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No Brasil, os investimentos em políticas públicas de esporte e lazer são voltados geralmente para os esportes de alto rendimento, o financiamento de eventos esportivos e o fortalecimento de princípios competitivos no esporte. Nos governos estaduais e municipais prioriza-se o futebol como carro-chefe das políticas, muitas vezes reduzidas a eventos anuais. Assim, o caráter educativo e a melhoria da qualidade de vida e de outras formas de expressão cultural por meio de esporte e lazer ficam em segundo plano.

Em contraponto a esse histórico, e em consonância com as experiências de políticas setoriais de esporte e lazer das administrações progressistas e populares, em Recife, no ano de 2002, é formulada a Política Municipal de Esporte e Lazer em governo liderado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), que assumiu a Prefeitura municipal em 2001 e encontra-se no segundo mandato (até 2008). As diretrizes da política de esporte e lazer foram criadas em consonância com as diretrizes gerais do governo municipal: uma gestão pública radicalmente democrática apoiada na mobilização popular, na promoção da cidadania e na luta contra a exclusão e as desigualdades sociais. Além das diretrizes, seguiram os princípios da gestão.

A partir também de alguns princípios que o prefeito João Paulo nos colocou, inversão de prioridades, participação popular e elevação da consciência política da nossa população. Eram esses três princípios que deveriam orientar todos os projetos e programas que nós tínhamos que fazer em relação ao esporte (Gerente de Gestão e Equipamento do GEGM-Geraldão, em 17/04/2007).

De acordo com Silva (2005a, p.159, grifos nossos), os valores que orientariam a política de esporte e lazer do Recife em suas ações, programas e projetos a partir de sua formulação no ano de 2002 seriam: (a) o esporte como fator de desenvolvimento humano, traduzido “na compreensão do esporte como ‘fenômeno histórico cultural’ e ‘parte das manifestações da cultura corporal’”; (b) o lazer como instrumento pedagógico de elevação cultural e da consciência política da população, constituindo-se em “um conjunto de práticas sociais de caráter lúdico, vivenciadas no tempo liberado do trabalho e de quaisquer

obrigações relacionadas à sobrevivência, caracterizadas pela liberdade de escolha e por acontecer a partir de diversas manifestações culturais”. Por fim, (c) o esporte e o lazer como fatores de inclusão social, pois enquanto direitos sociais seriam considerados “fatores de emancipação humana e exercício da cidadania quando desenvolvem formas humanizadas de sociabilização”.

Assim, o Programa Círculos Populares de Esporte e Lazer foi criado com o objetivo de implementar, nas comunidades de baixa renda da cidade, círculos de convivência social que possibilitassem o desenvolvimento sistemático de aprendizagens significativas relacionadas ao campo da cultura corporal e esportiva, tendo em vista a educação no e para o tempo livre (SILVA, 2005a). Dentro da proposta educacional do PCPEL foram criados princípios pedagógicos para nortear suas práticas, desde o planejamento até os momentos festivos e de avaliação7.

Princípios Pedagógicos O que procuram expressar

Trabalho Socialmente Útil

[...] uma educação que se realiza no âmbito do lazer, na perspectiva da autodeterminação, deve estar em profunda sintonia com as necessidades e interesses dos sujeitos e das comunidades envolvidas (p.33).

[...] significa colocar os sujeitos diante das situações concretas que configuram a produção cultural – seja ela artística, esportiva ou intelectual, no tempo liberado. Esse processo inclui a conquista, construção e gestão dos espaços e equipamentos comunitários de lazer, a apropriação da cultura acumulada historicamente, a construção de possibilidades para a criação de novas formas de práticas assim como lutas mais amplas como a redução da jornada de trabalho, o controle do tempo do lazer (p.35).

A educação a partir de uma atividade socialmente útil, também deve contribuir para a formação de hábitos socialmente úteis (p.35).

Desenvolvimento da Cultura Popular

A questão central é de democratização e acesso crítico aos bens culturais socialmente construídos pela humanidade e seu desenvolvimento de acordo com os interesses de emancipação das maiorias.

Rejeitar a recorrência simplista aos modelos

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A criação dos princípios pedagógicos pode ser vista na pesquisa ação de Silva (2005b), que abrangeu as ações do Projeto de Formação Continuada nos primeiros três anos do Programa.

importados e desenraizados, privilegiando o desenvolvimento crítico das iniciativas oriundas das camadas populares, tornando unitário e coerente aquilo que as classes populares são capazes de produzir (p.38).

[...] a atividade reflexiva deve contribuir para a superação do ‘praticismo desvairado’ e do ‘entretenimento banalizado’, construindo formas críticas e efetivamente protagônicas de lazer (p.38).

Auto-Organização e Trabalho Coletivo

Trabalhar coletivamente significa saber organizar e dirigir um grupo quando é necessário e também saber obedecer quando for preciso (p. 38).

Todos assumam responsabilidade no interior da estrutura de organização (p. 38).

Analisar cada problema novo como organizador (p.39).

Intergeracionalidade

[...] expressa a necessidade de superação da segmentação entre as gerações (etárias), colocando a necessidade de construção de procedimentos e mecanismos que restabeleçam a coexistência e convivência entre sujeitos das diferentes faixas etárias, de maneira que seja garantida a preservação da memória cultural e política, fortalecida pelos vínculos sentimentais inerentes aos coletivos familiares. [...] faz-se imprescindível que tais mecanismos de coexistência possam reaproximar a velha geração com a dinâmica contemporânea da sociedade e suas exigências (p.42).

Fonte: elaboração própria com base em Silva e Silva (2004).

A proposta pedagógica, que norteia o Programa Círculos Populares de Esporte e Lazer como um projeto educativo não-formal8, tem como finalidade educativa “a formação dos sujeitos das camadas populares para a transformação da realidade social na qual estão inseridos. Esta formação/transformação tem [...] como objeto central, o lazer, e visa desenvolver a autodeterminação destes sujeitos, a partir de seu próprio exercício crítico” (SILVA; SILVA, 2004, p.42-43, grifos nossos). O resgate das atividades lúdico-desportivas nas comunidades da periferia do Recife como dimensões fundamentais da vida humana, quando ancoradas em práticas educativas, políticas e de expressão cultural, são o cerne das ações do PCPEL.

Conforme Silva e Silva (2004, p.11),

É possível organizar o lazer com vistas à emancipação humana, mesmo considerando o momento histórico no qual o capital vem transformando tudo que vê pela frente em mercadoria. Uma condição básica para isso é compreendermos o lazer como um espaço/tempo sistemático e planejado, no qual as pessoas possam ludicamente desenvolver aprendizagens sociais que contribuam para sua autodeterminação no campo da cultura, da política e da economia.

A educação emancipatória proposta pelo PCPEL não é somente expressa pela capacidade de emancipação da consciência, mas também pela sua capacidade de estimular novas experiências organizativas nas comunidades. O Programa propõe a construção de círculos populares, isto é, reunião planejada e sistemática de círculos de convivência social que na luta concreta pelo acesso à cultura possam fazer nascer uma nova concepção de lazer e de mundo ao unir consciência crítica e vontade coletiva, o lúdico e a autodeterminação, a política e o lazer (SILVA; SILVA, 2004, p.29-30). Os círculos populares são a experiência organizativa vislumbrada para concretizar o ideário do Programa. Essa experiência organizativa abrange também atividades eventuais (eventos, campeonatos, torneios).

Em vista da concretização das ações são sugeridas algumas formas de organizar, e de se apropriar do tempo livre, que buscam “estruturas participativas” e o estímulo à “auto- organização dos sujeitos das camadas populares” (SILVA; SILVA, 2004, p.47).

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De acordo com Afonso (apud GARCIA, 2001, 150-151, grifos do autor), “por educação formal entende-se o tipo de educação organizada com uma determinada seqüência e proporcionada pelas escolas enquanto que a designação educação informal abrande todas as possibilidades educativas no decurso da vida de um indivíduo, constituindo um processo permanente e não organizado. Por último, a educação não-formal, embora obedeça também a uma estrutura e a uma organização (distintas, porém, das escolas) e possa levar a uma certificação (mesmo que não seja essa a finalidade), diverge ainda da educação formal no que respeita à não-fixação de tempos e locais e à flexibilidade na adaptação dos conteúdos de aprendizagem a cada grupo concreto”.

Formas de

organizar O entendimento de quem concebeu o programa

Planejamento Participativo

O planejamento [...], ao nível da gestão de um círculo de convivência, tem em vista o desenvolvimento do protagonismo e da autodeterminação (p. 47).

O planejamento participativo tem como objetivo identificar o ponto de partida do trabalho. Define-se pela problematização da prática social, identificação de interesses e do acervo de conhecimentos que o grupo possui, pela definição coletiva de objetivos e da construção da programação de conteúdos e eventos. É também o momento de divisão de responsabilidades na gestão do grupo e da organização das condições materiais para a continuidade do processo (p. 47).

Oficinas Temáticas

As oficinas temáticas podem ser definidas como um conjunto de procedimentos com o objetivo principal de construir e reconstruir conhecimentos e práticas corporais e esportivas, tendo a auto-organização como fator primordial (p.48). Tendo em vista a ampliação e a diversificação do acervo esportivo-cultural dos seus membros, em cada um dos círculos de convivência são abordadas diversas temáticas no decorrer do ano, de acordo com o estabelecido no planejamento participativo. As oficinas podem ser desenvolvidas nos espaços disponíveis na comunidade, tais como os parques e praças, os campos de pelada, os terrenos vazios e até mesmo na rua (p.48).

As temáticas selecionadas devem ser problematizadas de modo a permitir o conhecimento de suas determinações, seus elementos constitutivos, para então serem construídas as possibilidades de sua recriação (p. 48).

Escolinhas Esportivas

Vista como uma possibilidade de organização do espaço/tempo pedagógico, em que se caracteriza pela identificação de uma turma com uma modalidade esportiva específica.

As escolinhas tradicionais têm como objetivo central a iniciação ou treinamento esportivo. [...] é importante que a escolinha não fique reduzida ao mero treinamento. O estímulo à auto-organização e ao trabalho coletivo dos jovens é fundamental (p.49).

Os educadores deverão forjar procedimentos que estimulem os jovens a criar e sistematizar novas formas para a prática esportiva, incluindo o incentivo à auto- organização do treinamento pelos jovens do grupo (p.49).

Seminários e Encontros Participativos

Os seminários são espaços próprios para o intercâmbio de conhecimentos, experiências e informações entre os círculos de diferentes comunidades com outras entidades e instituições, movimentos sociais e culturais e demais grupos interessados. São momentos que permitem aprofundar temáticas que exigem abordagens mais sistematizadas e ampliadas em função de sua complexidade (p. 49).

Nos seminários poderão ser debatidos tanto os temas específicos relativos às oficinas, quanto temas transversais como: drogas, violência, sexualidade, política, entre outros. Esses momentos pressupõem sempre algum tipo de sistematização e registro por meio da produção de textos, materiais instrucionais, pinturas coletivas, utilização de vídeos e novas tecnologias educacionais (p. 49).

Festivais

Os festivais são momentos de catarse, realizados em datas festivas e comemorativas, destinados à vivência coletiva das várias formas de manifestação da cultura corporal e esportiva, construídas no interior das oficinas e escolinhas (p. 50).

Eles também podem ‘ser realizados integrando as diversas comunidades, abrangendo as exposições e experimentações junto a outros segmentos da comunidade tais como as escolas, associações ou igrejas’ (p. 50).

Arrastões de Lazer

Os arrastões são essencialmente atividades de sensibilização dos sujeitos das comunidades onde serão implantados os círculos. Pressupõem uma pesquisa anterior que identifique as células potenciais de um Círculo, caracterizando suas experiências, suas preferências e suas expectativas, bem como a realização de atividades relâmpago de alta intensidade, sensibilizando os sujeitos das comunidades a se engajarem na construção do protagonismo no que se refere à conquista do tempo livre (p. 50).

Colônia de Férias

Constitui um conjunto de atividades desenvolvidas no período das férias escolares. Normalmente contempla todos os procedimentos apontados acima, sendo num período intensivo que dura uma, duas ou mais semanas. Nas colônias de férias, promover desafios que pressuponham a auto-organização de maneira mais intensa é um fator fundamental já que nos outros momentos as atividades devem ser mais dirigidas pelos educadores (p. 50).

Fonte: elaboração própria com base em Silva e Silva (2004).

Quadro 3 (4) – Formas de organizar do Programa Círculos Populares de Esporte e Lazer.

As formas de organizar apresentadas no quadro acima permeiam os projetos do PCPEL, criados para atuar em quatro eixos: (1) promoção de atividades sistemáticas para crianças, jovens, adultos e idosos; (2) democratização e requalificação dos equipamentos de esporte e lazer; (3) formação continuada de quadros e (4) apoio às iniciativas espontâneas das comunidades, de maneira a estimular a autodeterminação da população no uso do tempo livre (SILVA, 2005). Essas frentes se refletem em projetos (descritos a seguir), que buscam concretizar o ideário do Programa. A apresentação dos projetos baseou-se em documentos internos do GEGM-Geraldão datados de 2004 e 2005, sendo necessárias algumas pequenas atualizações à medida que realizamos esta pesquisa. As linhas de ação descritas nem sempre se concretizaram, no entanto preferimos a descrição mais completa possível dos projetos. Foram considerados os projetos que tiveram maior perenidade desde a criação do PCPEL.

PROJETO ESPORTE DO MANGUE – Desenvolve ações em parques, praças e outros espaços para prática esportiva nas comunidades envolvendo a juventude através de oficinas, campeonatos e eventos, em torno do skate, patins, bicicross (esportes radicais) e dos elementos da cultura hiphop (Breakdance, Grafite, DJ e Rap). Suas linhas de ação são: Seminários Parabólica e Satélite do Mangue, momento em que são desenvolvidos debates sobre temas relacionados à vida dos jovens, visando problematizar a situação e construir saídas coletivas. A síntese desse processo é produzida e socializada pelos jovens através de

linguagens alternativas como fanzines, jornais, grafites, etc.; Fórum Esporte do Mangue, chama a comunidade, principalmente a juventude radical, para discutir a agenda de eventos do ano, tendo caráter de sensibilização e mobilização da juventude; Festivais da Juventude, realizados enquanto etapas regionais do Encontro Municipal do Esporte do Mangue nas regiões político-administrativas do Recife, onde ocorrem oficinas, vivências, campeonatos populares relacionados às linguagens esportivas e de lazer implementadas pelo Programa e apresentação de bandas musicais das próprias comunidades. Esse projeto finaliza suas ações do ano com o Encontro Municipal do Esporte do Mangue, de formato parecido com os festivais mas com uma maior dimensão. O projeto Esporte do Mangue9 foi criado junto ao Programa, em 2002.

PROJETO CÍRCULOS DE CONVIVÊNCIA SOCIAL - Desenvolve ações sistemáticas (duas vezes por semana) para todos os segmentos da população. Envolve também atividades eventuais (Festivais, torneios, encontros).

Até 2005, primeiro ano do PCPEL no Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães, autarquia responsável pela implementação do Programa, a Diretoria de Lazer e Cidadania era responsável por todas as atividades sistemáticas relacionadas ao conteúdo esporte e lazer e assim estava exclusivamente responsável pelo projeto. Em 2006, com a atribuição de novas responsabilidades às diretorias do ginásio, os círculos foram desmembrados em círculos de convivência social de lazer (Diretoria de Lazer e Cidadania), abrangendo ginástica, capoeira, dança popular, artes plásticas, artesanato, canto coral, percussão (maracatu baque virado), teatro e/ou outra linguagem demandada pela comunidade que se insira no lazer; círculos de convivência social de esporte (Diretoria de Esporte Amador), que abrangem futebol, futsal, vôlei, basquetebol, handebol, karatê, judô, ginática olímpica e esportes considerados tradicionais; e círculos convivência social de juventude (Diretoria de Esporte e Juventude), que abrangem conteúdos relacionados aos esportes radicais (BMX – Bicicross, Skate, Patins) e aos elementos da cultura hiphop (Breakdance, Grafite, DJ e Rap).

A Diretoria de Lazer e Cidadania, antes única responsável pelo projeto, ficou ainda responsável pelas linhas de ação da antiga organização do Projeto Círculos de Convivência Social, sendo elas: Festivais Temáticos de Esporte e Lazer, que são momentos de sistematização e troca de experiências das produções realizadas nos círculos de convivência social (de lazer), em torno de temáticas como: datas comemorativas, temas, jogos e eventos

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esportivos (ex: Festival de dança, Festival de carnaval, Festa Junina, Encontro de adultos e idosos); Arrastão do Lazer, ação itinerante de esporte e lazer, desenvolvida em parques, praças, campos ou quadras para mobilizar, divulgar ou registrar as ações desenvolvidas no Programa; Colônia de Férias, ação realizada durante as férias escolares, envolvendo segmentos da população em uma semana de atividades no campo do lazer e esporte; Projeto de Animação de Parques e Praças, que em 2006 realizou ações a partir de oficinas de arte, percussão, dança, teatro e outros conteúdos relacionados ao lazer; e da prática espontânea dos jovens que visitavam o espaço público (praça ou parque) onde aconteceram as atividades. Algumas dessas linhas de ação são atividades eventuais (Momentos de Catarse) que têm como origem os círculos de convivência social de lazer (atividades sistemáticas).

O ideário do PCPEL tem como modelo heurístico esse projeto, que é confundido pelos proponentes e executores com o próprio Programa. As primeiras iniciativas do Programa nas comunidades foram colocadas em ação por meio dele, que foi seu projeto-piloto.

PROJETO FUTEBOL-PARTICIPATIVO - Tem o objetivo de incitar o processo de resgate do futebol como alternativa de lazer nas comunidades de baixa renda do Recife. Organiza anualmente campeonatos de futebol de várzea na periferia do Recife envolvendo aproximadamente 18.000 participantes, que ocupam cerca de 40 campos de várzea na periferia da cidade. Engloba as categorias masculino e feminino aberto, veterano, sub-15 e sub-17. Suas linhas de ação são: Fase Regional do Futebol Participativo que ocorre por regiões político-administrativas, consistindo na primeira fase do Futebol Participativo; Fase Final do Futebol Participativo em que há o cruzamento dos vencedores de cada região político-administrativa do Recife em competição que resultará na equipe vencedora geral da cidade; Campanha de preservação dos campos de várzea: consiste num ciclo de debates e ações comunitárias, visando preservação dos campos públicos de futebol. 2003 é o ano inicial desse Projeto, quando apoiava campeonatos isolados das comunidades. Em 2004 houve um primeiro esforço de integração desses campeonatos. 2005 foi o ano em que houve a primeira a ação organizativa com o atual formato, em que o campeonato é iniciado por meio de reuniões nas seis regiões político-administrativas da cidade, culminando com sua unificação em uma reunião geral e jogos realizados por região (Fase Regional).

Desse modo, o Programa Círculos Populares de Esporte e Lazer volta-se para o desenvolvimento de projetos e ações envolvendo pessoas de todas as idades em torno de práticas esportivas e de lazer sistemáticas, esportes radicais e esporte amador com o intuito de

garantir o acesso da população do Recife, especialmente os segmentos desfavorecidos socialmente. As ações voltadas às comunidades têm a intervenção pedagógica de professores e estagiários de educação física; e educadores sociais (advindos das comunidades) utilizando praças, parques, campos e outros espaços adequados às práticas esportivas e de lazer, como associações de bairro, clubes, institutos, universidades, escolas públicas, igrejas, entre outros.

De caráter subsidiário aos projetos descritos acima existem ainda:

PROJETO REDE FÍSICA MUNICIPAL DE ESPORTE E LAZER - Desenvolve ações em torno da elaboração de projetos de centros populares de esporte e lazer para a cidade do Recife através de ações integradas com outros órgãos municipais e a comunidade em torno do planejamento, construção, reforma, manutenção e gestão de espaços e equipamentos públicos de esporte e lazer. Suas linhas de ação ocorrem: nos Centros Populares de Esporte e Lazer, de maneira a requalificar os espaços e equipamentos públicos esportivos e de lazer do Recife em torno da construção de possibilidades multifuncionais que possam atender a todos os segmentos da população; nas Arenas de Esportes Radicais, na construção de espaços e equipamentos públicos que atendam à juventude praticante de esportes radicais para possibilitar a integração dos diversos grupos existentes na cidade; nos Campos de Futebol de Várzea, consiste em requalificar campos de futebol de várzea do Recife garantindo infra- estrutura que permita a utilização por todos os segmentos da população; Pesquisa dos Espaços Públicos de Esporte e Lazer, consiste no levantamento geopolítico dos espaços públicos esportivos e de lazer existentes e potenciais do Recife; Projeto de Gestão e Manutenção de Equipamentos Públicos de Esporte e Lazer, consiste na construção de possibilidades de co-gestão dos equipamentos públicos de esporte e lazer de forma a garantir a manutenção, o controle social e a utilização democrática dos equipamentos. Esse Projeto consta no primeiro documento oficial que apresentou o PCPEL, em 2002, pois um dos problemas para a implementação dos projetos era a falta, a degradação e a apropriação privada, por membros das próprias comunidades, de espaços e equipamentos públicos adequados para a prática das modalidades. Atualmente o Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães (GEGM-Geraldão), por meio do projeto, é responsável pela administração e manutenção de um conjunto de espaços na cidade, sendo eles: o próprio Ginásio (RPA-6); o