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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1.2 Empreendedorismo no Brasil

Segundo Dornelas (2011, p. 14), no Brasil o empreendedorismo somente começou a tomar forma na década de 1990, quando entidades como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) surgiu com o objetivo de dar suporte para o iniciador de uma empresa, prestando consultorias, cedendo informações e elaborando soluções pontuais aos problemas do novo empreendimento, auxiliando o empreendedor em seu negócio. Na mesma época foi criada a Sociedade Brasileira para Exportação de Software (Softex), entidade criada com o intuito de levar as empresas de software do país ao mercado externo, por meio de várias ações que proporcionavam ao empresário de informática a capacitação em gestão e tecnologia.

Foi com os programas criados no âmbito da Softex em todo o país, em parceria com as incubadoras de empresas e a universidades em seus cursos de ciências da computação e informática, que o tema empreendedorismo começou a despertar na Brasil.

Com relação aos programas e ações criados no Brasil com foco no empreendedorismo, Dornelas (2011) menciona:

1. Os programas Softex e Genesis (Geração de Novas Empresas de Software, Informação e Serviços), criados na década de 1990.

2. O programa Brasil Empreendedor, do Governo Federal.

3. Ações voltadas à capacitação do empreendedor: os programas Empretec e Jovem Empreendedor do Sebrae.

4. Repercussão na mídia nacional da semana anual do empreendedorismo mundial, com eventos, workshops, seminários e discussões sobre os resultados anuais da pesquisa GEM e com debates sobre as estratégicas para o futuro do empreendedorismo brasileiro.

5. Aumento da quantidade de entidades de apoio ao desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil, além do Sebrae, Anprotec, Endeavor, várias ONGs,

institutos e empresas em todo o país destinam recursos e apoio institucional a projetos e programas de desenvolvimento do empreendedorismo em várias regiões do país. 6. A ênfase do Governo Federal no apoio à micro e pequena empresa, considerando

inclusive a criação de um ministério ou secretaria com foco na pequena empresa. 7. A consolidação de programas de apoio à criação de novos negócios com recursos de

subvenção econômica, bolsas, investimentos para empresas iniciantes inovadoras, provenientes de entidades governamentais de apoio à inovação e ao empreendedorismo (Finep, fundações de amparo à pesquisa, CNPq, BNDES, entre outros).

8. O crescente movimento das franquias no Brasil também pode ser considerado um exemplo de desenvolvimento do empreendedorismo nacional.

No que se refere ao ensino do empreendedorismo no Brasil, Dolabela (2008, p. 39) afirma que “[...] o empreendedorismo está apenas começando, mas os resultados já alcançados no ensino indicam que estamos no início de uma revolução silenciosa.”

Por fim, Dolabela (2008, p. 41) destaca as ações de apoio a empreendedores, realizadas pela Endeavor e, pesquisas realizadas pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM), ambas, instituições criadas mais recentemente que, mesmo não sendo diretamente vinculadas à educação, prestam significativa contribuição nesse sentido.

Foi na perspectiva de mensurar a atividade empreendedora dos países e observar seu relacionamento com o crescimento econômico, que em 1997 foi criado o projeto GEM uma iniciativa conjunta do Babson College, nos Estados Unidos, e da London Business School, na Inglaterra. Quem traz esta constatação à tona é Dornelas (2011, p. 13), que discorre sobre o referido projeto:

Este pode ser considerado o projeto mais ambicioso e de maior impacto até o momento no que se refere ao acompanhamento do empreendedorismo nos países. Trata-se de uma iniciativa pioneira e que tem trazido novas informações a cada ano sobre o empreendedorismo mundial e também em nível local para os países participantes. O número de países participantes do GEM cresceu de 10, em 1999, para mais de 30, em 2000, chegando a 59, em 2010, o que representa 84% do PIB mundial. Uma das medidas efetuadas pelo estudo do GEM refere-se ao índice de criação de novos negócios, denominado Atividade Empreendedora Total (TEA). Este índice mede a dinâmica empreendedora dos países e acaba por definir um ranking mundial de empreendedorismo. Este ranking tem mudado a cada ano e o leitor poderá

ter acesso aos dados mais recentes ao pesquisar no site do GEM:

www.genconsortium.org. [...] Em números absolutos, em 2010, apenas a

China possuía mais empreendedores que o Brasil: a TEA chinesa de 14,4% representava 131,7 milhões de adultos envolvidos em atividades empreendedoras naquele país.

Para Dornelas (2011), passou-se a vivenciar um novo momento, com o reconhecimento do empreendedorismo como protagonista da década. Conforme este autor, esse momento começou a ser moldado a partir da constatação da importância do país na visão de alguns atores envolvidos com o movimento do empreendedorismo no mundo e, principalmente, no Brasil, após o conhecimento do resultado do primeiro relatório executivo do GEM (2000). Naquela ocasião o Brasil apareceu como o país que possuía a melhor relação entre o número de habitantes adultos que começam um negócio e o total dessa população: um em cada oito adultos. Sendo este estudo realizado anualmente, foi possível constatar que o Brasil apareceu em 2010 na décima posição, com um índice de criação de empresas (TEA) de 17,5 no momento da pesquisa. Em outras palavras, em cada cem pessoas, aproximadamente 18 pessoas desenvolviam alguma atividade empreendedora, correspondendo a mais de 21,1 milhões de pessoas envolvidas em novos negócios.

Dornelas (2011, p.18) acredita que a participação dos países no ranking evidencia que “a criação de empresas por si só não leva ao desenvolvimento econômico, a não ser que esses negócios estejam focando oportunidades no mercado.” Reforça que tal entendimento só foi possível a partir do estudo anual do GEM, do qual foram originadas duas definições de empreendedorismo: 1) O empreendedorismo de oportunidade, em que o empreendedor visionário sabe aonde quer chegar, planeja previamente a criação de uma empresa, sabe aonde quer chegar com sua empresa objetivando gerar lucros, empregos e riqueza. Está totalmente ligado ao desenvolvimento econômico, com forte correlação entre os dois fatores; 2) O empreendedorismo de necessidade, em que o candidato a empreendedor se aventura na jornada empreendedora mais por falta de opção, por estar desempregado e não ter alternativas de trabalho. Afirma Dornelas (2011, p.18) que nesse caso, esses negócios costumam ser criados informalmente, não são planejados de forma adequada e muitos fracassam rapidamente, não gerando desenvolvimento econômico e agravando as estatísticas de criação e mortalidade dos negócios. Esse tipo de empreendedorismo é mais comum em países em desenvolvimento, como ocorre com o Brasil, e também influencia na atividade empreendedora total desses países. Assim, não basta o país estar ranqueado nas primeiras

posições do GEM. O que o país precisa buscar é a otimização do seu empreendedorismo de oportunidade. Dornelas (2011, p.18) ressalta que no Brasil, até 2002, o índice de empreendedorismo de oportunidade era inferior ao índice de empreendedorismo de necessidade, mas nos últimos anos é possível perceber uma melhora e até reversão desta tendência. Como exemplo, em 2010, para cada empreendedor de necessidade havia 2,1 empreendedores de oportunidade no Brasil. Em outras palavras mais de 68% dos empreendedores no país empreendiam por oportunidade. Espera-se que para os próximos anos cada vez mais empreendedores focados em oportunidades surjam, promovendo o desenvolvimento do país.

Mais recentemente, em uma parceria do GEM (2012) com o Sebrae e o Centro Técnico de Empreendedorismo da Fundação Getúlio Vargas, foi realizada uma pesquisa junto à população brasileira com idades entre 18 e 64 anos e residentes nas cinco regiões do país, sendo dois mil entrevistados em cada uma das regiões, tendo como principal objetivo entender o cenário brasileiro e identificar, nesse contexto, o indivíduo empreendedor, a partir do conhecimento de características demográficas.

Em breve análise, o resultado da pesquisa GEM (2012) demonstra que de uma forma geral, no Brasil, a população entre 35 e 44 anos, com primeiro grau incompleto e com renda inferior a três salários mínimos destacaram-se como os que mais empreendem. Por outro lado, empreendem significativamente menos os jovens entre 18 e 24 anos, com pós-graduação incompleta, com renda entre 6 e 9 salários mínimos. Dados como estes confirmam a opinião dos estudiosos que apontam que no Brasil, a forma de empreender mais comum tem sua origem na necessidade e na maturidade pessoal. Percebe-se também que, claramente, são as pessoas em condição social mais desfavorecida que mais decidem empreender.

Vale ressaltar que, ainda segundo dados do GEM (2012), empreendedorismo é compreendido como e toda e qualquer tentativa de criar um novo empreendimento, ou seja, abertura de uma atividade autônoma, criação de um empreendimento ou até mesmo a expansão de um empreendimento já existente.

Contudo, em seus estudos, Dornelas (2011, p.18) alerta que, apesar de avanços recentes apontados pelo Governo Federal, ainda faltam políticas públicas duradouras dirigidas à consolidação do empreendedorismo no país, como alternativa à falta de emprego, e visando a

respaldar todo esse movimento proveniente da iniciativa privada e de entidades não governamentais, que estão fazendo a sua parte. A consolidação do capital de risco e o papel do angel (“anjo” – investidor pessoa física) também estão se tornando realidade, motivando o estabelecimento de cenários otimistas para os próximos anos.

Um último fator apontado pelo referido autor é que dependerá apenas dos brasileiros para ser desmitificado, é a quebra de um paradigma cultural de não valorização de homens e mulheres de sucesso que têm construído o Brasil e gerado riquezas, sendo eles os grandes empreendedores, que dificilmente são reconhecidos e admirados. Pelo contrário, muitas vezes são vistos como pessoas de sorte ou que venceram por outros meios alheios à sua competência.

Degen (2009, p.403), já mencionado anteriormente e considerado um dos precursores no ensino de empreendedorismo no Brasil, em sua atividade docente, tinha o “objetivo de incentivar os alunos a empreender e, assim, promover o crescimento econômico para reduzir a pobreza e a desigualdade de renda.” Destaca que:

Apesar de o crescimento econômico ser uma das condições necessárias para a redução da pobreza no mundo, é preciso que este crescimento seja sustentável, preservando os recursos escassos da natureza e o meio ambiente para gerações futuras, e que focalize melhor o problema da redução da pobreza.

A visão de Degen (2009) no que se refere à má distribuição de renda no Brasil é compartilhada por Dolabela (2003) que afirma que o empreendedorismo no Brasil deve considerar as prioridades do país, eliminando a exclusão social e confrontando a ideia tradicional do empreendedorismo focado no fazer empresarial, que por ter prioridade no crescimento econômico concentra a renda e não distribui de forma equivalente. Segundo Dolabela (1999), por mais complexo que seja inserir o ensino de empreendedorismo no nível universitário é apenas um começo para a construção de uma nova economia, voltada para empreendimentos.

Hoje, conforme Degen (2009, p.407), muitas escolas técnicas e universidades já constam de centros de empreendedorismo que estimulam e treinam alunos para empreender, prestando apoio às iniciativas dos alunos através de incubadoras. Afirma que estes centros chegam a ajudar na obtenção de recursos financeiros. Este autor observa ainda que a maior parte dos

cursos de empreendedorismo é destinada aos alunos dos cursos de graduação, ainda imaturos profissionalmente e sem experiência para perceberem oportunidades de negócio. Por outro lado, apregoa o mesmo autor, que existem instituições que oferecem cursos de pós graduação para suporte dos seus ex-alunos que apresentam a experiência necessária, além da maturidade no desenvolvimento de oportunidades de negócio.

Conforme o exposto é possível perceber que, atualmente as escolas técnicas e universidades têm formado indivíduos mais bem preparados para reconhecimento e desenvolvimento de negócios, embora muito se tenha a fazer nesse sentido.

Na visão de Degen (2009, p. 412), o curso ideal para promover o empreendedorismo por oportunidade deve ser um curso ministrado para graduados das escolas técnicas e das universidades, com experiência e maturidade profissional necessária para visualizarem as oportunidades e que estejam interessados em montar o seu negócio. O curso deve ter duração mínima de um ano, ser estruturado de tal forma que não interfira com o trabalho dos candidatos a empreendedores, e deve incluir noções de sociologia, de ciências comportamentais e de ciências ambientais. O curso ideal, conforme este autor, deve orientar os alunos nas pesquisas, bem como na elaboração do plano do negócio.

Leite (2004, p.3) menciona que:

O “Projeto Empreendedorismo Poli – Além do Plano de Negócios” como resultado de um olhar mais apurado sobre o ensino do empreendedorismo em uma escola de engenharia prestes a completar 100 anos de bons serviços ao Recife, Pernambuco e ao Brasil, que forma todos semestres profissionais liberais, micros, pequenos e médios empresários preocupados com o desenvolvimento humano, econômico e social. Ele surge com a visão de ser uma proposta, uma alternativa para que possa responder com eficiência e eficácia ao desafio do Primeiro Emprego? Não. Primeira Empresa.

Leite (2004, p.3) esclarece que o primeiro empreendimento foi materializado através de parceria entre o Incubatep - Incubadora do Instituto Tecnológico do Estado de Pernambuco (entidade com mais de 50 anos de existência) e a Escola Politécnica, quase centenária, renovada constantemente por meio de convênio estabelecido para estimular o empreendedorismo, via incubação das empresas dos alunos da Escola Politécnica. Tal fato permitiu que antes de completar 25% das aulas da disciplina Formação de Empreendedores fossem identificados quatro grupos de alunos aptos criarem suas próprias empresas.

Atualmente, das 20 empresas incubadas na Incubatep quatro são dos alunos da Escola Politécnica de Pernambuco, algo que os especialistas em empreendedorismo e incubação de empresas consideram excelente resultado dos esforços empreendidos.

Sob o ponto de vista de que o empreendedorismo é um fenômeno, Leite (2004, p.4) explica que para entendê-lo é necessário que haja um entendimento e uma análise da sua força motriz. Nesse contexto devem ser destacados dois elementos que são pilares na construção dessa nova modalidade de trabalho: a inovação, a partir do desenvolvimento tecnológico, e o processo de globalização promovendo o fim do emprego.

O referido autor aponta a rigidez da legislação trabalhista brasileira como fator que vem contribuindo com grande força na promoção do empreendedorismo, por não possibilitar a flexibilidade nas contratações. Nesse sentido, Leite (2004, p.5) chama a atenção para o fato de que, no Brasil há apenas um modelo legal relacionado ao quantitativo de horas que devem ser trabalhadas, exigidas pelas empresas: “(...) o trabalhador é obrigado a trabalhar oito horas diárias, com um mês de férias, 13º salário, indenização por demissão e todo o resto. Em todo país com legislação trabalhista rígida há mais desemprego”.

Na concepção de Leite (2006, p.9), “o Brasil tem a necessidade de fomentar a personalidade empreendedora como um meio para enfrentar o grande problema do desemprego, que enfrenta hoje.” Em contrapartida, o empreendedorismo possibilita a criação de empresas e o crescimento econômico do país, além de contribuir com a diminuição da economia informal. A ausência de espírito empreendedor, que, segundo o referido autor, há décadas mantém o Brasil na condição de país “em desenvolvimento”, encontra fundamento na falta de uma política educacional voltada para desenvolver o empreendedorismo, principalmente no nível universitário. Vai mais além, quando, em sua linha de raciocínio, explica que, ainda que “ensinar a ser empreendedor” necessite ainda de clarificação e sistematização, faz-se urgente que medidas e modalidades de formação sejam desenvolvidas, bem como o conceito de aprendizagem continuada voltada para a inovação seja ensinada.

Em suas abordagens, pode ser percebido que tanto Degen quanto Leite apresentam discursos semelhantes no que se refere à relevância do ensino de empreendedorismo. O primeiro tem seu foco voltado para as diferenças sociais e entende o empreendedorismo como uma forma de reduzir as discrepâncias econômicas no país, enquanto o segundo enaltece a importância

do desenvolvimento do espírito empreendedor enquanto novo paradigma vivenciado na sociedade e da inovação como condição fundamental para que se possa enfrentar o problema do desemprego e exercer papel decisivo no desenvolvimento econômico do Brasil.

2.1.3 O empreendedor

Para Souza Neto (2003) existem diversos tipos de empreendedores no Brasil. O autor chama a atenção para o "Empreendedor Virador", no estudo em que defende que o empreendedor pode ser aquele que constrói um negócio a partir de uma necessidade subjetiva. Souza Neto (2003) segue afirmando que esse indivíduo busca meios de sobrevivência através do empreendedorismo e torna-se um empreendedor virador. Afirma que é incontável a busca pela definição do que é empreendedor, embora já tenha sido definida por diversos autores diferentes.

Na lógica de Souza Nero (2003), o empreendedor virador age de acordo com suas necessidades. Não se trata de um indivíduo que explora oportunidades pelo objetivo de obter a satisfação da realização pessoal e profissional, mas o que encontra caminhos para sua subexistência.

De acordo com Souza Neto (2003), antes mesmo de iniciar um plano para um empreendimento, o indivíduo deve responder às perguntas “o que?” – o que é o seu projeto; “por que?” – por que montar um negócio e quais são as vantagens para sua abertura; “como?” – como será executado esse negócio; “quanto? – qual o valor para o funcionamento do negócio.

Diante disso, acredita-se que independentemente do que leva o indivíduo a empreender, estabelecer um norte para iniciar a concretização de uma ideia é especialmente importante.

À luz do discurso de Dornelas (2011, p.8), o empreendedor tem-se tornado, no cenário econômico contemporâneo, um fator fundamental como aquele que busca soluções para os problemas diante das ameaças e oportunidades para o mercado. É conhecido como um indivíduo que ousa e tem atitude, com características próprias determinadas pela cultura e pelo ambiente em que está inserido, o que acaba favorecendo em vantagem competitiva e ganhos econômicos e sociais. Ressalta que empreender é transformar uma ideia em negócio.

Por sua vez, o empreendedorismo, naturalmente tem sua importância associada aos potenciais benefícios que a ação empreendedora acarreta ao cenário socioeconômico mundial. Inicialmente considerado, de forma restrita, como um fenômeno associado à criação de empresas, o empreendedorismo, mais recentemente, conforme será relatado a seguir a partir da contribuição de alguns autores, teve seu significado ampliado para manifestações humanas voltadas para a realização de novos projetos organizacionais independentes ou vinculados a uma organização já existente.

É nesse sentido que Dornelas (2011, p.8), afirma:

No momento presente, não se tem um movimento predominante, mas acredita-se que o empreendedorismo irá, cada vez mais, mudar a forma de se fazer negócios no mundo. Continua ressaltando que, por isso, o momento atual pode ser chamado de a era do empreendedorismo, pois são os empreendedores que estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando distâncias, globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riqueza para a sociedade.

Dornelas (2011) vai mais além quando atesta que o contexto atual é propício para o surgimento de um número cada vez maior de empreendedores e, que, por esse motivo, a capacitação dos candidatos a empreendedor está sendo prioridade em muitos países, inclusive no Brasil, haja vista a crescente preocupação das escolas e universidades a respeito do assunto, por meio da criação de cursos e matérias específicas de empreendedorismo, como uma alternativa aos jovens profissionais que se graduam anualmente nos ensinos técnico e universitário brasileiros e, mais recentemente, também no ensino fundamental.

Saber quem é o empreendedor e como ele se comporta é uma preocupação de Souza (2006, p. 8) que explica que o indivíduo empreendedor:

Seria, portanto, um líder com competências especiais para: tratar a complexidade das atividades cotidianas, advindas da necessidade de atender a altos níveis de qualidade e de satisfação da sociedade; canalizar as atividades cotidianas em direção o sucesso estratégico da empresa: aceitar e promover, dentro do enfoque de responsabilidade social, a ética e os princípios morais e ecológicos para todos os membros da empresa, como fator de competitividade e sucesso.

Souza (2006, p.8) refere-se ao indivíduo empreendedor sendo “uma espécie de líder estratégico, integrador das políticas humanistas à gestão estratégica, envolvendo o comprometimento dos indivíduos com a organização”, estando ele inserido em um ambiente flexível e favorável à criação e à inovação.

Contudo, Timmons (1999, p. 29) define o empreendedor como uma pessoa que consegue identificar oportunidades e sabe aproveitá-las transformando-as em negócios de sucesso. Por sua vez, Degen (1989, p. 10) aponta que “ser empreendedor significa ter, acima de tudo, a necessidade de realizar coisas novas, pôr em prática as idéias próprias, característica de personalidade e comportamento nem sempre fácil de encontrar”.

Outra visão relevante para o entendimento do ser empreendedor é a visão de Filion (1999, p. 19) que defende ser o verdadeiro empreendedor a pessoa que imagina, desenvolve e realiza suas ideias e visões. Seguindo o raciocínio do referido autor é possível entender o empreendedorismo como o estudo da natureza comportamental do ser humano enfrentando seus desafios.

Para Filion (1999, p. 19), o empreendedor possui diferentes características como: são pessoas criativas, que tem metas estabelecidas para atingir seus objetivos, mantêm postura e consciência no ambiente e nas pessoas que convive, está sempre buscando conhecimento e

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