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3.7 DESENHO URBANO & DE ÁREAS VERDES

3.7.3 Ecourbanismo e Planejamento

Para Spirn (1995) a forma urbana influencia no agravamento ou solução dos problemas energéticos, de resíduos e lixo das cidades. Quando os parques urbanos são analisados individualmente causam pouco impacto ambiental. Entretanto, quando a área em estudo abrange uma região os impactos são multiplicados. Em larga escala esses são muito maiores. A presença de gramados em parques implica em manutenção, corte, irrigação, tratamento com adubos. Quando um gramado possui milhares de hectares os custos se tornam substanciais e o desperdício com suprimentos, energia e água podem ser muito altos.

Não são necessários grandes ou caros empreendimentos para modificar o meio urbano, mas devem ser soluções ou projetos abrangentes, cujo entendimento da problemática tenha longo alcance. Cada sítio urbano possui características próprias em sua paisagem. Como tal precisa ser considerado para o planejamento o ambiente natural e interação entre processos naturais e antrópicos. A localização das AV e parques pode ser definida também pelo crescimento, história, distribuição da população, de edificações e de ruas.

A expansão urbana ocorrida no século XIX e XX resultou em confinamento de remanescentes de áreas silvestres pela conurbação urbana. Ocorreram tentativas de mitigar os efeitos cumulativos da urbanização e da degradação ambiental combinando cidade-campo. Entretanto, os problemas foram equacionados através de soluções onerosas e temporárias nas metrópoles. Hoje, prescinde a necessidade de remodelar a cidade em harmonia com os ciclos da natureza através da aplicação de atividades e tecnologias, (Spirn,1995).

Macedo (1995) associa a distribuição de áreas verdes na cidade ao seu grau de eficiência. Áreas verdes de grande porte situadas na periferia urbana em regiões montanhosas de altas declividades são acessíveis a poucos usuários, pois constituem barreiras reais para a maioria da

população pela distância e dificuldade de acesso. Áreas verdes fragmentadas em diversas partes e distribuída pelo tecido urbano de forma homogênea são desejáveis, pois privilegiam toda a população. Parques planos e lineares atravessando o tecido urbano, quando acessíveis a toda a população, são uma solução adequada pois permitem a conservação de matas e de encostas. A concentração de praças, parques em algumas áreas e a deficiência em outras não é satisfatória.

O projeto de parques urbanos atuando na canalização de ar, para retendo as águas da chuva de ruas, atenunado o ruído e poluição é apontado por Spirn (1995) como mais eficiente em termos energéticos do que soluções isoladas. Brejos naturais e áreas pantanosas podem para integrar o sistema de esgotos, para habitat de vida selvagem, recreação, entre outros. Ecossistemas de correnteza, mangues e solos assimiladores de matéria orgânica particulada são eficientes ao processamento de resíduos orgânicos. Os parques precisam ser projetados como integrantes do sistema bairro, da cidade, do ecossistema metropolitano. É desejável, que um parque seja um sistema fechado para efeitos ecológicos e administrativos.

Para Hough (1998) no Ecourbanismo todo o meio físico está conectado, sendo necessária: a) abordagem locais, regionais e globais dos ecossistemas para minimizar impactos; b) educação ambiental fazendo a população conhecer o meio em que vivem, a

preservação de áreas florestadas, de animais e plantas, incentivo a produção de alimentos em hortas e pomares familiares, entre outros.

O desenho urbano ecologicamente equilibrado constitui no desenvolvimento humano sensível ao meio físico. Os métodos a utilizar geram a criação de procedimentos minimizadores da destruição de organismos físicos e vitais, reciclagem de produtos orgânicos, da água, etc. Em resumo consistem em metodogias para valorização do meio urbano caracteriza em tornar visíveis os processos que sustentam a vida e melhorando o empobrecimento sensorial do entorno.

Na visão do mesmo autor a solução para um planejamento integrado e sustentável encontra- se em uma abordagem ecológica da paisagem urbana e dos habitantes, inclusive dos espaços desestruturados sócio-espacialmente, como nos modelos urbanos pré-industriais. A forma de geração de espaços urbanos, associados a atitudes, valores e relacionamento com o local possui originalidade, qualidade e impressões singulares. A escala humana, o desenho de ruas, quadras, campos e bosques inseridos ou fora do tecido urbano, o funcionamentos das atividades urbano- rurais, fatores sociais, econômicos e limitações físicas.

Conforme Hardt (1994) as AVs urbanas previnem, minimizam ou revertem a degradação ambiental pelo uso direto ou indireto de áreas reabilitadas para recomposição ambiental, em tratamentos gerais e específicos. O SAV atua na melhoria do meio ambiente urbano.

Para Matiello (2001) a abordagem ecossistêmica da cidade sugere que os parques formem uma rede ou sistema na cidade, atendendo a critérios de locação, forma e distribuição dos parques na cidade, que sejam usados para lazer contemplativo e ativo.

São prioritárias intervenções ecologicamente eqüilibradas, conforme Hough (1998):

a) Estruturação orgânica de cidades, conjugando áreas plurifuncionais para o desenvolvimento urbano uso de vegetação nativa adaptada ao localque não exige gastos energéticos para sua manutenção e não interfira no microclima;

b) Manter o status dos sistemas hídricos e de drenagem natural como cursos de água, rios, entre outros visíveis conservando de mata ciliares ou regenerando aquelas já derrubadas. Evitar as questionáveis retificação e canalização de rios, pois resultam em gastos para os cofres públicos e incidem em altos custos ambientais; erosões de riachos, inundações e deterioração da qualidade da água;

c) A drenagem de águas pluviais e de esgotos precisa contemplar além da solução de engenharia, a biológica. Existe grande volume de águas eutrofizadas, mas também grande extensão de terras impermeabilizadas que permanecem improdutivas.

d) Um planejamento integrado entre cidade e natureza esbarra na separação entre estas pela incompatibilidade nos moldes atuais.

Para Spirn (1995) os problemas urbanos e regionais precisam ser coordenados compreendendo o ecossistema urbano. Sendo assim um planejamento integral adequado para o gerenciamento do ecossistema urbano contempla:

a) Tratamento da localização do parque no ecossistema urbano, analisando todos os aspectos incidentes e desejáveis par sua implantação e com oportunidades de lazer para a vizinhança local

b) o paisagismo deve conservar energia e reduzir resíduos e explorar o aspecto microclimático, geológico, hidrológico, biológico específico do local, entre outros.