rodolitos da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa das Algas, Aracruz/ES (19°24’S e 40°09’W). Essa região possui extensos bancos de rodolitos, que vão desde a zona costeira até a quebra da plataforma continental, a aproximadamente 80 m de profundidade. As amostragens ocorreram em janeiro e março de 2018, quando foram realizadas filmagens subaquáticas remotas com utilização de iscas de atração (Baited Remote Underwater Video Stations ­ BRUVS). Os BRUVS foram lançados em nove pontos aleatórios da APA, em áreas com e sem a presença de bancos de rodolitos, sendo três réplicas por ponto, totalizando 27 amostras. Cada amostra foi iscada com 500 g de sardinha­verdadeira (Sardinella brasiliensis), para filmar durante 60 minutos cada. A análise dos vídeos foi realizada utilizando o programa EventMeasure, sendo registrada a abundância relativa de cada espécie por meio do MaxN (número máximo de espécie no mesmo instante/frame). A densidade de rodolitos foi estimada visualmente e classificada como: alta, média, baixa e areia (controle). A variação nas assembleias em função dos fatores ambientais densidade de rodolitos, profundidade e distância da costa foi testada por meio de modelos lineares (DistLM). Foram registradas 37 espécies, pertencentes à 20 famílias. As principais espécies em termos de abundância relativa, presentes em todos os locais, foram o pargo Pagrus pagrus, representando mais de 50% do total, o realito Rhomboplites aurorubens e o chicharro Caranx crysos, com 12% e 11%, respectivamente. A abundância relativa de espécies de peixes apresentou diferenças significativas em função apenas da distância da costa, enquanto a profundidade também foi fator significante na composição específica das assembleias (presença/ausência; DistLM; p ≤ 0,05). A maior riqueza ocorreu em amostras mais próximas da costa (< 30 km), sendo 29 espécies e 14 exclusivas desta faixa de profundidade, em relação às amostras mais distantes (> 30 km), com 23 espécies e 8 exclusivas. Foi registrada a mesma riqueza (26 espécies) e número de espécies exclusivas (11 espécies) nas amostras em profundidades menores e maiores que 50 m. Quanto ao substrato, não houve variação significativa nas assembleias entre as diferentes densidades de rodolitos. Porém, esta variação se torna significativa quando se retira os pargos da análise. Portanto, ressalta­se a elevada dominância de pargo no ambiente em questão e a baixa associação da ictiofauna com o substrato, fatos possivelmente correlacionados, tendo em vista que a presença de rodolitos varia com a profundidade e distância da costa.

PALAVRAS­CHAVE: BRUVS, BANCO DE RODOLITOS, COMUNIDADE DE PEIXES, UNIDADE DE CONSERVAÇÃO APA

¹Graduanda em oceanografia na Universidade Federal do Espírito Santo

²Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Oceanografia Ambiental da Universidade Federal do Espírito Santo ³Pós-Doutorado em Oceanografia na Universidade Federal do Espírito Santo

CIENT

ÍFICA

Chaves, T.N.1; Silva, C.C.1; Pinho, L.Q.2

O grau de poluição das águas costeiras fluminenses vem interferindo na manutenção dos ecossistemas marinhos costeiros e na utilização destes corpos hídricos para a pesca, esporte e lazer. Nesse contexto, o presente projeto tem como objetivo avaliar como alguns parâmetros de qualidade das águas podem influenciar nas concentrações e fluxos de Carbono Orgânico Volátil (COV) destes ecossistemas. Para isso, foram utilizadas como áreas de estudo a Lagoa Rodrigo de Freitas e a Baía de Guanabara, ambas são importantes áreas turísticas da cidade e estão localizadas em uma região com alta densidade populacional, apresentando áreas com distintos níveis de poluição. A metodologia para ambas as áreas consiste em coletar água de superfície em garrafas de vidro de 1 L para obter amostras de COV através da purga da água coletada com nitrogênio de alta pureza (N2, grau 5.0) durante 8 minutos para a obtenção do Carbono Orgânico Expurgável (EDOC) através de equilíbrio em uma armadilha de 50 mL de água ultrapura acidificada com 50 µl de H3PO4, 85% (pH<2.0). Além disso, são coletadas amostras de Carbono Orgânico Gasoso (COG) nas mesmas áreas que as amostras de COV para obtenção dos fluxos entre a água e a atmosfera. As amostras de COG são obtidas através da filtragem do ar atmosférico com uma bomba durante 30 minutos em armadilhas de água ultrapura preparadas como a anterior. Todas as amostras de COG, EDOC e brancos são armazenadas em ampolas de vidro estéreis (500ºC/4.5h) para posterior análise em laboratório em um TOC Shimadzu. Padrões de 2

µ

mol C L­1 e 44

µ

mol C L­1 são usados para garantir a acurácia das análises realizadas. Os fluxos de COV são calculados como descrito em Dasch et al. (2005) através das concentrações de COG, EDOC, temperatura, pH e vento dos pontos amostrados. Foram também realizadas medidas das concentrações de carbono orgânico dissolvido (COD), nitrogênio e fósforo total e dissolvidos (nitrito, nitrato, amônia e fosfato) em todos os pontos de amostragem para avaliar possíveis influências destes parâmetros sobre o EDOC. Dados de chuva do período das coletas foram baixados do Sistema Alerta Rio da Prefeitura do Rio de Janeiro para também serem correlacionados com o EDOC. Os dados coletados foram submetidos a uma avaliação anual em períodos de curta e longa escala de tempo. No período de curta escala de tempo, os dados foram coletados de 2 em 2 horas, em um intervalo de 24 horas (correspondente a um ciclo de maré). Já no período de longa escala de tempo, os dados foram coletados em um intervalo de meses correspondente às estações do ano (geralmente verão e inverno). O conjunto de informações coletadas foi analisado no programa estatístico GraphPad Prism sendo feitas correlações entre as concentrações de EDOC e os demais parâmetros. Em uma primeira análise pode­se observar que não houveram correlações significativas destes parâmetros com o EDOC em ambas as áreas. Mostrando que os parâmetros analisados individualmente não regulam as concentrações. Novos estudos são indicados para avaliar uma possível interação entre os fatores observados e o acompanhamento de novos parâmetros, como por exemplo, a

1Graduação em andamento na Universidade do Estado do Rio de Janeiro

CIENT

ÍFICA

Milanese, M.S.1, Tamanaha, M.S.2, Pereira Filho, J.2, Almeida, T.C. M.2

O aumento desordenado da população das cidades litorâneas no estado de Santa Catarina, e a falta de planejamento e saneamento básico tornaram­se um problema ambiental e de saúde publica. Neste sentido, o município de Palhoça, SC, também sofre com este processo, com a descarga de efluentes domésticos no seu principal aporte fluvial, o rio da Madre. A principal macrorregião afetada por isso é a Guarda do Embaú, que conta com uma população flutuante de turistas no veraneio. O objetivo principal deste estudo foi avaliar a composição do fitoplâncton como indicador de contaminação orgânica doméstica, em duas áreas do rio da Madre, localizadas no município de Palhoça. Isso, torna­se possível, uma vez que o fitoplâncton, por ser um produtor primário para o meio marinho, apresenta uma ampla importância e possui uma grande sensibilidade às mudanças, sejam elas, naturais ou antrópicas, do meio em que habita. As amostragens foram realizadas em um período de setembro de 2016 a novembro de 2017 para fitoplâncton e parâmetros físico­químicos (temperatura, salinidade, oxigênio dissolvido, pH, nutrientes e clorofila­a). A comunidade fitoplanctônica foi analisada quali­quantitativamente em amostras de coleta de mangueira e rede. Analisaram­se os nutrientes e clorofila­a através de procedimentos colorimétricos e os parâmetros físico­químicos foram determinados por sonda multiparâmetros YSI 6600 no local. O rio da Madre mostrou­se como um ecossistema salobro praticamente o ano inteiro. De acordo com o CONAMA, Resolução 357/05, alguns pontos apresentaram o pH e concentrações de oxigênio dissolvido inferiores para Água Salobra, Classe 1, e todos os resultados de nutrientes estavam dentro dos valores permitidos, apenas o ponto 4 de maio de 2017 apresentou concentrações de amônio acima do máximo permitido. Foi constatado que há diferença significativa entre as estações do ano (Permanova; pseudo­F 6,2598; p­valor 0,001) e não há entre as áreas urbanizadas e não urbanizada (pseudo­F 2,1631; p­valor 0,138). Foram encontradas 133 taxas distribuídas em 9 filos, Bacillariophyta (111 taxa), Charophyta (3 taxa), Chlorophyta (6 taxa), Cryptophyceae (2 taxa), Cyanobacteria (8 taxa), Euglenozoa (3 taxa), Mizozoa (12 taxa) e Ochrophyta (2 taxa). Também se observaram espécimes/organismos representativos do filo Ciliophora (6 taxa). No rio da Madre encontrou­se com maior frequência os taxa Cocconeis sp., Melosira monoliformes, Amphora sp., Thalassiosira sp. e ciliados marinhos. Foram relacionadas com a qualidade ambiental, a grande densidade de diatomáceas do gênero Thalassiossira, Cocconeis, Amphora, Melosira, Nitzschia e Chaetoceanos. Além destas espécies, a presença de ciliados marinhos também foi relacionada com a baixa qualidade da água. A análise estatística (Permanova) indicou diferença significativa para as estações do ano (pseudo­F 2,3334; p­valor 0,001) e para as áreas urbanizadas e não urbanizadas (pseudo­F 1,8697; p­valor 0,02), porém não há diferença significativa na interação desses fatores (pseudo­F 0,84159; p­valor 0,84159). Sendo assim, a diferença entre as duas áreas mostrou­se de forma sutil, uma vez que analisando a contribuição de cada espécie para as diferentes áreas (urbanizada e não urbanizada), observou­se que houve

1Graduada em Oceanografia pela Universidade do Vale do Itajaí

uma tendência das abundâncias médias na área urbanizada diminuírem (redução nas contribuições de abundância das mesmas espécies). Isso é um indicativo que ambientes sujeitos a um relativo grau de contaminação (área urbanizada) faz com que algumas espécies não sejam tolerantes a determinadas substâncias, diminuindo assim a sua densidade. O presente estudo demostrou que o rio da Madre não apresenta características de eutrofização e ainda não está sofrendo com a urbanização recente na Guarda do Embaú, contudo, pode estar mostrando a qualidade ambiental do início de um ciclo de eutrofização. Com o passar do tempo essas diferenças entre as áreas podem agravarem­se ou minimizarem­se, uma vez que, essas áreas não estão muito distantes. Dessa forma, é indispensável que essa região continue a ser monitorada com o passar dos anos.

PALAVRAS­CHAVE: BIOINDICADOR, EUTROFIZAÇÃO, FITOPLÂNCTON, ESTUÁRIO

CIENT

ÍFICA

Milanese, M.S.1, Tamanaha, M.S.2, Pereira Filho, J.2, Almeida, T.C.M.2

1Graduada em Oceanografia pela Universidade do Vale do Itajaí

CIENT

ÍFICA

Ferreira, S.M. C.1; Soares, M. O.2

A dragagem portuária consiste na escavação e remoção dos sedimentos de fundo, submersos em qualquer profundidade por meio de variados tipos de equipamentos. As áreas em que esses resíduos são lançados são conhecidos popularmente como ‘’áreas de bota­fora’’, sendo que o substrato lançado pode permanecer por tempo indeterminado naquele local ou ser transportado para outras áreas por dispersão natural. O porto do Mucuripe localizado em Fortaleza está passando desde junho de 2018 por uma dragagem de seus canais de acesso. Próximo à região de bota­fora localizam­se dois ambientes recifais pouco estudados. Embora não seja uma área de deposição direta, o hidrodinamismo local (ondas e correntes) pode dispersar o material em suspensão, bem como os sedimentos e gerar impactos negativos sobre os recifes. Para avaliar esta hipótese é necessária a verificação antes e após a deposição de sedimentos. O objetivo deste trabalho é descrever o ambiente recifal antes do início da deposição dos sedimentos dragados. O método utilizado para o monitoramento dos recifes é consagrado na literatura internacional como BACI (em inglês Before­After­Control­Impact), ou seja, ‘’Antes­Depois­Controle­Impacto’’. Sendo assim, a área dos dois recifes é monitorada antes e depois da dragagem, sendo feitos vídeos subaquáticos antes e após a deposição de sedimentos para avaliar os possíveis danos. A metodologia consistiu na realização de uma expedição oceanográfica para coleta de dados através de transectos e filmagens subaquáticas com uso de mergulho autônomo (SCUBA) no dia 15 de junho de 2018, antes do início das obras. Os resultados parciais indicam a presença de recifes de arenito submersos com baixa complexidade topográfica (1­2m acima do fundo marinho), estando localizado entre 6­ 8m de profundidade. Estes recifes distam aproximadamente 690m e 800m da zona de deposição de sedimentos. Essa região, por ser uma parte rasa, é marcada por um intenso hidrodinamismo, turbidez elevada e ressuspensão de sedimentos o que pode deixá­la suscetível a impactos indiretos da zona de bota­fora. Em relação à cobertura bentônica detectada, os dados iniciais indicam uma cobertura formada principalmente por macroalgas marrons e vermelhas, e por esponjas marinhas com porcentagem de cobertura (abundância) superior a 50%. Além destes grupos morfofuncionais, foram encontrados também algas verdes, algas coralinas incrustantes e uma baixa porcentagem de corais escleractíneos, principalmente da espécie Siderastrea stellata. Esta espécie de coral é indicadora e considerada resiliente às variações de sedimentação, temperatura e turbidez. A alta abundância de algas, esponjas e de corais resistentes (S. stellata) sugerem um ambiente dinâmico decorrente de fatores hidrodinâmicos e sedimentológicos que levou a ação de um filtro ambiental selecionando organismos adaptados às condições subótimas para o desenvolvimento de espécies vulneráveis à sedimentação e turbidez. Isto leva a uma hipótese inicial de