• Nenhum resultado encontrado

ELABORAÇÃO DOS ROTEIROS SOBRE CALOR LATENTE E CALOR ESPECÍFICO

3 METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO E PESQUISA

4.4 ELABORAÇÃO DOS ROTEIROS SOBRE CALOR LATENTE E CALOR ESPECÍFICO

ESPECÍFICO

Para a elaboração do texto histórico referente aos roteiros de calor latente e calor específico, utilizamos como fontes as anotações de Joseph Black em Lectures on the elements of chemistry. (136) Os textos de Joseph Black utilizados são transcrições das conferências ministradas por ele na University of Edinburgh, em que lecionava, e anotações de suas pesquisas. Em seus textos há a presença de anotações sobre experimentos realizados, questionamentos, perguntas, algumas discussões, resultados e conclusões de tais experimentos.

Estudamos e analisamos as anotações de Joseph Black de forma a selecionar os excertos que continham o conteúdo que abordaríamos. Nesse sentido foram utilizadas as partes em que Joseph Black realiza observações e faz anotações sobre os experimentos referentes a calor latente e calor específico. As fontes secundárias de consulta e que guiaram a construção do texto histórico foram as referências de número (127,133-135).

Ao analisarem o texto histórico elaborado sobre calor específico e calor latente, os professores esclareceram algumas dúvidas relacionadas ao texto e sugeriram algumas trocas de palavras para um entendimento mais claro:

ProfessorPRF: “Olhei o roteiro aqui e eu tenho uma dúvida no texto histórico, acho que uma frase aqui está trocada, hmm.... Olha essa parte... o que acha?”.

As dúvidas referentes ao texto histórico foram sanadas e aspectos históricos sobre o calor foram discutidos mais profundamente com os professores. Ao serem questionados sobre a compreensão do texto histórico e seu tamanho para a realização em sala de aula, os professores afirmaram que são adequados e que os roteiros levam em conta o letramento do aluno.

ProfessorPRF: "Eu gostei [do roteiro]... é melhor do que o tradicional. Ele [o texto histórico]

não é grande. Não há nada além da compreensão dos alunos [difícil, complicada], eles podem entender a ideia que está sendo transmitida. Não é exagerado em nada [...]".

ProfessorPRJ: “Legal dar o contexto histórico da época, o que estava acontecendo, [no caso do Black] o que motivou ele [a fazer os experimentos]... Sim...Vocês deram ...como posso dizer, existe uma adequação né...”.

A adequação ao qual o professor se refere foram alguns comentários que foram inseridos nas anotações de Joseph Black para auxiliar na compreensão do texto. O professor também destaca a importância do texto histórico:

ProfessorPRF: “Então, eu acho que a parte histórica é importante para dar o contexto da

experiência, orientar eles no que está acontecendo e como eles devem proceder na própria experiência [...] Então, assim, o contexto histórico é importante, o embasamento teórico é importante também, e o aluno para fazer a experiência satisfatoriamente e sem seguir uma receita de bolo, ele tem que ter muito claramente no objetivo que ele quer chegar, então é importante [o contexto]”.

Com relação à realização dos experimentos sobre calor latente e calor específico, o professor PRF ainda não havia tido contato com o kit da Experimentoteca, portanto desconhecia o aparato experimental. Por isso, o professor pediu para realizar os experimentos, e a pesquisadora realizou a preparação.

ProfessorPRF: “Tá legal [os roteiros], eu só queria fazer a experiência dos dois antes de aplicar. Mas assim, como se fossemos os alunos, do zero, para sentirmos as dificuldades que eles podem sentir também, e na hora também saber lidar com a situação. Pois esse experimento eu nunca fiz”.

Um encontro foi marcado para a realização do experimento. Durante a realização do experimento, algumas dúvidas surgiram sobre o procedimento experimental, por exemplo a água ferver a menos de 100oC na cidade de São Carlos. Outra dúvida foi relacionada a deixar o termômetro tocar o fundo do béquer (próximo à fonte de calor). Nesse sentido, no momento em que a água está esquentando, o termômetro pode marcar um valor de temperatura maior do que o valor real da temperatura da água. E por fim, a última questão foi sobre o gelo já estar derretendo antes de iniciar o experimento, visto que estaria fora da geladeira no início da aula.

A primeira dúvida o professor disse que seria bom mencionar aos alunos, pois é algo que eles não iriam prestar atenção. Com relação ao termômetro tocar o fundo do béquer, o professor considerou importante avisar aos alunos para segurar o termômetro e não ocorrer uma leitura errada da temperatura. Já sobre o gelo, ele propôs utilizar a temperatura referente ao momento em que o gelo seria colocado dentro do calorímetro.

Ao realizar o experimento, o professor ainda comenta outro problema relacionado ao gelo. Ele menciona que a geladeira da escola é pequena e não há freezer, além de que necessitaria uma quantidade grande de gelo. Esses fatores impossibilitariam a realização da atividade da escola. Chegamos à solução de que levaríamos o gelo pronto à escola e deixaríamos na cantina, com a autorização do Diretor.

O professor ainda sugeriu realizar, em outro momento, o experimento para calcular a capacidade térmica do calorímetro e essa possibilidade permaneceu em aberto:

ProfessorPRF: “Seria legal calcular a capacidade térmica do calorímetro, mas não daria tempo de fazer as duas juntas. Mas acho que seria interessante eles verem como calcula a capacidade térmica do calorímetro”.

As modificações sugeridas pelos professores foram incorporadas à versão final do roteiro do professor e do aluno sobre calor específico e latente. Essa versão foi então novamente apresentada aos professores, que os consideraram adequados e não indicaram outras mudanças.

ProfessorPRF: “O resto tá tranquilo [dos roteiros de calor]”.

ProfessorPRJ: “Gostei dos roteiros. Perfeito, eu acho que dá para aplicar sim do jeito que está”.

As versões finais dos roteiros do professor e alunos sobre calor específico encontram- se no Apêndice B. Já os roteiros do professor e alunos sobre calor latente encontram-se no Apêndice C.