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A sociedade ate niens e for jo u um a das prim eir as escolas de formaç ão do h om em ocide ntal, mo de lan do os clássicos arquétipos id ea is , tais como o heró i de epopé ia, o cavale iro culto, o cid ad ão ativo ou o sábio intr ospectivo. O que exercitaram no cam po d a ed uc ação dur ant e alguns séculos ant es de Cr is to serviu como exem plo à maiori a d as ins tit uiç ões ed uc ac iona is primárias e super ior e s adot adas em Roma e d ali esp alh an do-se par a o r estante do Ocidente

Em Atenas , onde arte, filosofia e drama flore s ceram, em part e, graças a um c lima soc ial mais prol on gado d e mai or s egur anç a e paz , o d estaq ue à ed ucação físic a e at lé tica nos magnífic os ginásios (que constituí am instit uiçã o esportiv a, r ecreativa, atlética, pr é- m ilita r ) não excluía a e ducação int electua l, artístic a, moral e religiosa, ne m excluía o ensino em escolas, liceus e academias qu e se seguiam aos do is anos iniciais no gy mnasium.

Os testemun hos exis tentes sobre a educação at eniense são un ân imes em af ir mar q ue a dem ocratiz aç ão da sociedade e d a vida po lítica alter ou os métod os ped ag ógicos, mas não represento u uma alt er aç ã o n o s eu ethos, no s objetiv os últ imo s da for maç ão d o jov em ate ni ens e. E la c ont in uo u orient an do-s e pe lo m odel o cavalh eiresc o da nobre z a átic a, a am b ição d e r eunir num só corpo a b eleza físic a e mor al de um indivíduo. Os pleb eus qu e ascendiam socialm ent e nã o o qu es tionava m.

Na escola prioriz ava-se o ensino de m úsica, is to é, das nove musas: música p ropr iam ente d ita e p oesia, dram a, histór ia, orat ória, c iênc ias , etc ., e, no séc. V I a.C ., o ensi no da le it ura e es c rita. C urríc ulo es te mu ito r ic o e divers if icado, acessível para as e lites, nã o p ara as massas popular es .

A educa ção já h avia pas s ado por uma substanc ial alt eraçã o qu an do se de u a evo luç ão da cidade ol igárquica dos tempos arcaicos, calc ada nos valores milit ares, para a cid ade dem ocrática do perí odo clássico, inspir ada na im port ância da pa lavra.

O antigo processo de tra nsmis são do con hecimento, ou das ha bi lidades, qu e f azia larg o uso d a pederastia, vez que um amant e mais velho, um guerr eir o, ac ompanhava a formaç ão do seu jovem escudeiro, fo i substituíd o pelo pedag og o ou pela escola re gida pelo mestre d idát ic o, que m i nist rava liçõ es de gr amát ic a e e nsinava os prim e ir os c álc u l os .

As técnicas universais d e m emorização e im itação tam bé m eram em pregadas pe los e duca dore s gregos , mas valoriza nd o- se, e muit o, o desenvolvim ent o da personalidad e e a criatividade.

P os t erior m e nt e, ac res ce nt o u-se no c ur r í c u lo a r itm ét ic a , ge ometria e des en ho, a ument an do ain da mais as exigências de ap licação e aprove itam ent o do alunado e o e litis mo escolar.

Na Gréc ia, e mesmo em Roma, que adot ou os mode los da prim e ira, a ed uc aç ão of erecida aos hom ens livr es não podia alcanç ar os plebeus, cujos filhos cedo apre nd iam os ofícios do s pa is , per s everando n a condição pro fis siona l de artífices e artesãos, po uc o se dis tingu ind o d os es c ravos .

Apesar d a versat ilidad e e certa liberalidade que já se ens a iava na educação at en iense - como, es poradicam ent e, também no seu s is t ema po lí t ic o - m o d e lav am - s e a s no vas g e ra çõ es , d e m o do a s e mant er a cont in ui dad e c ultural e a pres ervaç ão dos valores , int eresses e relações de p od er das classes dominantes.

Estas, porém, e seus servidores mais qualific ad os , jama is atu aram e p ens aram d e m od o com pacto, homogêneo e unif ic ado, no c am p o i de ol ó g ic o e p o lí t i c o. A ssim s e nd o , só nu m c lima soc ia l pl ural is ta e filoso fic ament e toler ante, j á es boça nd o o pens ament o dem ocrátic o-libera l, é q ue a s divergê ncias se mult ip licaram em t orno das posições progressistas, cons ervador as ou reac ionárias.

A mudan ça social e cult ura l n ão seria uma cara cterística pró pria e e xclus iva da civi lização oc id ent al, nem a es tabilidad e es tacionária e a utoritár ia um a característica das civilizações orient a is .

No seio das classes ec onom ic ament e d ominantes, uma orient açã o po lít ica difer enciada pod eria part ir da diverg ênc ia p ar a a busca do pod er e statal im prim ind o- lhe orientação es pecial, ou mais pro gressiva do que a vigente, ou mais cons ervador a, ou mais reacionár ia.

Diss idências profu nda s e inte nsas tanto oc orreram na Gré c ia e Roma an tigas, qu ant o n as socieda des euro pé ias , af ro-asiátic as e amerín dias de dat a mais recente.

Contrad ições e conflitos en tre gr up os diverge ntes d as próprias c la ss es d om in an t es alt er a r am r ad i c alme nt e siste m as s óc io -p ol ít i co-

ec onômicos sem se chegar, ine xora v elm ent e, à tom ada do poder da classe domin ad a e explorada.

Cabe, pois, a sup osição de q ue o prog resso da s id éias, atit ud es , técnic as e ciências ten dem a minar o po der das forças aut orit ári as , rígidas e retrógradas , qua nd o nã o oc orre e xat ame nte o op os to, como teriam sido os surtos nazi-fascistas , autoritário- po pu listas e dit atoriais oligár qu ic os em reação ao progresso das id éias e dos ide ais libera lizantes e dem ocratizant es.

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