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R ECOMENDAÇÕES Atores sociais

Sigla Significado

EF Executivo Federal

EE Executivo Estadual

EM Executivo Municipal

EP Empresas Públicas

Epr Empresas Privadas

LF Legislativo Federal

LE Legislativo Estadual

LM Legislativo Municipal

JD Judiciário

IEBF Instituições de Ensino Básico e Fundamental

UP Universidades e Institutos de Pesquisa

OSC Organizações da Sociedade Civil

OI Organizações Internacionais

2.1 – O objetivo maior da política tecnológica brasileira é o de tornar efetivo o processo endógeno de geração e inovação de tecnologias. Logo, o estímulo à realização de esforço tecnológico diretamente, por parte das empresas e em cooperação com elas, é chave nessa transformação (posição na matriz: C e D, MP e LP).

Atores: EF, EE, EM, LF, LE, LM, JD, IEBM, UP, EP, EPr, OSC e OI.

Meios: Incentivos fiscais e creditícios para o desenvolvimento científico e tecnológico; legislação de incentivo ao desenvolvimento científico e tecnológico endógeno; acompanhamento e avaliação dos resultados dos incentivos e apoios concedidos ao desenvolvimento científico e tecnológico; ampla divulgação dos resultados dessas avaliações; qualificação da mão-de-obra por meio de cursos, estágios, palestras e eventos; extensão tecnológica; transferência de tecnologia;

PPA; formulação e coordenação de uma política nacional de desenvolvimento científico e tecnológico endógeno; programas nacionais, regionais e locais de desenvolvimento científico e tecnológico; apoio aos sistemas locais de inovação.

2.2 – O estímulo apoiado pelo Estado para a constituição de grandes grupos empresariais nacionais, com massa crítica para desenvolver e coordenar esforços tecnológicos e para transformarem-se em global players, é uma condição importante para a viabilização das bases de um esforço verdadeiramente inovador (posição na matriz: C, MP).

Atores: EF, EE, EM, LF, LE, LM, EP, EPr e OSC.

Meios: PPA; formulação e coordenação de uma política nacional de desenvolvimento científico e tecnológico endógeno; incentivos fiscais e creditícios para o desenvolvimento científico e tecnológico; legislação de incentivo ao desenvolvimento científico e tecnológico endógeno; acompanhamento e avaliação

dos resultados dos incentivos e apoios concedidos ao desenvolvimento científico e tecnológico; parcerias entre o Estado e a iniciativa privada.

2.3 – A concessão de benefícios fiscais e creditícios pelo Estado brasileiro para impulsionar os esforços empresariais de geração, adaptação e inovação tecnológica é essencialmente relevante. Evidentemente, a concessão desses estímulos implica a exigência de respostas efetivas de performance tecnológica, em termos de produtividade, qualidade, competitividade, impacto ambiental e social. Nesse sentido, a ênfase dos critérios de eleição de empresas ou projetos deve recair sobre a capacidade de produção de tais resultados. Sistemas de avaliação devem ser rigorosos e ter por objetivo não só informar a política, mas também servir de base para punir ou estimular as empresas ou instituições apoiadas (posição na matriz: B e C, CP).

Atores: EF, EE, EM, LF, LE, LM, EP, EPr e OSC.

Meios: PPA; incentivos fiscais e creditícios para o desenvolvimento científico e tecnológico; legislação de incentivo ao desenvolvimento científico e tecnológico endógeno; acompanhamento e avaliação dos resultados dos incentivos e apoios concedidos ao desenvolvimento científico e tecnológico; ampla divulgação dos resultados dessas avaliações.

2.4 – A construção de sistemas ou programas de extensão deve ser uma prioridade da política de C&T, tendo em vista a elevação do padrão tecnológico médio, a redução de sua diversidade e, em particular, a elevação da eficiência energética e ambiental das empresas. Esta, mediante o uso de tecnologias de processos e produtos ambientalmente limpos (posição na matriz: D, CP e MP).

Atores: EF, EE, EM, LF, LE, LM, IEBM, UP, EP, EPr, OSC, OI.

Meios: PPA; campanhas e eventos de divulgação; cursos e estágios de especialização de curta duração; programas nacionais e regionais de extensão tecnológica; cooperação internacional; transferência de tecnologia; legislação de estímulo e incentivo ao uso de tecnologias limpas e não energético intensivas.

2.5 – As diferenças existentes entre as tecnologias, as bases técnicas dos setores produtivos e das regiões, ao lado da limitação de recursos disponíveis, impõem a necessidade de a política tecnológica ser seletiva e definir prioridades claras de intervenção por campo tecnológico, setores produtivos e regiões (posição na matriz: C, CP).

Atores: EF, EE, LF, LE, UP, EP, EPr e OSC

Meios: PPA; formulação e coordenação de uma política nacional de desenvolvimento científico e tecnológico endógeno; gestão estratégica; programas nacionais, regionais e locais de desenvolvimento científico e tecnológico; parcerias entre o Estado e a iniciativa privada.

2.6 – Faz-se necessária a aplicação de um esforço coordenado de desenvolvimento dos nichos de mercado, mediante o uso de tecnologias que produzam diferenças (produtos diferenciados) e, preferencialmente, com alto valor agregado (posição na matriz: C, MP e LP).

Atores: EF, EE, LF, LE, UP, EP, EPr e OSC.

Meios: PPA; formulação e coordenação de uma política nacional de desenvolvimento científico e tecnológico endógeno; gestão estratégica; programas nacionais, regionais e locais de desenvolvimento científico e tecnológico; parcerias entre o Estado e a iniciativa privada; cooperação internacional; transferência de tecnologia; formação de blocos regionais de Mercado (por exemplo, Mercosul, Tratado de Cooperação Amazônica).

2.7 – Finalmente, são de vital importância a universalização e a requalificação do ensino básico e fundamental, em conjunto com a concessão de estímulos ao treinamento on job para a redução da rotatividade da mão-de-obra (posição na matriz: C, MP).

Atores: EF, EE, EM, LF, LE, LM, IEBF, EP, EPr, OSC e OI.

Meios: PPA; programas de incentivo às crianças nas escolas (por exemplo, bolsa escola); cursos de especialização, técnicos e profissionalizantes; programas de cooperação; cooperação internacional.

M

ATRIZ

-

PARCIAL DAS RECOMENDAÇÕES

-

A ATUAL POLÍTICA DE

C&T

Prazo Estratégia Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo

1-2 Anos 3-5 Anos >5 Anos

(Cp) (Mp) (Lp)

A Conscientização social informada

B Democratização do processo decisório 2.3

C Dmplantação da gestão estratégica de c&t 2.3, 2.5 2.1, 2.2, 2.6, 2.7 2.1, 2.6 D Deração, absorção, adaptação, inovação e

Difusão de conhecimento 2.4 2.1, 2.4 2.1

D

INÂMICA INSTITUCIONAL

A complexidade da questão requer uma abordagem integrada, que considere as variáveis e os atores pertinentes, bem como suas relações de interdependência. O princípio ético-político da sustentabilidade impõe destaque à auto-regulação do sistema, entendido em sua capacidade de evoluir na direção de propósitos compartilhados, com autonomia dos agentes, ligados por malhas de relações mútuas. Tal perspectiva requer mudanças substantivas no arcabouço institucional, ampliando as atuais práticas, marcadas pela ação centralizada, para novos horizontes, ditados pelo imperativo de uma maior participação de novos atores no processo decisório. A sustentabilidade institucional não pode ser regulada pelas abstratas “leis de mercado”, posto que depende da eficácia do arcabouço institucional jurídico-normativo.

A promoção da sustentabilidade do desenvolvimento requer um leque diferenciado de ações estratégicas e investimentos em diversos setores. Ciência, tecnologia e educação, além de essenciais para a necessária internalização dos valores éticos da sustentabilidade e para a apropriação de conhecimentos técnico-científicos, permitem compatibilizar seus fins com padrões desejáveis de integração competitiva na economia mundial.

Em tal contexto, ganha destaque, por exemplo, a interação dos mecanismos reguladores ou certificadores de transações comerciais, como a ISO 14.000, os programas de conscientização técnico-cientificamente informados e o aperfeiçoamento da convivência democrática.

A internalização generalizada dos princípios da sustentabilidade nas diversas práticas da vida humana – econômicas, sociais, políticas, ecológicas, afetivas, espirituais – corresponde a um complexo sistema de estímulos e desestímulos, dentre os quais políticas consistentes. As decisões das organizações e de seus indivíduos são determinadas menos pela racionalidade das instruções e mais pelo poder de persuasão dos formadores de opinião. A vigência do princípio da sustentabilidade depende dos fatores culturais e antropológicos atuantes nas instituições, como também das avaliações de riscos e da disposição em assumi-los.

A sustentabilidade institucional depende de sua credibilidade, continuidade e legitimidade social. Nesse quadro, a questão da C&T é crítica; são céticas as avaliações internacionais de risco das instituições governamentais ante as promessas do progresso técnico-científico.

Estudos antropológicos mostram que os cientistas são muito propensos a aderir acriticamente às posições adotadas pelas instituições de prestígio nas comunidades profissionais e que representam os “pares”, naturalmente sob risco de os interesses corporativos comprometerem as explicações científicas (Stonehouse e Munfort, 1994), e mesmo sob o risco da ética da ciência, a qual veta determinações definitivas para verdades provisórias, entrar em contradição com a lógica determinista da política. As contribuições de uma política de C&T para o desenvolvimento sustentável organizam-se no interior desse paradoxo.

A Conferência RIO-92 foi um marco decisivo de grandes mudanças ao assumir que a conservação do meio ambiente depende do desenvolvimento social e da eliminação da pobreza. Nos compromissos dos Estados sustentados na Agenda 21, os governos nacionais responsabilizaram-se pela coordenação das ações em favor do desenvolvimento sustentável, pressupondo suporte financeiro e institucional.

A chamada “economia solidária” opera-se nas novas relações de rede entre poderes públicos e sociedades. Compreende ações articuladas, muitas vezes

geridas por organizações não-governamentais ou instâncias representativas da sociedade civil, mediadoras de projetos sociais. Também o setor produtivo formal assume ações socioambientais no contexto dos novos nichos de mercado do green business. São ações que divulgam imagens positivas dos países, encontrando apoio internacional, inclusive financeiro.

A sustentabilidade institucional é condicionante política, econômica e cultural das relações entre C&T e sustentabilidade do desenvolvimento; fundamenta-se na auto-regulação das políticas descentralizadas em nível municipal, as quais integram as organizações sociais pertinentes.

As instituições possuem múltiplos papéis no desenvolvimento sustentável:

políticos e normativos, estratégicos e operacionais. Estes se desenrolam sob redes de relações dinâmicas e complexas, em âmbito internacional, nacional, regional, municipal e local. A auto-regulação do sistema depende das possibilidades de pactos sociais em favor da construção de um projeto nacional centrado no desenvolvimento sustentável. Isso implica, necessariamente, a existência de uma instância de coordenação geral das esferas descentralizadas de execução.

As instituições políticas e normativas são instâncias decisórias na arbitragem das regras que presidem o jogo de construção do pacto social, como também as condições concretas de operação da sustentabilidade do desenvolvimento. Há um conjunto de instituições político-normativas internacionais, nacionais, estaduais e municipais diretamente envolvido na promoção do desenvolvimento científico e tecnológico convergente aos princípios da sustentabilidade. A Tabela 2.7, a seguir, apresenta as principais instituições político- normativas.

Tabela 2.7

* Os institutos de normatização de seis países-membros da ISO coordenam os seis temas seguintes, atualmente estudados nos Comitês: 1) sistemas de gestão ambiental (Inglaterra); 2) auditorias ambientais (Holanda); 3) rótulos