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Campos,M.C. C.¹,²;Weigert, S.C.²; Valderrama, R.C.³

A anchoveta peruana é um pequeno peixe pelágico, de vida relativamente curta e com uma alta taxa de mortalidade anual, onde poucos indivíduos sobrevivem além dos três anos de idade. Esses peixes apresentam um rápido crescimento, atingindo um tamanho médio de ≈9 cm em 6 meses e 12 cm em um ano, poucos indivíduos chegam a atingir 20 cm de comprimento. Frequentemente são registrados em cardumes densos durante o dia e espalhados durante a noite. Esta espécie sustenta a maior pescaria de espécie única no mundo, somando ≈6,5 milhões de toneladas desembarcadas por ano. Este trabalho apresenta os resultados obtidos sobre a distribuição (horizontal e vertical) e estimativa de biomassa de Engraulidae ringens (anchoveta) através da aplicação de metodologia hidroacústica. As amostragens foram realizadas entre os dias 22 de setembro e 09 de novembro de 2017 durante o cruzeiro de pesquisa “Evaluación Hidroacústica de Recurso Pelágicos” conduzido pelo Instituto del Mar del Perú (IMARPE) ao longo de toda a costa Peruana. Os dados foram coletados através do método de avaliação hidroacústica o qual permite uma melhor análise espacial com uma maior precisão. A área de estudo compreendeu a região entre Piura e Tacna, considerou um afastamento máximo de 160 milhas náuticas (mn) em relação à linha de costa, essa área, foi dividida em setores: norte e sul. O desenho amostral foi composto de transectos perpendiculares a costa afastados 10mn entre si, desde Caleta Mero até Ático, a partir deste ponto esta distância mudou para 15 mn, desde Ático até Morro Sama. Foram utilizadas na coleta de dados duas embarcações do IMARPE e mais outras seis embarcações pesqueiras pertencentes a Sociedad Nacional de Pesqueria (SNP). As embarcações pesqueiras foram distribuídas igualmente entre setores, sendo três embarcações para cada.As embarcações do IMARPE dispunham para coleta de dados ambientais uma roseta com doze garrafas Niskin General Oceanic, com capacidade de 5 litros por unidade, CTD (Conductivity­Temperature­ Depth) Seabird, termômetro de superfície e um salinômetro Guildline modelo 8410A. Para aquisição de dados acústicos as embarcações contaram com ecossondas científicas SIMRAD EK60 com 4 frequências de operação (38, 70, 120 e 200 KHz). As embarcações pesqueiras de apoio contaram com ecossondas semi científicas de 120 KHz. Todos equipamentos foram previamente calibrados. Os dados acústicos coletados foram posteriormente processados com o software EchoView para estimativa da biomassa total e avaliação da distribuição espacial da anchoveta peruana. Além da coleta dos dados acústicos foram realizados 214 lances de pesca com rede de arrasto de meia­água pelas embarcações do IMARPE e 29 com rede de cerco pelas embarcações da SNP.A distribuição horizontal da anchoveta peruana apresentou um padrão variado e tipicamente costeiro na maioria dos casos, e teve seu registro mais distante a 105 mn da costa de Pimentel. Os registros se mostraram contínuos na

¹ Graduação em andamento na FURG

² Laboratório de Tecnologia Pesqueira e Hidroacústica, Instituto de Oceanografia, FURG ³Instituto del Mar del Perú.

Engraulis

ringens

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Campos,M.C. C.¹,²;Weigert, S.C.²; Valderrama, R.C.³

superficial até o máximo de 97 m de profundidade, registrada próximo a região de Punta la Negra. A biomassa total foi estimada em ≈6,38 milhões de toneladas (6,06 milhões no setor norte­centro e ≈0,32 milhões no setor sul). Os resultados obtidos servem como base para políticas de médio e longo prazo no sistema de liberação de quotas de pesca no país e para o gerenciamento bem­sucedido deste estoque pesqueiro de enorme importância sócio econômica para o país.

PALAVRAS­CHAVE: ESTOQUE PESQUEIRO, MANEJO PESQUEIRO, MONITORAMENTO COSTEIRO ¹ Graduação em andamento na FURG

² Laboratório de Tecnologia Pesqueira e Hidroacústica, Instituto de Oceanografia, FURG ³Instituto del Mar del Perú

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Costa, I.T.1; Santos, T.M.T.2; Almeida, M.F.2; Rosa Filho3, J. S.; Aviz, D.4.

As praias arenosas são ambientes de transição entre continente e mar, com grande importância ecológica e econômica. Esses ambientes abrigam uma ampla diversidade de organismos bentônicos, cuja sua distribuição e composição são influenciadas por fatores físicos e biológicos, os quais comumente definem sob a fauna padrões de zonação. A ecologia de praias arenosas tropicais é ainda pouco conhecida no mundo, quando comparada ao conhecimento acumulado sobre as praias subtropicais e temperadas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a distribuição horizontal da macrofauna bentônica na praia do Farol, localizada na ilha de Algodoal/Maiandeua, município de Maracanã, no Nordeste do estado do Pará. A coleta foi realizada no mês de junho de 2011 durante o período chuvoso. Na zona de médiolitoral da praia foram traçados dois transectos perpendiculares à linha da água, nos quais foram realizada coletas sistemáticas a cada a 50 m. Um total de seis pontos foram amostrados, os quais foram agrupados em três zonas: Médiolitoral Superior (MLS), Médiolitoral Médio (MLM) e Médiolitoral Inferior (MLI). Em cada ponto, foram coletadas quatro amostras biológicas, utilizando­se um amostrador cilíndrico de 10 cm de diâmetro, enterrado a 20 cm do substrato. As amostras foram passadas em malha de 0,3 mm de abertura e fixadas com formalina salina a 5%. Para cada amostra, foi calculada a densidade (ind.m­²) de organismos e a riqueza taxonômica (nº de táxons), as quais foram comparadas entre as zonas por meio de análise de variância (ANOVA). Foram utilizadas ainda, análises multivariadas (MDS, ANOSIM e SIMPER) para descrição e comparação da estrutura da comunidade. Foram identificadas 19 espécies, com predominância de Polychaeta (10 espécies) e Crustacea (três espécies). A ANOVA identificou diferença significativa (p<0,05) da riqueza e da densidade entre as zonas. A riqueza foi relativamente menor no MLS (0,6 ± 0,2 táxons.amostra­1), quando comparada ao MLM (1,5 ± 0,4 táxons.amostra­1) e MLI (1,3 ± 0,2 táxons.amostra­1). A densidade foi significativamente maior no MLI (324,4 ± 60,0 ind.m­2), quando comparada ao MLS (150,3 ± 63,5 ind.m­2). O MLM (253,2 ± 60,0 ind.m­2) apresentou densidade similar as demais zonas. Quanto à composição, a análise de similaridade (ANOSIM) mostrou diferença significativa entre zonas, sendo que apenas o MLS foi dissimilar as demais zonas. A espécie que mais contribuiu para a similaridade no MLS foi o anfípode Phoxocephalidae sp. (99% da similaridade entre as amostras). Na zona do MLM e MLI, o poliqueta Nephtys simoni (+70% da similaridade entre as amostras) foi a espécie mais comum. Comparando as zonas, foi estimada uma dissimilaridade de 99,6% entre amostras do MLS e MLM e de 100% entre MLS e MLI. A dominância de poucos táxons na praia do Farol, quando comparado a outras praias tropicais, pode

1Graduação em andamento, Curso de Oceanografia, UFPA. Laboratório de Pesquisa em Monitoramento Ambiental Marinho (LAPMAR-UFPA)

2.Doutorando, Programa de Ecologia Aquática e Pesca (UFPA). Laboratório de Pesquisa em Monitoramento Ambiental Marinho (LAPMAR-UFPA)

3.Docente, Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Tecnologia, Departamento de Oceanografia.

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Costa, I.T.1; Santos, T.M.T.2; Almeida, M.F.2; Rosa Filho3, J. S.; Aviz, D.4.

espacial da macrofauna estão de acordo com o padrão observado para as regiões de entremarés de praias arenosas, com aumento da riqueza e densidade de organismos da linha superior de maré alta em direção ao infralitoral. Essa distribuição ocorre devido, principalmente, a intolerância de muitos organismos a dessecação, altas temperaturas e baixo nível de oxigênio dissolvido no sedimento nas regiões mais superiores do médiolitoral. Na praia do Farol, no MLS ocorreu domínio de anfípodes, crustáceos que possuem exoesqueleto e outros mecanismos fisiológicos mais ajustados as condições de estresse, causadas pelo maior tempo de exposição do substrato durante as marés. N. simoni, um poliqueta típico de substrato arenoso, parece encontrar melhores condições de vida em áreas mais úmidas do MLM e MLI.

PALAVRAS­CHAVE: FAUNA BENTÔNICA, ZONAÇÃO, PRAIA ARENOSA, PRAIA DE MACROMARÉ, COSTA AMAZÔNICA

1Graduação em andamento, Curso de Oceanografia, UFPA. Laboratório de Pesquisa em Monitoramento Ambiental Marinho (LAPMAR-UFPA)

2.Doutorando, Programa de Ecologia Aquática e Pesca (UFPA). Laboratório de Pesquisa em Monitoramento Ambiental Marinho (LAPMAR-UFPA)

3.Docente, Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Tecnologia, Departamento de Oceanografia.

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Belfort, F.A. A.1; Ataide, B. S.1; Oliveira, J. V. M.1; Zacardi, D. M.2; Bittencourt, S. C. S.3; Nakayama, L.3; Bezerra, M.3

Os estudos do ictioplâncton contribuem com diversos campos da biologia marinha e ciências pesqueiras, pois permitem determinar períodos e áreas de desova e crescimento, das relações tróficas do ecossistema, e principalmente, das flutuações no recrutamento de peixes marinhos, sendo importante para a compreensão dos aspectos ecológicos e potencial de exploração de espécies comercialmente importantes, possibilitando o planejamento de ações de proteção e manejo racional dos estoques pesqueiros. Portanto, a pouca informação sobre o início do ciclo de vida dos peixes marinhos na costa norte do Pará e Amapá, estimulou o desenvolvimento do presente estudo baseado nos dados do REVIZEE­SCORE NORTE, com a finalidade de contribuir para o conhecimento da composição, abundância e distribuição do ictioplâncton na Zona Econômica Exclusiva (ZEE) Norte brasileira. O ictioplâncton foi coletado em 69 estações oceanográficas (neríticas e oceânicas), divididas em 3 subáreas denominadas de costa do Amapá, foz do rio Amazonas e costa do Pará, localizadas entre 12 e 200 milhas náuticas da costa, utilizando­se dois métodos de amostragem: (1) rede de Nêuston: possuindo boca retangular e malha de 500µm acopladas a um catamarã (rede superior para coletar o epinêuston e rede inferior, para coletar o hiponêuston), e (2) rede Bongo: composta de duas redes de bocas circulares (malha de 300 e 500µm), durante as Campanhas REVIZEE Norte II, III e IV realizadas em 1997, 1999 e 2001, respectivamente. O material biológico foi imediatamente fixado a bordo do navio em solução formalina a 10% diluída em água do mar e acondicionadas em frascos devidamente etiquetados. As amostras foram processadas em laboratório, sendo triadas, quantificadas e posteriormente identificadas em nível de família e quando possível, de gênero e espécie, utilizando­se características morfológicas, merísticas e morfométricas. Cerca de 15% do material biológico não foram passíveis de identificação por se encontrarem em estágio muito inicial de desenvolvimento ou danificados, sendo incluídos no grupo “outros”. Foram coletados um total de 3.585 ovos e 2.214 larvas de peixes, sendo 392 ovos e 557 larvas capturadas durante a campanha II (1997), 2.983 ovos e 1.086 larvas durante a campanha III (1999), ambas utilizando apenas rede de nêuston, e 210 ovos e 571 larvas de peixes durante a campanha IV, utilizando apenas rede do tipo bongo. A costa do Amapá contribuiu com 609 ovos e 927 larvas, a região da foz do rio Amazonas com 2.766 ovos e 716 larvas e a costa do Pará com 210 ovos e 571 larvas de peixes. As larvas foram classificadas em 69 táxons, distribuídas em 15 ordens, 43 famílias, 30 gêneros e 34 espécies. A ordem Achanturiformes foi representada pelo maior número de famílias (n= 16) e espécies (n= 21) identificadas quando comparada as demais ordens, perfazendo 51,30% de larvas coletadas. A família Carangidae contribui com maior número de espécie (n= 7; Caranx Crysos, C. hippos, Chloroscombrus crysurus, Decapterus punctatus, Oligoplites saurus, Selene

1Graduação em andamento na UFPA

2Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas; Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA);

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Belfort, F.A. A.1; Ataide, B. S.1; Oliveira, J. V. M.1; Zacardi, D. M.2; Bittencourt, S. C. S.3; Nakayama, L.3; Bezerra, M.3

ocorreu nas estações neríticas quando comparada as estações oceânicas, confirmando a plataforma continental como a área mais rica e abundante em ictioplâncton independente da campanha e/ou subárea amostrada. As larvas das famílias Anguillidae, Bregmacerotidae, Bramidae, Congridae, Gonostomatidae, Labridae, Ophichithidae, Paralepididae, Pomacentridae e Priacantidae tiveram baixa frequência de ocorrência, sendo registradas somente nas províncias oceânicas, enquanto que as larvas de Gobiidae, Carangidae, Engraulidae, Sciaenidae, Clupeidae, Myctophidae e Scombridae apresentaram­se amplamente distribuídas nas estações neríticas, indicado que a zona nerítica da costa Norte é utilizada como berçário para algumas espécies de peixes marinhos e estuarinos da região. No entanto, a variação na distribuição espacial das famílias de peixes pode ser atribuída às dimensões das áreas estudadas, à distância entre as estações de amostragem, características ambientais, além do padrão de comportamento de cada grupo ictiofaunístico, resultando em diferentes padrões de associação. Ressalta­se que a área de estudo pode ser considerada como local utilizado para a reprodução e desova de peixes economicamente importantes, uma vez que grande parte das famílias identificadas na região nerítica possui grande relevância para a pesca comercial e de subsistência. Portanto, se faz necessário a manutenção de estudos ictioplanctônicos na costa norte do Brasil, para ampliar o conhecimento de informações biológicas e ecológicas destes organismos, subsidiando o gerenciamento e a garantia de reposição dos estoques naturais, visando o equilíbrio e conservação da população pesqueira.

PALAVRAS­CHAVE: ICTIOPLÂNCTON, REVIZEE­SCORE NORTE, ZONA NERÍTICA

1Graduação em andamento na UFPA

2Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas; Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA);

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Filimberti, F.P.¹; Borges, S. S.²; Dumont, L. F.³

Associada à alta produtividade primária nos ambientes estuarinos da Lagoa dos Patos há uma grande biomassa de peixes, crustáceos entre outros organismos, que garantem uma importante função social e econômica do estuário para muitos dos pescadores artesanais das comunidades do seu entorno(Loebmann et al., 2008; C. Alves et al. 2009). Dentre os organismos capturados na região, destaca­se o Farfantepenaeus paulensis ou camarão rosa como principal recurso explorado pela pesca artesanal (D’Incao, 1991). Identificam­se seis diferentes tipos de redes para a captura no estuário sendo divididas entre passivas que são fixas em um local por estacas (redes de saquinho e saco) e ativas que são arrastadas tanto manualmente quanto por barcos (redes de coca, berimbau, arrasto de portas e pauzinho), sendo a do tipo saquinho a mais utilizada (Benedet, Dolci & D’Iincao 2010). Apesar de proibido o uso de rede de arrasto na Lagoa dos Patos (Portaria Sudepe n°.04 de 14/01/1986), esta arte da pesca ainda vem sendo praticada principalmente durante o verão, entre os meses de janeiro e abril (D’Incao 1991) época em que o camarão rosa se encontra em maior população no estuário. A proibição do arrasto de fundo no Estuário da Lagoa dos Patos é dada por possuir uma baixa seletividade e um alto distúrbio físico no ecossistema, acarretando na captura acidental de organismos que compõem a fauna acompanhante da espécie­alvo constituída de outros crustáceos, peixes e moluscos, além de poder provocar mudanças na biomassa e diversidade de espécies, diminuição da complexidade do habitat e acabar por ressuspender o sedimento para a coluna d’agua. Já é de conhecimento que este tipo de pesca causa uma mortalidade local da fauna bentônica e entre as espécies que são mais afetadas pelo arrasto estão os macroinvertebrados bentônicos que fazem parte da dieta do camarão rosa, e tem seu período de reprodução e recrutamento compatível com a época onde se intensificam a captura do crustáceo (Bemvenuti, 1998b). Dentre os estudos desenvolvidos visando a avaliação do impacto dessa arte da pesca sobre as comunidades macrobentonicas, a maior parte foi realizada na área da plataforma continental, apenas uma pequena parte remete a área dentro do estuário da Lagoa dos patos, diante disso, o objetivo do presente trabalho consiste em avaliar a diferença do impacto da pesca de arrasto do fundo sobre essas comunidades de macroinvertebrados imediatamente após o arrasto e correlacioná­lo com o impacto causado à médio prazo. Para tanto, foram construidos mesocosmos em uma das enseadas do estuário, um de controle e outro onde foram realizados arrastos como simulação para a pesca intensiva e coletada amostras de macroinvertebrados epibentônicos antes, imediatamente após e depois do arrasto (referente a três dias após as simulações). As amostras foram separadas em dois estratos de profundidade (0­5 e 5­10 cm), assim pode­se avaliar a distribuição vertical dos organismos, além da abundância de cada espécie. A análise prévia dos resultados tem mostrado uma maior quantidade de organismos na zona sem o arrasto. A

¹Graduação em andamento na FURG

²Mestranda no programa de pós-graduação de Oceanografia Biológica pela FURG ³Doutor em Oceanografia Biológica pela FURG

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Soares,R.M.T; Lima, J.F; Soares, F.M.M.; Costa, D.S.N.; Eschrique, S.A.'Silveira, P.C.A.

O ictioplâncton constiste na fase larval dos peixes, desde os ovos até a fase juvenil. Esses indivíduos passam por estágios de transição que são críticos para seu desenvolvimento e recrutamento do estoque adulto. Diante disso, este trabalho teve como objetivo analisar as fases de desenvolvimento e quali e quantitativamente a assembleia de peixes no Golfão Maranhense, Brasil. O Golfão Maranhense é constiuido pelas baías de São José e São Marcos, caracterizadas por ambientes dinâmicos, constituido de manguezais marcados por transição de água marinha e água doce, estuários. Os sistemas estuarinos são uma parte original e importante dos ambientes aquáticos por causa da sua produtividade elevada, esses ambientes são utilizados como refúgio para espécies de importância ecológica e comercial em período de reprodução e desova pela oferta de alimento presente no local. Foi amostrado em 10 complexos estuárinos, em estuário médio, superior e inferior um total de 30 amostras. Através de arrastos horizontais superficiais com duração de 3 minutos utilizando rede de plâncton cônico cilíndrica com abertura de malha de 300

µ

m foram coletadas as amostras. Após a coleta essas amostras foram fixadas em formalina a 4%. As análises laboratoriais consistiram na triagem e identificação das espécies ao nível taxonômico mais baixo possível de acordo com bibliografia específica. Os estágios de desenvolvimento das larvas seguiram a classificação de: saco vitelínico, pré­flexão, flexão e pós­flexão. Esta análise foi realizada com auxílio de literatura especializada e do estereomicroscópio. Para a análise numérica foi realizada: Abundância (%) que foi obtida a partir da fórmula Ar=(Na*100)/NA. Um total de 144 larvas e 7 ovos foram amostrados. As larvas ocorreram em três estágios: pré­flexão (48%), flexão (35%) e pós­ flexão (17%). Em relação a medidas o Cetengraulis edentulus obteve um total (7 a 30µm) de 7µm na fase de pré­flexão, 11,5 µm na fase de flexão e 30 µm na fase de pós­ flexão. Enquanto a Sardinella brasielliensis obteve um total (5 a 7µm) de 5 µm na fase de pré­flexão, 12 µm na fase de flexão e 17 µm na fase de pós­flexão. As demais espécies variaram de 5 a 30 µm nas fases de desenvolvimento evidenciadas no estudo. Os engraulídeos foram mais representativos na área de estudo, sendo Cetengraulis edentulus considerada mais abundante, registrada com 40% do total de larvas, seguida da Sardinella brasilliensis com 28%, ambas as espécies foram observadas nos três estágios de desenvolvimento. Estas espécies possuem hábito estuarino e economicamente são importantes. Elas usam esse ambiente como refúgio e criadouro, e como foi observado neste estudo utilizam desse ambiente durante uma fase de sua vida. Os resultados registrados para as fases de desenvolvimento mostram que os estágios de pré­flexão e flexão foram os de maior percentual, enquanto que o estágio de pós­flexão foi o de menor percentual e isto pode estar relacionado com o poder natatório que as larvas adquirem neste estágio, facilitando assim seu recrutamento. Fase essa que é essencial para o sucesso dos indivíduos adultos. Diante disto, ressalta­se a importância da conservação dessa área, pois trata­se de uma área berçario, e a necessidade de mais estudos que aprimorem o conhecimento da comunidade ictioplanctônica e suas fases de desenvolvimento.

PALAVRAS­CHAVE: PLÂNCTON, ESTUÁRIO, ONTOGENÉTICA, FASES DE DESENVOLVIMENTO, MARANHÃO

Universidade Federal do Maranhão – UFMA Departamento de Oceanografia e Limnologia – DEOLI Laboratório Integrado de Zooplâncton e Ictioplâncton - LIZIC

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